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No jogo diante do Afogados da Ingazeira, neste sábado (20), o Sport teve várias dificuldades no primeiro tempo da partida. Sem espaço no gramado da Ilha do Retiro, a equipe não conseguiu ter êxito em cima da marcação sertaneja, além de apresentar lentidão na troca de passes. Para o treinador Nelsinho Baptista, seu time precisou mudar de postura para conseguir a vitória.

“Nosso primeiro tempo foi muito previsível. Jogamos muito pelos lados e não em profundidade. No intervalo, cobramos que tínhamos que usar mais o passe vertical. Nós tínhamos uma posse de bola e não conseguíamos penetração. A cobrança foi em cima disso no intervalo”, comentou o treinador do Sport.

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Além de mudar a postura, duas substituições foram importantes para que o Leão conseguisse a vitória. André saiu machucado para a entrada de Thomás, enquanto que Lenis deu espaço para Gabriel. Os dois atletas que entraram marcaram os gols rubro-negros e ganharam moral com Nelsinho.

De acordo com o treinador, Gabriel, que estreou com a camisa do Sport neste sábado, demonstrou muita tranquilidade na hora de marcar o gol. No lance, ele recebeu de Thomás, poderia bater de direita, mas cortou e chutou no canto do goleiro com a perna esquerda. “Foi uma penetração, ele conseguiu ter a qualidade e paciência de decidir o lance de uma forma melhor. Talvez, se tivesse finalizado com a perna direita, o goleiro teria mais chance, mas como cortou para dentro ficou com todo gol a frende dele”, elogiou o comandante.

O Sport volta a campo na próxima quarta-feira (24). O Leão terá seu primeiro clássico na temporada, na Arena de Pernambuco, contra o Náutico. 

Contratado pelo Sport para dar jeito ao legado improdutivo de Paulo Roberto Falcão, o técnico Oswaldo de Oliveira estreou no comando do time rubro-negro na final do Campeonato Pernambucano, contra Santa Cruz e, até agora, não sabe o que é vencer. Mais um revés foi anotado na conta do Leão diante do Internacional, nesta quinta-feira (26), fora de casa. Resultado que o treinador creditou à queda de rendimento na transição do primeiro para o segundo tempo. 

Com curtas frases e um semblante nitidamente frustrado, Oswaldo fez sua análise sobre o jogo. “No primeiro tempo, fomos bem. Fizemos o que foi planejado, que era neutralizar as investidas do Internacional e buscar contra-ataques que ameaçassem. Já o segundo tempo foi totalmente diferente. Não cumprimos nossa proposta”, sintetizou o comandante leonino. E lamentou, sobre o gol do Inter: “Cometemos uma falha que não podia ter acontecido. Demos a chance e eles aproveitaram”. 

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Além das respostas sucintas de Oswaldo na entrevista após o jogo, uma prova da falta de paciência do treinador foi constatada no decorrer da partida. É que o treinador, aos 22 minutos do primeiro tempo, gastou suas três substituições de uma vez só. Chamou Luiz Antônio, Lenis e Túlio de Melo, colocando-os nas vagas de Serginho, Everton Felipe e Vinícius Araújo. E mais, para completar: no aguardo de reforços, o treinador até agora só recebeu o atacante Edmilson. 

Autor do gol da vitória alvirrubra sobre o América, o zagueiro Ronaldo Alves reconheceu a evolução do time do segundo tempo do jogo na Ilha do Retiro. Com uma atuação abaixo da esperada na primeira etapa, inclusive com um pênalti perdido por Daniel Morais, o Timbu voltou com uma postura diferente do intervalo e dominou a partida. O defensor credita o crescimento da equipe a ajustes feitos por Gilmar dal Pozzo após uma análise do início do jogo.

“No primeiro tempo não estávamos encontrando espaço. A equipe deles estava marcando muito bem. No intervalo o Gilmar posicionou a equipe melhor, adiantou um pouco para pressionar mais em cima. Começamos a tocar mais a bola e criar mais oportunidades. Não fomos felizes em algumas, mas o bom é que a equipe criou, mostramos a evolução que temos tido”, avaliou o jogador.

