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A Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação (Seteq) de Pernambuco está com inscrições bertas para o curso de informática básica e introdução ao mundo digital, que faz parte do programa Novos Talentos, destinado a trabalhadores rurais. Os interessados devem realizar candidaturas por meio do site da Seteq.

Para participar da formação, que será realizada nos municípios de Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Ipojuca, Santa Maria da Boa Vista, Ouricuri, Nazaré da Mata, Cabrobó e Parnamirim, o candidato necessita ter mais de 16 anos e apresentar o CPF. "O curso vai ser importante demais para a inclusão dos trabalhadores rurais e assentados no universo digital”, disse, através da comunicação, o secretário Alberes Lopes.

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Ao todo, são oferecidas 160 vagas, 20 por turma. De acordo com a secretaria, a formação conta com uma carga horária de 26 horas-aula. 

Dois homens foram condenados pelo assassinato de um canavieiro em Goiana, na Região Metropolitana do Recife, após 20 anos do crime. Marcelo Renato da Silva e Sylvio Cláudio Coutinho, que eram comandante da Polícia Militar e segurança da Usina Santa Teresa, respectivamente, foram apontados como mandantes do homicídio.

O crime ocorreu no dia 4 de novembro de 1998, no meio do canavial do Engenho Terra Rica. Além da morte de Luís Carlos da Silva, 13 trabalhadores foram feridos à bala. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, a emboscada se deu durante uma manifestação grevista. 

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O comandante da Polícia Militar foi condenado a 16 anos pelo homicídio consumado qualificado e também pelas 13 tentativas de homicídio. Já Sylvio Cláudio Coutinho foi condenado a 10 anos e oito meses de reclusão pelas tentativas de homicídio. A advogada da Comissão Pastoral da Terra, Gabriella Santos, defende que a diferença nas condenações ocorreu por um equívoco do júri na hora da sentença. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) analisará a possibilidade de entrar com recurso para corrigir o erro.

Marcelo e Sylvio não estavam presentes no momento do assassinato, porém teriam planejado a emboscada no dia anterior. O MPPE argumentou que os dois réus armaram, com espingardas calibre 12 de repetição, a equipe que se dirigiu ao local. 

O crime - Em novembro de 1998, centenas de canavieiros vinculados ao Sindicato de Trabalhadores Rurais de Goiana deflagraram uma greve para reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial. A administração do Engenho Terra Rica, pertencente à Usina Santa Teresa, contratou trabalhadores de outras localidades para fazer o serviço dos grevistas. Sabendo da estratégia, representantes do sindicato, em conjunto com cerca de 80 canavieiros, se dirigiram ao engenho. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, o objetivo era, de forma pacífica, apresentar as motivações da greve para os trabalhadores que não conheciam a realidade da região.

No meio do caminho, os canavieiros foram surpreendidos com um bloqueio formado por policiais militares e seguranças da Usina Santa Teresa. Minutos depois, por trás dos grevistas, chegou uma caminhonete também com policiais e seguranças já atirando contra os trabalhadores, lembra a Comissão. Aos 27 anos, Luís Carlos da Silva morreu após receber um tiro na nuca. Ele era casado e tinha dois filhos.

Em 2008, ocorreu o julgamento do caso. Com duração de cinco dias, o julgamento terminou com condenação de 14 dos 15 réus, sendo cinco policiais militares e nove vigilantes e funcionários da usina. Marcelo e Sylvio estavam entre os condenados, mas recorreram da decisão e conseguiram a anulação da sentença. Eles voltaram a ser réus e foram condenados na última sexta-feira (13) no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, área central da capital.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, apesar do primeiro julgamento ter ocorrido em 2008, ninguém iniciou o cumprimento de suas penas. De acordo com estimativas da Comissão, nos últimos 30 anos, mais de 1.730 trabalhadores rurais e camponeses foram assassinados no campo em contextos de conflitos por terra e território e em lutas por direitos trabalhistas. No entanto, a punição dos criminosos é praticamente inexistente. Segundo levantamento realizado em 2015, nessas últimas três décadas, somente 108 casos foram levados a julgamento e pouco mais de 80 pessoas condenadas, além de mais de 20 mandantes. Mas nenhum deles estaria preso

Trabalhadores rurais de Pernambuco realizam, nesta terça-feira (20), às 9h, um ato para cobrar aos governos Estadual e Federal questões de reforma agrária, assistência técnica, fiscalização das condições de trabalho dos assalariados rurais e implementação das Diretrizes para a Reestruturação Socioprodutivas da Zona da Mata (entregues ao poder público em agosto de 2013).

A manifestação faz parte da 20ª edição do Grito Brasil, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e suas federações (FETAGS), entre elas a Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco), em todos os estados do país.

