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No Classificação Livre dessa semana você vai conferir uma matéria feita na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que esse ano conta com encenações de mais artistas pernambucanos no elenco, como José Barbosa interpretando Jesus. A encenação vai até o dia 7 de abril em Fazenda Nova, no Brejo da Madre de Deus. Vai acompanhar ainda alguns trechos do Cirque Du Soleil que veio ao Recife com o espetáculo Varekai e fica até o dia 22 de abril.

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Além disso vai assistir um pouco do show especial Viva Elis, da cantora e filha da intérprete, Maria Rita, que fez uma homenagem aos 30 anos de Elis Regina. Para quem ainda não tem agenda marcada para o feriadão, pode conferir nossa opção cultural e assistir dois trailers de filmes que tem estreia no final dessa semana.

O Classificação Livre é apresentado por Binho Aguirre e Ingrid Resgala e tem a produção do Portal LeiaJá em parceria com o Núcleo de Comunicação Social da Faculdade Maurício de Nassau.

A Infraero estima que a movimentação nos aeroportos brasileiros durante o feriado da Semana Santa atinja aproximadamente 2 milhões de passageiros, número 9% superior ao movimento registrado no mesmo período do ano passado, de 1,9 milhão de pessoas. A Rede Infraero é composta por 66 aeroportos.

Segundo a Infraero, para garantir a fluidez nas operações, diversas medidas serão adotadas neste período, entre as quais o reforço do efetivo nas áreas operacionais e de segurança com o remanejamento da escala de trabalho dos empregados. Equipes de plantão trabalharão para a manutenção de equipamentos essenciais, como pontes de embarque, elevadores e escadas rolantes, assim como a limpeza dos ambientes.

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Empregados vestidos com coletes amarelos da campanha "Posso Ajudar?/May I Help you?" circularão nos saguões para orientar e esclarecer dúvidas dos passageiros. Além disso, nos aeroportos em que o Centro de Gerenciamento Aeroportuário (CGA) está instalado (Guarulhos, Congonhas, Brasília, Santos Dumont, Galeão, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Confins e Manaus), as ações de monitoramento serão reforçadas pelos integrantes da Infraero, Anac, empresas aéreas, Polícia Federal, Receita Federal e Vigiagro.

O feriadão da Semana Santa deve intensificar o fluxo de veículos nas estradas de todo o estado de Pernambuco, principalmente as que dão acesso à região do Agreste, onde acontece o espetáculo “A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém”. Devido a essa movimentação, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) montou uma esquema especial de monitoramento na avenida Abdias de Carvalho.

A partir desta quinta-feira (5) um efetivo de 12 agentes da CTTU estará posicionado ao longo da via monitorando o trânsito. O esquema especial prossegue até a próxima sexta-feira (6), com o mesmo número de agentes.

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Confira também o nosso especial sobre a Semana Santa. 

Há menos de três dias do feriadão da Semana Santa, o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, já registra um fluxo maior de voos e, consequentemente, de passageiros. De acordo com assessoria de comunicação do aeroporto, 71 voos charters (fretados por empresas particulares) estão previstos para o período de 26 a 9 de abril. 

Nesse período, a previsão de passageiros é de 73.469, registrando um aumento de 2,5% em relação ao ano passado. Além da força do feriadão, o incremento ocorre tambem porque devido a obras em outros aeroportos, alguns voos estão sendo desviados para Recife.

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Interior - Agências de viagem instaladas no Aeroporto Internacional dos Guararapes também ressaltam crescimento no fluxo de vendas e a procura por pacotes para o interior do Estado.

Daniele Macedo, 24 anos, recepcionista de um estabelecimento do ramo, afirma que desde o último dia 25 de março os clientes procuram um único roteiro: Fazenda Nova, no Agreste do Estado, onde acontece o espetáculo teatral “A Paixão de Cristo”. Os 78 lugares oferecidos diariamente pela empresa são rapidamente ocupados. Os pacotes variam de R$ 65 a R$ 80 e não incluem o valor do ingresso da apresentação.

Também a gerente de outra agência, Silvana Alencar, 40, garante ter registrado um aumento de 10% nas vendas em relação ao mesmo período em 2011. Segundo Silvana, tal acréscimo se deve a mudança do perfil do viajante.“Hoje não são apenas as classes A e B que viajam. A população da classe C também está podendo viajar", afirma, dizendo, ainda, que a Semana Santa e o São João são os dois períodos com maior procura de pacotes para o interior de Pernambuco. 

 

Época de muitos significados, a Semana Santa faz parte não só da religiosidade, mas da cultura do nosso povo. Com sua origem em celebrações de fertilidade e colheita realizada desde tempos imemoriais, a celebração da páscoa atravessou a história e foi assumida por diferentes povos em diferentes épocas, sendo até hoje uma data fundamental no calendário de países cristãos como o Brasil.

Durante a Semana Santa, os acontecimentos mais marcantes da história de Jesus Cristo são lembradas, com toda a sua simbologia. Duas expressões culturais destacam-se nesse período, marcadamente no Brasil e, especificamente no Nordeste: a culinária e as encenações da Paixão de Cristo. A entrada de Cristo em Jerusalém, o sermão no Monte das Oliveiras, a tentação de Cristo no deserto, a traição de Judas Iscariotes, a prisão, crucificação e morte de Jesus, e sua ressurreição, são algumas das passagens lembradas em inúmeras peças teatrais montadas em várias cidades, na grande maioria das vezes graças à dedicação da população.

A mesa também carrega uma simbologia fundamental durante a celebração da páscoa. Primeiro porque a data marca o fim da quaresma, período de jejuns e privações, de acordo com o calendário cristão. Também porque os alimentos carregam um forte significado na semana santa: representam o corpo do cristo, seu sangue; simbolizam a última ceia de Jesus com seus apóstolos e também celebram sua ressurreição, no domingo de páscoa.

O LeiaJá mergulhou nas manifestações populares que caracterizam a Semana Santa em Pernambuco, conheceu algumas das mais tradicionais encenações da Paixão de Cristo realizadas no Estado e buscou conhecer o cardápio típico do período. Você pode também conferir dicas de como escolher bem os ingredientes para a ceia e aprender a preparar receitas deliciosas para reunir a família e celebrar a Páscoa.

A palavra “profano”, entre alguns significados de dicionários, é a música não sacra ou que tem relação com festas não religiosas. Também pode significar a ação que tira algo do sagrado. E curiosamente, em plena Semana Santa, o que é “profano” acontece. Além das tradicionais festividades religiosas e rituais, em muitas cidades pernambucanas festas profanas também têm espaço na “programação santa”. 

Frequentadora assídua de inúmeros desses eventos no período é Vanessa Rodrigues, de 23 anos. O interessante é que ela acha isso errado. “Já fui para várias festas na Semana Santa e sei que isso é errado. Entendo que a Semana Santa é uma época de reflexão, com relação ao sofrimento que Cristo passou”, reflete Vanessa. Mesmo assim, ela opina que Deus entende. “Eu acredito que Deus quer que tenhamos o coração puro, e por isso não vejo problemas sérios em ir às festas. Ele não quer que a gente faça as coisas forçadas”, acredita a jovem. 

Para o monsenhor José Albérico Bezerra, um dos representantes da Arquidiocese de Olinda e Recife, a busca por um estado laico faz muitas pessoas esquecerem do significado real da Semana Santa e da Páscoa cristã. “A necessidade do mundo é ser laico, porque as pessoas querem ser livres. Na minha época, a Sexta-Feira Santa era de silêncio, onde até os rádios, por exemplo, só faziam menção a Jesus Cristo”, conta o monsenhor.

De acordo com o religioso, além da necessidade de ser livre, existem outros fatores causadores do distanciamento religioso. “São fenômenos da história. É uma série de ações que foram desligando a atenção de muitos da sociedade em relação à religião”, relata José Albérico.

No entanto, ele também aponta o poder público como um dos responsáveis pelos eventos profanos em plena Semana Santa. “Muitos governantes querem dar ao povo o que eles querem, que é diversão. O povo refletir sobre a história de Jesus Cristo não dá audiência. Então, é fazer aquela história do pão e circo para sociedade”, critica o religioso.

