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O aquecimento global provocado pelo homem é a causa da fome que afeta Madagascar, a primeira do tipo, mas não a última, alertou um funcionário do Programa Mundial de Alimentos (PMA) nesta terça-feira (2).

Aduino Mangoni, vice-diretor do PMA em Madagascar, destacou por videoconferência, durante uma reunião das Nações Unidas em Genebra, que 30 mil pessoas sofrem com a fome na metade sul da ilha - afetada por uma seca sem precedentes em 40 anos - e mais de 1,3 milhão sofrem da desnutrição aguda.

Segundo ele, é a primeira fome causada pelo aquecimento global devido às atividades humanas. É também "a única fome relacionada à mudança climática na Terra", insistiu, destacando que as que afetam o Iêmen, o Sudão do Sul e a região etíope de Tigré hoje são causadas por conflitos.

"A situação é muito preocupante", disse, descrevendo as crianças "que só têm pele nos ossos" que encontrou num centro de nutrição durante uma recente viagem à região mais afetada.

A próxima colheita só será em seis meses e a situação se agravará até lá, alertou, lembrando que 500 mil crianças já sofrem de desnutrição, 110 mil delas de forma grave ou aguda e estão a um passo da morte.

O PMA precisa de 69 milhões de dólares para lançar a assistência necessária nos próximos seis meses.

No extremo sul da ilha, 91% da população vive na pobreza e a seca destruiu a capacidade de produção agrícola e pesqueira de que as famílias dependem para sobreviver, destacou recentemente um relatório elaborado pela Anistia Internacional.

O diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) teme uma "fome sem precedentes de proporções bíblicas" em dezenas de países devido à escassez de alimentos, alertou nesta quarta-feira (30) durante um evento do G20 realizado em Brindisi, no sul da Itália.

Para o diretor desta entidade das Nações Unidas, David Beasley, é necessário que os líderes mundiais repassem mais recursos para os países mais afetados, como aconteceu no ano passado por conta da pandemia do coronavírus.

"Achávamos que no ano passado superaríamos a pandemia do coronavírus, em vez disso, ela permanece com as variantes devastando especialmente as nações de baixa renda e os países em desenvolvimento que foram catastroficamente atingidos por essa tempestade perfeita", alertou.

O PMA, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano passado por seu trabalho contra a fome no mundo, solicita US $ 6 bilhões para ajudar 41 milhões de pessoas à beira da fome em 43 países.

As condições pioraram na Etiópia, Madagascar, Sudão do Sul e Iêmen, enquanto a Nigéria e Burkina Faso são motivo de especial preocupação.

"Não são apenas números, não são apenas estatísticas, são pessoas reais com nomes e sobrenomes, vidas reais, frágeis e literalmente à beira da fome", disse Beasley em entrevista coletiva com o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.

"Se não atendermos às suas necessidades, durante os próximos seis a nove meses pode haver uma fome sem precedentes, de proporções bíblicas, seguida de desestabilização em muitas nações e migrações em massa", reiterou.

"A solução mais simples é dar mais apoio", disse.

As agências internacionais de ajuda estimam que a escassez de alimentos devido a conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas foi exacerbada pela crise gerada pela pandemia do coronavírus.

"Paz e erradicação da fome são indissociáveis" - reagiu nesta sexta-feira (9), no Twitter, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, agraciado com o Prêmio Nobel da Paz 2020.

"Profundos agradecimentos a @PrixNobel que concedeu ao Programa Mundial de Alimentos o #PrixNobeldelapaix 2020. É um poderoso lembrete para o mundo de que a paz e a erradicação da fome são indissociáveis", tuitou o Programa.

Nas palavras de seu diretor-executivo, David Beasley, o PMA está "profundamente honrado" com esse reconhecimento.

Receber o Prêmio Nobel da Paz é um "momento de orgulho", reagiu o porta-voz do PMA, Tomson Phiri, alguns segundos após o anúncio do Comitê Nobel da Noruega.

"Uma das belezas das atividades do PMA é que não fornecemos alimentos apenas para hoje e amanhã, mas também damos às pessoas os conhecimentos necessários para se sustentarem nos dias que se seguem", disse Phiri em uma entrevista coletiva em Genebra, logo após saber, ao vivo, que sua organização havia sido premiada.

"Este Prêmio Nobel da Paz é um reconhecimento aos esforços feitos" pela organização "em todo mundo", acrescentou o porta-voz.

Ele destacou que, embora a pandemia da covid-19 tenha paralisado o setor aéreo, dificultando o deslocamento, o PMA conseguiu continuar a fazer seu trabalho.

"A questão da desnutrição aguda severa não é apenas uma questão de falta de nutrição. E, em países em conflito, (...) você também precisa de paz, de estabilidade. Todo o restante se torna menos intimidador quando você tem paz ", disse ele, citando Sudão do Sul, Síria, Iêmen e Afeganistão.

"Estamos presentes em áreas de conflito, estamos presentes em áreas que não estão em conflito, também estamos em países em desenvolvimento. Ajudamos muitos governos a desenvolver políticas nacionais, trabalhamos em inúmeros setores para ajudar os países que podem estar em necessidade", detalhou.

O porta-voz também explicou que o PMA é 100% financiado por contribuições voluntárias, observando que, em 2020, os doadores repassaram cerca de US$ 8 bilhões, um valor recorde.

Phiri apontou, porém, que "este orçamento foi estabelecido antes que a pandemia chegasse, e continuamos a pedir aos doadores que continuem a nos ajudar".

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) das Nações Unidas anunciou uma maior colaboração entre o Brasil e Angola na área da segurança alimentar e merenda escolar. A informação foi divulgada hoje (26) pela diretora do PMA para África Austral e Oceano Índico, Lola Castro, que pretende visitar o Brasil com o objetivo de compreender as políticas públicas contra a fome e a desnutrição infantil.

“Angola também quer trabalhar na merenda escolar. Estamos trabalhando para ir ao Brasil para aprender com o projeto Fome Zero e também ver a merenda escolar brasileira, ligada aos pequenos camponeses que produzem e vendem para as escolas. Com isso, as crianças vão ter uma alimentação diversificada e mais nutritiva. A ação também apoia o camponês e aumenta a renda e a segurança alimentar na família,” disse a diretora, através de nota oficial.

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De acordo com o Ministério da Educação de Angola, a colaboração entre os dois países pretende também garantir uma educação de qualidade, combater a taxa de reprovação nas escolas e combater a desnutrição das crianças angolanas.

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