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O catarinense Jonatan Moisés Diniz está preso desde o dia 28 de dezembro no estado venezuelano de Vargas, oeste do país. O homem de 31 anos é acusado de ser membro de uma organização internacional que faz oposição ao governo de Maduro chamada Time to Change the Earth (“tempo de mudar a Terra”, em tradução livre). A ONG foi criada recentemente e não tem website, as únicas informações que constam em suas contas nas redes sociais são logos e uma breve descrição informando que a iniciativa pretende unir ONGs do mundo todo em causas humanitárias.

Além do brasileiro, há outros três venezuelanos detidos pelo mesmo motivo, de acordo com informações dadas pelo parlamentar Diosdado Cabello, diretor da TV estatal. "Sabemos que esse tipo de ações da CIA (Agência Central de Inteligência), em outras ocasiões e em outros países, são fachadas para percorrer o país, identificar objetivos estratégicos, financiar terroristas e outros" disse Cabello em seu programa.

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O Ministério das Relações Exteriores negocia a libertação de Jonatan através do Itamaraty e do consulado do Brasil em Caracas. Cinco dias antes da prisão do ativista, o embaixador Ruy Pereira foi declarado persona non grata pelo governo venezuelano, o equivalente a um pedido para que se retire do país, em resposta ao impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Amigos e a família do catarinense tentam angariar doações e mobilizar a Organização dos Estados Americanos para que ajudem nas negociações para soltar o rapaz.

O Ministério Público Federal denunciou o médico legista Antonio Valentini por supostamente forjar o laudo necroscópico de um preso político em 1972 e ocultar a verdadeira causa da morte. Ele trabalhava no Instituto Médico Legal de São Paulo e foi responsável pelo exame do cadáver do dirigente do Partido Operário Revolucionário Trotskista, Rui Osvaldo Aguiar Pfutzenreuter, capturado e morto por agentes da repressão.

As informações foram divulgadas no site do Ministério Público Federal em São Paulo (O número processual é 0009980-71.2016.4.03.6181. Os autos estão em tramitação na 4ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo.

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Segundo a Procuradoria da República, ‘apesar dos claros sinais de tortura no corpo, Valentini atestou, com informações falsas, a versão oficial de que o militante morrera após troca de tiros com policiais’.

A denúncia levada à Justiça Federal em São Paulo diz que Pfutzenreuter foi preso e torturado em 15 de abril de 1972 a mando do então chefe do Destacamento de Operações de Informações do II Exército (DOI) em São Paulo, Carlos Alberto Brilhante Ustra - morto em outubro de 2015.

Outros opositores ao regime militar presos na unidade militar naquele dia relataram que o militante morreu após ser submetido ‘a intensas sessões de tortura durante os interrogatórios, com a aplicação de golpes e choques elétricos e o uso de pau de arara’.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal com solicitação de exame que indicava a versão dos agentes para a morte - Pfutzenreuter teria morrido ao reagir a uma abordagem policial e trocar tiros com os oficiais no Parque São Lucas, zona leste da capital paulista. O pedido de necropsia, segundo a denúncia, trazia anotada a letra "T", utilizada por órgãos de repressão para identificar os mortos por motivos políticos, considerados "terroristas".

Dez dias depois, Antonio Valentini emitiu o laudo necroscópico que apontou ‘anemia aguda traumática como causa do óbito, provocada por tiros no braço e no peito’.

"Os primeiros indícios de fraude vieram à tona quando o pai do militante, Oswaldo Pfutzenreuter, teve acesso a uma foto parcial do corpo em uma das várias visitas que fez aos órgãos oficiais em busca de informações sobre o filho", assinala o Ministério Público Federal.

Ao notar hematomas que foram descartados no atestado de Valentini, ele chegou a escrever uma carta ao então presidente Emílio Garrastazu Médici denunciando as violações de que Pfutzenreuter havia sido vítima, entre elas a falsidade da versão oficial sobre sua morte, sustenta a denúncia.

