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O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu nesta terça-feira (18) na Islândia que se "evite uma militarização" do Ártico - em uma clara advertência à Rússia, cujas autoridades defenderam, ontem (17), suas atividades militares nesta região estratégica.

"Estamos preocupados, no aumento, com algumas atividades militares no Ártico, que aumentam os riscos de acidentes e minam o objetivo comum de um futuro pacífico e duradouro para a região", disse Blinken à imprensa, às vésperas de uma reunião do Conselho do Ártico.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, estará presente no evento.

Blinken pediu que se "evite declarações" como as de Lavrov na segunda-feira, e destacou sua "esperança" de que a cúpula do Ártico nestas quarta e quinta-feiras (19 e 20) "fortaleça a cooperação pacífica na região".

"Nossa esperança é que esse tipo de cooperação continue e que o Ártico continue sendo uma região de cooperação pacífica", afirmou Blinken.

"Devemos avançar, todos nós, incluindo a Rússia, com base nas normas e nos compromissos que cada um de nós assumiu, e evitar declarações que os enfraquecem", acrescentou ele, respondendo a uma pergunta sobre as declarações de Lavrov sobre o Ártico.

Ontem, o chanceler russo havia declarado que o Ártico é uma zona de influência da Rússia e advertiu o Ocidente contra suas ambições na região.

"Está claro para todos, há muito tempo, que esta é nossa terra, nosso território. Respondemos pela segurança do nosso litoral, e tudo o que fazemos ali é perfeitamente legal e legítimo", disse Lavrov, em entrevista coletiva, na qual denunciou, sobretudo, os desvios ofensivos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da Noruega no Ártico.

"Quando a Otan tenta justificar sua ofensiva no Ártico, não é a mesma situação, e temos perguntas para os nossos vizinhos, como a Noruega, que tentam justificar a chegada da Aliança ao Ártico", afirmou, insistindo em que o Grande Norte são "nossas terras e nossas águas".

Na mesma entrevista, Lavrov defendeu ainda a reativação das reuniões periódicas entre os chefes de Estado-Maior dos países-membros do Conselho para "reduzir os riscos no plano militar".

Antony Blinken criticou a Rússia, por sua vez, por suas "reivindicações marítimas ilegítimas, em particular em relação às regras para a navegação de navios estrangeiros na rota norte", frente à costa ártica russa.

Estas regras "não são compatíveis com o direito internacional, e isso é algo a que respondemos e continuaremos a fazê-lo", completou o secretário de Estado dos EUA.

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