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A Terça Negra homenageará o compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira baiano Moa do Katendê, assassinado após uma discussão política na madrugada do último dia 8 de outubro. O evento, promovido mensalmente e sempre às terças, pelo Movimento Negro Unificado, no Pátio de São Pedro, celebra a cultura de matriz africana

O show é gratuito e terá início com uma roda de capoeira às 19h, seguida de uma apresentação do Maracatu do Século XXI. Às 21h, a banda Bojo da Macaíba subirá ao palco e o encerramento do evento será por conta do Pandeiro do Mestre, às 22h.

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Serviço

Terça Negra em homenagem a mestre Moa do Katendê

Terça (23) | 19h

Pátio de São Pedro, Bairro de Santo Antônio

Gratuito

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O Bloco Alafia vai levar a tradição do Maracatu Estrela Brilhante, de Igarassu, para as ladeiras de Olinda, iniciando os ensaios para o carnaval 2019. Os ensaios acontecerão todas as quartas-feiras, a partir do dia 10 de outubro, às 20h, no Mercado da Ribeira.

Para participar basta comparecer no local, os que já possuem instrumento de maracatu podem levá-lo. A atividade é gratuita e para sair no cortejo é necessário adquirir uma camisa com um valor a ser definido.

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 Serviço

Ensaios do bloco Alafia

A partir de 10 de outubro e em todas as quartas até o carnaval - 20h

Mercado da Ribeira – Sítio Histórico de Olinda

Gratuito

Por Denise Siqueira

Representantes de grupos percussivos e maracatus se reuniram, na tarde desta sexta (14), com a Prefeitura de Olinda e a Polícia Militar para discutir as condições para realização dos seus ensaios, aos domingos, no Sìtio Histórico da cidade. O encontro aconteceu na Casa do Turista, no bairro do Carmo, e definiu algumas diretrizes para os eventos.

Para que possam ensaiar, os grupos deverão comunicar com 10 dias de antecedência, para os órgãos fiscais, a intenção de realizar o ensaio, com horário e local de preferência. Também ficou decidido que estes não devem ultrapassar o horário das 18h. Segundo o secretário de turismo de Olinda, João Luiz, "a intenção é proteger os moradores e os grupos percussivos". A diretora da Associação dos Maracatus de Olinda, Kátia Paz, representando os grupos, aprovou as decisões. 

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Também presente na reunião, o comandante da Companhia Independente de Apoio ao Turista, Major Saraiva, afirmou que o estabelecimento de um horário limite para os ensaios dos grupos contribuirá para a segurança dos moradores e visitantes do Sítio Histórico. "Os grupos de maracatu são tranquilos, mas outros que não tocam este estilo musical atraem um público mais agitado e acaba prejudicando todo mundo. Terminando às 18h, vamos conseguir inibir essas pessoas que só querem fazer confusão". 

*com informações da assessoria

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Nesta sexta-feira (10), sábado (11) e domingo (12), a partir das 17h, na Praça do Carmo, em Olinda, será realizada a 1ª edição do Festival da Cerveja Artesanal. Aliando paixão e qualidade, serão montados no local estandes para a comercialização dos produtos.

Os macaratus Nação Camaleão, Ogum Onilê, Acabra Alada e Baque Nômade irão fazer um cortejo pelas ladeiras olindenses, além de se apresentarem no palco montado no evento, mostrando o melhor da cultura popular de Pernambuco.

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As bandas Seu Lunga e Junior Chumbago completam a programação. Promovido pela Prefeitura de Olinda, o festival recebeu a parceria da Associação Pernambucana das Cervejas Artesanais (APECERVA).

Serviço

Festival da Cerveja Artesanal

Sexta (10) a domingo (12)

Praça do Carmo, Olinda

Na tarde desta segunda (16), batuqueiros, amigos e familiares se despediram do Mestre Afonso, mestre da Nação de Maracatu de Baque Virado Leão Coroado. Afonso faleceu no último domingo (15), aos 70 anos, vítima de um infarte. Sua despedida foi ao som de cânticos sagrados da religião de matriz africana, o candomblé, e toadas da nação que ele comandou por mais de duas décadas.

O corpo de Mestre Afonso foi velado na sede do Leão Coroado, localizada no bairro de Águas Compridas, Olinda. Por volta das 15h30, um cortejo seguiu do local do velório até o Cemitério Público de Águas Compridas, onde houve o sepultamento. Por todo o caminho, batuqueiros da Nação Leão Coroado tocaram seus tambores em uma última homenagem ao seu mestre. Familiares, amigos e representantes de outras nações de maracatu de baque virado também acompanharam, a maioria vestindo branco e cantando loas.

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Afonso Aguiar assumiu a nação Leão Coroado em 1997, sucedendo um dos maiores mestres de maracatu de Pernambuco, Luís de França. Por pouco mais de duas décadas, Mestre Afonso conduziu a nação levando-a para diversos cantos do Brasil e do mundo, em apresentações e oficinas ministradas por ele. O Leão Coroado é uma das mais importantes e antigas nações em atividade no Estado e é reconhecida como Patrimônio Vivo.

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O maracatu de baque virado perdeu, na noite deste domingo (15), um de seus mais importantes mestres. Afonso Aguiar, mestre da Nação de Maracatu Leão Coroado, faleceu, aos 70 anos,  em Olinda.

Segundo amigos próximos, Afonso sofreu um infarto fulminante durante a realização de um toque em seu terreiro, no bairro de Águas Compridas. O velório deve acontecer no próprio terreiro onde o mestre exercia a função de liderança.

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Afonso Aguiar estava à frente do Maracatu Leão Coroado desde 1997. Ele foi o sucessor do Mestre Luíz de França, uma das maiores referências da cultura do baque virado em Pernambuco. Além de liderar a nação centenária - o Leão Coroado é uma das mais antigas nações de baque virado em atividade no Estado, com 155 anos de história,  reconhecida como Patrimônio Vivo de Pernambuco -, Mestre Afonso viajava o mundo ensinando os fundamentos do maracatu e, também, eatava à frente da Associação de Maracatus de Olinda (AMO).

