Tópicos | Nego Henrique

O músico recifense Nego Henrique, que integra o grupo Cordel do Fogo Encantado, promove, a partir desta segunda-feira (21), a Oficina de Percussão BATUQUEJÊ-Batuque de Sangue. A ação gratuita terá duração de cinco dias, seguindo até a próxima sexta-feira (30), com horário das 19h às 21h30, e os participantes receberão camiseta e certificado ao final do curso. As inscrições já estão disponíveis.

A Oficina de percussão BATUKEJÊ-Batuque de Sangue teve seu início em 2020, numa parceria entre o músico Nego Henrique e a sambista Karynna Spinelli, que assina a produção do projeto. A ação também conta com a participação das produtoras Mulucum e Nosso Ilê, além do apoio do Edital RECIFE VIRADO, iniciativa da Prefeitura da cidade do Recife.

##RECOMENDA##

De acordo com Nego Henrique, o principal objetivo do projeto é movimentar a cadeia produtiva da música, através da troca de saberes ancestrais, gerando emprego e renda para a equipe envolvida na produção. "Essa ação é muito importante para o Morro e para a cidade do Recife", explica Nego.

"Eu fico muito emocionado por poder apresentar essa cultura através do canto, da criação e execução de ritmos, de como eles podem ser usados no mercado fonográfico, em cima de um palco e em várias outras situações. A oficina será também um momento de 'trocadas', onde o professor assume o papel de aluno e o aluno o papel do professor", completa. As aulas ocorrem no GRES - Galeria do Ritmo, que fica localizado na Rua Belarmino Henrique, 147, no Morro da Conceição, Zona Norte do Recife.

Nego Henrique iniciou sua experiência ministrando aulas de percussão no Centro Maria da Conceição e participou de diversos grupos musicais como Raízes do Quilombo/Alafin Oyó. No ano de 2000, foi lançado no cenário da música nacional ingressando no grupo Cordel do Fogo Encantado. Durante as turnês internacionais que fez com o grupo, chegou a ministrar oficinas de percussão na Alemanha, durante um período de seis meses.

*Da assessoria de imprensa

Em 1999, um grupo vindo do Sertão de Pernambuco, mais precisamente da cidade de Arcoverde, arrebatou plateias de todos os cantos do país com shows que eram verdadeiras experiências de som, poesia e imagem. O Cordel do Fogo Encantado apareceu trazendo uma música de percussão expressiva e apresentações de tamanha força que provocavam até chuva na cidade (ou, pelo menos, era o que os fãs da banda acreditavam).

Em 11 anos de carreira, o Cordel gravou três discos - Cordel do Fogo Encantado (2001); O Palhaço do Circo sem Futuro (2003); e Transfiguração (2006) -, um DVD - MTV Apresenta (2005) -; e arregimentou uma legião de fãs em todo o Brasil. Mas, quando a primeira década dos anos 2000 estava em curso, Lirinha, vocalista da banda, decidiu "trilhar novos caminhos", algo que talvez já estivesse anunciado - coincidentemente, ou não -, nos versos da música que fechava o então último disco do Cordel, Transfiguração: "E o tempo faz estrada para se chegar ao fim, nossa vida é feita assim; vou por aqui, vou por ali, o infinito é tão longe".

##RECOMENDA##

Porém, oito anos depois da dissolução do Cordel do Fogo Encantado, Lirinha, Clayton Barros, Rafa Almeida, Nego Henrique e Emerson Calado resolveram juntar-se novamente, desta vez para fazer uma Viagem ao Coração do Sol (nome que batiza o atual trabalho da banda). Como diz a primeira música do álbum, "o mundo agora é esse", e neste novo mundo, temos um Cordel mais melódico; atento às novas necessidades de seu público - eles disponibilizaram todos os discos nos serviços de streaming e lançaram um vídeo em 360º de sua música de trabalho -; e com pegada mais pop, produzidos por Fernando Catatau, da Cidadão Instigado. Mas, apesar de renovado, o Cordel não se desfez de suas origens, e continua trazendo à cena temas muito seus, como o sertão, a natureza e as tradições indígenas. O LeiaJá escolheu 12 músicas significativas da carreira do Cordel do Fogo Encantado para, através delas, contar um pouco dessa trajetória.