De acordo com ele, as pessoas que preferem festas não religiosas no período da Semana Santa, acabam perdendo um momento de reflexão e sabedoria. “Quando agente não celebra, nós não nos recordamos sobre a história de Cristo, que salvou a humanidade. O correto é trazermos para o nosso presente os ensinamentos de Jesus”, aconselha o monsenhor.

“Securalização” e o distanciamento da fé

O profano é resultado do processo de “securalização”. É o que pensa o pastor Ney Ladeia. Ele diz que os tempos modernos criaram pessoas pragmáticas, o que causou o distanciamento religioso. “Não existe a expectativa religiosa e sim a pragmática, que são simplesmente as coisas que as pessoas querem e desejam, principalmente no contexto do capitalismo”, ressalta Ladeia.

O pastor é outro que também acusa as autoridades governamentais  de incentivar eventos que não possuem relação com religião, no período dito santo. “Para as autoridades é um grande feriado com características comercial e política. Aproveita-se a reunião de pessoas e eles aplicam os seus interesses financeiros e políticos”, condena o pastor. De acordo com Ladeia, o aspecto religioso sumiu. “A verdadeira celebração desapareceu para grande parte das pessoas. Com o poder público sem interesse pelas atividades cristãs, é inevitável que esse afastamento não aconteça”, afirma Ladeia.

Diante disso, o pastor declara que a sociedade perde muito, no que diz respeito aos valores. “A família brasileira está destruída, e os pensamentos éticos estão ficando para traz. Quando um indivíduo prefere uma festa profana a um evento da Semana Santa, ele perde a oportunidade de refletir sobre coisas significativas e úteis para a vida dele. Ele precisa entender qual a relevância de Cristo para nossa vida”, declara o religioso.

Poder público: “também respeitamos a Semana Santa” 

A cidade de Gravatá, localizada a 90 quilômetros do Recife, é um dos locais do Estado que realizam grandes festas profanas no período da Semana Santa. Mas, de acordo com a Secretaria de Imprensa do município, as festividades religiosas são respeitadas e têm espaço na programação cultural.

“Gravatá tem um respeito muito grande pelos eventos religiosos. As festas profanas só são realizadas após a meia noite da sexta-feira. Nós também damos espaço aos shows religiosos”, afirma o secretário de imprensa Felipe Vieira.

E dentro das festividades religiosas ou não, o certo é que a cidade vem alcançando bons resultados econômicos. De acordo com Vieira, no ano passado foram movimentados na Semana Santa de Gravatá R$ 7 milhões. A expectativa para este ano é que 120 mil pessoas passem nos eventos do município, sem contar com os próprios moradores.

 

A história da Paixão de Cristo é uma das que mais definem a construção da nossa civilização. A vinda do Cristo – um enviado de Deus ou o próprio Deus encarnado para expiar os pecados da humanidade – é um dos pilares no qual se baseia a crença da enorme maioria dos brasileiros. A encenação dos momentos mais marcantes da trajetória de Jesus é uma tradição fortemente presente em todo o Brasil, e em Pernambuco ela tem muita força.

É em Pernambuco que fica a maior encenação ao ar livre da Paixão de Cristo, que acontece na cidade cenográfica de Nova Jerusalém, atraindo dezenas de milhares de pessoas todos os anos. Em cada canto do Estado, pessoas de todas as idades e profissões se transformam em profetas, soldados romanos, apóstolos e representam os passos de Jesus na Terra, seus milagres, a traição de Judas Iscariotes, a crucificação e morte, e a ressurreição do Cristo.

O Leiajá foi conhecer algumas das mais tradicionais Paixões de Cristo de Pernambuco, visitando municípios da Zona da Mata, Agreste e Sertão. Passeie com o LeiaJá em uma viagem pela fé e talento de pessoas comuns, que muitas vezes passam boa parte do seu ano se preparando para viver as emoções da Paixão e continuar a contar para as pessoas a história de Jesus Cristo.

 

RECIFE

 

 

Fruto da dedicação e persistência do ator José Pimentel, a Paixão de Cristo do Recife começou a ser encenada em 1997, no estádio do Arruda. A Paixão passou cinco anos acontecendo no estádio e, a partir de 2002, começou a ser encenada no Marco Zero do Recife, onde acontece até hoje. A mega produção envolve nada menos que 300 figurantes, 100 atores e 50 técnicos, que se reúnem para apresentar ao público a história da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

A relação de José Pimentel com a história teatralizada de Jesus Cristo é bastante antiga, e começa com a sua participação na tradicional Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, ainda na década de 1960. Em 1969 ele assume a direção do espetáculo e, em 1978, interpreta pela primeira vez o Cristo, que segue encarnando até hoje na versão recifense da peça.

Para 2012, todo o figurino e o cenário estão sendo renovados, e a iluminação e os efeitos especiais também foram atualizados. “Quem já assistiu ao espetáculo vai notar as diferenças”, avisa o diretor, que também fala de algumas mudanças no elenco principal para as apresentações deste ano: Maria, mãe de Jesus, será interpretada por Angélica Zenith; Madalena por Gabriela Quental; o Judas será Mário Miranda e quem encarna Anás é Rogério Costa, entre outras alterações. Todas essas pessoas já participavam da encenação há um bom tempo em outros papéis.

São, ao todo, duas horas de espetáculo. A ação acontece em um grande palco com 20 metros de comprimento e 14 metros de largura, que abriga ao todo nove diferentes cenários, onde se desenrolam as cenas marcantes da Paixão como a última ceia, a crucificação de Jesus, o enforcamento de Judas e a ascensão do Cristo ressuscitado. Cerca de 70 mil pessoas assistem à Paixão de Cristo do Recife todo ano. São famílias inteiras, pessoas de todas as idades, artistas, que se emocionam com a simbologia da história e a força cênica da peça.

“Pernambuco tem uma tradição na realização da Paixão de Cristo. Os circos, antigamente, sempre encenavam sua Paixão na época da páscoa. Barreto Júnior também fazia uma. Hoje, quase todas as cidades do interior têm uma Paixão, e muitos bairros do Recife também”, ensina José Pimentel, que além de dirigir e atuar, também é o responsável pelo texto do espetáculo. A Paixão de Cristo do Recife acontece do dia 4 ao dia 8, às 20h, no Marco Zero.

 

Serviço

Paixão de Cristo do Recife

Quarta (4), quinta (5), sexta (6), sábado (7) e domingo (8), às 20h

Marco Zero

Gratuito

 

Bairros

O Recife abriga, em muitos dos seus bairros, diferentes encenações da Paixão de Cristo, a maioria promovida pelas paróquias espalhadas pela cidade e sua Região Metropolitana. Na capital pernambucana, destaca-se a peça encenada no bairro de Casa Amarela, realizada pela Paróquia do Bom Jesus do Arraial. Cerca de 50 atores e 120 figurantes participam da montagem, que tem cerca de duas horas de duração.

A Paixão de Cristo de Casa Amarela conta com recursos de telão e efeitos especiais e atrai milhares de espectadores todo ano. Em 2012, as apresentações acontecem nos dias 5 e 6, às 21h, no pátio da feira de Casa Amarela.

NOVA JERUSALÉM

 

Cores, efeitos especiais e muita emoção. O espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, no Agreste pernambucano, surpreende quem vai pela primeira vez e não deixa a desejar aos que vão assistir novamente. A emoção pode ser vista tanto no público como nos atores. “Você vem pra cá e medita, reza. Faz um balanço da própria vida”, afirma o ator pernambucano José Barbosa, que faz o papel de Jesus de Nazaré, depois de dez anos sem um ator da região interpretar esse personagem na montagem de Fazenda Nova.

O maior teatro ao ar livre do mundo dá ao público a chance de se sentir a parte mais significativa da história de Cristo. O público fica muito próximo dos atores, o que proporciona uma experiência única de interação entre quem assiste e quem interpreta. “Você escuta muita coisa e tem que se concentrar. A orientação que nos foi dada é de não falar o texto, já que tudo é gravado antes e quem está mais próximo pode ouvir o que a gente diz”, comenta o ator Caco Ciocler, que interpreta o Judas Iscariotes.