Nas redes sociais, batuqueiros de várias nações e apreciadores do maracatu prestaram suas homenagens ao mestre. A Associação de Maracatus Nação de Pernambuco comentou: "A cultura negra e os maracatus nação estão em luto"; os perfis das nações Almirante do Forte e Cambinda Estrela também prestaram homenagens.


Criado em 2015, o coletivo Maracastelo de João Pessoa, trabalha para difundir a cultura afro-brasileira através de oficinas de maracatu de baque virado, entre outras. No último sábado (24), o grupo foi impedido de realizar seu ensaio, no bairro de Castelo Branco, na capital paraibana, tendo sido advertido pela Polícia Militar. A abordagem foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Maracastelo e gerou indignação em alguns internautas.

Segundo Angela Gaeta, uma das coordenadoras do grupo, esta não foi a primeira vez que o Maracastelo teve seu ensaio impedido: "No primeiro dia fomos abordados pela polícia falando sobre a Lei do Silêncio. O cara (policial) já chegou falando que eu poderia ser presa, que eles poderiam apreender nosso instrumentos e poderíamos receber uma multa de até R$ 10 mil". Angela conta que ambas as abordagens foram feitas por cerca de 11 policias vindos em três viaturas. Os dois ensaios interrompidos aconteciam na Escola Cidadã Integral e Técnica João Goulart, entre as 16h30 e 19h30, sendo a última meia hora reservada para uma roda de diálogo.

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O Maracastelo tornou-se, em 2018, Ponto de Cultura e, em parceria com a direção da escola João Goulart, iniciou os ensaios na instituição no início de março. Antes, as atividades aconteciam na Associação de Moradores do bairro, onde eles também tiveram problemas: "A gente descobriu que o local estava fechado mas com CNPJ ativo, a pressão política começou a ser pesada porque a gente chamou muita atenção para o espaço e começamos a exigir que ele fosse usado com função social. A pressão politica foi muita e a gente saiu de lá em junho de 2017", explica Angela.

Mas, apesar da mudança de endereço, Gaeta acredita que o grupo está sofrendo uma espécie de "perseguição": "O policial Vasconcelos, que nos abordou, está ligado ao pessoal da Associação que já fazia uma perseguição contra nós. Passamos seis meses fora e agora que voltamos, qualquer coisa que a gente faz o cara já chega reprimindo mesmo. Uma coisa é você ver na abordagem uma reclamação, outra coisa é quando você vê que há uma repressão".

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A nação do maracatu Estrela Brilhante de Igarassu fez as ladeiras da Cidade Alta tremerem, na última segunda (5), durante a 17ª Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda. Como convidada especial do evento, a agremiação de 193 anos de história - nação mais antiga em atividade no Estado -, e reconhecida como Patrimônio Vivo de Pernambuco, abrilhantou ainda mais o evento com a força do seu batuque e colorido de sua corte. Participando da tradicional festa pela sexta vez, o Estrela de Igarassu desfilou pelas ruas do Sitio Histórico com seu \'baque\' centenário arrastando uma multidão. Para Gilmar Santana, mestre da nação, este é um momento de celebração e homenagem aos ancestrais: \"O mais importante para nós é ver as pessoas brincando e se divertindo. A gente quer mostrar para o povo que isso aqui não tem que acabar. Tem que continuar e ficar mais forte do que é, todo mundo unido na resistência que é a cultura popular.\" Mas, para quem perdeu a evolução do Estrela de Igarassu nesta noite ainda terá a oportunidade de encontrar a nação em diversos lugares durante o Carnaval. O Estrela toa no Encontro dos Mestres, nesta terça (6), no Pátio de São Pedro; participa da abertura oficial da folia em Camaragibe, na próxima sexta (9); da Noite dos Tambores Silenciosos do Recife, na segunda (12); e se apresenta na Casa da Rabeca, na manhã do domingo (11). Além disso, o bloco de batuqueiros e amigos da nação, Alafia, desfila pelas ladeiras olindenses, mais uma vez, também no domingo (11): \"O Alafia vai botar para quebrar, pelo segundo ano, em Olinda\", promete o mestre.

Na última segunda (5), os tambores de 10 nações de maracatu de baque virado encheram a noite do Sítio Histórico de Olinda. A 17ª edição da Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda percorreu as ladeiras da Cidade Alto culminando numa cerimônia de reverência à ancestralidade e clamor por paz e proteção para os dias de Carnaval. Os cortejos foram acompanhados por um público grandioso que vibrou muito a cada loa entoada. Promovida pela Associação de Maracatus de Olinda (AMO), o evento reúne moradores da cidade, apaixonados por maracatu e turistas, que a esta altura já se encontram aos montes pelas ruas históricas. A Nação Leão Coroado, fundada em 1863, Patrimônio Vivo de Pernambuco, abriu os cortejos por volta das 20h nos Quatro Cantos. O mestre do Leão, Afonso Aguiar, que também é presidente da AMO, falou da importância do momento: \"É uma louvação aos nossos ancestrais. A gente religiosamente faz essa festa para eles para pedir proteção para o nosso Carnaval\". O batuqueiro Preto Marley, também do Leão Coroado, explicou o que significa, para os integrantes dos maracatus, participar dos Tambores Silenciosos: \"Aqui a gente convida os eguns (espíritos) para participar da festa e abrir o nosso Carnaval com paz, saúde e felicidade. É para começar o Carnaval com pé direito e com a pegada do maracatu\". Pouco antes das 0h, o Mestre Afonso deu início à cerimônia. Fogos de artifício coloriram o céu enquanto cânticos em iorubá eram entoados pedindo um Carnaval de paz para os presentes. O Recife também saúda a ancestralidade com seus maracatus. Na segunda-feira de Carnaval as nações se encontram no Pátio do Terço, na capital pernambucana. Participaram da Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda: Nação Leão Coroado; Maracambuco; Nação Tigre; Nação de Luanda; Maracatu Sol Brilhante; Nação Camaleão; Nação Pernambuco; Nação Badia; Nação Estrela de Olinda; e Nação Estrela Brilhante de Igarassu, como convidada especial.

