Em coletiva de imprensa, realizada no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no Recife, o delegado de Roubos e Furtos, Paulo Berenger, explicou no fim da manhã desta terça-feira (23) os detalhes sobre a prisão de um grupo suspeito de roubo a bancos e explosão a caixas eletrônicos. Além disso, há suspeitas de que a organização criminosa tenha envolvimento com o assalto a uma empresa de transporte de valores, ocorrido no mês de junho.
[@#galeria#@]
##RECOMENDA##
Cinco pessoas foram detidas e parte delas estava em um apartamento localizado na Rua dos Navegantes, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Entre os presos, estava o estudante de direito Luiz Neto, preso na faculdade enquanto assistia aula. Junto ao grupo, que é especialista em roubo a banco e em explosões contra caixas eletrônicos em Pernambuco e outros estados do nordeste, foram apreendidos carros de luxo, motos, mais de dois quilos de cocaína. “O fato que resultou na busca e apreensão domiciliar e nas prisões foi justamente o assalto ao carro forte ocorrido na Avenida Caxangá, em junho deste ano”, explicou Berenger.
Além disso, artigos que deveriam ser utilizados para novas investidas a instituições financeiras também foram encontrados, como explosivos prontos para uso com espoleta e cordel, dois coletes balísticos, bala clavas e munições, inclusive, alguns desses materiais são de uso exclusivo do Exército. A polícia também encontrou R$ 4.922 em espécie, talões de cheques, cartões de crédito e documentos falsificados entre outros objetos.
Todos os materiais encontrados caracterizam uma diversidade de crimes cometidos pela organização criminosa formada por Alisson Souza Silva, Luiz Davi Silva Neto, Cláudia José de Aguiar, Luiz Davi da Silva Junior, Isabel Maciel da Silva e Wicente Leonardo Souza de Alencar. O grupo foi autuado em flagrante delito pelos crimes de posse ilegal de material explosivo, tráfico de drogas e associação ao tráfico. A Polícia Civil também suspeita de que a investida realizada à empresa de transporte de valores, Preserve, no último dia 13 de junho tenha sido realizada pelo mesmo grupo.
A quadrilha
Cláudia José de Alencar era líder da organização criminosa e, de acordo com o delegado, ela participou diretamente da ação conduzindo um automóvel utilizado para dar apoio de fuga aos demais que participaram da investida. “Participava como uma espécie de organizadora. Ela cooptava os assaltantes e jovens que desejavam ingressar no mundo do crime, dando presentes, relógios, cordões de ouro, carros clonados que seriam usados nessas ações e esses jovens ingressam no mundo criminoso e vão fazendo parte dessas organizações”.
Ainda, de acordo com Berenger, a quadrilha é vinda de outro estado e chegou a Pernambuco em janeiro deste ano. “É uma miscelânea de modalidades criminosas como é o caso de estelionato, tráfico, associação ao tráfico, organização criminosa, associação criminosa armada, porte ilegal de arma de fogo, roubos, furtos, utilização de coletes balísticos de uso exclusivo das forças armadas, clonagem de cartão de crédito, uso de documento falso, falsificação de documento público”.
A Polícia Civil continua em diligência, pois a organização criminosa é maior do que se pensa, explica o delegado, apontando que na ação contra o carro forte, participaram 11 pessoas, no entanto, apenas sete foram presas. Ainda existem mandados de prisão e de busca e apreensão que ainda precisam ser cumpridos no âmbito ainda desta investigação.
Os explosivos
Esse material é fiscalizado pelo Exército Brasileiro, por isso uma linha de investigação está trabalhando nesta questão a fim de localizar o fornecedor. Os explosivos foram encaminhados para a perícia e serão verificados no curso da investigação se esse material é o mesmo utilizado nas explosões. Apresentando esse ponto de coincidência, é mais um elemento de informação que pode subsidiar outras investigações que estão em curso, aponta o delegado.
Os explosivos foram encontrados no apartamento onde foram realizados alguns mandados de prisão. “Era uma grande quantidade, inclusive era possível que todo o prédio tivesse sido detonado. O explosivo estava todo montado”.