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Vence nesta quarta-feira, dia 21, a licença de Sérgio Machado da presidência da Transpetro, subsidiária de transporte da Petrobras. Nesta quinta-feira (22), ele deverá se posicionar se permanecerá no cargo ou não. Machado está afastado da empresa desde o dia 3 de novembro.

Desde então, já renovou a sua licença não remunerada por duas vezes, após um mês de afastamento. O presidente licenciado da Transpetro pediu afastamento do cargo no fim do ano passado após pressão da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC), que se negou a validar o resultado financeiro da Petrobras por causa das denúncias de corrupção envolvendo a empresa.

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Entre as denúncias feitas pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa à Polícia Federal, durante as investigações da Operação Lava Jato, está a de que recebeu R$ 500 mil das mãos do presidente da Transpetro como pagamento de propina. Machado é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo fontes, desde que foi afastado, tem recorrido a Calheiros na tentativa de se manter no cargo.

O presidente do Senado tem atuado até agora para evitar o linchamento político de Machado, mas tem como prioridade a manutenção da presidência da Transpetro, responsável por contratos bilionários de construção de navios, na conta do PMDB. Ainda sem solução para o impasse, Cláudio Ribeiro Teixeira Campos, diretor da subsidiária da Petrobras, é mantido interinamente no cargo.

O futuro do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, ainda está indefinido, embora a licença da presidência da subsidiária de transporte da Petrobras tenha expirado neste fim de semana. Durante todo o dia, era aguardado um posicionamento se Machado irá prorrogar a licença do cargo por mais um mês ou se sairá definitivamente da presidência. Mas, até o início da noite desta segunda-feira, 5, prazo dado pela assessoria de imprensa de Machado, nada foi divulgado sobre a sua permanência ou não no cargo.

Machado foi citado como integrante de um esquema de desvio de recursos da estatal pelo ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Costa disse ter recebido das mãos de Machado R$ 500 mil como pagamento de propina.

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O executivo está longe da Transpetro desde o dia 3 de novembro, quando pediu a primeira licença do cargo, que ocupa desde o primeiro mandato do governo Lula, em 2003. Passados 31 dias, garantiu mais um mês de afastamento da presidência da empresa, período em que ficou sem receber salário, mas também evitou a demissão decorrente de denúncias de corrupção. A última licença obtida pelo executivo venceu no último fim de semana.

Ex-senador pelo Ceará, Machado é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O aliado atuou nos bastidores pela permanência do presidente no cargo. Em troca, articulou a votação de projetos de interesse do governo, como a revisão da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2014, que permitiu o descumprimento da meta de superávit.

A declaração de Costa sobre Machado levou a empresa de auditoria da Petrobras, PricewaterhouseCoopers (PwC), a demonstrar constrangimento em validar o resultado financeiro do terceiro trimestre da estatal diante da permanência em um dos principais cargos executivos da estatal, o de presidente da subsidiária de logística, de um nome denunciado à PF.

Diante do impasse entre atender às reivindicações da auditoria, e assim avançar para conseguir ter o balanço auditado, e afastar do cargo um dos seus presidentes em meio à enxurrada de denúncias de desvios de recursos, a solução encontrada foi afastar Machado do cargo, situação que perdurou até hoje. Longe do cargo, ele se afasta também do poderio de uma empresa de orçamento bilionário e contratante de mão de obra em grande escala, ao mesmo tempo que se aproxima do desgaste político.

Além de ser alvo de investigação da Polícia Federal, Machado é acusado pelo Ministério Público Federal de fraudar licitação em 2010. A concorrência é destinada à aquisição de 20 comboios que transportarão etanol no Estado de São Paulo. Segundo o MPF, há indícios objetivos de favorecimento do consórcio vencedor, o consórcio Rio Maguari. Conforme matéria publicada pelo Estado no dia 11 de novembro, empresas participantes do consórcio financiaram a campanha eleitoral de Renan Calheiros em 2010. A SS Administração e Serviços e a Rio Maguari Serviços e Transportes Rodoviários, ambas instaladas no Pará, doaram R$ 400 mil ao PMDB de Alagoas três meses antes de vencerem a licitação. Calheiros e as empresas negaram qualquer irregularidade nas doações.