Localizadas em comunidades da Região Metropolitana do Recife, as nações de maracatu de baque virado são compostas de pessoas de todas as idades, em sua maioria, moradoras daquele bairro. Muitas delas nascidas e criadas no local, integram esses grupos desde pequenas, dando continuidade a um trabalho (e paixão) desenvolvidos no seio familiar. Porém, há algum tempo, a cara e o sotaque destas nações têm ficado cada vez mais diversos com a chegada de brincantes de todas as partes do Brasil e do mundo, que vêm para Pernambuco para fazer parte deste movimento no Carnaval.Mas não basta vir, vestir o figurino e sair tocando e dançando pela avenida apenas no dia do desfile. É preciso vivenciar a realidade da nação tornando-se parte dela como qualquer outro integrante local. Assim estão fazendo, este ano, Ana Paula Passini, Mariana Ribeiro, Rafael Gulart, Erick Viana e Pedro Gontijo. O grupo veio de Minas Gerais e está hospedado, desde o início do mês de janeiro, em uma casa no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife. A escolha pelo imóvel se deu pela proximidade da sede do Maracatu Estrela Brilhante do Recife, nação de coração dos mineiros.Mariana já é veterana no Alto. Ela vem para a comunidade desde 2013 e sai na percussão do Estrela desde 2015. A batuqueira diz que estar próximo à nação, dentro da comunidade da qual ela faz parte, é uma oportunidade de entender as dificuldades e realidades do lugar onde o maracatu é ancorado: “Eu como pessoa de fora, branca, privilegiada, tive acesso a um contexto universitário, até, me sinto na obrigação de vir conhecer melhor essa história e ter uma noção real do que isso representa na história do nosso país.”  Pedro e Rafael estão vindo pelo segundo ano. Para eles, só aqui é possível viver o maracatu “de verdade”, como analisou Pedro. O amigo, que na primeira vinda apenas acompanhou os ensaios e o desfile, pois ainda não tocava nenhum instrumento, sentiu a necessidade de aprender e voltar para passar pela experiência completa: “Agora estou aqui de novo mas com outros olhos, agora como batuqueiro”. Já Ana Paula está no Recife pela primeira vez. Estudando maracatu, em Minas, há três anos, ela sentiu a necessidade de conhecê-lo “na raiz” e revela estar vivendo uma experiência “bem forte”: “Eu até tenho falado para as pessoas de lá que não dá para descrever com palavras, tem que vir e ter essa vivência.” Em sua estreia, Ana vai desfilar na corte do Estrela.Em casaOs mineiros, visivelmente à vontade no Alto, dizem que a recepção, tanto dos integrantes da nação, quanto dos vizinhos do bairro, sempre foi a melhor possível. “Não houve nada ofensivo da parte de ninguém”, diz Erick. Os amigos complementam contando que até os comerciantes os reconhecem a cada ano provando que, após sua partida, um ‘bocadinho’ de Minas ainda fica por lá.Na hora da passarela, momento mais importante para a nação - quando se disputa o campeonato carnavalesco do Recife - eles são apenas mais um batuqueiro, baiana ou catirina, como todos os demais, porém, uma pontinha de responsabilidade a mais acaba recaindo sobre eles: “Existe uma zona de desconforto que é ser de fora e estar tocando no estrela, primeiro que aqui você escuta o maracatu desde que está na barriga da mãe. Nós chegamos apenas um mês antes do Carnaval. Rola uma tensão. A responsabilidade é muito grande.”Depois do CarnavalQuando chega a hora de guardar as baquetas e voltar para casa, a cabeça destes batuqueiros já está no Carnaval do ano seguinte. Eles passam o ano inteiro se organizando, inclusive financeiramente, para a próxima temporada carnavalesca no Recife. Em Minas, o batuque continua nos grupos percussivos lá formados como o Trovão das Minas, o Tira o Queijo e o Baque de Mina. Em 2018, só na casa destes mineiros, serão 12 pessoas de fora vindo brincar no Estrela Brilhante. Como eles, muitos outros batuqueiros de outras cidades também estão para chegar e muitos deles acabam se hospedando na casa de amigos que fazem por aqui. É possível dizer que em todos a vontade de tocar vai muito além de bater no tambor e curtir o Carnaval: “A gente ama o maracatu, ama o Estrela e isso já faz parte da nossa vida”, como diz a Mariana.Batuque gringoA princípio, ser chamado de ‘gringo’ parece um pouco grosseiro. Mas, com o passar dos anos, eles aprendem que, muitas vezes, esta é apenas uma forma de brincar com os estrangeiros que também aportam em terras pernambucanas para brincar o maracatu. Eles vêm do Canadá, França, Inglaterra, Escócia e até do Japão. O inglês Jackson Lapes conheceu o ritmo no Rio de Janeiro, em 2008, e, em 2013, chegou ao Recife para ver as nações de perto. Em 2015 ele passou a integrar a Nação Almirante do Forte, do bairro do Bongi, e, em 2016, tocou também com o Leão da Campina, do Ibura. Ele garante não ter sentido dificuldade de se integrar, mesmo com a barreira do idioma, pois a \"paciência\" dos brasileiros facilitou o processo de socialização. Vir de tão longe também não parece mais fazer tanta diferença dentro da nação: \"Sei que tem gente que acha estranho ter estrangeiros, brancos e gringos que gostam do maracatu. Mas acho que a maioria dos batuqueiros que realmente são Maracatuzeiros gostam muito do fato que o maracatu virou famoso no mundo.\"Ele, que já integrava diferentes bandas em sua terra natal desde os 14 anos, já conhecia a sensação de fazer parte de uma \"família musical\" mas a \"energia do Carnaval\", que só encontrou aqui, fez o coração do batuqueiro sentar praça no Recife: \"Eu adoro fazer parte da minha nação, Almirante do Forte. A amizade e cooperação entre os batuqueiros e os brincantes, isso é a energia do Carnaval\". Em casa, Jackson toca com o grupo percussivo Afon Sistema, criado por ele e pelo amigo Jake. Deste grupo, além dos dois, ainda chegarão mais seis pessoas para tocar no Almirante, este ano.O outro fundador do Afon Sistema, Jake Calvert, divide o apartamento, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife, e as experiências dentro do baque virado com Jackson. Ele passa o Carnaval no Recife desde 2008 mas foi em casa, na cidade de Bristol, que ele conheceu o maracatu. Ele já brincou no Leão da Campina e, agora, no Almirante do Forte: \"Nas agremiações com quem já brinquei, sempre me senti muito bem recebido e já fiz muitas amizades fortes com os integrantes\".Preocupado em somar com as comunidades e agremiações locais, Jake conta que sempre busca passar por aulas com os batuqueiros e, este ano, ele e o grupo que o acompanha vindo de Bristol, trouxeram os próprios instrumentos: \"Assim tentamos fortalecer o Almirante sem atrapalhar ninguém no Bongi que está criando, re-criando e mantendo esta cultura linda.\" Para o batuqueiro, a sensação de vivenciar este Carnaval é de alegria e de \"lições de vida\": \"A experiência de todo mundo estar na rua partilhando a folia é uma coisa muita rara na Inglaterra. Lá simplesmente não existe como uma cultura tão forte como aqui\". 

