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Tonho é um exemplo de comerciante que atua perto de escolas / Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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Uma escola, várias crianças, jovens com seus familiares, professores e funcionários indo e vindo todos os dias. E em frente aos colégios, é comum encontrarmos vendedores dos mais diversos produtos que têm a comunidade escolar como seu público alvo. 

Entre barraquinhas, pequenas vendas, carrinhos para comércio ambulante e restaurantes, os vendedores de "porta de escola" muitas vezes passam décadas exercendo esse trabalho no mesmo local, atendendo a várias gerações de estudantes. Por vezes, a várias gerações de uma mesma família. 

“Tonho marcou minha infância e adolescência"

Antônio Alcino André, de 64 anos, é mais conhecido como Tonho e desde 1981 vende lanches em frente ao Colégio Boa Viagem, que fica no bairro com o mesmo nome, na Zona Sul do Recife. Nascido em Orobó, município do Agreste de Pernambuco, Tonho começou a trabalhar ao adquirir uma barraca que pagou em 12 vezes há quase 38 anos.

Depois de muito trabalho, o pernambucano realizou o sonho de ampliar o negócio: transformou a barraca na 'Comedoria do Tonho', um espaço onde comercializa lanches e almoço, oferecendo conforto à clientela. 

“Era da minha vontade fazer uma casa mais bem organizada para atender os fregueses e dar um pouco mais de tranquilidade, uma melhor forma de atendimento, não é? Porque lá [na barraca] eles comiam no sol, na chuva e em pé. Meu sonho era botar uma casa onde eles pudessem chegar e se aconchegar bem, sem precisar estar se escondendo debaixo do sombreiro”, explica o comerciante Com o aumento das vendas e fazendo economias, Tonho conseguiu melhorar a estrutura de sua barraca e passou a fabricar os salgados em casa. 

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O movimento foi crescendo e possibilitou a montagem da comedoria como ela é hoje. Além de vender lanches e almoço, Tonho já começa a se preparar para oferecer serviço de entrega de comida através de aplicativos de delivery.

“Esse é um sonho que eu tive e graças a Deus realizei. Eu queria um espaço um pouco maior, mas foi o que deu pra fazer. Se aqui tivesse espaço para expandir até que eu gostaria, mas não tem mais como crescer. Se amanhã ou depois houver uma oportunidade de um espaço coligado a esse, sim. Mas se não houver, tem que ter paciência e se contentar com o que tem”, diz Tonho. 

Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em uma visita ao estabelecimento, é fácil encontrar estudantes e funcionários do Colégio Boa Viagem e também de outras instituições localizadas nas proximidades. No entanto, entre os atuais clientes que movimentam a comedoria, há também muitas pessoas que foram clientes nos tempos de escola e voltam para provar novamente a comida de Tonho, por quem têm muito carinho. 

A advogada Lorena Torres é um exemplo do carinho que os estudantes têm por Tonho. Aluna do Colégio Boa Viagem da antiga segunda série até o terceiro ano do ensino médio, entre os anos de 1992 a 2001, ela ainda lembra bem de como gostava de lanchar com os amigos. 

“Tonho marcou minha infância e adolescência, o vínculo que a gente cria é tão forte que acabamos levando para a vida adulta. Não só eu como quase todos da minha geração do Colégio Boa Viagem até hoje vamos em Tonho, às vezes saímos de onde estamos só para comer lá, porque é uma nostalgia e a comida é ótima”, conta ela. 

"Enquanto tiver saúde eu quero continuar com essa jornada"

Severino Santana tem quatro filhos, é vigia noturno e, para complementar a sua renda familiar, há 19 anos trabalha vendendo pipoca em frente à Escola Polichinelo, localizada no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. A instituição atende crianças a partir dos dois anos de idade até a quinta série do ensino fundamental. 

Ele conta que gosta muito do trabalho que desempenha, é muito respeitado tanto pela dona do colégio, que lhe permitiu trabalhar lá, como pelo corpo de funcionários, professores e familiares dos alunos. "Eu sou muito agradecido primeiramente a Deus e a toda a população que compra minha pipoquinha, toda a minha clientela do Polichinelo", conta o vendedor.

