O ex-ministro da Justiça e atual presidenciável pelo Podemos, Sergio Moro, não poupou críticas aos seus principais adversários para 2022, em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (3). Ex-braço direito do atual mandatário Jair Bolsonaro (PL), hoje diz que o governo é representado por esquemas de ‘rachadinha’. Por outro lado, o petista Luiz Inácio Lula da Silva representa escândalos históricos de corrupção, como o mensalão. Para Moro, o brasileiro não merece precisar escolher entre um e outro — somando ao discurso de pré-candidatos da “terceira via”.
"O brasileiro não pode ser obrigado a escolher um governo que no passado foi marcado por dois escândalos de corrupção e o atual governo, da rachadinha", disse o advogado. Moro, que integrou a cúpula do governo ainda durante a campanha, foi admitido ministro de Bolsonaro quando as investigações sobre possíveis desvios de salários dos assessores do vereador Carlos Bolsonaro (Patriota), um dos dois filhos do presidente envolvidos com escândalos de rachadinha; o outro é o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
##RECOMENDA##“Está no meu DNA o combate à corrupção. Nosso projeto não envolve construir governabilidade em cima de coisas como mensalão e petrolão. Esses esquemas de corrupção não nos levaram muito longe. Estamos com os mesmos problemas de há 30 anos”, continuou. O discurso, que já era utilizado antes, no seu período de governista, engrossou ao passar à oposição. Durante a cerimônia de filiação ao Podemos, já havia mencionado que é uma alternativa à corrupção, promessa de campanha bastante similar à de Bolsonaro em 2018.
"Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de orçamento secreto. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população", disse no evento, em novembro.
Ainda na entrevista de hoje (3), Moro comentou sobre a recessão técnica, na qual o Brasil recém foi enquadrado, após nova queda do Produto Interno Bruto (PIB). O país registrou queda pelo segundo semestre consecutivo, esta sendo de 0,1% em relação ao segundo trimestre. Por definição, um país entra em recessão técnica quando há dois trimestres seguidos de queda. Ela é um sinal de alerta econômico.
“Não precisamos sacrificar a ética por uma 'boa política'. O atual governo comete uma série de transgressões éticas, como rachadinha e redução no combate à corrupção. E o que o governo está entregando? Recessão! A inflação subindo... é só ir em um supermercado, em um posto de gasolina [para ver]”, continuou.
Em outro momento, o ex-juiz comentou sobre esperar manter uma relação amistosa com a imprensa e que ele e sua campanha não irão reprimir a mídia.
“Desde que entrei, deixei claro que não vamos agredir as pessoas, ofender as pessoas, por mais que a gente discorde. Isso também com a imprensa. Não ofenderemos jornalistas, nem defenderemos controle social da imprensa. Um país livre depende de liberdade de imprensa e jornalistas devem ser valorizados. Isso também vai valer para nossos adversários”, declarou.