O município de Camaragibe está apostando na tradição do maracatu de baque virado para o seu Carnaval 2018. Com o tema Carnaval de todas as nações, a cidade abre seu período carnavalesco com o encontro de cinco nações de maracatu de baque virado e convidados especiais. Os detalhes do evento serão revelados em uma coletiva de imprensa, ainda nesta semana. O modelo da cerimônia será o mesmo daquela que abriu o Carnaval do Recife nos últimos 15 anos, idealizada e comandada pelo eprcussionista Naná Vasconcelos. Uma fonte ligada à realização do evento falou ao LeiaJá que seis maracatus participarão do evento, são eles: Nação Aurora Africana, Nação Cambinda Estrela, Nação Encanto da Alegria, Nação Estrela Brilhante de Igarassu, Nação Raízes de Pai Adão e um grupo local. Os mestres das nações já estariam em conversa para acertar os ensaios para a apresentação. No Recife, o encontro de batuqueiros que abria o Carnaval da cidade foi transferido para o último dia da semana pré-carnavalesca. Na quinta-feira, dia 8 de fevereiro, o evento Tumaraca: encontro das nações, reproduz a cerimônia que antes dava início aos festejos momescos recifenses. Na sexta, a abertura oficial da festa será toda voltada ao frevo. LeiaJá também--> Tumaraca: encontro de nações encerrará prévias carnavalescas--> Naná brigava pela abertura com os maracatus desde 2010, relembra viúva do músico--> Abertura do Carnaval do Recife será ao som de frevo

Devido às fortes chuvas que caem sobre a cidade do Recife, desde a manhã desta sexta-feira (19), o ensaio coletivo de nações de maracatu para o evento Tumaraca - Encontro de Nações, que seria realizado hoje na rua da Moeda (Bairro do Recife), foi cancelado. Os cinco maracatus que ensaiariam juntos se reunirão no sábado (20), no mesmo local e horário.Sobem ao palco, no sábado (20), as nações Cambinda Estrela, Encanto da Alegria, Leão da Campina, Encanto da Alegria e Tupinambá. Esta última, que receberia um dos ensaios em sua sede, no Córrego do Jenipapo, amanhã, passa a ensaiar coletivamente, junto às demais. O Tumaraca encerrará as atividades da semana pré-carnavalesca, no dia 8 de fevereiro, no Marco Zero, com a participação de 13 nações de maracatu de baque virado e convidados.ServiçoEnsaio coletivo para o TumaracaSábado (20)  | 18hRua da Moeda - Bairro do RecifeGratuito  LeiaJá também--> Encontro de maracatus: confira o roteiro de ensaios das nações 

De tênis alinhado, calça skinny e camisa estampada, o Mestre Anderson Miguel contempla as fronteiras do horizonte do Engenho Cumbe, em Nazaré da Mata, na Mata Norte de Pernambuco, em busca de inspiração para improvisar uma nova loa. “Quando dá, eu ando com umas coisas prontas, mas verso na hora às vezes sai até melhor do que verso decorado”, comenta o jovem líder do Maracatu Rural Cambinda Brasileira, uma das mais tradicionais nações de baque solto do estado. Aos 22 anos, Anderson samba no improviso para vencer a passagem do tempo com sua Cambinda, que se prepara para completar cem anos de existência no Carnaval de 2018, sem apoio do estado ou de grandes empresas.

Nascido e criado no Engenho Cumbe, Anderson é filho do contramestre Aderito Amaro e da baiana Eugênia da Silva. “Um matuto. Minha mãe saiu no carnaval em 1995 comigo dentro da barriga, mas vim começar mesmo com 12 anos, como mestre do Maracatu Infantil Sonho de Criança. Aos 15, entrei no Maracatu Águia Misteriosa e em 2013 assumi a Cambinda”, conta. Sucessor do mestre Canário Voador, Anderson mantém os pés no chão. “Todo ano é difícil colocar o maracatu na rua. Neste, além do carnaval, temos os gastos da comemoração do nosso centenário. Mesmo com apoio da prefeitura, falta muita coisa. A gente organiza rifa, pede aos amigos, mas por que tanta gente que pode nos apoiar não apoia?”, questiona. 

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Se em Nazaré a escassez de patrocinadores é ingrata, fora de sua terra natal, o “Neymar do Maracatu”- conforme Anderson gosta de se denominar-, ganhou projeção nacional devido à parceria com o instrumentista pernambucano Siba Veloso, a quem costumeiramente se refere como “mais do que um padrinho” e deve o trabalho de produção em casas de grande porte e visibilidade, a exemplo do paulistano Sesc Pompeia. “Eu não sei a dimensão do que está acontecendo. Eu já escutava Siba cantar, mas nunca imaginei poder chegar perto dele, apertar a mão, dar um abraço”, completa. 

