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O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na quarta-feira, 27, que o Brasil pode ter uma megaepidemia causada pela nova variante do coronavírus, identificada em Manaus, em aproximadamente 60 dias. Mandetta também fez um alerta sobre a falta de cuidados ao transferir pacientes para outros Estados.

"Hoje nós temos quatro grandes crises sanitárias. E entrando a quinta crise que é essa história, dessa Cepa, dessa variante de Manaus, que o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil e o Brasil está, não só aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança", disse o ex-ministro durante entrevista ao programa Manhattan Connection, da TV Cultura.

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O avanço da cepa é apontado como uma das razões para a explosão de casos e o consequente colapso no sistema de saúde no Amazonas.

Segundo estudos feitos por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e Fiocruz Amazonas, a cepa teria surgido em Manaus em dezembro e vem se disseminando com rapidez.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante encontrada no Brasil já é vista em oito países.

Divergências com Bolsonaro

O ex-ministro, que deixou o governo em abril do ano passado, também voltou a comentar sobre as divergências com o presidente Jair Bolsonaro. "Nós tínhamos uma doença nova e um sistema com problemas antigos. Eu tinha que proteger esse sistema e reorganizar dentro de um ambiente de governo extremamente hostil a qualquer iniciativa de reorganização", disse Mandetta, relembrando que optou por ter uma comunicação direta com a população. "Como não tinha campanha do governo e o presidente fazia o contrário, eu passei a me comunicar com a sociedade para que ela construísse uma linha de defesa."

Vacinas

Questionado sobre as atuais vacinas contra a covid-19, Mandetta afirmou que o imunizante desenvolvido pelos laboratórios Pfizer e BioNTech é o que chama mais atenção, mas comenta sobre as necessidades do Brasil. "Para um País que não tem como chegar uma vacina a -70 graus em todos os rincões, a vacina tanto da Coronavac, quando da AstraZeneca, são aquelas que melhor se aplicam aqui", disse. "E eu vou tomar aquela que estiver disponível para mim", complementou.

Epidemiologista e conselheiro da Casa Branca, Anthony Fauci afirmou nesta quarta-feira (27) que até o momento as vacinas contra a Covid-19 mostram-se eficientes ao lidar com novas cepas da Covid-19. Segundo ele, no caso de algumas variantes há sinais de eficácia menor, mas os imunizantes continuam dentro da faixa de eficácia adequada. A declaração foi dada durante entrevista coletiva virtual da Casa Branca sobre a pandemia.

Fauci também comentou que as autoridades de saúde americanas podem trabalhar pela elaboração de doses extras de vacina, para lidar com as novas cepas, caso isso se mostre necessário. "Nós temos de estar preocupados com o futuro", recomendou sobre o trabalho preventivo nessa frente.

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Também presente no evento, a nova diretora do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Rochelle Walensky, notou que a trajetória da covid-19 desacelera nos EUA, "mas em números incrivelmente altos".

Na última semana, a média de mortes superou 3 mil por dia, lembrou. Walensky também falou sobre a vacina, ao mencionar que as reações anafiláticas ao imunizante são eventos raros até agora e, além disso, tratáveis.

Ela recomendou ainda que essa não era a hora adequada para viagens, mas, caso seja preciso, para que sejam seguidas todas as diretrizes contra o vírus, como o uso de máscaras e o distanciamento social.

A equipe da Casa Branca ainda comentou o trabalho do governo Joe Biden para acelerar a vacinação nos EUA. Segundo o governo americano, Biden deseja imunizar ao menos 1 milhão de americanos ao dia, mas pretende que esse número seja um piso, não um teto para essa operação.

Mesmo diante de uma crise que culminou com desabastecimento de oxigênio em hospitais de Manaus, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse em entrevista ao Estadão que não há possibilidade de decretar um lockdown no Estado. "Não tem isso vislumbrado no nosso horizonte. Não há condições de fazer um fechamento total", afirmou.

O Estado segue tentando se recuperar plenamente do desabastecimento de oxigênio, situação que surpreendeu o governo, segundo Lima. "A gente acabou sendo surpreendido porque há uma dificuldade de trazer oxigênio para o Amazonas", explicou, pontuando que os casos de Covid-19 subiram vertiginosamente no início de janeiro.

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Uma das razões cogitadas para explicar a alta nos casos é a nova variante do vírus, que foi detectada em pacientes do Estado. Com a decisão de transferir pessoas para receber tratamentos em outras partes do País, criou-se o receio de que a nova variante também chegue a essas localidades. Sobre isso, o governador disse que não há muito a ser feito. "Evitar que a cepa saia daqui é muito difícil, muito complicado. Só se a gente fechasse tudo e impedisse que as pessoas entrassem ou saíssem do Estado."

Confira a seguir a entrevista completa com o governador Wilson Lima.

Como o senhor descreveria a situação do Amazonas e de Manaus neste momento?

Hoje, a nossa situação é bem delicada. Os números aumentaram significativamente e já são muito superiores aos do mês de maio. Nós fizemos um plano de contingência levando em consideração o que havia acontecido nesse período. Hoje há o dobro de internações em unidades hospitalares e a gente tem esse problema do abastecimento do oxigênio. A elevação da curva de forma vertical acabou superlotando a nossa rede hospitalar.

No mês de maio nós tínhamos um consumo de 15 mil m³ de oxigênio e, em 30 dias, dobrou para 30 mil, mas nós conseguimos suportar o abastecimento.Desta vez, em menos de 15 dias saiu de 15 mil m³ para 75 mil m³, foi um aumento exponencial. A informação que a gente tem é de uma nova cepa, uma nova variante do vírus que está em circulação no Estado, que tem um poder de infecção muito maior, muito superior àquele primeiro vírus que foi identificado aqui.

Além da nova cepa, o que se pode dizer que levou a esse quadro? O senhor faz alguma mea culpa? O governo errou ao recuar de medidas restritivas no final do ano passado?

Todas as medidas que nós tomamos foram baseadas em avaliações técnicas, levando em consideração a dinâmica social. No ano passado, quando houve medidas mais restritivas, o nosso objetivo era evitar aglomerações. E isso teve um efeito contrário, porque as pessoas foram às ruas: comerciantes, trabalhadores, todo mundo ali defendendo seu emprego, sua atividade econômica, e com razão.

A gente teve de entrar em um consenso para tirar o máximo possível as pessoas das ruas. Então, o efeito era mais danoso naquele momento porque as aglomerações estavam se formando. E, aí, a gente reviu a decisão para encontrar um equilíbrio entre a proteção da vida e também o mínimo de atividade econômica em funcionamento.

Governador, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal ‘fez sua parte’ com ‘recursos imensos’. Houve mesmo coordenação de trabalhos com a União?

Há um mês, pelo menos, temos uma equipe do Ministério da Saúde aqui, juntamente com a Opas, além de técnicos do Sírio-Libanês. E nos ajudou com o envio de equipamentos, como monitores, respiradores, bombas de infusão, nos emprestando aqui experiências, nos ajudando a montar protocolos, práticas médicas, o manejo com o paciente. O governo federal tem sido decisivo, neste momento agora, para conseguir oxigênio com os transportes que têm sido feitos pelos aviões da Força Aérea Brasileira e também com a aquisição de mini usinas (para a produção de oxigênio) que devem ser instaladas em unidades hospitalares para ajudar a diminuir a pressão sobre a rede.

O senhor anunciou um pacote de medidas restritivas, como toque de recolher. A questão do lockdown, governador, permanece no horizonte ou é estratégia descartada?

Em nenhum momento, o Estado do Amazonas cogitou a possibilidade de fazer lockdown. Não tem isso vislumbrado no nosso horizonte. Não há condições de fazer um fechamento total, principalmente por conta da nossa dinâmica social. Seria ineficiente. Também pela limitação que nós temos das nossas forças armadas de fazer toda a fiscalização e todo o acompanhamento do fechamento. Essa possibilidade não passa pela nossa cabeça.

O que o Estado está fazendo para evitar que as transferências de pacientes espalhem a nova variante do coronavírus? Quais medidas estão sendo adotadas para que não se nacionalize o problema da nova cepa?

Evitar que a cepa saia daqui é muito difícil, muito complicado. Só se a gente fechasse tudo e impedisse que as pessoas entrassem ou saíssem do Estado. E muito provavelmente esta cepa já deve estar circulando em todo o País. A gente não tem informações se ela surgiu aqui ou se foi trazida de algum lugar, se veio da África, da China ou dos Estados Unidos. Com relação à transferência dos pacientes, está seguindo todos os critérios de isolamento e protocolos médicos para que não haja contaminação. Estamos tendo todo o cuidado, juntamente com o Ministério da Saúde, para que efetivamente essas viagens e internações sejam seguras.

Hoje, houve a informação de que bebês prematuros, que dependem de oxigênio hospitalar, já estavam sendo transferidos para outros Estados. Há algum protocolo de preferência de paciente que vai ser transferido?

No primeiro momento, estávamos transferindo pacientes moderados, que estavam conscientes. Agora, estamos trabalhando a possibilidade de transferência de recém-nascidos para que eles não corram o risco de, em algum momento, ficar sem oxigênio. Essas são tratativas já feitas com o Ministério da Saúde, que inclusive já garantiu leitos para esses recém-nascidos.

Como que o senhor viu a manifestação do Eduardo Pazuello que, ao visitar Manaus, sugeriu o "tratamento precoce" para covid-19?

Em relação à questão do tratamento precoce e medicação que será administrada no paciente nos primeiros dias de sintomas, isso depende da avaliação do médico. Ele que vai decidir como fazer esse tratamento precoce, levando em consideração o quadro clínico do paciente e em que dia ele está da doença. O paciente também decide se vai tomar aquela medicação ou não. Eu, enquanto governador, tenho que garantir que esses medicamentos estejam à disposição. Se é medicamento A, B ou C, ainda há muitas divergências. O que a gente tem que fazer é ter esses medicamentos à disposição para que o médico decida, juntamente com o paciente.

Em especial para cloroquina, ivermectina e outros medicamentos que já foram citados pelo presidente Bolsonaro, existe protocolo ou orientação do governo do Estado para uso e tratamento dos pacientes através desses medicamentos?

Há uma orientação do Ministério da Saúde neste sentido, nós vamos seguir a orientação do Ministério da Saúde, mas essa decisão de administrar essa medicação é do médico, do profissional que avalia o paciente. E eu tenho aqui hoje à disposição esses medicamentos. Hoje a nossa central está abastecida de todos aqueles outros insumos que são necessários para o tratamento da covid-19.

As equipes de saúde do Estado desenvolveram algum estudo para verificar se existe eficácia ou não para os pacientes tratados com esses medicamentos no Amazonas?

Esses estudos, naturalmente em sua maioria, são feitos pela Fiocruz. A gente tem se preocupado muito mais na questão da assistência, que é o que temos nos focado. E na prática médica de manejo do paciente para o atendimento inicial e na evolução dele quando está internado.

A Secretaria de Saúde do Amazonas tem desde 2016 um contrato com a White Martins para o fornecimento de oxigênio. No último aditivo, em novembro, a própria secretaria admite que o volume contratado não seria suficiente. Por que faltou oxigênio? Quais outras estratégias vocês usaram para evitar essa situação?

Nós tivemos a informação que teríamos problemas com o abastecimento de oxigênio na última quinta-feira, 7, quando começamos a nos mobilizar para que balsas e carretas viessem para o Amazonas trazendo esse quantitativo para que pudesse complementar a produção que é feita aqui no Estado.

Esse pico agora, essa onda que estamos enfrentando, é muito superior àquela que enfrentamos em maio. O que acontece: a usina que funciona aqui produz e entrega o oxigênio, ela não tem esse oxigênio armazenado. Ela não produz uma quantidade significativa porque há uma perda de oxigênio. Quanto mais tempo o oxigênio fica armazenado, mais perda tem, então acaba sendo um prejuízo para a empresa.

Eu imagino que a empresa não produz em grandes quantidades porque não havia consumo e não havia essa demanda. Inclusive, a empresa em algum momento chegou a cogitar a desativação de algumas estruturas porque não tinha demanda para isso. E, de repente, essa demanda subiu significativamente. Aí, a gente acabou sendo surpreendido porque há uma dificuldade de trazer oxigênio para o Amazonas. A maneira mais rápida de chegar aqui é através de grandes aeronaves e aeronaves despressurizadas. Há todo um procedimento para que efetivamente isso aconteça. Um avião Hércules, da FAB, traz algo em torno de 5,2 mil m³, o que é muito pouco diante da necessidade. Para se ter uma ideia da dificuldade, para se trazer de balsa, uma quantidade maior, 30 mil litros por exemplo, são cinco ou seis dias. Então, a partir de amanhã, começam a chegar as balsas que partiram de lugares onde tinham uma quantidade maior de oxigênio.

O último aditivo chegou ao limite de 25% e só contratou um volume de oxigênio que daria para abastecer por 10 dias, mesmo se a gente usar a referência de consumo de maio (30 mil m³/dia). Por que vocês não abriram uma nova licitação ou procuraram uma nova fonte?

Essas questões mais técnicas sobre aditivos, contratos e licitação, são questões que eu não trato. É pela nossa secretaria e eu os coloco, os técnicos da área da saúde, para lhe passarem mais informações sobre essas questões contratuais.

O Estado do Amazonas tem procurado ajuda de outros Estados. Como tem sido a resposta? Qual a perspectiva para normalizar a situação?

Eu já conversei hoje com pelo menos 15 governadores e todos eles muito solidários, oferecendo inclusive leitos clínicos, leitos de UTI, além da disponibilização de oxigênio. Há a mobilização de artistas, personalidades públicas, influenciadores digitais. Amanhã a gente recebe uma carga maior de oxigênio e a gente já começa a fazer essa normalidade de abastecimento.

O senhor sabe quantos pacientes já foram ou irão ser transferidos?

Já foram transferidos 40 pacientes (nesta sexta-feira, 15), 20 pela manhã e outros 20 pela tarde, para Teresina e São Luís. A gente tem uma oferta de até 750 leitos disponíveis para fazer essas transferências e vamos fazê-las à medida em que a gente sentir a necessidade.

Eu queria agradecer ao apoio da imprensa que é sempre importante neste momento. Nós estamos em uma guerra e só venceremos se houver a união de todos. Estamos diante de uma crise sanitária sem precedentes na história. De ontem para hoje nós vivemos os dias mais tristes do Amazonas. Nunca imaginei que fosse viver um momento como esse, ainda mais na condição de governador. É um momento bem difícil, bem complicado para o Estado do Amazonas. Nossas equipes estão muito exaustas, os profissionais da saúde estão exaustos, trabalhando muito para que a gente possa superar esse momento e estamos trabalhando praticamente 24 horas para que o mais rápido possível nós tenhamos de volta a nossa normalidade.

*Foto Diego Peres/Secom

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o governo britânico está "preocupado" com uma nova variante do coronavírus encontrada no Brasil. O premiê participou de uma audiência na Câmara dos Comuns sobre a pandemia de covid-19.

De acordo com informações do portal UOL, cientistas da Fundação Oswaldo Cruz Amazônia (Fiocruz Amazônia) identificaram uma nova variante do coronavírus no Amazonas.

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A mutação do vírus é compatível com as amostras coletadas em turistas brasileiros infectados com a variante que desembarcaram no Japão no começo do mês.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, afirmaram nesta quarta-feira (13) que descobriram duas novas variantes do coronavírus no país entre dezembro e janeiro. Segundo os cientistas, as mutações são semelhantes àquela identificada no Reino Unido e têm potencial de tornar o sars-cov-2 mais contagioso, embora as evidências indiquem que não tenha efeito sobre a eficácia das vacinas.

Os estudos ainda estão sob revisão de pares e não foram publicados em revista médica.

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O cientista-chefe do Centro Médico Wexner do Estado de Ohio, Peter Mohler, ressalta que é importante não "exagerar" na reação às descobertas. "Ainda precisamos entender o impacto dessas mutações no vírus, a prevalência delas sobre a população e se elas têm impacto mais significativas na saúde humana", explica.

Pernambuco recebeu no início da tarde desta quarta-feira (6), uma nota técnica do Ministério da Saúde orientando sobre a investigação de possíveis casos suspeitos da nova variante da Covid-19. O secretário estadual de Saúde, André Longo, afirma que serão considerados casos suspeitos pacientes que tiverem o RT-PCR positivo para a Covid-19 e tenham passado pelo Reino Unido - onde essa nova variante vem se propagando.

Longo explica que as amostras desses pacientes deverão ser encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, para a realização do sequenciamento genético, para determinação do tipo viral e para tentar caracterizar se essa variante está presente nos estados brasileiros. 

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"A gente sabe que foi identificada a variante no estado de São Paulo. É verdade que a maior parte das pessoas oriundas do Reino Unido dão entrada pelo eixo Rio-São Paulo, nós não temos aqui um voo direto, mas eventualmente precisamos ficar atentos”, sinaliza o secretário.

Longo aponta que a Secretaria de Saúde vai passar uma nota técnica para todos os centros de testagem de todos os municípios que também realizam o RT-PCR, além das unidades de saúde, para que passe a ser uma rotina perguntar se a pessoa passou recentemente pelo Reino Unido - o paciente tendo os sintomas ou não. Essa variante não interfere no resultado das amostras dos pacientes infectados. 

Reinfecção

André Longo confirma que até o momento, Pernambuco recebeu 55 notificações de casos de possíveis reinfecções, 21 casos já foram descartados, 24 estão em investigação pelo Lacen e 10 casos seguiram para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, que é o responsável pelo estudo dos casos.

As autoridades russas ordenaram que passageiros vindos do Reino Unido permaneçam em quarentena por duas semanas a partir da chegada. A medida entra em vigor neste sábado (26). No início desta semana, a Rússia suspendeu voos diretos do Reino Unido depois que uma nova cepa do coronavírus 70% mais transmissível se espalhou por Londres e partes da Inglaterra.

O pedido da agência de segurança sanitária Rospotrebnadzor publicado nesta sexta-feira (25) no portal de informações oficiais obriga a todos os que viajam do Reino Unido a permanecer em isolamento por 14 dias após sua chegada à Rússia.

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Dezenas de países proibiram voos do Reino Unido ou anunciaram restrições de viagem. Os Estados Unidos exigirão que os passageiros das companhias aéreas da Grã-Bretanha façam um teste Covid-19 negativo antes de seu voo a partir de segunda-feira. Fonte: Associated Press.

O governo da França anunciou na noite de terça-feira (22) que vai reabrir suas fronteiras para caminhões do Reino Unido, após mantê-las fechadas por 48 horas numa tentativa de conter a disseminação de uma cepa mais infecciosa do coronavírus que está se espalhando rapidamente pela Inglaterra.

O fechamento levou à formação de filas de milhares de caminhões, alguns dos quais carregavam produtos frescos que já começavam a estragar, em estradas que levam para os portos do Canal da Mancha.

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Já segundo o Departamento de Transportes britânico, todos os serviços ferroviários, aéreos e marítimos entre os dois países seriam retomados a partir desta quarta-feira, 23, com a França exigindo que pessoas provenientes do Reino Unido apresentem teste negativo de coronavírus feito até 72 horas antes. Fonte: Dow Jones Newswires.

Viajantes brasileiros que chegaram do Reino Unido deverão ficar isolados por dez dias. Esta é uma das novas recomendações do Ministério da Saúde divulgadas na terça-feira, 21, como prevenção à descoberta de uma variante do coronavírus naquele país.

O anúncio da nova cepa causou preocupação e fez mais de 40 países proibirem o ingresso de viajantes do Reino Unido, suspendendo voos e cortando rotas comerciais. As orientações emergenciais brasileiras incluem medidas de monitoramento e rastreamento de passageiros e tripulantes que partiram do Reino Unido ou estiveram lá recentemente. O acompanhamento será feito por fiscais sanitários de portos e aeroportos que vão atuar em conjunto com a Rede Nacional de Vigilância, Alerta e Resposta às Emergências em Saúde (Rede CIEVS).

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O Ministério da Saúde recomenda o isolamento de dez dias para aqueles que apresentem síndrome gripal com sintomas de covid-19. Para casos de síndrome respiratória aguda grave, a recomendação é isolamento de 20 dias ou após 10 dias com resultado do teste negativo para covid-19.

As novas determinações do Ministério da Saúde se somam à fiscalização que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem fazendo das aeronaves que chegam ao Brasil vindas do Reino Unido. Nesta segunda-feira, 21, agentes da Anvisa realizaram ação de fiscalização e acompanhamento em voo que pousou no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Os viajantes receberam orientações ainda dentro da aeronave e tiveram acesso restrito ao Duty Free. O avião passou por limpeza e desinfecção.

A Anvisa informou que nenhum passageiro ou tripulante declarou ter sintomas da covid-19 durante o voo. Segundo a Gru Airport, entre os dias 21 e 26 de dezembro estão agendados nove voos, entre idas e vindas do Reino Unido, pelas companhias aéreas Latam Internacional e British Airways.

No dia 30, entrará em vigor a restrição de entrada de estrangeiros por rodovias, portos e aeroportos, de acordo com a Portaria 630/2020. Antes do embarque, os viajantes precisarão apresentar à companhia aérea um documento que comprove o resultado negativo do teste laboratorial RT-PCR para covid.

Embora se espalhe mais rapidamente, a variante "não está fora de controle", de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão pediu cautela ao que chamou de um "grande alarme em torno da nova cepa". Até o momento, não há evidências suficientes para determinar se a variante tem algum impacto na gravidade da doença, resposta de anticorpos, transmissão, desempenho de testes de diagnóstico ou eficácia da vacina.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que realizou na noite desta segunda-feira (21) uma ação de fiscalização e acompanhamento no voo que chegou no Aeroporto Internacional do Rio proveniente do Reino Unido. A ação, segundo a Anvisa, será adotada nos próximos voos que tiverem a mesma origem.

A medida ocorre após a detecção de uma mutação do novo coronavírus no Reino Unido. Segundo o Estadão/Broadcast noticiou nesta segunda, o Brasil, por enquanto, não deve seguir outros países da Europa e outros continentes na imposição de restrições a voos do Reino Unido.

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Na ação desta segunda, a Anvisa e outros órgãos de governo adotaram medidas de controle sanitário, antes da chegada da aeronave no País. Segundo nota divulgada pela agência, o avião chegou no aeroporto do Galeão por volta das 19h40 e fiscais sanitários de plantão orientaram passageiros e tripulantes sobre o monitoramento dos viajantes em solo nacional por autoridades brasileiras de saúde; foi lida mensagem sonora no voo; feita fiscalização no interior da aeronave, antes do desembarque; foram solicitadas informações sobre os passageiros e tripulantes à empresa aérea, que foram enviadas às autoridades competentes.

Segundo a Anvisa, a Rede CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), ligada ao Ministério da Saúde, vai realizar os procedimentos de contato com os passageiros e tripulantes para monitoramento das condições de saúde e direcionamento aos serviços de atenção à saúde, bem como a adoção das medidas de prevenção e controle da covid-19.

Durante a atuação de ontem no Galeão, foi feito ainda monitoramento dos procedimentos de limpeza e desinfecção da aeronave, acompanhamento do trânsito dos passageiros até a área de imigração, com orientação sobre o distanciamento social e evitando aglomeração. De acordo com a Anvisa, nenhum passageiro ou tripulante do voo declarou ter sintomas da Covid-19 durante o voo.

Além dessas medidas, outras estão sendo adotadas como restrições de acesso ao Duty Free. "Estas ações serão adotadas nos próximos voos provenientes do Reino Unido nos aeroportos de Guarulhos e Galeão", diz a nota da Anvisa.

A Anvisa lembra que a Portaria 630, publicada no último dia 17, já determinava que, a partir do dia 30 de dezembro, a entrada de viajantes por via aérea no País só será permitida com a apresentação de teste laboratorial para detecção da Covid-19, com resultado negativo.

O Canadá pode se juntar à lista de países que suspenderam ou restringiram voos vindos do Reino Unido neste domingo, em razão de uma nova variante do coronavírus que está se espalhando rapidamente pela região. A informação é de um funcionário do governo canadense que afirmou não estar autorizado para falar publicamente antes de um anúncio oficial do país. Até o momento, já são dez nações impondo embargos ao fluxo com o Reino Unido: Alemanha, França, Itália, Áustria, Israel, Bulgária, Holanda, Irlanda, Bélgica e Arábia Saudita.

A França prevê um bloqueio das viagens por um período de 48 horas a partir da 0h dessa segunda-feira, de acordo com as autoridades do país, enquanto a Bélgica proibiu os voos por 24 horas também a partir da 0h - e também interrompeu as conexões de trem para a Grã-Bretanha, incluindo o Eurostar. A Holanda proibiu voos do Reino Unido por pelo menos até o fim do ano, enquanto Áustria e a Itália não informaram exatamente quando a suspensão ocorrerá.

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Já a Alemanha decidiu restringir a partir da 0h de hoje os voos vindos do país, mas não informou até quando o bloqueio estará em vigor. No caso de Israel, as restrições se estendem à Dinamarca e África do Sul, onde a mutação da doença também foi identificada. Além disso, Arábia Saudita decidiu suspender todos os voos internacionais pelo período de uma semana e disse que esse prazo pode aumentar "até que informações médicas sobre a natureza do vírus se tornem mais claras."

A República Tcheca, por exemplo, não chegou a suspender as viagens, mas informou estar adotando medidas de quarentena mais firmes para as pessoas que chegarem ao país vindas do Reino Unido.

O governo britânico disse que o primeiro-ministro, Boris Johnson, deve presidir nesta segunda-feira uma reunião do comitê de crise do governo, após o anúncio das medidas restritivas desses países. As restrições vêm em um momento de grande incerteza econômica para o país, a apenas duas semanas da saída da União Europeia e com as negociações sobre novas relações comerciais pós-Brexit.

Johnson disse no sábado que a nova variante do vírus, que é 70% mais transmissível do que as substâncias existentes, parecia estar causando a rápida disseminação de novas infecções em Londres e no sul da Inglaterra nas últimas semanas, mas enfatizou que "não há evidências de que seja mais letal, cause reações mais graves ou que as vacinas sejam menos eficazes." Fonte: Associated Press.

Uma nova variante do coronavírus detectada na África do Sul poderia explicar a velocidade da segunda onda de transmissão no país, atingindo também pacientes mais jovens, anunciou o ministro da Saúde, Zwelini Mkhize, nesta sexta-feira (18).

Esta "variante 501.V2" do vírus foi identificada por pesquisadores sul-africanos e relatada à Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou o ministro Mkhize em um comunicado.

Esta equipe sequenciou centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia em março e "observou que uma determinada variante domina os resultados desses dois últimos meses", explicou.

Além disso, os médicos sul-africanos perceberam uma evolução no panorama epidemiológico, com maior número de pacientes mais jovens, sem comorbidades, desenvolvendo formas graves da doença.

Todos os elementos "indicam fortemente que a segunda onda que atravessamos é impulsionada por esta nova variante", acrescentou o ministro.

A equipa de pesquisadores sul-africanos, liderada pelo Professor Tulio de Oliveira (centro KRISP, Universidade de Kwazulu-Natal), compartilhou as suas observações com a comunidade científica, o que permitiu aos pesquisadores do Reino Unido "estudar suas próprias amostras e encontrar uma variante semelhante", potencialmente envolvida na transmissão galopante observada em algumas áreas do país, segundo o ministro.

Esta não é a primeira vez que mutações SARS-CoV-2 foram observadas e relatadas no mundo e o ministro Mkhize afirmou que uma segunda onda tão rápida não era esperada.

Para além da possível aceleração das infecções associadas a esta variante, a chegada do verão e o cansaço decorrente da primeira onda provocaram um certo abrandamento das medidas de precaução.

A África do Sul, oficialmente o país mais afetado do continente africano, registra 24.285 mortes e mais de 900.000 casos, mais de 8.700 deles detectados nas últimas 24 horas. No pior momento da primeira vaga, em julho, o número diário de casos era de 12 mil.

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