O figurino da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é um espetáculo a parte. Vai do comum ao extravagante, como no bacanal de Herodes – interpretado por Mohamed Harfouch. Na cena, Herodíades – interpretada por Ellen Roche - usa uma roupa toda dourada, assim como seus súditos, que usam roupas extravagantes, contrastando com as roupas de Jesus e dos que o seguem, que são simples e sem muitos detalhes. “A gente não consegue ter a dimensão disso aqui até pisar, sabe? É mágico”, comenta a atriz Larissa Maciel, que vive o papel de Maria, mãe de Jesus.

 

 

Com a mistura de sons, efeitos, figurinos e um cenário minuciosamente projetado para relembrar os tempos de Jesus, é fácil se emocionar ao acompanhar a história da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. O espetáculo de Nova Jerusalém é encenado há 44 anos em uma enorme cidade cenográfica com 100 mil metros quadrados que abriga, ao todo, nove palcos que reproduzem cenários realistas onde acontece toda a ação.  A cidade cenográfica é a realização do ambicioso plano de Plínio Pacheco, e ocupa uma área equivalente a um terço da Jerusalém original.

A encenação é realizada pela Sociedade Teatral de Fazenda Nova. São 550 pessoas em cena, entre atores e figurantes. Para 2012, a Paixão de Cristo tem nova iluminação e efeitos especiais, além de ter sido feita uma renovação do figurino e de adereços usados no espetáculo. Uma das preocupações da produção é com os portadores de necessidades especiais: estarão disponíveis os recursos de audiodescrição para cegos e a descrição de todo o espetáculo em LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais) para surdos. São nove dias de apresentações, do dia 30 de março ao dia 7 de abril.

 

Serviço

Paixão de Cristo de Nova Jerusalém

Domingo (1), segunda (2), terça (3), quarta (4), quinta (5), sexta (6) e sábado (7), às 18h

Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus

R$ 60 a R$ 90 (depende do dia) e R$ 30 a R$45 (meia entrada)

Informações: www.novajerusalem.com.br.

 

IPOJUCA

 

A tradicional montagem da Paixão de Cristo do município de Ipojuca começou em 1978, como resultado do grupo Comunidade de Jovens Cristãos – CJC, que encenava pequenas peças. Um presente – um disco de vinil da Paixão de Cristo – despertou no grupo a vontade de encenar a história de Jesus Cristo. Surgiu, então, o Grupo Teatral Ipojucano (GTI), que até hoje encena a Paixão no município da Zona da Mata Sul de Pernambuco.

Por três anos, a Paixão aconteceu no Clube Municipal, mas passou a atrair tanto público que precisou ser transferido para locais abertos. A peça passou seis anos sendo apresentada no Estádio Antônio Dourado Neto, e há quatro anos acontece no Pátio de Eventos de Ipojuca, atraindo cerca de quatro mil pessoas a cada dia de apresentação. Entre atores, figurantes, produção e técnicos, a encenação agrega o esforço de quase duzentas pessoas, entre elas sessenta idosos do grupo Idoso Feliz, que fazem figuração.

 

Desde os primeiros anos, o grupo enfrentou muitas dificuldades, mas persistiu e hoje é uma das mais tradicionais das Paixões de Cristo de Pernambuco. Mesmo assim, “Ano passado a peça não foi realizada por falta de apoio do poder público”, afirma Edércio Lima, diretor do espetáculo e fundador da Paixão de Cristo de Ipojuca. Edércio, que encarnou por muito tempo o Cristo, hoje ainda atua na montagem como o romano Herodes.

Durante seis anos, em meados da década de 1990, o Grupo Teatral Ipojucano não conseguiu encenar a Paixão em seu próprio município, mas montou o espetáculo em outras cidades, como Vitória de Santo Antão e Sirinhaém. Nada fez esmorecer a vontade de seguir apresentando a história de Jesus Cristo para as pessoas: “As grandes idéias surgem nos momentos de dificuldade”, reflete Virgínio Ferreira, que interpreta Caifás.

São muitos os momento que mostram o envolvimento da população com a encenação: “Passam um tempão me chamando de traidor”, relata Deividy William, que encarna Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus Cristo e o entregou aos romanos. Os atores ressaltam que as manifestações do público são, talvez, o maior estímulo para continuar encenando a Paixão. Carla Medeiros, que hoje atua como Maria e participa desde criança, já tendo interpretado várias personagens, relembra um momento emocionante: “Em 2008, um pedaço da cruz se soltou e caiu com o cristo. Achamos que o público ia reagir mal, mas eles se levantaram e começaram a aplaudir. Eu chorei muito nesse dia”.

A participação de Carla também incentivou seu filho, Carlos Medeiros Neto, que participa desde quando ainda era um bebê de colo e atualmente encarna Jesus Cristo na encenação de Ipojuca. Muitos participam desde criança, como Ueliton Santos, de 31 anos, que encarna o Pilatos e faz parte do elenco desde que tem 10 anos. Hoje outras crianças também se integram, anunciando muitos anos de continuidade da tradição desta encenação. Celso Lucas, 10 anos, participa desde os 5: “Minha mãe deu a ideia e eu gostei porque tem muitos amigos”, afirma o menino.

Todos colaboram como podem, atuando em diferentes funções, a exemplo de Danniel Bezerra da Fonseca, que já interpretou vários personagens e agora responde pela sonoplastia do espetáculo. Ele conta que busca as músicas da trilha sonora do espetáculo em filmes antigos sobre a vida de Jesus. Antônio Lima, que atua como Centurião e um dos apóstolos, ainda cospe fogo na cena do bacanal de Herodes.

Em 2012, a Paixão de Cristo de Ipojuca completa 35 anos de tradição e será apresentada na Sexta-Feira da Paixão e no Sábado de Aleluia no Pátio de Eventos de Ipojuca. A ação acontece em três diferentes palcos e terá novidades, como a inclusão da cena da tentação de Cristo e a reprodução do quadro “A Santa Ceia”, de Leonardo da Vinci, quando da encenação da última ceia de Jesus com os apóstolos.

A produção do espetáculo é do Centro Cultural Farol de Davi. O produtor Marcos Moraes explica que, apesar de dificuldades como a falta de espaço para guardar os cenários e os figurinos, não há problemas em conseguir pessoas dedicadas: “A Paixão de Cristo já é tradicional em Ipojuca, não é difícil juntar tanta gente. A paixão é praticamente a única potencialidade cultural viva do município”, afirma.

 

Serviço

Paixão de Cristo de Ipojuca

Sexta (6) e Sábado (7), às 20h

Pátio de Eventos de Ipojuca

Gratuito

 

BOM JARDIM

 

 

 

A pequena cidade do Agreste pernambucano abriga uma das mais bonitas encenações da Paixão de Cristo do Estado. Em Bom Jardim, a tradicional peça começou sendo interpretada pelas irmãs do Colégio Sant’Ana ainda na primeira metade do século passado. Por ser uma escola, até então, apenas para meninas, não havia homens no elenco. No início da década de 1990, eles puderam começar a participar e a comunidade foi se envolvendo cada vez mais com a encenação.

Em 1992, por iniciativa de José Márlio Salviano, João Babosa e Lúcio Mário Cabral, o espetáculo foi levado à rua, passando a ser encenado ao ar livre. Desde então vem se destacando como uma forte iniciativa cultural que está mais que fixada na identidade cultural de Bom Jardim. A produção da Paixão de Cristo de Bom Jardim envolve hoje cerca de trezentas pessoas, incluindo jovens e adolescentes com problemas de socialização e com drogas, o que desdobra a produção e apresentação da peça em uma ação social de cuidado com os adolescentes da cidade.

A peça é levada muito à sério por seus realizadores e já há casos de pessoas que deram um passo adiante, como é o caso do ator Reginaldo Celestino, que interpreta o Judas Iscariotes. Hoje ele é ator profissional, mora no Rio de Janeiro e já participou até de novelas da TV. “A gente tem aula de interpretação, expressão corporal e expressão vocal”, explica José Márlio, professor e ator que dirige a Paixão de Cristo de Bom Jardim. Essas aulas são ministradas por Lady Batista, que mora no Rio de Janeiro e participa da encenação desde 1994 - já fez figuração e também o papel de Herodíades. Hoje ela é a assistente de direção.