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Ronaldo avalia também que um dos inimigos do Timbu no jogo foi o excesso de vontade que acabou proporcionando algumas precipitações em passes e finalizações. “O excesso de vontade às vezes acaba atrapalhando. Estamos querendo muito, com muita vontade. A gente tem saber o momento de administrar, acelerar e desacelerar o jogo. No segundo tempo tivemos essa postura diferente”, ressalta.

Sobre a cobrança do pênalti que foi desperdiçada por Daniel Morais, o zagueiro, que tradicionalmente é o cobrador oficial, comenta que o atacante mostrou confiança para bater. “Ele é opção para bater o pênalti também. Quando ele sofreu o pênalti se sentiu confiante e pediu para mim, deixei ele bater. Infelizmente não foi feliz, mas em seguida tive a oportunidade de fazer o gol e ajudar a equipe”, lembra.

Com o próximo duelo marcado contra o Sport no domingo (28), Ronaldo Alves afirma que a equipe está pronta para enfrentar o rubro-negro e garante: “A gente não é líder à toa. Nós já mostramos que temos condições de vencer”. 

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A Prefeitura do Recife torna público o edital de contratação de profissionais para o Programa Segundo Tempo, iniciativa em parceria com o Governo Federal, que estimula o desenvolvimento de jovens a partir da prática esportiva, atuando prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social. O edital oferece vagas para nível técnico, médio e superior, as inscrições ficam abertas até o dia 22 janeiro e podem ser realizadas no site da Prefeitura do Recife.

Os interessados, poderão se candidatar às 94 vagas que se dividem em Coordenação Geral, Coordenação Pedagógica, Coordenação Setorial, Coordenação de Núcleo, e Técnico Administrativo. Os salários variam de R$ 1.200 (Coordenação de Núcleo) a R$ 2.400 (Coordenação Geral, Setorial e Pedagógica). Para se inscrever, é necessário ter formação nível superior em qualquer área, para Coordenação Geral; formação em Educação Física e Esporte, para Coordenação de Núcleo e Coordenação Pedagógica, Setorial; ou nível técnico e médio, para a vaga de Técnico-Administrativo.

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Além do site, a inscrição também poderá ser realizada presencialmente, na sede provisória do Geraldão, localizada no estacionamento do edifício-sede da Prefeitura do Recife - Av. Cais do Apolo,n°925, no Bairro do Recife, de segunda à sexta-feira, das 9h às 12h, e das 14h às 17h. Os candidatos deverão apresentar todos os documentos descritos no anexo do edital. A avaliação que vai selecionar os candidatos será curricular e os resultados divulgados no dia 2 de fevereiro deste ano. Os formulários de inscrição, assim como o edital completo com todas as informações e regras sobre seleção estão disponíveis no endereço: http://www2.recife.pe.gov.br/pagina/ginasio-de-esportes-geraldo-magalhaes-geraldao.

PROGRAMA SEGUNDO TEMPO - O programa é realizado em parceria com a Secretaria Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte, e tem como objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte, estimulando o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens. A formação destes jovens se dá a partir dos princípios de cidadania e qualidade de vida, com atuação prioritária em áreas de vulnerabilidade social.

Da assessoria da PCR

O meia Vinícius atuou em apenas três partidas pelo Náutico. Estreou no primeiro jogo da semifinal contra o próprio Salgueiro, jogou contra o Sergipe, pela Copa do Brasil e voltou a atuar contra o Carcará. O jogador entrou em campo no segundo tempo e marcou o gol da vitória alvirrubra, que levou o time para a disputa das penalidades. Nos pênaltis, o atleta também não desperdiçou e ajudou o Timbu a garantir a vaga para a final do Campeonato Pernambucano.

Para o jogador, marcar o primeiro gol com a camisa do Náutico, justamente na semifinal foi muito importante para o seu crescimento. “Explodi na hora da comemoração, porque eu sentia necessidade de ajudar a equipe. É pouco tempo na equipe, mas já deu para poder contribuir. Estou feliz demais”, afirmou.