Embora não abra mão de símbolos tradicionais no Maracatu de Baque Solto, como a bengala da qual não se desgruda, Anderson pode inaugurar uma geração de mestres que aborda, em suas poesias, temáticas não necessariamente ligadas ao passado ou à vida rural. “Política, natureza e violência. Eu não sou polêmico, talvez eu cante o que muitos querem e outros não. Tenho um mote em que digo: o Brasil que vivemos tá perdido/dominado pela corrupção/Não posso aceitar nem posso ver/ um país onde o povo tá sofrendo/Essas brigas que estão acontecendo/iludindo a cabeça da nação”, lembra. 

Com apenas 22 anos, Anderson Miguel comandará novamente os 180 'fogazões' da Cambinda Brasileira no carnaval de 2018. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Barachinha, Dedinha, Zé Galdino dentre outros mestres figuram entre as influências de Anderson, mas não são as únicas. Ele é o mestre de maracatu que não abre mão de dar uma “palhinha” no barzinho em shows de amigos, já teve música autoral gravada pela banda de forró Calango Aceso e faz bom uso das redes sociais e da internet para divulgar novos trabalhos. “Gosto muito das músicas antigas dos Nonatos. Penso gravar um CD interpretando músicas deles para ouvir em casa com os amigos. De 2014 para cá, comecei a compor também para sair um pouco da rotina do Maracatu e soltar registros no Youtube, o pessoal gosta bastante”, explica.

“É preciso desfolclorizar a cultura popular”

Residente do Bairro do Monte, em Olinda, Marcelo Cavalcante insere elementos de jazz e de ritmos africanos em seu frevo. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Violonista, compositor e intérprete, Marcelo Cavalcante sabia o que lhe esperava quando largou o conforto do lar familiar para viver exclusivamente de música. “Tive o privilégio de escolher ser pobre”, costuma dizer ele, que, há quatro anos, mora em um pequeno conjugado no Bairro do Monte, em Olinda. Noturno, Marcelo colhe suas melodias e frevos da madrugada e  logo lhes transpõe para um charmoso violão Antonio Hernandez, que só por implicância com o nome que carrega, soa bastante brasileiro. “Venho da escola do jazz e da bossa nova e trago muito disso para o frevo. Também sou muito ligado aos ritmos de matriz africana. Tudo isso acaba criando uma linguagem moderna para o gênero”, comenta. 

Não é por acaso que, dos compositores do frevo, Capiba é o mais ouvido por Marcelo. “Ele foi letrista e compositor. Assim como Capiba, trabalho com vários estilos, como maracatu e samba canção. E o caixa do frevo vem tem uma quebrada seis por oito, de candomblé. Ganhei muita experiência tocando com os mestres de coco de Olinda, uma vivência real com nossos ritmos”, lembra o artista, que chegou a integrar a banda de Dona Glorinha do Coco, como pandeirista. 

Compositor aponta Capiba como influência profícua. (Rafael Bandeira/ LeiaJá Imagens)

O produto desse caldeirão de influências é o que Marcelo vê como um frevo “ácido”. “Existe uma certa crítica à forma como a sociedade se organiza. Muita gente que compõe frevo atualmente o faz em torno desse apelo ao calor, à bebida, ao beijo, que remetem ao nosso carnaval. Procuro a poesia que vai além da festa”, afirma. 

Na contramão do mercado e da gestão cultural do estado, Marcelo escolhe tocar frevo o ano todo, o que já lhe rendeu, entre amigos próximos, o apelido de ‘veinho’. “Velho é o estigma de tratar tudo que é nosso como ultrapassado, como expressões sazonais, coisa de época. É preciso desfolclorizar a cultura popular. O frevo tem que ser associado ao cotidiano das pessoas, com mais festivais, mais espaços dedicados a ele e mais patrocínio para trabalhos novos”, critica. 

O ‘coco pop’ do Mulungu

Mulungu tem coco como ritmo base, mas se utiliza de elementos do ijexá e do Maracatu. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

Cravado nas regiões centrais do nordeste, o alaranjado do Mulungu é capaz de muito mais do que embelezar as paisagens sisudas do sertão. Conhecida como “amansa-senhor” e “capa-homem”, a árvore possui propriedades capazes de auxiliar quem sofre de males como insônia, ansiedade e depressão. Não é a toa que, no bairro da Várzea, marcado pelas extensas áreas verdes e por ser itinerário do Rio Capibaribe, brotou o grupo Mulungu, composto exclusivamente por percussionistas mulheres, interessadas em difundir gêneros como o coco, o maracatu e o ijexá.

Desafiando a cultura tradicional dos tambores, que sempre legou aos homens o papel de senhores de instrumentos pesados, a exemplo de ilus, congas e atabaques, o projeto começou quando Karollayne Nicolly e Vanessa Farias desistiram de trabalhar com os rapazes de um outro grupo. “Por conta do machismo deles. A gente se juntou pra fazer um grupo só de mulher, porque mulher na Várzea não tinha vez. Apesar de tudo que a gente vem enfrentando aqui, já realizamos nossa terceira sambada”, comemora Karollayne.

Grupo inova ao acrescentar instrumentos harmônicos, como o violão e a flauta transversa, ao coco. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

Encarando olhares masculinos curiosos, o grupo, cuja atual formação conta também com Ariana Luna, Edilma Cavalcante, Andreza Santos e Evellyn Monaliza, costuma se reunir na praça da Várzea para ensaiar e realizar apresentações. “Começamos a estudar os instrumentos mais pesados, que não tínhamos oportunidade de tocar. Muitas vezes em que a gente começava a pegar, um homem tomava nossa frente”, lembra Karollayne.