O carinho que as crianças têm a ele também é um dos fatores que faz “Seu Severino Pipoqueiro” afirmar categoricamente que enquanto tiver saúde e forças, seguirá trabalhando na escola, vendendo pipoca para as crianças de quem tanto gosta e das quais recebe muito carinho.  "Quando eles saem, às vezes as tias e tios vêm buscar e eles esquecem a tia e o tio, muitos me abraçando e pedindo o sabor da pipoca. Enquanto tiver saúde eu quero continuar com essa jornada e fico feliz em tudo que eu faço", conta o pipoqueiro.

Por se tratar de uma escola que não tem turmas de ensino fundamental II e ensino médio, depois de anos de convivência, ainda crianças, os alunos precisam procurar outra instituição de ensino. Esse momento, de acordo com Severino, é emocionante e ao mesmo tempo um pouco triste, pois o apego traz saudade devido ao elo construído, muitas vezes, desde antes do nascimento da criança. 

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A Polícia Militar (PM) anunciou nesta quarta-feira (30) mudanças no policiamento realizado na Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias do Recife. Segundo a corporação, desde terça-feira (29), a avenida conta com o triplo do policiamento que normalmente vinha sendo empregado.

As mudanças começaram ainda na segunda-feira (28), com a Operação Absconso, que catalogou quase cem ambulantes da via em pouco mais de duas horas. De acordo com a PM, o trabalho envolveu viaturas caracterizadas e equipes do Serviço de Inteligência, que se misturaram com os populares.

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Com o levantamento feito, foi realizado um redimensionamento da força necessária. A mudança interfere o 13º Batalhão (sentido Olinda-Boa Viagem) e 16º Batalhão (sentido Boa Viagem-Olinda). 

Segundo a PM, o reforço está sendo empregado nos horários de maior movimento. “O próximo passo é buscar parceiros na gestão estadual e municipal para integrar soluções que não se limitem à ostensividade”, diz nota da corporação. As primeiras reuniões para discutir o tema devem ocorrer na próxima semana.

Prisões – Duas prisões já foram feitas nesta quarta-feira (30). Ambos os detidos, segundo a polícia, se passavam por pipoqueiros para assaltar motoristas. 

A polícia localizou, na noite da segunda-feira (10), um falso pipoqueiro que aproveitava o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães para assaltar os motoristas. Ele utilizava simulacro de arma de fogo para realizar os crimes. 

O rapaz, de 20 anos, foi detido quando abordava veículos em um engarrafamento consequente de acidente no viaduto Joana Bezerra. Segundo informações da Polícia Militar, viatura da equipe do Batalhão de Choque se deslocava para Boa Viagem quando os oficiais perceberam a movimentação, desceram do veículo e começaram a abordar os ambulantes até encontrar a falsa arma de fogo. O falso pipoqueiro foi encaminhado para a Central de Flagrantes da Capital. 

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Um caso semelhante aconteceu no final do mês de junho de 2017. A prisão do pipoqueiro mobilizou os demais ambulantes, que realizaram um protesto afirmando que a polícia prendeu um rapaz que não era ladrão e lembrando a necessidade de monitoramento mais intenso. 

A Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias do Recife, foi cenário de uma prisão em flagrante. Um falso pipoqueiro foi detido pela Polícia Militar na tarde da última segunda-feira (19) após cometer um assalto no local. Gilmar Carneiro da Silva Filho, de 27 anos, havia praticado o crime contra um motorista em um cruzamento da avenida.

Segundo a PM, a vítima informou que o homem estava armado com um revólver e tomou sua aliança, carteira com alguns cartões de crédito e o celular. Em seguida, ele buscou ajuda policial e integrantes da Companhia Independente de Policiamento com Motocicleta (CIPMotos), juntamente com outros policiais, seguiram em busca do assaltante. A vítima reconheceu Gilmar e a PM efetuou a prisão. Ele foi conduzido à Central de Plantões da Polícia Civil e foi autuado em flagrante.

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