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Vinícius, que nesses três jogos pelo Náutico ainda não jogou 90 minutos, acredita que já está preparado para atuar durante uma partida completa. “Só falta a opção do treinador, porque eu estou aqui para ajudar e pode ser durante o jogo todo. O meu objetivo é fazer o Náutico Campeão Pernambucano”, disse. 

CARUARU (PE) - Alunos de dez escolas da rede municipal de Caruaru, na zona urbana e no campo, já podem contar com o Programa Segundo Tempo. O objetivo da ação é democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte, promovendo o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social.

No total, serão mil estudantes beneficiados, sendo cem em cada escola, que terão aulas de futsal, basquetebol, voleibol, handbol, futebol, tênis de mesa, atletismo e outras atividades complementares.

De acordo com Edmilson Augusto, diretor de esportes, esta iniciativa incentiva ainda mais a prática de esportes. “Nossos alunos precisam praticar atividades físicas. O esporte é uma ferramenta para melhorar a saúde e também intensificar o convívio social. Além disso, muitos dos grandes atletas começaram bem pequenos. Sempre procuramos programas que incentivem a prática esportiva”, conclui.

As escolas contempladas foram: Álvaro Lins, Gianete Silva, Cesarina Moura, Laura Florêncio, Leudo Valença, Altair Porto, Capitão João Velho, Josélia Florêncio, Maria Félix e Professor Machadinho.

A Polícia Federal apreendeu hoje documentos, discos rígidos de computadores, CDs e DVDs da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Cidade em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Além da sede, a PF também apreendeu material na casa do presidente da entidade, José Augusto da Silva, e em uma fábrica que fornecia material esportivo para o Ministério do Esporte também ligada ao Instituto Cidade.

No ano passado, José Augusto foi um dos coordenadores da campanha para deputado estadual de Wadson Ribeiro (PCdoB), braço direito do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou o cargo após série de denúncias de desvio de recursos em convênios, principalmente do programa Segundo Tempo. José Augusto foi intimado para prestar depoimento no inquérito amanhã.

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O material encontrado nos três endereços foi suficiente para encher 16 malotes e, segundo o chefe da PF em Juiz de Fora, delegado Cláudio Dornelas, foi apreendido com autorização da Justiça para evitar que possíveis provas de desvio "se perdessem no tempo". A instituição instaurou inquérito para apurar suspeita de desvio de recursos do Segundo Tempo por parte do Instituto Cidade, que recebeu nos últimos anos aproximadamente R$ 9,5 milhões do Ministério do Esporte.

De acordo com o delegado, há suspeita de uso de recibos fraudulentos, notas fiscais frias e superfaturamento de produtos comprados com a verba federal e a polícia investiga a possibilidade de os recursos terem sido desviados para abastecer campanhas eleitorais do PCdoB. "Há indícios de que recursos não foram aplicados no Segundo Tempo", disse o policial.

Ainda segundo Dornelas, amanhã deve ser formada uma força-tarefa de peritos contábeis da PF para analisar a documentação e a polícia não descarta a possibilidade de realizar novas buscas. Com relação à suposta participação de outras pessoas no esquema, o delegado afirma que todos que forem citados nos documentos ou depoimentos serão chamados para serem ouvidos.

Além de agentes da PF, as buscas na fábrica também tiveram a participação de auditores do Ministério do Trabalho, já que os funcionários são contratados por meio de uma cooperativa, mas o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da entidade não está registrado na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg) e será investigada a legalidade dos contratos.

Dos R$ 5 bilhões que o Ministério do Esporte destinou ao esporte desde 2003, quando foi criado, R$ 881,08 milhões foram entregues a convênios com prefeituras, municípios e ONGs, para o Programa Segundo Tempo - o centro do escândalo de um suposto esquema de desvio de verbas que derrubou o ministro Orlando Silva.

Boa parte desse dinheiro foi destinada a entidades controladas pela PCdoB, partido de Orlando Silva e do sucessor, Aldo Rebelo, de acordo com reportagens publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo desde fevereiro. Uma das ONG, a Bola pra Frente, da vereadora Karina Rodrigues, do PCdoB de Jaguariúna, recebeu R$ 27,83 milhões do Programa Segundo Tempo desde 2004. Em 2010, a entidade de Karina obteve R$ 12,97 milhões. Em 2011, com a sequência de reportagens sobre o desvio de verbas, a Bola pra Frente saiu da planilha de pagamentos do Ministério do Esporte.