Em Bom Jardim, a Paixão de Cristo interage com praças, ruas e prédios históricos da cidade, e realiza um verdadeiro cortejo entre diferentes pontos sem interromper a apresentação. A encenação se inicia na Praça São Sebatião, segue para a Praça do Fórum, vai para a frente de um casarão antigo, depois para o cineteatro, o Fórum (onde acontece a cena de Pilatos). Em seguida para a Praça do Carmo (onde acontece a via crúcis) e se encera na Capela do Carmo.

 

 

Clea Salviano, que trabalha na produção do espetáculo, comemora que “as ruas ficam repletas e a cidade para” quando a história de Jesus Cristo é encenada.  A casa de Clea é o “quartel general” do grupo, onde o elenco se reúne e também onde ficam guardados o figurino e partes do cenário. A filha dela, Maria do Carmo, participa desde os dois meses de idade da peça e hoje vive a mãe de Jesus. “Todos se ajudam”, afirma a jovem. Muitos participam da montagem e desmontagem dos cenários, da feitura dos figurinos ou atuam em outras funções.

É o caso de Edson Nascimento, que participa a sete anos da Paixão de Bom Jardim. Além de interpretar Pilatos, ele é o responsável pelo plano de iluminação do espetáculo. Também de Wilton Augusto Martins, que pelo segundo ano encarna o Cristo. “Espero ficar mais tempo participando. As apresentações são lindas e eu gosto de participar de todos os processos, da montagem dos cenários à apresentação”, afirma o jovem que, a pedido do diretor Márlio, tem deixado a barba e o cabelo crescerem para compor o personagem.

Todo o elenco ressalta a grande emoção envolvida na apresentação: “No primeiro ano em que fiz Barrabás, eu chorei”, afirma Manuel Salvino Pereira Filho, que também encarna o apóstolo Pedro. Andreia Carla Gomes da Silva, que interpreta Verônica, diz ser “emocionante ver um monte de gente vindo prestigiar”.  Eliel Souza, o Caifás, conta que “já houve anos em que o público entrou na cena para ajudar Jesus. Na hora da flagelação muitas pessoas choram”.

Em 2012, a Paixão de Cristo de Bom Jardim foi a mais bem colocada na sua categoria no edital Pernambuco de Todas as Paixões, da Fundarpe. As apresentações acontecem nos dias 5, 6 e 7, sempre às 20h. A complexidade da realização da peça não esmorece a vontade de seus realizadores: “O desafio é difícil, mas não impossível. Nós começamos fazendo roupas com papel celofane, papelão, era uma penúria grande e nunca deixamos de fazer”, resume José Márlio. Hoje Bom Jardim atrai moradores das cidades vizinhas e é uma ótima opção para quem quer vivenciar a Paixão de Cristo em uma encenação rica e bela.

 

Serviço

Paixão de Cristo de Bom Jardim

Quinta (5), sexta (6) e sábado (7), às 20h

Nas proximidades do Fórum de Bom Jardim

Gratuito

 

GRAVATÁ

 

 

Uma das maiores de Pernambuco, a Paixão de Cristo de Gravatá atrai um público médio estimado em oito mil pessoas por apresentação. Intitulada A nossa Paixão, a peça é encenada desde 1983. Nos primeiros anos, a história da paixão, crucificação e ressurreição de Cristo era encenada no Alto do Cruzeiro, e em seguida passou por diferentes pontos da cidade até se estabelecer no Pátio de Eventos, há sete anos. O espaço funciona como um grande palco e permite ao público visualizar facilmente todas as cenas, que se desenrolam em cinco diferentes cenários.

Gravatá é destino preferencial para quem viaja durante a Semana Santa e tem uma programação de shows que atrai ainda mais pessoas ao Pátio, especialmente na Sexta-Feira da Paixão. A realização da peça é um trabalho para o ano todo, como relata Carlos Fester, diretor: “Começamos a produzir a encenação, fazer adereços e roupas e a correr atrás de patrocínio para o ano seguinte assim que termina a Semana Santa”. Os ensaios com o elenco acontecem a partir de fevereiro e a produção agrega cerca de 200 pessoas.

A nossa Paixão tem ares de grandiosa e também se utiliza de efeitos especiais. “Usamos explosões, efeitos de sangue”, explica Janjão Brito, que já participa do espetáculo há 25 anos e é o responsável pelos efeitos e pela iluminação, além de encarnar o Cego de Jericó em cena. Brito ainda é co-diretor do espetáculo. Muitos participam há mais de duas décadas, como Carlos Silva, o responsável por interpretar Judas Iscariotes. Ele está na encenação desde 1984, quando tinha apenas dez anos de idade. Hoje seu filho Carlos Eduardo, de 13 anos, também atua. “A primeira participação dele foi com seis meses de idade”, conta o pai orgulhoso.

 

 

Outro participante antigo no grupo é Inaldo Batista Marinho, que entra em cena como Profeta e Ancião. Quem interpreta o principal personagem da Paixão é Antônio Santos. Além de representar Cristo, Antônio também é assistente de direção. Participam da encenação 22 atores e atrizes ao todo, a exemplo de Maria Rejane, que interpreta a Mulher Egípcia.

O diretor Carlos Fester ressalta o esmero na produção e afirma que “ tudo é bem estudado e há um cuidado na caracterização dos personagens”. Segundo ele, esse cuidado se estende a cenários, efeitos e figurinos. A peça dura uma hora e quarenta minutos e a ação se inicia ainda com a história de Adão e Eva, quando da Criação. A peça tem momentos mais fortes, como o enforcamento de Judas e a Ascensão do Cristo, clímax da Paixão.

Não se perde de vista, no entanto, o objetivo primeiro da mobilização de tantas pessoas para encenar a história de Jesus Cristo. “O principal objetivo é evangelizar”, afirma Fester. E muitas pessoas, incluindo vários jovens e adolescentes, procuram participar da encenação, tomando parte na construção e manutenção de uma tradição que remonta ao início de nossa era, e contando uma história que atravessa o tempo como uma das mais definidoras da fé do povo.

A produção de A nossa Paixão é do ICETAG – Instituto Cultural e Ecológico Terra Agreste. A peça foi aprovada no edital Pernambuco de Todas as Paixões da Fundarpe. As apresentações acontecem nos dias 5, 6 e 7 às 21h e são abertas a todos. O grupo prepara novidades para a apresentação de 2012, com a inclusão de cenas.

 

Serviço

A nossa Paixão – Paixão de Cristo de Gravatá

Quinta (5), sexta (6) e sábado (7), às 21h

No Pátio de EventosChucre Mussa Zarzar

Gratuito

 

PESQUEIRA

 

O município do Sertão pernambucano abriga não uma, mas duas encenações da Paixão de Cristo simultaneamente. Não há, entretanto, choque de datas ou horários, pois no dia em que uma é encenada, a outra não acontece. A situação dá aos moradores de Pesqueira e aos visitantes da época da Semana Santa a opção de uma rica programação e a oportunidade de conferir duas leituras da saga vivida por Jesus Cristo, que inclui sua paixão, crucificação e ressurreição.

A mais antiga das Paixões de Cristo encenadas em Pesqueira nasceu em 1983. Toda a ação acontecia durante a procissão de Sexta-Feira da Paixão, realizada pela Diocese de Pesqueira, que saía do Convento Franciscano. Em 1995, a história de Cristo virou uma peça de teatro e passou a ser encenada no pátio do Convento, onde acontece até hoje.

A peça é realizada pelo grupo Amigos de São Francisco, com a participação da Juventude Franciscana. A Igreja e o Convento de São Francisco apoiam a encenação, e as roupas que compõem o figurino, por exemplo, foram costuradas no próprio convento. “O principal foco é a evangelização”, afirma Evaldo Andrade, diretor da peça. Ele encarnou o Cristo por 18 anos e agora atua como Profeta, além de dirigir vinte atores e cerca de cinquenta figurantes que participam da Paixão. A coordenação geral é de Ivânia Torres, secretária da paróquia.

 

 

A Paixão de Cristo acontece em uma parceria com a Ziriguidum Art e Circus, produtora da qual Evaldo faz parte. Outro participante da peça que faz parte do grupo é Edenilson Barbosa da Silva, que interpreta um Soldado Romano. “Eu comecei vendo a procissão e já me apaixonei pela encenação, mas na época não se permitia crianças”, conta o jovem, que passou a integrar o elenco assim que as crianças foram admitidas e já está há 17 anos no elenco.