"A comprovação das fraudes veio com um parecer elaborado a pedido da Comissão Estadual da Verdade do Estado de São Paulo. Peritos avaliaram os dados que constam do laudo emitido por Valentini e constataram que o médico, além de ignorar as lesões causadas pela tortura, deixou de citar informações essenciais, como o trajeto das balas e sinais de hemorragia externa."

Segundo os especialistas, o documento é ‘de péssima qualidade técnica, omisso e incompleto’.

"Diferentemente do que consta dos registros oficiais, Rui foi privado de sua liberdade, torturado e morto, sem poder oferecer qualquer espécie de resistência, como ocorrera em diversos casos semelhantes durante o período de repressão aos dissidentes da ditadura militar que assolou o país. Por essas razões, com vistas a ocultar tais circunstâncias, é que o laudo elaborado pelo denunciado omitiu informações de tamanha relevância", escreveu a procuradora da República Ana Letícia Absy, autora da denúncia.

Valentini chegou a ser alvo de um processo de cassação de seu registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo, mas a Justiça determinou o arquivamento do caso devido à prescrição na esfera administrativa. No âmbito penal, porém, o Ministério Público Federal destaca que a conduta de Valentini ‘é imprescritível e impassível de anistia, uma vez que as violações foram cometidas em contexto de ataque sistemático e generalizado à população, em razão do regime ditatorial’.

"O Estado tinha pleno conhecimento desse ataque, o que qualifica a prática como crime contra a humanidade", diz a Procuradoria.

A ação pede que a Justiça não só condene Valentini por falsidade ideológica, mas também determine o cancelamento de sua aposentadoria, ‘já que o médico se valeu do cargo público que ocupava para cometer o crime’.

Segundo a Procuradoria, ‘os mesmos pedidos valeriam para outros agentes que participaram da elaboração do laudo necroscópico falso caso ainda estivessem vivos, entre eles o médico legista Isaac Abramovitc e o então diretor do Instituto Médico Legal de São Paulo, Arnaldo Siqueira’.

A reportagem não localizou Antonio Valentini. O espaço está aberto para sua manifestação.

O corpo de um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), Antonio de Neiva Moreira Neto, será cremado nesta segunda-feira (25), às 17h30, no Rio de Janeiro. O petista faleceu na manhã de desse domingo (24), na capital carioca. Segundo nota divulgada pelo partido, ele estava internado com pneumonia e morreu depois do quadro se agravar para infecção generalizada.

Neiva tinha 66 anos e iniciou sua trajetória política no movimento estudantil, durante o regime militar. Militante da Ala Vermelha, uma setor dissidente do PCdoB, foi preso político e, posteriormente, dirigente do PT e da Força Socialista.

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Nos últimos anos, participou de campanhas eleitorais de candidatos petistas. “(Lamentamos a morte de) mais um guerreiro da luta dos trabalhadores, de um líder encantador e incansável, mas ficamos felizes com seu legado e com as sementes que ele plantou”, diz a nota do PT. 

*Com a Agência Brasil.

Preso político, promotor público no interior, deputado estadual, vereador do Recife e líder comunista, Paulo Cavalcanti, completaria cem anos de idade nesta segunda-feira (25). Para marcar a data, uma série de homenagens será realizada até a próxima quarta (27). 

A primeira delas será na Assembleia Legislativa (Alepe), às 18h desta segunda, quando acontece uma sessão solene que contará com a exibição de um documentário, um recital e o lançamento de uma revista biográfica do homenageado, editada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Familiares e amigos de Cavalcanti participam do evento. 

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Já nesta terça-feira (26), às 20h, a Orquestra Sinfônica do Recife, sob a regência do maestro Marlos Nobre, presta homenagens ao líder político no Teatro Santa Isabel. Na quarta, será a vez da Câmara dos Vereadores do Recife realizar sessão solene marcando o centenário, às 16h. 

Outras instituições também vão prestar homenagem a Paulo Cavalcanti, que morreu aos 80 anos, entre elas a Academia Pernambucana de Letras, a União Brasileira dos Escritores, o Partido Comunista Brasileiro e a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara.

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