Após o anúncio da rescisão de contrato do centroavante Jô, que faltou ao treino do Corinthians após ser flagrado em um pagode, Roberto de Andrade e Alessandro Nunes, diretor e gerente do departamento de futebol do clube, respectivamente, falaram sobre o polêmico episódio nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa. Segundo eles, a situação do jogador de 35 anos, dono de longo histórico de indisciplina, chegou a um ponto em que se tornou insustentável.
"Fomos informados pelo vídeo e a única conversa que tivemos com ele foi por telefone. Ontem, os representantes dele vieram ao CT, nós conversamos e mostramos que não tínhamos outra saída se não a rescisão do contrato. A rescisão depende muito mais do atleta do que do clube. Nessa conversa, mostramos que a situação ficou praticamente insustentável pela atitude dele perante ao grupo, torcida e todos. Em comum acordo, decidimos encerrar o contrato e pagar o que devemos, e ele abriu mão do que tem para receber", disse Roberto de Andrade.
##RECOMENDA##Alessandro, por sua vez, lamentou o desfecho, pois considera que Jô vinha melhorando tecnicamente nas últimas partidas, antes da lesão responsável por torná-lo desfalque nos últimos jogos. O ex-lateral também citou a carreira vitoriosa do centroavante, revelado pelo clube alvinegro no início dos anos 2000 e campeão brasileiro e paulista em 2017, ao retornar.
"Nós sabemos o quanto ele evoluiu, principalmente no aspecto físico, e ele vinha jogando bem, mas, neste momento, ele estava com um problema, e quando um atleta está no departamento médico, a carga horária é dobrada. Nós temos que ter respeito para não falar só do problema, mas também que ele foi importante para nós e que hoje já não faz mais parte do clube. Tivemos problemas, ausências, e ele foi penalizado. A última, mais grave, ocasionou a rescisão contratual", comentou o dirigente.
DE OLHO NO MERCADO
O atacante já havia vivido um problema parecido ao desta semana em março, quando faltou dois dias seguidos aos treinos. Na ocasião, foi multado pelo clube e recebeu um ultimato do técnico Vítor Pereira. Aos poucos, reconquistou a confiança do português e passou a ser mais utilizado nas partidas. Agora sem Jô, a diretoria vai ao mercado em busca de um novo jogador para a posição. Hoje, Pereira usa Róger Guedes e Júnior Moraes com opções para a referência no ataque.
"Com a saída do Jô, a gente fica com uma opção a menos de centroavante. Temos que aguardar a janela, agora não tem muito o que fazer. A ideia é que reponha. A quantidade de jogos feitos por atletas de outros clubes do Brasil dificulta, a janela internacional também", disse Roberto. "Primeiro, temos que detectar o atleta que queremos, se teremos concorrência, é outro problema. Mas temos condições, sim, por que não. Vamos na briga, vamos atrás, mas primeiro temos que achar qual atleta", completou.
Os dirigentes também falaram sobre a possível chegada de reforços para outros setores do time. "O Corinthians sempre esteve aberto, independentemente da posição. Logicamente, onde tem menos atleta, passa ser uma prioridade, A gente vai estar atento nessa janela, tentando deixar o elenco mais forte do que já é", afirmou o diretor de futebol. "Seria injusto falar as posições. Não vamos estabelecer nada para não criar expectativa no torcedor e depois sermos cobrados", completou Alessandro.
Existe um receio de que sejam necessárias contratações para repor peças importantes do elenco, como Maycon, por exemplo. O volante está no clube emprestado pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e pode ser vendido a outro time, mas o Corinthians tem a preferência de compra, desde que iguale uma eventual proposta feita ao atleta.
Alessandro garante, contudo, que nenhuma oferta foi feita ao meio campista. "A respeito do Maycon, nada. Não recebemos nada, e temos a preferência para cobrir qualquer número", limitou-se a dizer. Depois, comentou também sobre a situação do zagueiro João Victor, apontado como alvo do Benfica, de Portugal. "É um atleta jovem, que vem em uma crescente técnica, então é natural que uma oferta chegue, como já ocorreram consultas. Mas não podemos falar que está de saída ou não vai ficar mais", disse.