Hoje quem faz o Cristo é Valter Lima, que vai à cena acompanhado de Agda Maria da Silva, Maria da Paz Melo, Maria Barbosa Vasconcelos, Solange Vieira da Silva, Antônio Vicente Lima da Silva, Valdira Alexandre Souza e Jamerson Vieira da Silva, que interpreta Satanás, entre outros moradores de Pesqueira. Todos comentam do envolvimento do público com a encenação, afirmando ser emocionante participar.

A Paixão de Cristo conta com o apoio Prefeitura de Pesqueira, que cede arquibancada, banheiros químicos e a estrutura de som para acomodar o público de cerca de duas mil pessoas por apresentação. Este é o terceiro ano que a peça recebe também incentivo da Fundarpe. As apresentações acontecem no Domingo de Ramos (1), na Quarta-Feira Santa (4) e na Sexta-Feira da Paixão (6), às 20h.

Serviço

Paixão de Cristo de Pesqueira

Domingo (1), Quarta (4) e Sexta (6), às 20h

Convento dos Franciscanos (Av Dr Joaquim Brito, 194 Prado - Pesqueira)

Gratuito

 

Arte e Vida

 

 

Outra peça criada para lembrar os milagres e o martírio de Jesus Cristo na cidade de Pesqueira é a produzida pelo Grupo de Teatro Arte e Vida. O criador e diretor da peça, Dimas Silva, conta que a primeira encenação aconteceu em 1990 na Rua João Camilo Valença, no bairro do Prado, onde mora até hoje. Os primeiros atores foram os vizinhos. “Não tínhamos figurinos, então improvisávamos com lençóis, panos listrados e coloridos. As lanças eram feitas com cabos de vassoura”, recorda Dimas.

Ano após ano, a encenação foi atraindo mais gente para participar do elenco ou assistir. Em 2002, a rua já não comportava mais a quantidade de público que se reunia, e o grupo foi convidado para encenar a paixão em frente à Escola Professor Arruda Marinho, onde passou nove anos. Em 2012, pela primeira vez, a Paixão será encenada no Teatro Municipal de Pesqueira. O teatro é ao ar livre e em formato de arena. Os cenários serão montados em mais três partes da estrutura, além do palco, fazendo com que a cena vá circulando o público em 360 graus e oferecendo uma experiência diferente do que o próprio elenco está acostumado.

Entre os remanescentes da primeira apresentação está Jean Mário, conhecido como China. Quem é o responsável por interpretar o Cristo é o jovem Willington “Lito”, de apenas 15 anos. Quase todos os atores desempenham mais de uma função ou interpretam até três diferentes personagens durante a peça. Hoje são cerca de 70 pessoas envolvidas na realização da Paixão de Cristo entre atores, figurantes e técnicos. É o caso de Claudivan Macena, de 22 anos, ao contar que “já acompanhava só assistindo" e pediu para participar. Hoje o jovem atua há oito anos e interpreta Satanás e Caifás na peça.

Vendo a encenação crescer a cada ano, o diretor Dimas relembra um pouco da trajetória da Paixão: “Sempre gostei de filmes bíblicos e me deu a vontade de realizar uma brincadeira. Não sabia nem o que era teatro na época e isso se tornou um sonho”, resume. Ele adianta que há surpresas e novidades na encenação de 2012, que acontece na Terça-Feira Santa (3) e na Quinta-Feira Santa (5), às 20h, no Teatro Municipal de Pesqueira.

 

Serviço

Paixão de Cristo do Grupo Arte e Vida

Terça (3) e quinta (5), às 20h

Teatro Municipal de Pesqueira

Gratuito

A cidade de Gravatá já está preparada para sua Semana Santa. A expectativa para este ano é que 150 mil pessoas participem dos eventos do município. Entre as atrações, os destaques são os cantores Alceu Valença e José Augusto, as bandas Cheiro de Amor e Calypso.

Na quinta-feira (5), será realizada a Noite do Blues, na Praça Dez. As atrações são Big John Siqueira, Creedence Cover e Trimurti. As apresentações começarão no horário das 21h. 

O Padre Joãozinho iniciará os shows na noite da sexta-feira (6), no Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar, integrando a programação religiosa. Após o padre, o cantor Alceu Valença e a Banda Cheiro de Amor se encarregarão de animar o público.

O cantor José Augusto subirá ao palco no sábado, bem como as bandas Brucelose e Calypso. As apresentações também serão no Pátio de Eventos.

E as crianças também terão espaço na programação. No domingo de Páscoa, haverá recreação e brincadeiras na Praça Dez, às 15h 

Segurança e mobilidade

De acordo com o prefeito de Gravatá, Ozano Brito, o município já está preparado para receber o público, oferecendo uma boa estrutura. “Segurança e mobilidade urbana receberão atenção especial do poder público. O Detran e a Guarda Municipal, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal na área da BR 232, irão trabalhar no sentido de disciplinar o tráfego. Outra novidade é a instalação de blitz da Operação Lei Seca para coibir possíveis abusos no consumo de álcool juntamente com a direção”, falou o prefeito.

Segundo informações da assessoria de imprensa do município “a Polícia Militar vai investir no policiamento com motocicletas para dar mais agilidade, e a Polícia Civil terá plantão reforçado na Delegacia do Turista e o reforço de 30 homens. Por recomendação do Ministério Público o tráfego de quadriciclos será fiscalizado com rigor, para que não ocorram acidentes. O Detran distribuirá panfletos alertando sobre o risco de se entregar esse tipo de veículo a menores de idade e pessoas não habilitadas”. 

Serviço

Praça Dez – Praça Joaquim Pedro de Souza (Praça 10), área central.

Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar – avenida Joaquim Didier próximo à Estação do Artesão (antiga Estação Ferroviária).

Centro de Informações Turísticas: avenida Cícero Batista de Oliveira, (margens da BR 232), telefone: (81) 3563-9045. O horário de funcionamento: 8h às 17h (segunda à sábado) e 8h às 15h (domingo).

Que a Páscoa tem relação com a vida de Jesus Cristo, muita gente sabe. No entanto, quando a data é associada a ovos de páscoa, muitas pessoas têm dúvidas sobre o assunto. Afinal de contas, o que ovos e chocolate têm a ver com a Páscoa?

De acordo com Tânia Bastos, professora de gastronomia, o costume é bem antigo e remonta ao tempo do povo hebreu. Na Páscoa, as pessoas trocavam presentes. “Pelo fato da data simbolizar renascimento, as pessoas trocavam ovos de galinha, pintados e decorados, porque o ovo traz a vida”, conta a professora. Mas aí surge outra dúvida. O que o coelho, que não é galinha, tem a ver com a Páscoa? “O coelho, por ser um animal que se reproduz rapidamente, traz mais vida para a terra, relembrando assim o renascimento”, explica Tânia.

Por volta do século XVII, o chocolate era utilizado na Europa como uma bebida amarga, a que poucos da sociedade tinham acesso. “Era luxuoso consumir chocolate, apenas os nobres tinham acesso. Além disso, a bebida amarga dava vitalidade às pessoas”, relata a professora. O gosto amargo deu lugar a uma bebida mais agradável, após o incremento de novos ingredientes, como o açúcar.

No século XVIII, a industrialização trouxe à tona outro tipo de chocolate. Segundo Tânia, o chocolate começou a ser usado como barras sólidas, mais parecidas com os chocolates atuais. No mesmo período, os ovos artificiais começaram a ser fabricados com chocolate, o que virou uma tradição em todo o mundo.

Para a professora, além de toda a história que existe por traz da relação chocolate, ovos e Páscoa, o sabor da comida também foi fundamental e Tânia acredita que a iguaria não será substituída no período pascoal. “É um sabor único e gostoso. Eu não acredito que o chocolate será trocado por outro produto. O chocolate está dentro da gente”, destaca a especialista.


Os mercados públicos de São José, Madalena, Encruzilhada e de Afogados, já começam a se preparar para o movimentado feriado da Semana Santa. A partir desta segunda-feira (1°), os espaços irão receber uma ação especial de limpeza para melhor atender os clientes e o aumento da venda de produtos específicos, como os pescados.

