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Assassinado na França na noite de domingo (8), o padre católico Olivier Maire morreu após receber vários "golpes violentos" na cabeça - informou a Promotoria de La Roche-sur-Yon (noroeste) na terça-feira (10).

A necropsia revelou "seis lesões, todas na cabeça, causadas por golpes violentos", que provocaram uma morte "rápida", mas "não se pôde determinar qual foi a arma do crime", disse a Promotoria em um comunicado.

O suspeito do crime, um demandante de asilo ruandês à espera de julgamento por ter ateado fogo à Catedral de Nantes há um ano, encontra-se internado em um hospital psiquiátrico.

O exame psiquiátrico realizado no suspeito concluiu que seu "estado mental era incompatível com a detenção", explicou a Promotoria.

Emmanuel Abayisenga se entregou às autoridades na manhã de segunda-feira (9) e assumiu o assassinato do padre, de 60 anos, que o abrigava há meses em sua igreja.

O ruandês, de 40, chegou à França em 2012. Também é o suposto autor do incêndio na Catedral de Nantes, em julho de 2020.

Foi detido por este crime, em um primeiro momento, até ser solto sob controle judicial, enquanto aguardava seu julgamento. Ficou internado em uma instalação psiquiátrica por pouco mais de um mês, até receber alta, em 29 de julho. As autoridades descartaram que sua motivação seja "terrorista".

O Papa Francisco celebrou uma missa nesta quarta-feira (14) no Vaticano em memória do padre francês Jacquel Hamel, degolado em julho por extremistas em sua igreja, e afirmou que matar em nome de Deus é um ato "satânico".

"Seria bom que todas as confissões religiosas proclamassem que matar em nome de Deus é satânico", declarou o pontífice diante de 80 peregrinos da diocese de Rouen (noroeste da França).

Na capela da residência Santa Marta, onde celebra a missa todos os dias às 7H00 locais e onde uma foto do padre Hamel foi colocada sobre o altar, o papa usava uma casula vermelha, a cor dos mártires.

"Hoje na Igreja há mais mártires cristãos que nos primeiros séculos", afirmou o papa no sermão, pronunciado em italiano e traduzido ao francês para os fiéis.

"Cristãos que sofrem hoje, encarcerados, torturados, assassinados por não renunciar a Jesus Cristo", disse.

O religioso francês era "um homem bom, doce, de fraternidade", que foi assassinado "como um criminoso", mas que não perdeu "a lucidez de acusar e de nomear seu assassino: disse claramente 'saia, Satanás'", recordou o papa.

"Devemos orar por ele - é um mártir e os mártires são bem-aventurados - para que nos dê a todos a fraternidade, a paz e a coragem de dizer a verdade: matar em nome de Deus é satânico", disse.

O padre Jacques Hamel, de 85 anos, foi degolado por dois extremistas de 19 anos que juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI), no momento em que celebrava a missa em sua igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na região de Rouen.

O padre francês Jacques Hamel, 86 anos, degolado nesta terça-feira (26) por dois extremistas no altar de sua igreja, era um homem bondoso, que não pretendia se aposentar tão cedo. "Era um homem bom", dizem todos que o conheceram na paróquia de Saint-Etienne-du-Rouvray, uma pequena localidade do noroeste da França.

Nascido em 1930, em Darnétal, uma pequena cidade perto de Rouen (noroeste), o padre Hamel celebrou em 2008 seu jubileu de ouro por seus 50 anos de sacerdócio e não pensava em se aposentar.

Baixa estatura, rosto magro e olhos penetrantes, era o padre auxiliar da igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray. Seu dinamismo e seu trabalho em apoio ao padre congolês Auguste Moanda Phati, o padre da paróquia, era mais que bem-vindo em um país que sofre, como muitos outros, de um problema de escassez de sacerdotes.

Em sua paróquia, participava principalmente do diálogo interreligioso. No mês passado, escreveu uma mensagem na publicação da paróquia na qual evocou os conflitos mundiais.

"Nestes momentos, devemos ouvir o convite de Deus e cuidar de nosso mundo, fazer deste lugar em que vivemos um mundo mais caloroso, mais humano, mais fraternal", afirmou no texto.

Danielle, uma freira presente na igreja no momento do ataque, disse que o padre Hamel, usando um hábito branco, "tentou se defender quando os extremistas o esfaquearam no pescoço e no tórax".

- Amigo de um imã -

Mohamed Karabila, presidente regional do Conselho de Culto Muçulmano e da mesquita de Saint-Étienne-du-Rouvray, disse que o padre Hamel era um "amigo, um homem que dedicou sua vida aos demais".

"Fazíamos parte de um comitê interreligioso há 18 anos. Falávamos de religião e de aprender a conviver juntos", declarou. Muitos dos cerca de 30.000 habitantes de Saint-Étienne-du-Rouvray conheciam o padre Hamel, que oficiava os batismos, comunhões, matrimônios e enterros.

Recebia os fiéis no presbitério, uma casa de dois andares perto da prefeitura, com um pátio interno e uma garagem para abrigar seu velho Renault 19, que ele ainda dirigia.

"Foi ali que fiz meu catecismo e minha preparação para o matrimônio", conta Arnaud Paris, de 44 anos, oriundo da cidade. "Também se ocupou da educação religiosa de minhas duas filhas até sua comunhão".

"Era muito bom, mas também era severo, não se podia contradizê-lo", comentou ainda. Além de seu papel religioso, era, para muitos, um confidente, um amigo nos dias bons e dias ruins.

"Ia vê-lo muito. Ele me ajudou durante minha quimioterapia e depois de ter perdido meu marido", diz Martine B., outra moradora, que não quis ter o sobrenome revelado. Em sua diocese, entre seus pares, o padre Hamel também era muito querido.

"Era um homem apaixonado pelo que fazia. Surpreendia todo mundo com seu dinamismo", comenta o vigário-geral da diocese, Philippe Maheut. Para Alexandre Joly, jovem sacerdote de uma cidade vizinha, o padre Hamel era simplesmente "um homem bom".

Um padre francês compareceu nesta quarta-feira (26) a um tribunal de Lons-le-Saunier (leste da França), acusado de agressão sexual e estupro de uma de suas fieis, muito religiosa e vulnerável.

O tribunal decidiu que o processo será realizado a portas fechadas a pedido do advogado da autora da ação, que alegou a fragilidade de sua cliente, uma mulher 39 anos de idade e portadora de transtornos psicológicos.

O padre Daniel Lagnien, de 69 anos, ex-pároco de Moirans-en-Montagne (leste), pode pegar 20 anos de prisão. Ele alega que a relação com a fiel foi consentida. Já o advogado de defesa afirma que sua cliente não aceitou a relação e que era virgem antes dos fatos.

Segundo uma fonte judicial, desde que tornou público o caso, a fiel sofre com a perseguição dos habitantes do povoado, privado de um padre desde a saída de Lagnien, que era muito apreciado na paróquia.

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