1 - Chover (Ou invocação para um dia líquido)

Como bons filhos do Sertão, os músicos do Cordel sabem bem o que é esperar pela chuva. Chover promovia verdadeiras catarses na plateia dos shows da banda e, por acaso, ou não, sempre acabava chovendo de verdade. Os fãs acreditavam tratar-se de um fenômeno metafísico promovido pela música do grupo.

2 - Os oim do meu amor

Com a linguagem simples de quem vem do interior, essa música é uma verdadeira declaração de amor. O 'poeta' canta saudoso pelo olhar da amada.

 

3 - Pedrinha

Os tambores cantam muito alto e forte nesta música que Lirinha costumava apresentar como "sagrada; uma celebração dos poderes pequenos e dos poderes grandiosos". Costumava causar um efeito de fato poderoso na plateia.

 

4 - Ai se sesse

Aqui não temos uma música, mas uma poesia, do poeta Zé da Luz. Os versos acabavam ganhando melodia mesmo quando o coro das vozes dos fãs decidiam acompanhar a declamação de Lirinha, nos shows.

 

5 - A Matadeira (Ou no balanço da justiça)

Mais uma música extremamente forte, em que o violão de Clayton Barros canta imponente e os tambores simulam trovões. Em alguns shows, o Cordel dividiu esta canção com convidados, a exemplo de Canibal, vocalista da banda pernambucana de hardcore, devotos.

 

6 - Na Veia

Também com forte presença do violão de Barros, essa era outra canção que arrebatava plateias. A música fala de saudade, temática que permeia quase todo o segundo disco da banda, O Palhaço do Circo sem Futuro.

 

7 - O Palhaço do Circo sem Futuro

A música que deu nome ao segundo álbum do grupo era muito esperada nos shows. Precedida por uma poesia que contava a história de um filho que tinha vergonha do pai, que era palhaço do Circo sem Futuro. A declamação vinha acompanhada de uma performance, em que Lirinha pintava o rosto de maneira 'desarrumada'.

 

8 - Tempestade (ou a dança dos trovões)

Mais uma que cantava as agruras de esperar pela chuva no sertão. Quando os versos cantavam para a "dona do trovão", o público costumava acompanhar a plenos pulmões: "é de relampiê, é de relampiá".

 

9 - Louco de Deus

Mais uma que trazia uma performance. Lirinha costumava cantar esta segurando fogo, aceso em um pequeno candeeiro.

 

10 - Dos três mal-amados palavras de Joaquim

Outra poesia que virava música ao ser acompanhada pelo coro da plateia. Escrita por João Cabral de Melo Neto, a poesia razia ao palco o Lirinha declamador e garantia um momento de bastante beleza nos shows.

 

11 - Preta

Esta canção chegou, em 2006, acompanhada de um clipe de visual fluído e de cores que se transformavam em pingos de chuva. Dirigido por Bruno Mazzili, o clipe agradou em cheio aos fãs do Cordel.

 

12 - Morte e Vida Stanley

Com forte apelo, a música contava a história de Stanley, mais um filho da Pedra do Gavião, no Sertão do Pajeú; "mais um homem pra trabalhar na cidade sem sol", revisitando a vida de tantos nordestinos que deixaram sua terra para ganhar a existência no Sul/Sudeste.


 

13 - Liberdade A Filha do Vento

Com sonoridade bem mais harmônica e melódica, a música de trabalho da volta do Cordel canta a busca do grupo pela liberdade. E, apesar de alguns fãs antigos terem reclamado da suavização da percussão neste momento, outros elementos presentes parecem ser suficientes para garantir a boa qualidade do trabalho da banda, como a poesia e a qualidade de seus músicos.