Durante o dia, as equipes de limpeza da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb) intensificam a "faxina" dos locais onde são vendidos os pescados. Já no período da noite serão feitas as lavagens. Seis funcionários e um coordenador são responsáveis pela limpeza interior dos mercados, das 18h às 6h. Devido ao aumento do fluxo de pessoas, nesta época do ano um efetivo maior de garis trabalha no entorno desses espaços.



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Data de muitos significados, a Semana Santa tem na alimentação uma de suas maiores simbologias. São muitas as relações entre os alimentos e as celebrações do período de Páscoa, comemorado há milhares de anos no início da primavera no hemisfério norte. No Egito Antigo há registros da celebração, que foi incorporada pelos judeus e, mais tarde, pelos cristãos.

Apesar das singularidades de cada época e religião, a Páscoa sempre está ligada à fertilidade, à renovação e à vida. No calendário cristão, a Semana Santa marca o fim da Quaresma – período de jejuns, orações e privações – e representa os momentos marcantes da saga de Jesus: a Paixão de Cristo. A comida está presente em vários momentos, seja na santa ceia, última vez em que Jesus se reuniu com seus apóstolos, ou no milagre da multiplicação dos pães e peixes.

O alimento que se destaca durante a Semana Santa e é consumido largamente pelos brasileiros na época é o peixe. Presente em diversos momentos da liturgia cristã, o peixe substitui a carne vermelha na Sexta-Feira da Paixão, que representa o martírio de Cristo, quando ele é traído, preso e crucificado.

Muitas comidas foram sendo incorporadas à tradição da Páscoa, e no Nordeste o leite de coco é quase onipresente. Ele está em quase todas as receitas do período, incluindo o feijão, o quibebe e os mais diferentes preparos de peixe. Em Pernambuco, o coco e o leite de coco estão presentes em todas as regiões, do litoral ao Sertão, passando pelo Agreste. Outro alimento incluído na tradição é o chocolate, que vem em formas de ovos, simbolizando a fertilidade e a vida.

Cuidados

A professora Neide Shinohara, do Departamento de Gastronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), reforça a importância da qualidade das matérias-primas para uma alimentação saudável. Além de saber escolher os ingredientes, é necessário ter cuidados de higiene. Algumas dicas são básicas: lavar bem as mãos antes de manipular os alimentos e armazená-los corretamente, sendo bem embalados e guardados na geladeira ou freezer.

"O peixe, ingrediente principal da mesa de Páscoa, é um dos alimentos mais suscetíveis à deterioração devido à grande quantidade de água, composição nutricional de alto valor biológico e pH próximo à neutralidade. Fatores que favorecem o desenvolvimento de micro-organismos”, explica a especialista. Ela também chama atenção para uma fase específica da preparação do peixe: a evisceração. “Deve-se abrir o ventre com tesoura ou faca afiada, retirando cuidadosamente as vísceras sem rompê-las”, ensina.

A professora Neide Shinohara lista, ainda, algumas dicas de sinais que devem ser observados para se escolher um peixe fresco: a carne estar firme e resistir a pressão dos dedos; olhos devem estar salientes e brilhantes; guelras devem estar vermelhas e com cheiro fresco; escamas bem aderidas à pele, que precisa estar brilhante e úmida, sem apresentar limosidade superficial.

Carne sem elasticidade e conservando o sinal da pressão dos dedos, sem brilho, de cheiro desagradável; olhos turvos e afundados na órbita; guelras pálidas, acinzentadas, ressequidas, azuladas e com cheiro desagradável; escamas opacas, desprendendo-se facilmente e pele de cor embaçada ou rugosa são sinais de que o peixe não está fresco.

Hortaliças, como o bredo, também merecem atenção, pois são alimentos muito perecíveis. Elas devem estar frescas e livres de insetos e larvas, sem ressecamentos, queimaduras ou perfurações. É recomendável mergulhar as folhas por 30 minutos em uma solução com uma colher de sopa de água sanitária sem alvejante em um litro de água, e depois lavá-las em água corrente.

Delícias

Para uma Semana Santa saborosa, o LeiaJá separou receitas de pratos que você pode preparar em casa para toda a família. Confira o tradicional quibebe e uma receita de peixe ao molho de coco com camarão especialmente preparada pelo chef Yoshi. 

Quibebe de Jerimum com leite de coco 

Ingredientes

800g de jerimum

1 cebola picada

2 dentes de alho amassados

Azeite, sal e pimenta a gosto

250ml de leite de coco

Modo de Preparo:

Refogue a cebola e o alho no azeite. Junte o jerimum e deixe cozinhar até ficar bem macio. Vá colocando água aos poucos para não grudar no fundo da panela. Retire do fogo, amasse ou esprema, ou passe pelo processador. Volte ao fogo, acrescente o leite de coco e o sal e deixe ferver, mexendo até engrossar. Acrescente o coentro e desligue o fogo. Sirva quente.

Peixe frito no molho de coco com camarão, receita do Chef Yoshi

Ingredientes

120g de peixe branco

100g de farinha de trigo

Suco de limão, sal, coentro e pimenta do reino a gosto

60ml de azeite

1 cebola picada

5 dentes de alho esmagados ou picados

6 tomates sem pele e sem semente picados

500g de camarão descascado e limpo

650ml de leite de coco

2 xícaras de cebolinha picada

Alho poró picado

60ml de creme de leite

100ml de leite

2 maços de bredo

Òleo de soja

Modo de preparo

Bredo

Lave o bredo, cozinhe rápido, escorra e reserve. Doure cebola e 2 dentes de alho em 30 ml de azeite, adicione 3 tomates e cozinhe por 10 minutos. Adicione o bredo e 250ml de leite de coco à fervura e reserve.

Molho de camarão ao coco

Aqueça 30ml de azeite. Adicione alho poró, cebola e alho. Acresecente 3 tomates e refogue. Adicione o camarão, tempere com sal e pimenta do reino. Adicione 500ml de leite de coco, o creme de leite e o leite e deixe cozinhar por 2 minutos. Acrescente a cebolinha e o coentro e reserve.

Peixe

Tempere o peixe com sal, limão e pimenta do reino. Passe na farinha seca. Prepare uma massa de farinha com água e passe no peixe. Frite no óleo e escorra. Adicione no molho de camarão ao coco aquecido, enquanto o peixe ainda estiver quente para absorver o tempero do molho.

Para acompanhar, arroz branco.

No período da Semana Santa, as religiões cristãs realizam rituais que falam sobre a história da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, apesar das igrejas serem devotas do cristianismo, entre elas, existem diferenças em relação à forma como a história do filho de Deus é relembrada.

A Igreja Católica, considerada a grande disseminadora do cristianismo, começa a reverenciar Jesus Cristo logo após o período carnavalesco, já na quarta-feira de cinzas. Trata-se de celebrar o período da Quaresma, que representa os quarenta dias que antecedem as festas cristãs. É um momento em que os católicos começam a refletir sobre a missão de Jesus na terra, desde os tempos de pregação, passando pela via crucis e morte, até a ressurreição, que, segundo os seguidores de Jesus, foi a forma como Cristo salvou a humanidade da vida pecaminosa.

De acordo com o Monsenhor José Albérico Bezerra, um dos representantes da Arquidiocese de Recife e Olinda, a Quaresma, para os católicos, é um tempo de extrema reflexão. “Refletimos que a Quaresma é um período de preparação da missão de Jesus”, conta José Albérico.

É também na Quaresma que os católicos realizam penitências, que são sacrifícios em nome de Jesus Cristo. Porém, o Mosenhor adverte que não existe relação com o sofrimento. “Penitência não é sofrimento e jejum não é só de comida. O jejum tem de ser de ações ruins que cometemos no dia a dia. Devemos deixa de fazer coisas que nos dão prazer, em sacrifício ao que Cristo fez por nós. Temos que evitar o sexo, a ganância, o ódio, entre outras coisas”, alerta o religioso. Ele também destaca a necessidade de se praticar a solidariedade. “Devemos ser solidários, ajudando os pobres, famintos, doentes e oprimidos e dar um pouco de nós e do que temos a essas pessoas”, aconselha.