Autoral, o Mulungu executa como uma espécie de ‘coco pop’, as composições elaboradas por Karollayne e Vanessa. “A gente olha ao redor e, de repente, a melodia vem. As músicas têm muito a ver com nossa vivência na Várzea”, comenta Vanessa. As melodias simples conquistaram um público jovem e fiel, que sempre comparece nos eventos organizados pelo próprio Mulungu. “Há uma renovação de público também. Utilizamos instrumentos comuns do coco, mas resolvemos acrescentar instrumentos harmônicos, como o violão, a flauta transversa e percebemos que as pessoas vem aderindo e se identificando com essas inovações”, conclui Karollayne.   

Confira as melhores fotos do ensaio dos novos artistas para o LeiaJá na galeria de imagens:

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Ao entrar no Rosário, sede do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, o que se vê são rapazes, de todas as idades, encourando e afinando tambores. Eles estão preparando a casa para a festa desta sexta-feira (8), que vai comemorar os 193 anos da nação. Com quase dois séculos de história, o Estrela de Igarassu é a nação de baque virado mais antiga em atividade no estado de Pernambuco. Sua tradição e longevidade lhe garantiram reconhecimentos importantes como o título de Patrimônio Vivo de PE, ponto de cultura e o Prêmio de Culturas Populares do Ministério Da Cultura, conferido neste mês de dezembro. Mas, sobretudo, a nação de Igarassu detém o reconhecimento do público, maracatuzeiros ou não, que veem nela autoridade e o brilho que só uma grande estrela pode ter.

O Estrela Brilhante de Igarassu é mantido pela família Santana, que segue os ensinamentos deixados pelas duas últimas rainhas da nação, D. Mariú e D. Olga, esta falecida em 2013, aos 74 anos. Hoje, quem preside o maracatu é Gilmar Santana de Batista, filho de Olga, neto de Mariú, e mestre de apito no Estrela há mais de 20 anos. 'Tio Má', como é chamado, se orgulha de dar continuidade ao trabalho da avó e da mãe e faz questão de manter as tradições aprendidas com elas. “Ela (a mãe) dizia ‘é assim’ e era assim mesmo. E eu tento fazer do mesmo jeito. Tentando fazer o melhor e não deixar cair a nossa tradição.”, diz.  

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Esta tradição é defendida com força em Igarassu, ao passar das gerações. A nação tem seu próprio jeito de dançar, de vestir os integrantes e de tocar: “A diferença é o ritmo, a gente toca com uma baqueta e um bacalhau, o suingue é completamente diferente.”, diz o mestre. Outra característica que diferencia o Estrela da quase total maioria dos maracatus é a proibição de mulheres tocando em seu batuque. A regra costuma chamar bastante atenção, mas Gilmar explica o porquê: “Toda hora a turma faz essa pergunta. Os batuqueiros do maracatu representam os ogãs de dentro do terreiro e não existe mulher ogã. Do mesmo jeito que a gente faz a religião, a gente traz para o folguedo, com a sinceridade que vem lá de dentro do terreiro.” O maracatu de baque virado tem ligação estreita com a religião de matriz africana, o Candomblé. Para resolver este ‘problema’, foi criado o Bloco Aláfia, que sai no Carnaval de Olinda, aos domingos, com todos que queiram tocar o baque da nação, inclusive, as meninas.

Mantendo as raízes, o Estrela conseguiu extrapolar os limites geográficos de Igarassu. Apesar da maioria dos batuqueiros e baianas serem da região, muitos são aqueles que vêm de fora para brincar. Todos os anos, pessoas do Recife, São Paulo, Curitiba, Minas Gerais e até do Japão, vêm para a cidade para sair no carnaval dançando e tocando. Os batuqueiros mais experientes, e o próprio Gilmar, também viajam pelo mundo dando oficinas que ensinam os fundamentos do seu maracatu e vários são os grupos, espalhados pelo Brasil e fora dele, que desenvolvem trabalhos inspirados na nação de Igarassu. “Com a nossa simplicidade, a gente vai pra avenida e vê gente se arrepiando, chorando e querendo brincar com a gente.”, diz Gilmar.

Continuidade

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Na família Santana, quem vai nascendo vai entrando no maracatu num movimento quase orgânico. As crianças aprendem o baque e a dança instintivamente, como comprova o pequeno Josuel Paulino Barbosa, de 11 anos, bisneto de Dona Olga e batuqueiro “desde novinho”: “Ninguém me ensinou, não. Aprendi só.”, diz orgulhoso.

Os mais velhos, já trabalham efetivamente na manutenção da tradição familiar. Como Rogério de Souza, neto de Olga e sobrinho do mestre Gilmar, que hoje, assume a função de contra-mestre da nação. Rogério também viaja dando oficinas que ensinam o baque do Estrela de Igarassu e a confecção de instrumentos de maracatu: “É responsabilidade e é muita emoção, um orgulho enorme. Tem nem palavras para falar.”, resume o batuqueiro.  

Manutenção

Para manter uma nação de “grande porte”, como classifica Gilmar, é preciso muita dedicação. A receita vem de apresentações, oficinas, venda de instrumentos e subsídios governamentais como o recebido pelo título de Patrimônio Vivo. Tudo é investido na própria nação: “Financeiramente, é trabalhar para o maracatu. Prova tanto que é o primeiro maracatu que tem seu ônibus, tem uma sede boa, um som bom. Tudo com dinheiro do maracatu, sem pedir nada para o poder público. A gente trabalha com as nossas pernas. Passa por dificuldade porque todo mundo passa, querendo ou não. Mas a gente segura a onda, se agarra com Deus e Dona Emília (a calunga da nação), e deixa o barco andar”, fala Gilmar.

Ao lado dele, trabalha também o irmão Gilberto Santana, o Tio Bel, e o sobrinho Rogério. Para Tio Bel, continuar o trabalho deixado pela família é missão: “Cultura só faz quem gosta. É uma coisa que veio dos meus avós, da minha mãe, agora está comigo, meu irmão e Rogério, pra gente manter a tradição da nossa família. A gente tem que levar até... Aí é Jesus quem vai dizer.”