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De acordo com levantamento feito a pedido do Grupo Estado pela ONG Contas Abertas, só em 2004 e 2005 os convênios para o Programa Segundo Tempo não ultrapassaram a casa dos R$ 100 milhões ao ano. Em 2004, foram R$ 44,4 milhões; em 2005, R$ 64,6 milhões. Já em 2006, ano em que Agnelo Queiroz (então no PC do B, tendo migrado para o PT) deixou o Ministério do Esporte e foi substituído por Orlando Silva, o Segundo Tempo recebeu R$ 109,9 milhões; em 2007, R$ 102,5 milhões; 2008, R$ 143,6 milhões; 2009, R$ 112,7 milhões; 2010, R$ 184,9 milhões; e 2011, até 31 de outubro, R$ 118 milhões.

Levando-se em conta a sucessão de escândalos no Ministério do Esporte, a presidente Dilma Rousseff suspendeu na última segunda-feira pelo prazo de um mês os convênios com todas as ONGs. Só em 2011 mais de R$ 2 bilhões foram destinados a esse tipo de entidade, a maioria sem licitação. Os contratos terão de ser revistos em 30 dias. O pagamento às ONGs só voltará a ser feito quando for atestada a regularidade da parceria. O ministro da Pasta terá de dar o aval para a continuidade dos convênios, quando estes forem restabelecidos.

Depois das denúncias de irregularidades que levaram à saída do ministro Orlando Silva, o Ministério do Esporte havia suspendido os convênios com sete entidades responsáveis por ações do Programa Segundo Tempo, sob a alegação de que elas descumpriram regras de parcerias. Mas isso só foi feito depois das seguidas reportagens sobre os repasses a entidades fantasmas, que declararam ter sedes em locais improváveis, como oficinas mecânicas ou bares.

Uma análise nos termos dos convênios do Ministério do Esporte mostra que diversos deles foram feitos da forma mais genérica possível. Em 2010, por exemplo, foi fechado um com a Secretaria do Trabalho, Renda e Esporte da Bahia, no valor de R$ 390 mil, que não explicita do que se trata nem qual é o local em que será executado. Diz simplesmente: "Implantação e modernização de infra estrutura (sic) para esporte recreativo e de lazer. a definir".

Além desse aí fechado com a Bahia e com toda a verba já liberada, os que se referem ao Segundo Tempo não têm nenhuma objetividade. Um convênio assinado entre o Ministério do Esporte e a Prefeitura de Santana (AP) no dia 31 de dezembro de 2009 - último dia do ano, quando todo mundo corre para apresentar projetos e pegar o dinheiro daquele ano a tempo -, está escrito nestes termos: "Implantação de núcleos do Programa Segundo Tempo no município de Santana". O valor é de R$ 686,4 mil e já foi totalmente liberado. O convênio termina no dia 10 deste mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério do Esporte publicou hoje no Diário Oficial da União a rescisão do convênio fantasma de R$ 911 mil com o Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Idec) para o Programa Segundo Tempo na cidade de Novo Gama (GO). A decisão foi oficializada um dia depois de o jornal O Estado de S. Paulo revelar que a pasta havia renovado, no dia 25 de agosto, o mesmo contrato até agosto de 2012. A ONG é de fachada e, apesar de ter assinado o convênio no dia 31 de dezembro de 2009, jamais executou o projeto.

A renovação por mais um ano havia sido assinada pelo secretário executivo do ministério, Waldemar Souza, e pelo secretário nacional de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, dois homens de confiança do ministro Orlando Silva. A existência do convênio fantasma, usado como propaganda eleitoral do PC do B em 2010, foi revelado pelo jornal em fevereiro deste ano. Na época da publicação da reportagem, Orlando Silva anunciou abertura de sindicância e prometeu "apurar e punir", mas acabou prorrogando o contrato.

