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A Avenida Boa Viagem foi tomada por uma multidão de fieis, neste sábado de Finados (2), durante mais uma edição da Marcha para Jesus. Em clima de carnaval fora de época, doze trios elétricos saíram do Segundo Jardim em direção ao Pólo Pina, local da concentração final da caminhada. O trânsito no local foi interditado e agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) fiscalizaram o deslocamento de pedestres e dos moradores locais.
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Segundo a Polícia Militar, apesar da grande aglomeração de pessoas, nenhuma ocorrência foi registrada. Fiscais da Gerência de Apreensão da Diretoria de Controle Urbano (GEAP-Dircon) também acompanharam o evento. A previsão é que a festividade se encerre por volta das 21h, no palco montado praia do Pina.
Membro da Associação Oásis da Liberdade (centro de prevenção ao uso de drogas para crianças e adolescentes entre 7 e 13 anos), Ana Campelo considera extremamente importante uma ação desta natureza. “Independente de religião, orientação sexual, acredito que é um momento de integração para todas as pessoas. É se dispor a vir e atestar a crença em Jesus”, defende.
Para Janaína Maria dos Santos, da Igreja Pentecostal Cristo é Vida, muitos estão ali com outros propósitos. “Algumas pessoas vêm para louvar verdadeiramente a Deus, mas outros só vêm bagunçar, com empurra-empurra, jogando creme nos outros, garrafas plásticas e fazendo gestos que não são de Deus”, opina a fiel. A caminhada agitou o comércio informal, atraindo inúmeros vendedores à orla das praias de Boa Viagem e do Pina.
Queixa dos moradores
Ao invés de festa, transtorno. O sentimento de invasão de privacidade ainda é recorrente entre os moradores da Avenida Boa Viagem, já acostumados a discutirem a realização de eventos do tipo desde o extinto Recifolia. “Incomoda. Você aqui dentro sente o estrondo, o barulho nos vidros e, ainda por cima, o horário é muito extenso, vai até à noite. Liberam isso e não liberam o carnaval. A Prefeitura deveria fiscalizar e atuar de outra forma”, afirma a jornalista Luciana Leão, moradora do Edifício Oceania.
Para ela, deveriam ter menos trios elétricos e a quantidade de decibéis permitida deveria ser revisto. “Você fica preso na sua casa, não pode sair. Tudo bem que é uma vez por ano, e devemos respeitar as crenças de cada um, mas é complicado”.