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Cerca de 1.500 participantes, a princípio, se dividirão em mobilizações em frente ao Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, e na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no bairro do Espinheiro, na Zona Norte. Desses pontos, os trabalhadores seguirão até o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no bairro dos Aflitos, também na Zona Norte, onde realizam o ato principal.

Os manifestantes seguirão do SRTE até o Incra realizando panfletagem e acompanhados de carro de som. A pauta entregue ao poder público possui 23 pontos centrais que abordam o fortalecimento da agricultura familiar, juventude e sucessão rural, assalariamento rural, Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), políticas sociais, e organização e enquadramento sindical.

Com informações da assessoria

No próximo dia 22, será realizado a quinta edição da Oficina Sociedades Açucareiras: Abordagens e Perspectivas. A entrada é gratuita, sendo necessário apenas enviar um email para inscricoes.5oficina@outlook.com. O objetivo do evento é abordar temáticas do trabalhador rural e conquistas políticas e sociais. 

No cronograma, haverá palestras e oficinas promovidas pelo Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) através do grupo de estudos Trabalho e Ambiente na História das Sociedades Açucareiras. Confira a programação aqui.

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A estiagem vem afetando várias cidades do Nordeste e, aqui em Pernambuco, mais de 60 municípios decretaram estado de emergência por causa da ausência de chuva. Os trabalhadores da agricultura são uns dos que mais sofrem. A criação de animais, como o gado, também está sendo prejudicada. O município de Pombos, localizado a cerca de 60 quilômetros do Recife, é um dos locais afetados pela seca, mas que ainda é possível encontrar fontes de água em pequena quantidade.

Desde janeiro deste ano não chove na cidade, e os moradores estão recebendo ajuda do exército e da prefeitura local, que estão disponibilizando caminhões-pipa. Porém, segundo alguns moradores, não é o suficiente para atender a todos.







Morador do município de Pombos, o agricultor Ednaldo Manoel Tavares está sofrendo com a baixa produtividade das terras da sua família. O local é um sítio, com uma casa simples que fica no alto de um rochedo, cuja visão é para um cenário seco e amarelo, um sinal de que a grande parte da vegetação praticamente secou. “Antes aqui era tudo muito verde e cheio de plantação. Eu plantava abacaxi, feijão, milho, mas este ano está sendo muito difícil para nós”, conta o trabalhador.

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Além de produzir alimento para consumo próprio e da sua família, Ednaldo também é comerciante. “Deixei de plantar na roça porque o atraso da chuva foi muito grande. Hoje até para a gente comer está difícil, e a situação piora para vendermos alimentos”, reclama Ednaldo.

O rosto marcado pela vida no campo é um sinal do trabalho duro do agricultor. Além de plantar, a lida com os animais é uma das atividades de Ednaldo. Sua criação atual de bois tem quatro animais, no que antes eram 15 cabeças de gado. “Tive que dar fim a muitos bichos, vendendo ou até matando para a gente comer. É triste fazer isso, principalmente porque eu gosto dos meus bichos. Peço todo dia a Deus para que ele mande água para nós”, diz o homem, emocionado.

Para suprir a necessidade de uma alimentação através de ração adequada e um bom capim, o trabalhador conta que muitas pessoas da comunidade rural improvisam na comida dos animais.  “O jeito é misturar palma e mel para fazer uma mistura grossa. Só assim alivia um pouco a fome dos animais”, fala. Ednaldo também revela que algumas pessoas chegaram ao extremo de dar fezes da galinha aos bichos. “Eu nunca fiz isso. Não é por falta de água e comida que vou prejudicar meus rebanhos”, comenta o agricultor.

Homem e animal na luta contra a seca

Na corrida pelos poucos focos de água na região rural de Pombos, muitos trabalhadores percorrem longos caminhos com o objetivo de conseguir e carregar água para os seus destinos. O senhor Luis José de Farias, 54, é agricultor e criador de animais. Todos os dias ele percorre mais de dois quilômetros a pé, ao lado do seu jumento. O bicho é responsável por levar os baldes com água. “Pego água num riacho e levo para os gados beberem. Só assim dá para matar a sede dos bichos”, relata Luis.

 Em outro ponto da cidade, mais próximo ao centro, ele consegue um pouco de água para consumo próprio, mas ainda tem dificuldade. “As coisas aqui estão difíceis. O exército e a prefeitura estão nos ajudando, mas não é suficiente. A minha esperança é que volte a chover”, fala o trabalhador.

Pingos de chuva e de esperança

Até que enfim choveu. De acordo com Luis, nesta quinta-feira (24), foi a primeira vez que choveu “forte” este ano. Nesta tarde, o céu estava bastante nublado e fracos pingos de chuva caíam sobre a terra castigada. “Foi maravilhoso acordar hoje e ver a chuva começando a cair. Se Deus quiser, até o final do ano, vai chover ainda mais”, comentou Luis.

 

 

 



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