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Apesar de oficializar e publicar a rescisão somente depois de O Estado de S. Paulo divulgar que o convênio havia sido renovado, o Ministério do Esporte inseriu a data de 13 de outubro no extrato de cancelamento divulgado nesta sexta no diário.

Sem mudanças

Na quarta-feira, oito meses depois de identificar que o convênio nunca existiu em Novo Gama, a reportagem voltou ao local e não constatou nenhuma mudança: por lá, o Segundo Tempo ainda é só promessa. Cerca de 2,2 mil crianças preencheram fichas de inscrição e até hoje, mais de 21 meses depois do convênio firmado, aguardam o início do programa.

Em busca de votos dos eleitores do Distrito Federal que moram no Novo Gama, o comunista Apolinário Rebelo (irmão do deputado Aldo Rebelo) visitou o Novo Gama na campanha de 2010, quando comemorou a conquista do Segundo Tempo para os moradores. Na época, Apolinário disse que obteve o projeto com o "amigo" Ranieri Gonçalves, presidente do Idec, entidade beneficiada.

No dia 20 fevereiro, o jornal mostrou, por exemplo, que na periferia da cidade havia um terreno baldio onde deveria ser um campo de futebol. Na quarta, ao descobrir a prorrogação do convênio, a reportagem retornou à cidade e comprovou que o cenário não mudou. O campo de futebol não existe. As crianças que se inscreveram continuam sem receber o programa, entre elas o menino Rafael dos Santos Lima, 12 anos, personagem da reportagem de fevereiro. Ele e os amigos jogam futebol numa rua de chão batido, ao lado do terreno onde deveriam praticar esporte.

O dono do Idec, Ranieri Gonçalves, admitiu que o Segundo Tempo nunca foi executado por ele e culpa o ministério. "O ministério tem que dizer 'começa'." Após a reportagem de fevereiro revelar que sua entidade era de fachada, Ranieri botou uma placa com o nome do Idec na porta de casa. Na quarta, ameaçou a reportagem. Dos R$ 911 mil previstos, R$ 787 mil são do governo e o restante deveria ser a contrapartida. A primeira parcela, de R$ 393 mil, foi liberada há mais de 17 meses. O contrato encerraria em março, mas foi prorrogado até agosto. No dia 25 daquele mês, uma nova renovação, até agosto de 2012, foi publicada no Diário Oficial da União.

O Ministério do Esporte prorrogou até agosto de 2012 um convênio de R$ 911 mil do Programa Segundo Tempo com uma entidade de fachada que, apesar de ter assinado o contrato em dezembro de 2009, jamais executou o projeto no entorno do Distrito Federal. O convênio fantasma, usado como propaganda eleitoral do PCdoB em 2010, foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro deste ano. O ministério ignorou as suspeitas de fraude.

A renovação foi publicada há menos de dois meses, no dia 25 de agosto passado, pelo secretário executivo do ministério, Waldemar Souza, e pelo secretário nacional de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, dois homens de confiança do ministro Orlando Silva.

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O contrato é com o Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Idec), uma entidade registrada na casa de seu dono, Ranieri Gonçalves, em Novo Gama, cidade goiana da região do DF que tem eleitores que votam na capital federal. Na época da publicação da reportagem, Orlando Silva anunciou abertura de sindicância e prometeu "apurar e punir".

A reportagem voltou ontem ao local e não constatou nenhuma mudança: por lá, o Segundo Tempo ainda é só promessa.

Cerca de 2,2 mil crianças preencheram fichas de inscrição e até hoje, mais de 21 meses depois do convênio firmado, aguardam, em vão, o início do programa. Além de aparecer na prorrogação, o nome de Wadson Ribeiro, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e filiado ao PCdoB, também é mencionado como responsável pela assinatura do convênio no dia 31 de dezembro de 2009.

Em busca de votos dos eleitores do DF que moram no Novo Gama, o comunista Apolinário Rebelo (irmão do deputado Aldo Rebelo) visitou o Novo Gama na campanha de 2010, quando comemorou a conquista do Segundo Tempo para os moradores. Na época, Apolinário disse que obteve o projeto com o "amigo" Ranieri Gonçalves, presidente do Idec, entidade beneficiada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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