Há dois meses a Transpetro está sendo presidida interinamente pelo diretor Cláudio Ribeiro Teixeira Campos, funcionário de carreira da Petrobras. Desde então, quando houve a substituição do cargo, Machado vem afirmando que as acusações contra ele são levianas.

Ao anunciar o seu afastamento da presidência, ele disse que a decisão foi "espontânea", para evitar que a sua permanência atrapalhasse o trabalho da PwC e a divulgação do balanço financeiro da Petrobras relativo ao terceiro trimestre do ano passado, o que ainda não aconteceu. A estatal informou que irá publicar o resultado ainda neste, mas sem a validação da empresa de auditoria.

O presidente licenciado da Transpetro, Sergio Machado, vai deixar definitivamente nesta semana o comando da subsidiária de logística e transportes da Petrobrás. Machado foi envolvido pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa em um esquema de corrupção na estatal petrolífera investigado pela Operação Lava Jato. A presidência da Transpetro, no entanto, deve continuar sob influência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Machado se licenciou no dia 3, logo após a PriceWaterhouseCoopers, que audita o balanço da petroleira, ter se recusado a assinar o documento caso o presidente da Transpetro permanecesse no cargo. Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, no Paraná, Costa disse que recebeu R$ 500 mil em dinheiro das mãos de Machado, como parte do esquema de pagamento de propina envolvendo a Petrobrás (mais informações na pág. A9). Até agora, ele é o único dirigente do atual comando da estatal e subsidiárias que teve o nome relacionado diretamente ao esquema de propinas.

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Anteontem, promotores do Ministério Público do Rio ouviram como testemunha o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que cumpre pena domiciliar na capital fluminense, em outro inquérito, de 2010, que investiga a "evolução patrimonial incompatível com a renda do presidente da Transpetro".

Com a saída definitiva do executivo, o comando da Transpetro entrou na cota de negociação da presidente Dilma Rousseff para garantir apoio no Congresso no segundo mandato. Após negociações, o governo decidiu manter o cargo na cota do grupo de Renan, que era padrinho político de Machado.

Como o Estado mostrou no dia 11, empresas contratadas pela Transpetro financiaram a campanha de Renan ao Senado em 2010. A SS Administração e Serviços e a Rio Maguari Serviços e Transporte Rodoviário, que vão construir 20 barcaças destinadas ao transporte de etanol em São Paulo, doaram R$ 400 mil ao PMDB de Alagoas três meses antes de vencerem a concorrência. Renan defendeu a legalidade das doações e a Transpetro, descartando a irregularidades na contratação feita pela subsidiária da Petrobrás.

Em uma ação de improbidade administrativa, o Ministério Público Federal acusa Machado de fraudar a licitação, no valor de US$ 239 milhões. Em outubro, o Ministério Público pediu à Justiça que decretasse seu afastamento do cargo e o bloqueio de seus bens.

Coronel. Filho de tradicional família cearense de Crateús, o administrador de empresas e economista Sergio Machado, de 68 anos, tinha fama de coronel entre seus funcionários. Isso porque os executivos de sua equipe eram obrigados a estar disponíveis aos seus chamados a qualquer hora do dia ou da noite.

Quando contrariado, revelou um ex-funcionário, ele gritava: "Isso é um absurdo", e dava um tapa na mesa. Quem trabalhava no andar da presidência sofria com a longa jornada de trabalho do executivo. Deixar a Transpetro antes do chefe não era bem visto. Machado chegava às 9 horas e saía à meia-noite. Mas era comum varar a madrugada trabalhando. Além disso, segundo funcionários, exigia extrema fidelidade da equipe.

