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Nesta terça-feira (24), a partir das 20h, acontece mais uma edição do projeto Terça Negra. Grupos de maracatu, percussão e afoxé irão embalar a noite no Pátio de São Pedro, no bairro de SDão José, área central do Recife.

O evento será aberto pelo Maracatu de Nação Cambinda Africana. Em seguida, apresentam-se o Maracatu Baque Mulher, o grupo de percussão Resistência Negra e o Afoxá Obá Ayrá, encerrando a programação.

Por Karolina Pacheco

Os moradores do bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife, escutaram na tarde deste domingo (8), uma trilha sonora diferente ecoar pela orla da praia. Toadas de alfaias e abês transmitiam energia por todos os lados, anunciando a chegada do carnaval. Isso porque, pela primeira vez, o tradicional ensaio das nações de maracatu de baque virado, regidas pelo consagrado músico pernambucano Naná Vasconcelos, aconteceu no Parque Dona Lindu, à beira mar, ao invés do tradicional bairro do Recife Antigo.

Naná, que comandou cerca de 300 batuqueiros (e desde 2002 é o convidado da Prefeitura do Recife para a cerimonia de abertura dos carnavais da cidade) falou sobre a importância do maracatu e o momento que o ritmo tem vivido no estado. “O maracatu já quebrou muitos preconceitos. Antes era só para o morro, agora tem gente de todo o Brasil, do mundo. Tem ganhado bastante espaço e é muito importante termos essa abertura do carnaval do Recife, valorizando o que é nosso. Também gostei de vir ensaiar aqui pertinho do mar, de Yemanjá, quero isso mais vezes”, afirma o cantor que, durante o ensaio, recebeu o Maestro Forró, regente da Orquesta Popular da Bomba do Hemetério, tocando seus frevos no trompete e o grupo Voz Nagô, composto por setes mulheres que cantam loas de maracatus.

O maracatu Raízes de Pai Adão, que nasceu em 1998, foi uma das dez nações presentes no evento. Ele foi fundado a partir do terreiro Ilé Iyemojá Ògúnté, que já existe há 25 anos e fica localizado em Água Fria. Itaiguara Costa, presidente do grupo, afirma que esse encontro é importante, pois fortalece a cultura e o maracatu, que ainda precisa de maior divulgação e reconhecimento pelo público. O cantor Cannibal, vocalista da banda Devotos e agitador cultural da cidade, também foi espectador do evento, com sua filha Maria Vitória. Ele ressaltou a importância do maracatu não acontecer apenas no período carnavalesco. “Eu acho que essa movimentação bonita vai além do carnaval do Recife. Temos os terreiros, comunidades e no interior, é o ano todo que acontece, é uma cultura que vem sendo preservada”, afirma.

Todas as nações que normalmente costumam se encontrar no carnaval para "disputar" entre si, tocaram em uníssono sob o comando de Naná. O engenheiro mecânico Rubem Maranhão é paulista e tem 47 anos, toca há seis no Maracatu Estrela Brilhante, do Alto José do Pinho, e comenta a relevância da reunião. “As nações gostam de ensaiar com Naná. Sempre, todo mundo, comparece. Ele faz uma miscigenação de ritmos como afoxé, frevo, baião... É uma grande diversão, diferente do que a gente costuma ensaiar nas comunidades que são mais as surpresas para o desfile e competição”, declara.

Foi uma celebração não somente do carnaval, mas principalmente da força da cultura popular pernambucana. Não foram apenas as nações de maracatu que se agregaram, nem só a música. Todos os pernambucanos presentes estiveram juntos, unidos pelo que têm de mais valor: as suas raízes.

 

Parque Dona Lindu - Característico por ter um público bastante variado, de todas as classes sociais e de diferentes tribos, foi exatamente este o público que lotou o pátio, na área da esplanada. Haviam muitas famílias que foram prestigiar o evento e se aquecer para o carnaval do Recife. O Bacharel em Direito, Marlus Queiroz, 35, levou sua esposa e filha para assistir ao ensaio e se mostrou empolgado com o que está por vir. “Um evento cultural importante de Pernambuco, mostra a força que tem o carnaval do estado, onde todos podem brincar independentemente da classe social. Todo mundo interage e é por isso que temos o melhor carnaval do mundo”, elogia.

Nas quintas-feiras do mês de setembro, os moradores de Boa Viagem e os dispostos a se deslocar para as bandas da Zona Sul atrás de diversão irão encontrar o “Arte na Praça”, evento que acontece na pracinha de Boa Viagem.

Próxima à Igrejinha do bairro, o evento contará com diversas apresentações culturais de frevo, maracatu, afoxé, ciranda e outros ritmos. Nesta quinta-feira (1), as apresentações começam às 20h, e às 22h, conta com show voz e violão de intérpretes da música popular brasileira.
 
O projeto “Arte na Praça” é uma iniciativa da Prefeitura de Recife junto com a Secretaria de Turismo, no intuito de movimentar a praia de Boa viagem e mostrar para os recifenses e turistas a diversidade de manifestações populares da nossa terra.
 
Serviço

Feirinha de Boa Viagem + “Arte na Praça”
Onde: Praça de Boa viagem (entre a Av. Conselheiro Aguiar e a Rua Barão de Souza Leão, em Boa Viagem)
Quando: Às quintas-feiras (1, 8, 15, 22 e 29 de setembro), a partir das 20h
Acesso gratuito

Que rufem os tambores, ou melhor, as alfaias! No Dia Estadual do Maracatu, comemorado nesta segunda-feira (01), a Prefeitura de Olinda continua as comemorações iniciadas na sexta-feira, com um encontro de maracatus na Praça Monsenhor Fabrício, em frente à Prefeitura de Olinda, a partir das 18h.

O cortejo seguirá pelas tradicionais ladeiras de Olinda, e contará com os grupos Maracatu Leão Coroado, Maracatudo Nação Camaleão, Badia, Maracatu Nação Estrela de Olinda, Marcambuco, Axé da Lua e Nação de Luanda. Todos fazem parte do maracatu de baque virado, uma das formas tradicionais do ritmo que se desenvolveu há mais de 400 anos em Pernambuco, mesclando elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus.

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Para comemorar a data, foram realizados, na sexta-feira passada, seminários, oficinas, rodas de diálogo e homenagens aos temas ligados ao maracatu, como sua história, origem e seus protagonistas.

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