O Trido Pascal dos católicos

Monsenhor José Albérico explica que a Igreja Católica tem três grandes eventos religiosos, denominados Trido Pascal. O Trido é realizado na quinta, sexta-feira e sábado da Semana Santa. Cada dia tem um significado para os católicos, de acordo com a história de Jesus Cristo. “Na quinta-feira relembramos a instituição do sacerdócio e da eucaristia, quando Cristo apresentou o pão e o vinho na ceia com os apóstolos”, relata o religioso.

A paixão e a morte de Cristo são lembradas na sexta-feira, quando as pessoas devem trazer as ações de Jesus para a vida cotidiana. “É um mistério tão grande de um Deus que se torna tão humano. Isso mostra o quanto ele amou a humanidade. Devemos trazer esse amor para os nossos dias”, afirma. Finalizando o Trido Pascal, o sábado é o dia em que se comemora a vitória. “Lembramos da ressurreição, que é a vitória da vida sobre a morte”.

Para José Albérico, a Páscoa tem que ser entendida pela humanidade como uma epécie de passagem. “O período representa passagem e as pessoas têm que mudar, e mudar para melhor. Alguns reclamam muito do mundo, mas Deus o fez perfeito, as pessoas é que foram desarrumando seu funcionamento por vontades próprias. Queremos um mundo de justiça, paz, amor e fraternidade”, conta o religioso.

A Semana Santa para os evangélicos

Os evangélicos já começam a se diferenciar dos católicos no próprio período da Quaresma. Para eles, nos quarentas dias não são feitos sacrifícios, como explica o pastor Ney Ladeia, que ministra a Igreja Batista da Capunga, no Recife. “A igreja evangélica não observa a Quaresma, porque Jesus já fez o sacrifício pela humanidade, e por isso, não há a necessidade de penitência da nossa parte”, explica o pastor.

Para o povo evangélico, a Semana Santa tem um significado especial. De acordo com Ney, a morte e a paixão de Cristo "são questões centrais", celebradas na igreja. Nesse contexto, o pastor define a mensagem principal dos evangélicos. “A principal mensagem das igrejas evangélicas é que a salvação acontece em Jesus Cristo, somente nele. A salvação é um presente de Deus e cabe às pessoas aceitarem ou não”, afirma.

O pastor conta que a missão de Cristo na terra serviu para que o homem tivesse a sua relação curada junto a Deus. “Todos os homens foram e são pecadores, e ainda se afastaram de Deus. Por isso, Ele providenciou um homem (Jesus Cristo) para restabelecer a relação dele com a humanidade".

Ney também determina o significado da cruz e da ressurreição, de acordo com o evangelho. “A cruz representa o amor de Deus, onde os pecados foram perdoados. A ressurreição significa a vitória, que é a vida eterna. A Páscoa cristã é o cumprimento do que estava previsto para o filho de Deus”. Nas igrejas evangélicas também são realizadas ações especiais durante a Semana Santa, como musicais, cantadas, dramatizações, entre outras atividades.

Comemoração da liberdade pelos judeus

“A Páscoa judaica tem o conceito da essência da palavra liberdade”. Essa é a afirmação da presidente do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco, Tânia Kaufman. A liberdade condiz com a época em que os judeus foram libertos da escravidão no Egito, há cerca de 1.200 anos antes de Cristo.

Apesar do pensamento em relação ao livramento do povo, para os judeus, a Páscoa também serve como reflexão do mundo contemporâneo. “Hoje existem outros tipos de escravidão, que são as indiferenças entre as pessoas. A gente assiste a escravidão dos tempos modernos”, reflete Kaufman.

Na semana religiosa, os judeus realizam uma série de ações, como musicais e orações. “Também refletimos sobre as histórias do nosso povo e sobre a liberdade em relação a intolerância, nos remetendo aos grupos étnicos e sociais”, completa a judia.

A morte de Cristo não salvou a humanidade, para os espíritas

Mesmo pertencendo ao cristianismo, os espíritas não comemoram a Semana Santa e nem a Páscoa. Para a crença, a morte de Jesus Cristo não foi um ato de sacrifício em prol da humanidade. De acordo Brazmir Santos, colaborador da Sociedade Espírita Dezoito de Abril, de Jardim Paulista Baixo, na cidade pernambucana de Paulista, a doutrina dos espíritas não vê a morte de Jesus como sendo um sacrifício para salvar a humanidade, mas sim, que ele morreu por não ter sido compreendido em seus ensinamentos pela maioria das pessoas.

Segundo o espírita, a doutrina também não acredita na ressurreição do filho de Deus. “Os espíritas não cultuam o martírio do Cristo. Quanto à ressurreição, ou seja, Jesus retornar a vida após o terceiro dia com o mesmo corpo, isso vai de encontro às leis naturais e é cientificamente impossível, uma vez que seu corpo estaria em processo de decomposição, sem possibilidade de vida”, esclarece Santos, que também é membro do Grupo de Investigação e Pesquisa de Evidências Paranormais.

No período santo, os espíritas não realizam rituais, até mesmo porque isso não ocorre em outras datas. Brazmir Santos afirma que “o espiritismo não adota quaisquer tipo de rituais, altares, oferendas, cânticos, vestimentas, danças, objetos, imagens, hierarquia sacerdotal, entre outros, na Semana Santa, na Páscoa ou em nenhum outro momento”.

 

Outras religiões e uma Semana Santa diferente

 

Saiba como movimentos afros comemoram o período, apesar da influência cristã

Na Semana Santa, os fiéis de instituições cristãs costumam refletir e relembrar a passagem de Jesus Cristo pela terra. No mesmo período, outras religiões fazem ritos com características diferentes do que se é comemorado pelos tradicionais costumes do catolicismo e dos evangélicos, por exemplo. Esses ritos quase não são divulgados, e grande parte da sociedade desconhece até mesmo que eles existem.

Algumas religiões de origem africana são responsáveis por “Semanas Santas” diferentes das cristãs. É o caso do candomblé. Com cerca de 300 anos, a manifestação foi recriada no Brasil na época da escravidão dos negros. No entanto, eles não podiam celebrar abertamente a sua religião, por causa da grande repressão da Igreja Católica - religião vigente entre os colonizadores do País. “A gente tem uma relação com o cristianismo por causa do sincretismo”, comenta o pesquisador e integrante do candomblé, Alexandre L´Omi L´Odó. De acordo com ele, os escravos relacionavam entidades do candomblé com santos católicos, e assim, cultuavam a sua religião disfarçadamente.

O Lorogum

Na época em que é realizada a Semana Santa dos cristãos, os candomblecistas realizam um ritual denominado Lorogum. “É quando é escolhido o orixá que vai reger os terreiros de candomblé durante o ano todo”, explica Alexandre. Mesmo assim, é notória na maioria dos terreiros a presença de imagens e representações cristãs, que o pesquisador aponta como sendo “resquícios da repressão, quando os negros eram obrigados a seguir o cristianismo”.

Diferente dos cristãos, quando a Semana Santa é a data mais simbólica das celebrações, no candomblé, o começo do ano é que tem maior destaque. “O início do ano é o mais importante, porque é quando as águas do terreiro são trocadas, simbolizando a renovação”. Porém, no próprio candomblé, é possível ver algumas pessoas mais velhas ainda aderirem a alguns ritos puramente cristãos. “Isso ainda ocorre por causa do calendário cristão adotado e que, até hoje, nos influencia”.

Quando o assunto é acreditar em Cristo, Alexandre é decidido. “Mesmo alguns do candomblé acreditando em Jesus, eu não acredito. Eu acho que Cristo não existiu de fato e essa história foi contada com o objetivo de que os fiéis atendessem a vários interesses da Igreja Católica”, diz o pesquisador. No entanto, ele salienta que o candomblé é uma religião que aceita as outras manifestações religiosas. “Nós aceitamos outras religiões e a qualquer pessoa. Você pode ser o Papa ou o mendigo da rua, que vai ser igual para o candomblé”, afirma.

A jurema

Alexandre também faz parte da jurema, que de acordo com ele, é uma religião de origem indígena. “A jurema existe desde antes dos portugueses chegarem ao Brasil”, afirma. O juremeiro (como se chama o adepto da jurema) e pai de santo Sandro Jucá conta que apesar da jurema ter algumas características do cristianismo, a religião realiza ritos próprios.