Machado não recebia políticos em seu escritório. Mas embarcava religiosamente uma vez por semana para Brasília para costurar articulações com parlamentares. Já representantes do setor naval eram comumente vistos na Transpetro.

Quem conhece Machado diz que ele também gosta de discursar a plateias, como nos tempos de deputado e senador. Um estilo que não agradava à presidente Dilma. Em público, a relação entre os dois era cordial, mas incomodava a tentativa do executivo de se apresentar como "pai" do Programa de Renovação e Expansão da Frota (Promef), projeto de contratação de navios e responsável pela retomada do setor naval.

Tamanho o apreço de Sergio Machado pelo Promef que, da sua sala, acompanhava as obras em tempo real, por uma tela instalada na parede. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz federal Sérgio Moro autorizou nesta quinta-feira que o Ministério Público do Rio tome o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, em sua residência - onde cumpre prisão -, sobre o suposto enriquecimento ilícito do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e sobre sobrepreço nas obras de ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes).

Moro, que conduz os processos da Lava Jato, alertou sobre o impedimento de perguntar ao réu sobre políticos. "A inquirição deve versar sobre o objeto dos inquéritos civis referidos e não sobre o envolvimento de autoridades com foro privilegiado em crimes ou em fatos que possam em tese configurar crimes (mesmo se também caracterizem improbidade)", alertou. Ex-senador (PMDB-CE), Machado foi nomeado para a subsidiária da Petrobras em 2003 - governo Lula -, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele se licenciou após seu nome ser citado no esquema de corrupção na estatal e pode voltar na próxima semana.

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Preso por controlar um esquema de arrecadação de propina de 1% para o PP na Diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012, Costa fez delação e obteve direito à prisão domiciliar.

Por sua assessoria, Machado informou que o procedimento do Ministério Público do Rio não tem "nenhuma ligação" com a Lava Jato, "nem com Paulo Roberto Costa". Ele disse que a investigação da promotoria do Rio já concluiu "de forma categórica" que seus ganhos são "totalmente compatíveis com sua renda e patrimônio".

Doador para a campanha do presidente do Senado, Renan Calheiros, em 2010, e também integrante do consórcio ERT, vencedor de concorrência da Transpetro, o grupo SS Administração e Serviços alega que não houve irregularidade na doação que fez ao PMDB de Alagoas, de Calheiros, porque seguiu os parâmetros estabelecidos em lei. O presidente do Senado é padrinho político de Sérgio Machado, que, na época da licitação ocupava a presidência da subsidiária de transporte da Petrobrás.

"Nas eleições de 2010 fizemos doações a partidos e candidatos a cargos diversos, de regiões diversas e de partidos políticos diferentes", argumentou Fábio Vasconcelos, diretor comercial do Estaleiro Rio Maguari, por e-mail. Ele disse ainda que executivos do grupo não mantêm qualquer proximidade com Machado ou Calheiros. A empresa ainda alega que, apesar das acusações do Ministério Público Federal (MPF) de atraso na conclusão das obras, já entregou até hoje mais produtos à Transpetro do que recebeu de pagamento. A Transpetro confirma que enquanto não entregar toda encomenda, o estaleiro não receberá os 95% de saldo contratual e deve, nesse meio tempo, assumir a construção com recursos próprios.

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A subsidiária da Petrobras argumenta também que o contrato foi auditado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sem que qualquer irregularidade tivesse sido encontrada e que o resultado da licitação foi favorável à empresa, pois a proposta do ERT foi US$ 36 milhões inferior à do segundo colocado. Sobre a distribuição das doações de campanha em 2010, antes da reforma política que alterou a legislação eleitoral, o PMDB de Alagoas informou que privilegiou o financiamento de Calheiros por ele ter concorrido a um cargo majoritário.