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Celebração

Nesta sexta-eira (8), dia em que completa 193 anos de atividades, o Estrela Brilhante de Igarassu abre sua sede, no Sìtio Histórico de Igarassu, para uma grande festa. À partir das 15h, os integrantes da nação recebem os amigos para uma tarde de batuque e shows com os convidados, Dinda Salú e Trio Paraíba, Murilo Silva e Coco de Dona Olga. A comemoração é aberta ao público. 

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A arte torna o ser humano consciente da existência individual e coletiva na sociedade. É uma ferramenta de satisfação e traz luz ou desafios através da criatividade, flexibilidade, sensibilidade, reflexão e conhecimento. Vanessa souza, 31 anos, é dançarina e portadora da síndrome de Down e para ela, a arte se materializa através da música e da dança, desde que passou a integrar o grupo Maracaarte, projeto social inclusivo formado por 30 jovens especiais  que se apresentam no ritmo do Maracatu.

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Menos de uma hora para a apresentação ter início, Vanessa era pura expectativa. O figurino é um vestido todo colorido no tecido de chita  um chapéu para combinar com a roupa. Nas mãos, as baquetas para tocar a alfaia no ritmo do Maracatu. Ela faz parte do Centro Pró Integração Cidadania e Arte (Integrarte), fundado em 1997 com o objetivo de favorecer a interação social de pessoas com dificuldades específicas.

Na tarde deste sábado (25), Vanessa se apresenta junto com um conjunto de batuqueiros, corte, pagens, dama das flores e baianas, em sua maioria são pessoas com síndrome de Down, no Parque Santana, onde acontece o Festival Vox. “Eu entrei na Integrarte e comecei a tocar, aprendi com minha professora e já sou artista. Eu faço teatro, maracatu e já me apresentei muito. Sou faixa preta de Karatê”, conta Vanessa.

Vanessa se apresentou na tarde deste sábado (25), no Parque Santana, com o grupo Maracaarte. (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Uma das fundadoras do Integrarte e mãe de um jovem especial, Laise Rezende diz que a arte na educação especial é uma técnica estimulante e possibilidade igualdade e integração dos seres humanos. “A arte tem um vínculo muito forte com o que a gente faz. Queremos um exercício da cidadania por esse segmento que é muito discriminado na sociedade. Eles se desenvolvem porque  é como se o palco fosse um laboratório de cidadania”, pontua Laise.

O batuqueiro André diz que percussão sempre lhe despertou interesse. (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

André Felipe, 30 anos, entrou no Integrarte em 2009. Tem o sonho de ser ator e músico e neste sábado também se apresenta junto com o grupo de Maracatu. Aos 16 anos começou a se interessar pelos instrumentos de percussão e hoje é um dos principais músicos do Maracaarte. Toca alfaia e diz que é muito feliz sendo um artista. “Somos uma família, não tem briga e ninguém é menosprezado. Somos especiais e lutamos para quebrar os limites. Tem muita gente preconceituosa no mundo, mas o que importa é o bom coração que temos”, conta.

Professora do Maracaarte e regente do grupo, Drica Moraes, explica que todos têm possibilidade de trabalhar com a arte e para eles não há essa limitação. “Eu vejo que a delicadeza que eles recebem a música, os instrumentos e o ritmo é de uma forma diferente. Isso me encantou demais. É um desafio, mas é gratificante, apesar de ser um processo novo”, conta.

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Organizados em fileiras, os jovens músicos e dançarinos mostram porque são tão especiais. Os batuques soam e os passos pareciam se encaixar a cada vibração. É um banho de cultura pernambucana e chama atenção de quem circula pelo Festival Vox, no parque. O professor de dança Roberto Silveira guia o grupo e a apresentação é linda e cheia de vida.

Solange Melo, mãe de Anderson Melo, 32 anos, assiste orgulhosa os passos do filho. Para ela, a cultura foi um diferencial na vida dele porque ele começou a participar de atividades e a sociabilização aumentou. “Ele é  xodó da família e se entrosa em qualquer ambiente que chega. A arte é uma forma de quebrar preconceitos e mostrar as pessoas que nossos filhos também podem quebrar barreiras e são importantes”, finalizou.

Confira:

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Jovens que estudam o maracatu de baque virado, em Foz de Iguaçu, no Paraná, foram vítimas de agressão durante um ensaio, na última quinta (9). Os jovens que participam do grupo Alvorada Nova, foram agredidos pelo comerciante Rosalvo Souza, enquanto tocavam em uma praça pública da cidade. Um vídeo que mostra o momento da agressão foi compartilhado pelas redes sociais.

Nas imagens, é possível ver o comerciante apontando um jato com o que seria veneno em direção aos jovens e proferindo palavras de ódio: "Cultura? Isso aí é uma vergonha, não é cultura". Em sua página no Facebook, o grupo Alvorada Nova denunciou o ocorrido. "Somos uma das mais antigas entidades culturais do município e nunca imaginamos viver tamanha intolerância, somos artistas e com muito orgulho batalhamos pela cultura iguaçuense levando com axé a linguagem dos nossos Maracatus ao mundo. Atingir o Maracatu não é só ser intolerante, é sobretudo ser racista, e por isso afirmamos que não passará impune, e todas as atitudes necessárias já estão sendo tomadas!", dizia o post. 

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O Ponto de Cultura Alvorada Nova foi fundado em 2013, em Foz de Iguaçu, e trabalha promovendo aulas de maracatu de baque virado. O grupo vem atuando na disseminação desta tradição da cultura pernambucana, tendo, inclusive, já recebido mestres de nações do Recife para intercâmbios culturais como a Mestra Joana, da Nação Encanto do Pina e o Mestre Chacon Viana, da Nação do Maracatu Porto Rico.

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O mais antigo maracatu de baque solto em atividade, o Cambinda comemora 100 anos de existência em 2018. Na comemoração do centenário, a jornalista Adriana Guarda e o fotógrafo Heudes Regis apresentam o projeto Não deixem o brinquedo morrer: Memórias dos 100 anos do Cambinda Brasileira, que reúne textos, relatos, entrevistas, ensaio fotográfico e vídeos em formato de acervo digital.

