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A cidade de Nova York pretende rescindir seus contratos com a Trump Organization do presidente dos Estados Unidos, que incluem a administração de algumas atrações no Central Park e um campo de golfe no Bronx, após a violenta invasão do Congresso na semana passada, anunciou nesta quarta-feira (13) o prefeito Bill de Blasio.

"A cidade de Nova York não faz negócios com insurgentes. Estamos tomando medidas para rescindir os acordos" que confiavam ao grupo de Donald Trump a operação de um carrossel e duas pistas de gelo no Central Park, além de um clube de golfe no distrito do Bronx, explicou De Blasio em sua conta no Twitter.

Consultado na rede MSNBC, o prefeito disse que os advogados municipais concluíram que a cidade tem o direito de interromper esses acordos, que somam mais de 17 milhões de dólares: "Se uma empresa ou a direção de uma empresa participa em atividades criminosas, temos o direito de rescindir o contrato", declarou.

"Incitar a insurreição contra o governo dos Estados Unidos é claramente uma atividade criminosa", acrescentou o prefeito.

Desde os distúrbios de 6 de janeiro no Capitólio - a sede do Congresso em Washington - várias empresas e organizações, incluindo o Deutsche Bank, o principal banco usado pelo magnata republicano, anunciaram que cortariam seus laços ou se distanciariam de Donald Trump e sua corporação familiar, a Trump Organization, com sede na Tower Trump, na Quinta Avenida em Nova York.

Na década de 1980, enquanto Donald Trump, então um simples empresário nova-iorquino, estava em plena ascensão, sua empresa assumiu a administração de duas pistas de patinação no Central Park: a Wollman Rink, a mais turística, localizada ao sul do parque e que ficou fechada durante vários anos para obras no início dessa década, e a Lasker Rink, localizada mais ao norte e construída em 1966.

Donald Trump, que deve ceder o cargo ao democrata Joe Biden em 20 de janeiro depois de perder as eleições de novembro, tinha muito orgulho dessas instalações e as citava regularmente como prova de seu talento como empresário imobiliário.

A violenta invasão do Capitólio por partidários de Trump aconteceu depois de repetidas afirmações e do apelo do presidente para protestar contra a certificação da vitória de Biden nas eleições, julgada sem evidências como "fraudulenta".

A Trump Organization vai inaugurar no próximo sábado, em Dubai, um campo de golfe, a primeira grande operação do conglomerado fundado por Donald Trump e que está sob o comando de seus filhos desde que o pai assumiu a presidência dos Estados Unidos.

O Trump International Golf Club Dubai será um local "emblemático" para os fãs de golfe, afirma o convite do grupo imobiliário DAMAC de Dubai, que também participa no projeto.

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Os filhos de Trump, Donald Trump Jr e Eric Trump, que administram o conglomerado, devem comparecer à inauguração.

O projeto foi iniciado antes da eleição de Trump, que afirmou recentemente ter rejeitado um projeto imobiliário em Dubai de dois bilhões de dólares.

A eleição de Trump provoca temores de conflitos de interesses sem precedentes na diplomacia dos Estados Unidos.

A Trump Organization, proprietária de edifícios de luxo e campos de golfe, está presente nos Estados Unidos e em países aliados como Turquia ou Coreia do Sul.

Trump prometeu que durante seu mandato o grupo não assinaria novos contratos no exterior e encerraria todas as negociações para evitar conflitos de interesses.

O Ministério Público Federal (MPF) confirmou nesta sexta-feira, 28, que o grupo The Trump Organization é alvo de investigação no âmbito da Operação Greenfield. Segundo a assessoria do MPF, o grupo está sendo investigado para apurar supostos investimentos criminosos que envolveriam o FI-FGTS e entidades de previdência.

A Operação Greenfield foi deflagrada em 5 de setembro, atingindo os quatro maiores fundos de pensão estatais brasileiros: Petros (Petrobras), Funcef (Caixa), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). Autorizada pela Justiça do Distrito Federal, a operação bloqueou R$ 8 bilhões dos investigados, entre eles ex-dirigentes de empreiteiras, como OAS e Engevix, ex-administradores dos fundos e proprietários de grandes empresas.

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"A respeito do grupo econômico The Trump Organization, verificamos que este também foi beneficiado por meio de investimento do FI-FGTS no Fundo de Investimento Imobiliário (FII) PM (Porto Maravilha), que foi veículo de investimento para aporte de recursos na Trump Towers Rio, e que favoreceu, de forma suspeita, o grupo econômico The Trump Organization", diz o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.

O procurador destacou que, quanto à atuação do FI-FGTS no Porto Maravilha, já existe uma ação penal em curso perante a 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, que tem como acusados o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Em nota enviada pela assessoria, o MPF esclarece "que a existência de investigação não significa a antecipação de culpa dos possíveis envolvidos e nem indica posição final da instituição a respeito de eventual ilicitude dos fatos apurados".

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