Procurado, por meio de sua assessoria de imprensa, o senador Renan Calheiros não retornou à reportagem. Sérgio Machado, afastado da presidência da Transpetro, não foi encontrado. Mas Machado vem negando reiteradamente a existência de irregularidades na licitação para a contratação dos 20 comboios e que tenha participado de qualquer esquema de corrupção, ao contrário do que denunciou o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em delação à Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Empresas acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de Araçatuba e investigadas pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por fraude em licitação da Transpetro ajudaram a financiar a campanha de reeleição do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2010. Sediadas no Pará, as empresas repassaram R$ 400 mil para o diretório do PMDB em Alagoas, onde não têm negócios. Na época, a subsidiária de logística da Petrobras era presidida por Sérgio Machado, indicado pelo senador alagoano em 2003. O executivo deixou o cargo na segunda-feira da semana passada, após ser citado em denúncias de corrupção pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

As doações foram feitas por duas empresas associadas ao consórcio vencedor da licitação para a construção de 20 comboios que serão usados no transporte de álcool em São Paulo, o ERT. A SS Administração e Serviços e a Rio Maguari Serviços e Transportes Rodoviários, do mesmo grupo, doaram dinheiro ao PMDB alagoano em maio de 2010, três meses antes da publicação do resultado da concorrência da Transpetro. O MPF de Araçatuba (SP), que denunciou a fraude na licitação, aponta desvios de R$ 21,9 milhões.

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Os procuradores também acusam Sérgio Machado de improbidade administrativa. Segundo a denúncia, o executivo agiu "deliberadamente para frustrar a licitude" da concorrência. Em outubro, os procuradores pediram o bloqueio de seus bens e também o seu afastamento da subsidiária de logística da Petrobrás.

Ao todo, o processo aponta oito indícios de que a concorrência foi fraudada para favorecer o ERT, que, além da SS e da Rio Maguari, conta com a participação da também paraense Estre Petróleo, Gás e Energia. Entre as suspeitas que recaem sobre o contrato está a divulgação pública pela presidência da Transpetro do nome do vencedor antes da abertura do envelope com as propostas comerciais das empresas participantes da licitação. Também o consórcio teria manifestado interesse de arrendar uma área para a construção dos comboios da cooperativa Cooperhidro, em Araçatuba (SP), antes que a Transpetro anunciasse a abertura da licitação. Por isso, a cooperativa e a prefeitura de Araçatuba são incluídas no processo.

A SS Administração e Serviços doou R$ 150 mil ao diretório estadual do PMDB, do senador Renan Calheiros, em 2010, embora a sua área de atuação principal seja o Pará, onde funciona outra empresa do grupo, o Estaleiro Rio Maguari, localizado em Belém. À Receita Federal, a SS informa atuar também com fabricação e montagem de estruturas metálicas, e nas áreas de engenharia e transporte rodoviário. Nesse segmento, ela controla a Rio Maguari Serviços e Transportes Rodoviários, que doou mais R$ 250 mil ao PMDB alagoano em 2010.

De acordo com a prestação de contas do partido no Estado, em 2010 foram arrecadados R$ 4,1 milhões junto a empresas e aliados. Desse volume, R$ 3,4 milhões foram repassados ao comitê do senador Renan Calheiros, o que corresponde a 82% das doações feitas ao partido. O diretório do partido em Alagoas alega que Calheiros foi o mais beneficiado porque, naquela eleição, era candidato majoritário, dependia da maioria dos votos no Estado para se eleger.

O sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para consultas às doações daquele ano não permite rastrear a origem dos recursos repassados pelo partido ao comitê de reeleição de Renan Calheiros. Mas é possível constatar que as verbas partidárias representaram 63% de todo o volume arrecadado pelo senador, a principal contribuição ao volume de R$ 5,4 milhões gastos na campanha de Calheiros.

Os dados sobre as doações do grupo no site do TSE demonstram que, fora do Pará, a SS destinou recursos apenas para o PMDB de Alagoas. Na sua área de atuação comercial, no Pará, doou R$ 300 mil para a candidata do PT ao governo do estado, Ana Júlia de Vasconcelos. Enquanto o Estaleiro Rio Maguari financiou mais R$ 200 mil à candidata paraense, que não se elegeu. Nas eleições deste ano, as empresas não contribuíram nas campanhas de Alagoas, segundo dados ainda não consolidados do TSE. Mas, no Pará, três candidatos a cargos legislativos do PT e do PSB receberam, ao todo, R$ 50 mil do estaleiro Rio Maguari.

A Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) confirmou nesta segunda-feira o afastamento do presidente Sérgio Machado, conforme antecipou o Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, minutos antes do anúncio oficial. Em nota encaminhada à imprensa, Machado diz que decidiu "de forma espontânea" pedir licença sem vencimento por 31 dias. O presidente deve ser substituído por Claudio Campos, atual diretor da subsidiária.

Machado também confirmou, no comunicado, que a auditoria externa da Petrobras, a PriceWaterhouseCoopers (PwC), fez "questionamentos" ao conselho de administração quanto às denúncias do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa referentes ao presidente da Transpetro. Em depoimento na Justiça Federal do Paraná, Costa disse ter entregue pessoalmente R$ 500 mil a Sergio Machado.

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"A acusação é francamente leviana e absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC apresentasse questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da Petrobras. Embora o Conselho de Administração tenha adiado qualquer deliberação sobre tal questionamento, decido de forma espontânea requerer licença sem vencimento pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos os esclarecimentos necessários", diz Machado no comunicado.

Na última sexta-feira, dia 31, a Petrobras interrompeu a reunião ordinária do conselho de administração após deliberar durante quatro horas sobre as questões apontadas pela PwC. Segundo fontes ligadas ao conselho, a auditoria externa teria feito pressão pelo afastamento do presidente da Transpetro em função das denúncias de Paulo Roberto Costa. Além disso, a auditoria teria se recusado a assinar a análise dos resultados trimestrais da companhia, previstos para ser divulgados após aprovação dos conselheiros.

No comunicado, Sergio Machado se diz vítima de calúnias feitas por Paulo Roberto Costa. O presidente ainda faz um balanço dos 11 anos à frente da subsidiária. Segundo ele, a Transpetro obteve "resultados notáveis" no período e passou "sem problemas pelo crivo de inúmeros fiscalizações internas e externas".

"Além de não responder a nenhum processo no TCU (Tribunal de Contas da União), não sou réu em nenhuma ação penal e não tenho contra mim nenhuma ação de improbidade admitida pela Justiça. Ao longo de mais de 30 anos de vida pública, jamais fui processado em decorrência de meus atos", diz Machado, que ressalta também dados financeiros da Transpetro para justificar seu desempenho à frente da companhia. "Nada devo nem temo em relação à minha trajetória."

"Apesar de toda uma vida honrada, tenho sido vítima nas últimas semanas de imputações caluniosas feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, cujo teor ainda não foi objeto sequer de apuração pelos órgãos públicos competentes. Trata-se de um gesto de quem não teme investigações. Pretendo com isso, também, evitar eventuais atrasos na divulgação do balancete do terceiro trimestre da Petrobras. Tenho todo o interesse de que tudo seja averiguado rapidamente", afirmou.

A saída imediata de Sérgio Machado da presidência da Transpetro foi uma das condições impostas pela PriceWaterhouseCoopers para auditar o balanço da Petrobras. O assunto foi discutido em uma turbulenta reunião do conselho de administração da companhia, que ocorreu na última sexta-feira. Conforme apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, os dez conselheiros ficaram divididos sobre a decisão, que terá de ser costurada nesta segunda-feira, 3, para que o martelo seja batido na reunião extraordinária marcada para terça-feira, 4.

A Price é a auditora independente que avaliza os balanços operacionais e financeiros da Petrobras. O envolvimento da petroleira em denúncias de corrupção e as revelações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa no processo de delação premiada da Operação Lava Jato levaram a Price a impor algumas exigência para referendar o balanço. Entre elas, a contratação de duas empresas independentes para atuar na investigação interna das denúncias - o que já foi providenciado pela Petrobras - e o afastamento do presidente da Transpetro.