[@#relacionadas#@]

A banda Cordel do Fogo Encantado lançou, na última sexta-feira (6), o disco 'Viagem ao Coração do Sol', que está disponível nas plataformas de streaming. O álbum marca a reunião do grupo, formado por Lirinha, Clayton Barros, Emerson Calado, Nego Henrique e Rafael Almeida, após um hiato de oito anos. Composto por 13 faixas, o disco versa sobre os três pilares da banda, como ressaltou o violonista Clayton Barros, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, "poesia, teatro e música"; e reflete o momento de celebração do retorno ao projeto.

Em meio a especulações e questionamentos dos fãs, os músicos mantiveram sigilo sobre a volta e o início das gravações em estúdio. Questionado sobre o retorno da banda, Clayton foi categórico: “A decisão de voltar foi tão natural quanto a pausa, que foi um respiro. Não houve mágoa ou coisa do tipo. Nesse tempo, cada um se dedicou a novas experiências e permitiu que cada um percorresse seu caminho”, explicou o músico.

##RECOMENDA##

Em janeiro de 2017, o Cordel iniciou as gravações de 'Viagem ao Coração do Sol', que conta com direção musical de Fernando Catatau, da banda Cidadão Instigado, e as canções são composições feitas antes da pausa, que receberam novas melodias e movimentos rítmicos. “Em janeiro do ano passado, entramos no estúdio e ficamos nos olhando. Há princípio, a sensação era de que não sabíamos mais tocar as músicas como antes, mas tudo foi fluindo, porque a chama do Cordel nunca se apagou”, disse o vocalista.

[@#galeria#@]

Clayton Barros fez questão de ressaltar que, como nos trabalhos anteriores, o novo disco é marcado por experimentalismos e permitiu que o grupo saísse da zona de conforto. Ele garante que 'Viagem ao Coração do Sol' retoma ao ponto exato de oito anos atrás. “A verdade é que nunca me senti um ex-cordel e essa nomenclatura me criava uma mágoa. Mas, esse disco dá continuidade a aquilo que já fazíamos. As pessoas falam do tempo que a gente ficou separado, mas o contato continuou. Tudo que fizemos foi transformado e estamos celebrando agora", afirmou.

A partir do dia 21 de abril, o Cordel do Fogo Encantado sai em turnê pelo Brasil. A primeira cidade a receber o grupo será Salvador. No Recife, o encontro com os fãs acontece no dia 12 de maio, às 21h, no Clube Português. O valor dos ingressos varia entre R$ 40 e R$ 80.

A cantora pernambucana Karynna Spinelli e o integrante do grupo Cordel do Fogo Encantado, Nego Henrique, se casam neste sábado (13), às 10h, no Ilê de Culto Africano Santa Bárbara, no Morro da Conceição. A cerimônia será realizada dentro dos preceitos do Candomblé pela Mãe Mira de Oyá e Pai Everaldo de Xangô. O casal protagoniza o primeiro casamento no terreiro de Candomblé com efeito civil em Pernambuco.

Os músicos conseguiram junto ao Cartório de Casa Amarela a autorização formal para celebrarem a cerimônia religiosa com efeito civil dentro do Ilê. Em 2011, na cidade de Salvador, o primeiro casamento com estas características foi realizado. Em Pernambuco, a autorização do Cartório de Casa Amarela é um avanço importante na luta das religiões de Matriz Africana, que buscam uma maior igualdade de direitos e aceitação.

##RECOMENDA##

Karynna Spinelli e Nego Henrique se consideram filhos do Candomblé e em suas músicas buscam ressaltar o a importância do terreiro e a importância de sua religiosidade. Após a cerimônia de casamento, os noivos recebem familiares e amigos no Altar Cozinha Ancestral, em Santo Amaro, com culinária assinada pela chef e Iyabassé Carmem Virginia.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando