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Com mais um escândalo de desvio de dinheiro e pagamento de propina a políticos, revelado pela Operação Lava Jato, os brasileiros levantaram ainda mais a bandeira anticorrupção, tão evidenciada nas manifestações populares nos últimos meses. Levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), encomendada pelo Portal LeiaJá, em parceria com o Jornal do Commecio, mostra que os recifenses estão atentos aos casos e insatisfeitos com os serviços públicos oferecidos à população.

Para 92,1% dos entrevistados, atualmente há mais casos de corrupção sendo noticiados pela imprensa do que no passado. Para 90% das pessoas ouvidas pelo instituto, a situação piorou nos últimos anos no ambiente público. Apenas 8,8% discordam. O aumento de manifestações e protestos na internet e a organização de movimentações nas ruas mostram que os brasileiros estão mais exigentes sobre a atuação política que nos anos anteriores, o que 82,6% dos entrevistados também confirmam.

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Quando perguntados sobre a honestidade dos políticos, apenas 6,4% acreditam que eles sejam mais íntegros que no passado. Ao todo, 92,8% dos entrevistados discordaram e mostraram que a desconfiança entre os eleitores em relação aos eleitos nas urnas ainda é grande.

Mas não foram apenas os políticos que foram mal avaliados. Alguns serviços públicos também foram analisados negativamente pelos moradores da capital pernambucana. No estado em que o programa de segurança pública - o Pacto pela Vida - é um dos carros chefe do Governo, a violência ainda assusta a população.

Para 94,2%, a violência aumentou atualmente. Apenas 5,3% discordaram e acreditam que a situação melhorou; 0,5% não souberam ou não responderam. O atendimento nas unidades de saúde públicas também não é bem visto. Para 72,5% dos recifenses que responderam às perguntas, o serviço do Sistema Único de Saúde piorou. Já 24,9% acreditam que melhorou e 2,6% não responderam ou não souberam classificar a qualidade.

Sobre a vida econômica dos brasileiros, a avaliação é um pouco mais otimista. Para 58%, hoje a vida econômica é melhor. Outros 39,9% acham que piorou. Dos entrevistados, 53,5% acreditam que atualmente, há menos pobres no Brasil. Já 42,6% discordam. O acesso à educação também tem agradado a quem mora no Recife. Ao todo, 81,6% acreditam que hoje as pessoas têm mais oportunidades na educação básica e superior que no passado.

O IPMN realizou as entrevistas entre os dias 20 e 21 de julho, com 622 pessoas. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro estimada de quatros pontos percentuais para mais e para menos.

Marcelo Neri e Jesse de Souza através de raciocínios e metodologias diferenciadas mostraram e analisaram o recente fenômeno social acontecido no Brasil motivado por transformações socioeconômicas ocorridas nos últimos 21 anos.

Os indicadores sociais e econômicos revelam aumento da renda, elevação do nível educacional e mais consumidores. Portanto, o Brasil passou e continua a passar por mudança social. Em alguns instantes esta mudança é intensa. Em outros, como neste ano de 2011, ela perde intensidade.

Marcelo Neri qualifica o fenômeno exposto como a emergência da nova classe média. Jesse de Souza, por sua vez, opta por afirmar que o fenômeno representa o nascimento de uma nova classe trabalhadora. No caso, os batalhadores.

Ambos os autores, considerando as metodologias diferenciadas nas pesquisas realizadas, têm razões quanto às definições propostas. Entretanto, opto por qualificar tal fenômeno, após considerar os argumentos de Neri e Souza, como a emergência de novos consumidores e eleitores.

Os novos consumidores consomem. Antes eles não consumiam tanto quanto consomem agora. Os novos consumidores trabalham “duro” e com isto contemplam parte dos seus desejos materiais. Os novos consumidores valorizam o estudo, pois sabem, que através dele, podem consumir mais. Os novos consumidores procuram informações diversas. Os novos consumidores não desejam que o estado atrapalhe os seus negócios. Os novos consumidores não abrem mão das conquistas econômicas recentes.

Atrelado a esses novos consumidores, um novo eleitor poderá ter surgido. Ou melhor: um novo tipo de eleitor surgiu. Quem é este novo eleitor? Tenho a hipótese de que ele não é tão vulnerável ao clientelismo político. Ele não tem tanto interesse por eleições, já que desconfia dos políticos e suspeitam de que eles não lhe trazem nenhum benefício. O novo eleitor busca informações variadas, e neste exercício, ele se depara com notícias que dão conta de que políticos estão envolvidos em atos de corrupção. Com isto, eles passam a não tolerar o político.

O novo eleitor se preocupa com a sua rua, com o trânsito, com o transporte público, com a segurança e com a educação dos filhos. Enfim, o novo eleitor deseja um estado eficiente.

Diante do possível novo eleitor, candidatos precisam se preparar para conquistá-los. Por isto, novas ferramentas de conquista do eleitor precisam ser criadas. Através de ferramentas adequadas, o marketing eleitoral deve ter como principal objetivo animar o eleitor a ir votar em alguém. Mas para isto ser possível, é necessário identificar, antes de tudo, as suas demandas.

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