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Sérgio Machado, ex-deputado e ex-senador, é aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e desde o início do governo Lula, em 2003, preside a Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras. Teve seu nome citado por Paulo Roberto Costa em depoimento à Polícia Federal. Costa afirmou que recebeu R$ 500 mil em dinheiro das mãos de Machado dentro do esquema de pagamento de propina que, segundo denunciou, alimentou movimentações políticas com recursos vindo de empresas contratadas pela Petrobras. Costa disse que recebeu o dinheiro no apartamento de Machado, mas não se recordava da data exata, situando em 2009 ou 2010.

Procurada, a Price não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição. Na sexta-feira, a empresa já havia informado que não comenta situação de clientes, ao ser procurada pelo Estado para falar sobre o ultimato feito à Petrobras para apuração das denúncias de corrupção. As exigências feita pela auditora internacional estão atrasando a divulgação do balanço da Petrobras, que tem até dia 14 de novembro para formalizar suas contas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Executivos da Price teriam lembrado, além da acusação de Paulo Roberto Costa, o requerimento do Ministério Público Federal à Justiça para o imediato afastamento de Sérgio Machado e bloqueio de seus bens. Em ação de improbidade administrativa, o MPF acusa Machado de participar de um suposto esquema para fraudar o processo de licitação para compra de 80 barcaças e 20 empurradores pelo Estaleiro Rio Tietê.

O contrato, no valor de US$ 239,16 milhões, previa que as embarcações seriam entregues a partir de 2012. A frota entraria em operação em 2013, com operação plena em 2015 transportando etanol pela hidrovia Tietê/Paraná, no interior de São Paulo.

Após a reunião do conselho, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, teria chamado Sérgio Machado para tentar um acordo, mas a situação continuou indefinida. A Petrobras não comentou o assunto. Por meio de sua assessoria de imprensa, Machado disse não ter nenhuma informação sobre a reunião do conselho. "O presidente não foi informado a respeito de eventual questionamento da Price relacionado com a denúncia do ex-diretor Paulo Roberto Costa, cujo teor não foi objeto sequer de apuração pelos órgãos públicos competentes. Sergio Machado reitera o que já afirmou: nega com veemência as acusações, que são levianas e absurdas", informou a Transpetro, em nota.

O Ministério Público Federal pediu à Justiça que decrete o imediato afastamento do presidente da Transpetro (Petrobrás Transporte S/A), Sérgio Machado, e o bloqueio de seus bens.

Em ação de improbidade administrativa, o MPF acusa Machado de participar de suposto esquema para fraudar licitação, em 2010, para a compra de 20 comboios com 80 barcaças no valor de US$ 239, 16 milhões destinados ao transporte de etanol pela hidrovia Tietê/Paraná, no interior de São Paulo.

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O ex-deputado Machado é aliado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e foi nomeado presidente da maior processadora brasileira de gás natural em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ação foi protocolada na Justiça Federal em Araçatuba (SP), onde se deu a licitação. "Agindo livre, deliberada, orquestrada e conscientemente, frustraram a licitude do processo licitatório da Transpetro", diz o texto da ação referindo-se a Machado e a outros investigados. Ainda segundo a ação, "há evidências de que o consórcio vencedor, assim como a localidade onde seria construído o estaleiro, já estavam predefinidos antes mesmo de deflagrado o processo".

A Transpetro destacou relatório do Tribunal de Contas da União que conclui que "não foram encontrados elementos que comprovem as supostas irregularidades". "As propostas, em envelopes lacrados, foram abertas na presença de todos os licitantes. Não houve impugnação por parte de qualquer licitante." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De 24 a 27 de outubro a Cia de Dança Lúmini leva dois espetáculos para a Caixa Cultural do Recife, localizado no Bairro do Recife. O grupo vai apresentar a peça infantil As Aventuras de Nina e Atomito e a montagem adulta Matéria. Ambas unem luz, dança, ciência, tecnologia, figurino e movimento corporal.