A culminância do projeto será marcada pelo lançamento de uma revista, que divulgará o resultado das entrevistas e fotos e será distribuída em 194 escolas municipais e estaduais da Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata Norte do Estado.

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"Nossa proposta é mostrar como funcionam os bastidores do maracatu, através dessas curiosidades periféricas. Imagina como é a cena dos maracatuzeiros pegando o ônibus para ir do engenho para a cidade brincar o Carnaval? É pegar esses momentos do cotidiano e mostrar o maracatu por quem faz o maracatu", explica Regis.

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O Carnaval só acontece em fevereiro mas, para fazer bonito durante a festa mais esperada do ano, as nações de maracatu de baque virado, e grupos percussivos, começam os trabalhos muito tempo antes para deixar a percussão afinada. Parte das agremiações está ‘tirando o pó’ das baquetas e colocando o batuque em dia com seus integrantes. Confira um roteiro de nações e grupos percussivos que já estão com as portas abertas, trabalhando para o Carnaval de 2018.

Nação

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As nações de baque virado ‘guardam o maracatu’ tão logo o Carnaval se encerra. Elas passam boa parte do ano paradas mas, em meados de outubro, já é hora de voltar a trabalhar. Além das apresentações, durante a folia, as nações também participam do concurso oficial da Prefeitura do Recife. A disputa é acirrada e é preciso estar bem afinado para conquistar o título de campeão e mostrar toda a beleza da nação na avenida. Veja quem já está ensaiando para o próximo ano.

Nação do Maracatu Almirante do Forte

Sábados |  16h

Estrada do Bongi, 1319 – Bongi

 

Nação do Maracatu Porto Rico

Quartas e sábados | 20h

Rua eurico Vitruvio, 483 - Pina

 

Nação do Maracatu Encanto do Pina

Segundas e sextas - 20h

Rua Osvaldo Machado, 504 - Pina

 

Maracatu Nação Estrela Brilhante de Igarassu

Sextas | 19h

Rua Barbosa Lima, 274, Sítio Histórico, Igarassu - PE

 

Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife

Donmingos |  16h

Rua Tuina, 15 - Alto José do Pinho

 

Nação do Maracatu Aurora Africana

Quartas | 19h

Domingos |  15h

Casa da cultura (Praça de Eventos) - Centro de Jaboatão

 

Maracatu Nação Cambinda Estrela

Sábados -19h

Rua Doutor Elias Gomes, 420 - Chão de Estrelas


Grupo percussivo

Os grupos percussivos agregam os apaixonados por maracatu e, inspirados nas nações, tocam o baque virado e, também, outros ritmos brasileiros. Os grupos costumam manter suas atividades durante todo o ano, com pequenas pausas para um descanso após o carnaval. Durante a folia, eles desfilam pelas ruas do Recife e Olinda mas não entram nas competições carnavalescas.

Bloco Alafia

Quarta - 20h

Mercado da Ribeira - Olinda

(Gratuito)

Batuques de Pernambuco

Domingo | 15h (oficina) e 16h (ensaio)

Praça do Carmo (em frente à FOCCA)

Inscrições: (81) 98822-7168

 

Tambores Dumundo

Domingo | 16h (ensaio)

Av. Marquês de Olinda, Bairro do Recife

A partir do mês de novembro, o grupo passa a ensaiar pelas ruas de Olinda, também aos domingos, com saída às 16h, da Prefeitura.

 

Quebra Baque

Domingo | 16h

Rua Tomazina, 199 - Bairro do Recife

Inscrições: (81) 98825-6782

 

Grupo Yalú

Sábados | 13h e 15h

Domingos | 13h e 15h

Rua da Moeda, 121 - Bairro do Recife

Inscrições através do site.

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A 10ª edição da prévia carnavalesca Imprensa Que Entra terá como tema 'Dez anos de solidariedade e folia!‘ e prestará uma homenagem ao Maracatu. A festa contará com a presença de representantes dos Maracatus de Baque Virado e Rural. A abertura será comandada pelo Maracatu Várzea do Capibaribe acompanhado de vários artistas, que exaltarão a manifestação cultural do Estado.

As demais atrações da prévia serão divulgadas em breve. A festa acontece no dia 20 de janeiro, às 21h, no Cabanga Iate Clube. Informações sobre valores e pontos de venda de ingressos serão divulgados ainda esta semana. O evento vai arrecadar alimentos para serem doados ao Comitê Estadual da Ação e direcionados para as famílias mais necessitadas de Pernambuco, principalmente, as atingidas pelas chuvas e seca.

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Membros da Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife se manifestaram nas redes sociais, nesta quarta-feira (27), contra o uso de uma de suas músicas na propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro. Publicado na última terça, no YouTube, o vídeo traz o trecho da faixa Evolução do Baque, do primeiro CD da nação, sem autorização prévia, de acordo com a página oficial do grupo.

Segundo postagem no Facebook do Estrela Brilhante do Recife, o político não solicitou autorização do grupo para o uso da música: "Ajude-nos a tirar o trecho da nossa faixa Evolução do Baque, do primeiro CD do Estrela do programa eleitoral desse homem que não tem o nosso apoio, não pediu nossa autorização, não cumpre com a lei dos direitos autorais (...)".

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Ainda na postagem, o Estrela diz não compactuar com a visão política de Bolsonaro: "Você não nos representa, não representa nossa comunidade muito menos nossa cultura. Seu patriotismo é falso, uma vez que nem valorizar a cultura a qual você se apropriou ilegalmente você valoriza. Por nós você não passará, nós não nos calaremos!!! Essa é nossa resistência".   

Nos comentários, os seguidores do Estrela do Recife comentaram o caso. Lucas Seibel Silva postou: "Bolsonaro e sua trupe abominam a cultura e as religiões afro-brasileiras, é muito cinismo se apropriar de uma sonoridade com a qual ele não possui qualquer vínculo ou simpatia", e, em um dos compartilhamentos da postagem, Sabrina Carvalho comentou: "Não estamos de acordo com sua ideologia, Bolsonaro. Nossa cultura impera dignamente e não tem nenhuma conexão com seu fascismo".  

 

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