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Engana-se quem pensa que tudo que está disponível na internet pode ser encontrado através de motores de busca como o Google, Bing ou Yahoo!. No oceano da rede mundial de computadores, existe uma superfície calma, onde é possível localizar sites através de mecanismos de pesquisa padrão, assim como uma cratera profunda, onde também habitam conteúdos ocultos relacionados a zoofilia, pornografia infantil, matadores de aluguel, entre outras ilegalidades. Este gueto obscuro é a Deep Web, a internet invisível a olho nu.

Há quem diga que o Google consegue rastrear somente 1% do que existe online. Os outros 99% estariam na chamada Deep Web. É como se os sites que aparecem nos motores de busca comuns fossem apenas a ponta do iceberg. Todo o resto é a Deep Web, tanto é que o nome, em inglês, significa "rede profunda".

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Na prática, isso significa que para acessá-la é necessário a instalação de programas específicos e o uso de códigos para, finalmente, conseguir entrar em alguns desses sites. Por lá, trafegam os internautas que desejam ter acesso a conteúdos muito específicos, assim como os que não querem ser incomodados pelas leis que regem a web que conhecemos.

E é justamente por isso que nem todos os usuários estão preparados para acessá-la.

Por exemplo, uma das páginas mais populares da Deep Web era o Silk Road. Por lá, era possível encomendar drogas, armas, remédios de qualquer categoria e cartões de crédito roubados. O mercado negro foi fechado em 2013 pelo FBI. Na época, o site possuía 150 mil usuários por mês e intermediava cerca de R$ 20 milhões em transações de produtos proibidos ou controlados.

Em outro site da Deep Web, ainda ativo, é possível encomendar um assassinato (reprodução ao lado). Na descrição da página, o autor esclarece que só realiza trabalhos na Europa. Os preços para uma execução, cobrados em Bitcoin, dependem do cargo, idade e saúde da vítima. Existem ainda páginas que detalham assassinatos, atos de pedofilia e experiências realizadas em seres humanos.

Por outro lado, na Deep Web também é possível encontrar sites como o Intute, que reúne links para estudos e pesquisas que abrangem diversas áreas do conhecimento humano. Outras páginas servem como base de discussão para assuntos controversos, mas não ilegais, onde as pessoas podem opinar sem serem pré-julgadas por isso.

Outro exemplo é o WikiLeaks. Famosa por postar documentos e informações confidenciais vazadas de governos ou empresas, a página nasceu na Deep Web. A internet "obscura" também é o berço do grupo Anonymous. Sem esta camada mais profunda, dificilmente as duas organizações teriam incomodado governantes dos Estados Unidos ou de outros países poderosos.

A diferença entre buscar o conhecimento não acessível para todos e acessar conteúdos ilegais está justamente na dose. Desde 2001, a Deep Web recebe atenção especial por parte de órgãos investigadores, como a Polícia Federal, em busca de pistas de crimes virtuais. Por isso, engana-se quem acredita que compartilhando ou vendendo conteúdo ilegal por lá estará totalmente impune. 

Afinal, como mergulhar na Deep Web?

Para deixar a superfície tranquila da internet que conhecemos e mergulhar na profunda Deep Web é necessário um aplicativo. Um dos mais utilizados na tarefa é o navegador Tor. No entanto, os links para acessar os sites são extremamente difíceis de encontrar.

Para assessar é necesário utilizar sistemas operacionais com o Linux ou Tails, jamais o Windows. Os próprios desenvolvedores do navegador Tor comunicam aos seus usuários que por ser mais popular, a plataforma da Microsoft é o principal alvo das ameaças contidas na internet obscura.

Mas atenção. Antes de entrar neste mundo desconhecido da maioria dos internautas, é preciso estar ciente de que esta rede está repleta de ilegalidades - o que pode fazer com que a pessoa que acessa estes conteúdos esteja na mira de investigações criminais -, uma vez que os arquivos disponibilizados na deep web não possuem a segurança que a internet que conhecemos oferece.

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