Os ingressos serão vendidos a partir de amanhã (23) e vão custar R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) para Matéria e R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) para As Aventuras de Nina e Atômito. O primeiro será apresentado de quinta (24) a domingo (27), às 19h30, e o segundo na sexta-feira (25) em sessões fechadas para crianças carentes às 10h30 e 16h. No sábado (26) e domingo (27) é aberto ao público em geral, às 16h.

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Matéria é dirigido pelo físico e produtor Sérgio Machado, que optou por apresentá-lo em grande parte no escuro, tanto para a plateia como para os atores e bailarinos. Já na peça As Aventuras de Nina e Atomito o grupo Lúmini combina as artes cênicas com efeitos luminescentes a partir do uso de lasers, fases e materiais químicos.

Serviço

Matéria

Quinta (24) a domingo (27) | 19h30

As Aventuras de Nina e Atomito

Sexta (25) | 10h30 e 16h; sábado (26) e domingo (27) | 16h

Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505 – Bairro do Recife)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) - Matéria

R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) - As Aventuras de Nina e Atomito

(81) 3425 1900

Chega ao Recife o espetáculo Ecos - Gritos que se perdem, da companhia Lúmini. As apresentações ocorrem em três sessões, nos dias 19 e 20 de abril, às 17h (sábado) e 20h (sexta e sábado). A entrada custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e começam a ser vendidas a partir das 12h desta quinta (18).

Ecos mostra uma abordagem da cultura brasileira através do surgimento do Rio São Francisco, prometendo fazer uma leitura em cor e movimentos da cultura popular. Segundo Sérgio Machado, diretor geral da Lúmini Cia. de Dança, o rio São Francisco dá o curso do espetáculo, que parte dos afluentes até chegar a diversas regiões do país.

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O grupo, que surgiu em 1994, põe em cena doze bailarinos e dois atores e cantores, que recontam lendas e histórias populares através do movimento, figurinos e expressões corporais. A cultura indígena, negra, sertaneja e a vida dos povos ribeirinhos também encontram espaço na apresentação.

Serviço

Ecos - Gritos que se perdem

Caixa Cultural do Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505 - Recife Antigo)

19 e 20 de abril | 17h (sábado) e 20h (sexta e sábado)

R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia)

12 Anos

São Paulo - Uma da manhã na Sala São Paulo. A movimentação é intensa, mas não é nenhum concerto, nenhum recital. A sala abriga nesta madrugada a filmagem de uma cena importante do novo longa de Sérgio Machado. O diretor de "Cidade Baixa" e "Quincas Berro D’Água" comanda uma animada equipe reunida pela Gullane Filmes para contar a história do Instituo Baccarelli e da Sinfônica de Heliópolis. Neste momento específico, o músico de periferia realiza seu exame de admissão para a Osesp. O próprio diretor artístico da Orquestra Sinfônica de São Paulo - Arthur Nestrovski - faz uma participação especial, integrando a banca examinadora que avalia... Lázaro Ramos.

Em sua segunda parceria com o diretor, Lázaro faz o músico jovem que joga suas fichas e sonha integrar a prestigiada orquestra. O filme chama-se, provisoriamente, "Acorda, Brasil", mas é certo que vai mudar até o lançamento, embora o título tenha a ver com o conceito da obra. O músico de Lázaro é a representação deste Brasil que, nos últimos anos, tem aberto novas perspectivas de vida para a garotada da periferia. Não faz muito tempo, quais eram as opções? Ser jogador de futebol ou então uma meteórica trajetória no tráfico, ganhando dinheiro (rapidamente) e vivendo 'à bout de souffle' (a perder o fôlego) antes de tombar sob as balas de adversários ou da polícia.