“Temos cerimônias que são feitas na Semana Santa. Nós ofertamos na mesa da jurema o pão e o vinho, como objetos de sacralidade pertencentes aos africanos e aos indígenas. Além disso, homenageamos os mestres referenciais da jurema”, conta Jucá. Já de acordo com Alexandre, o Deus da jurema é Tupã e dificilmente a imagem de Jesus Cristo será celebrada pelos juremeiros. “O Tupã tem muito mais significado para nós do que Cristo”, comenta o pesquisador.

Em busca da identidade e do respeito

De acordo com Alexandre, as religiões afros ainda estão em busca da sua identidade cultural e também lutam contra o preconceito vigente na sociedade. “Hoje essas religiões vem buscando mais a sua identidade e o seu principio original. Estamos fazendo movimentos contra o sincretismo religioso. Embora não seja fácil se desvencilhar dos parâmetros católicos, aos poucos, estamos conseguindo a nossa liberdade”, exalta.

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor de Pernambuco (Procon-PE) está realizando a Ação da Semana Santa, para atender a população em Fazenda Nova, no Agreste do Estado. Desde ontem (30), o órgão está orientando os consumidores e comerciantes sobre seus direitos nas relações de consumo.

Além das orientações, a entidade está distribuindo panfletos educativos com dicas variadas e informações sobre estabelecimentos, produtos e transporte. O Procon montou um estande em frente ao teatro de nova Jerusalém, e ficará no local até o dia 7 de abril. O atendimento acontece das 10h às 16h.

Confira também a galeria de imagens do espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém.

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A cidade de Gravatá já está preparada para sua Semana Santa. A banda Calypso foi a última a confirmar presença nas festividades, que chegam com uma expectativa de público para este ano de cerca de 150 mil pessoas.

Entre as atrações, os destaques são os cantores Alceu Valença, José Augusto e as bandas Cheiro de Amor e Calypso. Na quinta-feira (5), será realizada a Noite do Blues, na Praça Dez. As atrações são Big John Siqueira, Creedence Cover e Trimurti, que começam às 21h.

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O Padre Joãozinho iniciará os shows na noite da sexta-feira (6), no Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar, integrando a programação religiosa. Após o padre, o cantor Alceu Valença e a Banda Cheiro de Amor se encarregam de animar o público. O cantor José Augusto subirá ao palco no sábado (7), bem como as bandas Brucelose e Calypso. As apresentações também serão no Pátio de Eventos. E as crianças também terão espaço na programação. No domingo de Páscoa haverá recreação e brincadeiras na Praça Dez, às 15h.

Segundo informações da assessoria de imprensa do município, a Polícia Militar vai investir no policiamento com motocicletas para dar maior agilidade e a Polícia Civil terá plantão reforçado na Delegacia do Turista e o reforço de 30 homens. Por recomendação do Ministério Público, o tráfego de quadriciclos será fiscalizado com rigor, para que não ocorram acidentes. O Detran distribuirá panfletos alertando sobre o risco de se entregar esse tipo de veículo a menores de idade e pessoas não habilitadas.

Segurança e mobilidade - De acordo com o prefeito de Gravatá, Ozano Brito, o município já está preparado para receber o público, oferecendo uma boa estrutura. “Segurança e mobilidade urbana receberão atenção especial do poder público. O Detran e a Guarda Municipal, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal na área da BR 232, irão trabalhar no sentido de disciplinar o tráfego. Outra novidade é a instalação de blitz da Operação Lei Seca para coibir possíveis abusos no consumo de álcool juntamente com a direção”, afirmou o prefeito.

Serviço
Praça Dez – Praça Joaquim Pedro de Souza (Praça 10), área central.
Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar – avenida Joaquim Didier próximo à Estação do Artesão (antiga Estação Ferroviária).
Centro de Informações Turísticas: avenida Cícero Batista de Oliveira, (margens da BR 232), telefone: (81) 3563-9045. O horário de funcionamento: 8h às 17h (segunda à sábado) e 8h às 15h (domingo).

A Prefeitura de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, anunciou na tarde desta quarta-feira a confirmação de algumas das atrações que farão parte da programação de Semana Santa da cidade.

A festa, que acontece no Pátio de Eventos, contará com as apresentações, na sexta-feira (6), de Padre Joãozinho, Alceu Valença e Banda Cheiro de Amor. Já no sábado (7), as atrações confirmadas são o cantor romântico José Augusto e a Banda Brucelose.

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O Pátio de Eventos fica localizado na avenida Joaquim Didier, área central de Gravatá. As festas são gratuitas.

Com a Semana Santa chegando, se aproxima também a Páscoa para terminar o período da Quaresma. Como páscoa, comercialmente, é sinônimo de chocolate, o que não pode faltar são os famosos ovos de páscoa, além de outros pratos típicos do período, como os pescados, o uso do azeite, a castanha e o leite de coco,que comumente aprensentam um praço mais "salgado" nesta época do ano.

Segundo uma pesquisa feita pelo Procon de Pernambuco, os ovos de chocolate - confeccionados especificamente neste período -, tiveram um aumento de 51% em comparação ao valor de mercado do ano passado. A variação também é grande quando comparado o mesmo produto em diversos estabelecimentos que o comercializam, com uma variação que pode chegar até 83% dependendo do lugar em quer for adquirido nos estabelecimentos do Recife e Região Metropolitana. 

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Por isso, a pesquisa de preços é essencial para os consumidores, antes de comprar, para que não simbolizem um furo no orçamento da família. É preciso a comparação de preços para evitar pagar mais caro em um produto quando o mesmo está sendo vendido por quase a metade do preço em outro local.

Outro fator que pode encarecer a gloseima da época são os famosos "brindes". Muitas vezes o consumidor não paga o preço pelo chocolate mas sim pelo brinquedo ou surpresa que vem dentro dos ovos. A criançada costuma querer esses tais ovos que são invariavelmente mais caros se comparados à quantidade de produto que estão recebendo. Algumas embalagens apresentam a mesma numeração – que indica o tamanho do ovo – mas muitas vezes não correspondem a mesma quantidade de produto, nem ao mesmo peso, justamente por este fator.

Marcas tradicionais como Nestlé, Lacta e Garoto são as mais vendidas nos supermercados, porém são as que mais apresentaram variação no preço. Uma forma de pagar menos e ter mais qualidade nos produtos é investir em chocolates finos e mais sofisticados. Este ano, o valor dos produtos da Cacau Show, por exemplo, mantiveram-se os mesmos em relação ao ano passado. "E o cliente ainda notou a melhoria na aparência das embalagens, sem pagar nada a mais por isso", conta Washiton Azevedo, dono da loja no bairro das Graças.

Confira os ovos com maiores diferenças de preço encontradas no mercado:

Ovo Prestígio Nestlé n°20
Maior Preço: R$37,49
Menor Preço: R$20,39
Diferença: 83,86%

Ovo Bem 10 Lacta n°12
Maior Preço: R$24,20
Menor Preço: R$13,58
Diferença 78,20%

Ovo Alpino Nestlé n°20
Maior Preço: R$37,49
Menor Preço: R$21,44
Diferença: 74,86%

Ovo Serenata de Amor Garoto n°15
Maior Preço:R$24,69
Menor Preço: R$21,44
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Os preparativos para a celebração da Semana Santa entre os fieis da Igreja Católica começam nesta quinta-feira (22). A tradicional Procissão do Encerro marca o início dos momentos mais intensos de reflexão na Arquidiocese de Olinda e Recife.

A concentração ocorrerá às 19h, na Igreja Madre de Deus, no bairro do Recife. Os fieis seguirão em direção à Basílica do Carmo, no centro da Cidade. O cortejo conduzirá a imagem de Jesus coberta por um tecido roxo. A procissão remete ao episódio em que Jesus foi preso pelos romanos e guarda do tempo de Jerusalém, para depois ser levado à casa do sumo sacerdote Caifás.

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Já na sexta-feira (23), às 15h, será celebrada uma missa na Basílica do Carmo. Em seguida, sob o comando do arcebispo de Olinda e Recife, dom Antônio Fernando Saburido, os fiéis realizarão a Procissão dos Passos, que faz o percurso inverso do Encerro, relembrando a via crucis de Jesus até o calvário.

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