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Esses garotos hoje podem sonhar com outras coisas, como os da favela de Heliópolis, que possui uma orquestra sinfônica e é dela que Lázaro - o personagem dele - sai para a Osesp. A Osesp é a cereja do bolo, a Sinfônica de Heliópolis é a expressão do Brasil que acorda - e isso não vai mudar com o título -, mas o filme não é chapa branca, como diz o diretor Machado. "É tudo, menos chapa branca", reforça Lázaro Ramos, que chega dos bastidores para conversar com a reportagem. O palco está uma balbúrdia. A cena filmada nesta noite é a sequência do material que foi rodado no dia anterior. Lázaro, no violino, acompanhado de uma pianista. Os planos próximos de ambos já foram feitos e agora, nesta madrugada, o diretor de fotografia Marcelo Durst sobe na plataforma para filmar, de cima do palco, as reações dos integrantes da comissão de avaliação, que, da plateia, assistem à apresentação do candidato.

Embora o nome de Lázaro Ramos seja o mais importante no elenco de "Acorda, Brasil", o longa tem participações de outras figuras conhecidas, como a própria mulher do ator, Taís Araújo, e Sandra Corveloni, que ganhou o prêmio de interpretação feminina no Festival de Cannes por "Linha de Passe", de Walter Salles. Mas o personagem de Lázaro é o motor que impulsiona a historia real, baseada na experiência de dois jovens de comunidade cuja vida será transformada pela música. Fátima Toledo, com quem Lázaro e Machado trabalharam em "Cidade Baixa", prepara mais uma vez o elenco jovem, repetindo uma experiência que começou em "Pixote, a Lei do Mais Fraco", de Hector Babenco, há 32 anos, e prosseguiu em "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, há dez. Ambos os filmes adquiriram projeção internacional e são bem exemplos do tipo de vida que os garotos de Heliópolis - e "Acorda, Brasil" - estão conseguindo, agora, evitar.

Marcelo Durst, o grande diretor de fotografia de "Estorvo", retorna ao cinema depois de um período dedicado à publicidade. Filho do lendário diretor de TV e cinema Walter George Durst, Marcelo já trabalhou (num comercial da Nike) com John Woo. Ele gosta de ângulos e movimentos de câmera complicados. Tira de letra. Seu nome é mais um a credenciar a produção da Gullane com estreia prevista para o ano que vem, com distribuição da Fox.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nervoso com a sinalização de que seu afilhado na presidência da Transpetro, Sérgio Machado, está na lista dos demissíveis da Petrobras, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), interrompeu as férias do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para criar uma frente pelo apadrinhado e apresentar seu arsenal de retaliação.

Lobão, que está nos Estados Unidos, informou que nem a presidente Dilma Rousseff nem qualquer outro integrante do governo o procurara para falar de Transpetro. Da mesma forma, o vice-presidente Michel Temer também garantiu ao líder que a Transpetro está fora do radar das "mexidas" do Planalto. Ainda assim, o clima é de desconfiança e a única certeza é de que a eventual demissão de Machado abalaria a governabilidade no Senado.

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Diferentemente da Câmara, onde o governo tem aliados e votos de sobra para aprovar seus interesses e barrar os problemas criados pela minguada oposição, a maioria governista entre os senadores é estreita. Ninguém tem dúvidas de que, sem o apoio do PMDB liderado por Calheiros, o governo não terá sossego no Senado.

A avaliação predominante no partido é de que, para tirar Machado da cadeira, só se houvesse a comprovação de um ato que o desabonasse como presidente da Transpetro. Mas um dirigente do PMDB diz que é preciso ficar alerta, "porque onde tem fumaça, há fogo".

Além de Machado, também figura na lista dos demissíveis do PMDB o superintendente da Sudene, Guilherme Rebouças, afilhado do ex-ministro da Integração nacional e atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima.

"Podem trocar. Comigo não tem crise nenhuma. A Sudene tem um superintendente técnico, um engenheiro que era do governo Jaques Wagner (Bahia) e foi nomeado por mim", disse Geddel ao Estado, destacando que fez uma nomeação administrativa para o cargo, na condição de ministro, e não uma indicação política. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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