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A gestão de Renildo Calheiros (PCdoB) em Olinda tem sido alvo de duras críticas da oposição e de alguns movimentos da cidade, como o Acorda Olinda. Calheiros é apontado como falho em sua administração e já foi denominado até de “tartaruga morta”, pelo vereador de oposição na cidade, Arlindo Siqueira (PSL). 

Em conversa com o Portal LeiaJá, Renildo admitiu que administrar uma cidade como Olinda não é fácil, no entanto nenhum gestor fez tanto quanto ele esta fazendo. “Tocar uma cidade é muito difícil. Olinda tem muitos problemas, mas nunca se fez tanto, e essas pessoas que estão neste movimento (Acorda Olinda) governaram a cidade antes e perderam quatro eleições seguidas, sem sequer ter segundo turno. E isso mostra a diferenciação que a população faz. Se quiserem reclamar não vai faltar assunto, agora garanto que nós estamos fazendo coisas demais”, destacou o comunista. 

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O Acorda Olinda entregou à prefeitura, em julho, uma pauta de reivindicações constando obras inacabadas e outros itens. Questionado sobre a resposta, que ainda é aguardada pelo movimento, o prefeito esclareceu que respeita as cobranças da oposição, no entanto não vai pautar a sua agenda de acordo com os desejos oposicionistas.  

“Todos os movimentos e lideranças têm o direito de fazer o que quiser, encaro isso democraticamente e legitimamente. Mas a minha pauta não é a pauta da oposição, é a pauta da cidade, da sociedade. Eu não estou preocupado com isso, eles tiveram a oportunidade de dizer tudo nas eleições e o resultado todos conhecem, eu venci no primeiro turno. E outras eleições nós teremos pela frente e a cidade com sabedoria vai novamente saber se posicionar e separar uma coisa da outra”, retrucou o chefe do executivo municipal.

Nessa segunda-feira (9) o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), assinou a ordem de serviço para o início da terceira etapa da Perimetral II, que liga o litoral norte de Olinda à cidade do Recife. A intervenção é uma das obras mais aguardadas pela população, pois além de oferecer uma alternativa extra para locomoção, vai garantir a reestruturação do Canal do Fragoso. O que para Renildo é um ganho, pois segundo o prefeito a iniciativa foi apontada pelas pessoas do Acorda Olinda, durante a campanha, como impossível de acontecer. 

“É claro que o momento para nós é de muita alegria. E quem perdeu a eleição sofre duas vezes, porque perdeu e porque nós estamos fazendo as coisas. Por que eles não mostram as obras que fizeram? Porque não tem o que mostrar. Eles já governaram a cidade e não mostram nada do que fizeram”, disse. 

Renildo classificou ainda como boato, as cobranças de obras não concluídas pela gestão e afirmou que vai fazer com que a cidade se desenvolva ainda mais. Segundo Renildo o próximo passo da gestão "é uma operação tapa buracos, já que o verão está chegando". “Eu tenho que trabalhar muito e ter muita tranquilidade. Contra aos boatos não temos muito o que fazer. Mas as pessoas vão tirando lições. Eles diziam que o canal não ia ser feito, esta aqui a obra. Que não seriam construídos os apartamentos, já estamos quase entregando. Diziam que não iria ser feita a avenida e que era tudo mentira, olha ela aí sendo feita”, frisou o gestor.

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A iniciativa de cobrança popular com relação às atividades administrativas das cidades pernambucanas está cada vez mais difundida. Na cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), um novo movimento vem ganhando espaço e reivindicando melhorias no município, o Acorda Olinda.

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O grupo é coordenado por cinco olindenses – Gisele Godóy, Carlos Baratta, Vlademir Labanca, Armando Sérgio e Clóvis Camilo – e tem a adesão, até agora, de 52 pessoas. O Acorda Olinda surgiu, segundo os organizadores, com o intuito de despertar a população olindense em relação ao “descaso administrativo” na cidade. E tem sido feito por eles atos diários de conversas, entrevistas, estudos e divulgação de análises com os moradores locais.

Em conversa com o Portal LeiaJá uma das coordenadoras, Gisele Godóy, esclareceu os objetivos do grupo e afirmou que as intervenções da equipe são baseadas em estudos. “As nossas lutas são todas em favor da população. Não é nada específico de bairros. Ainda não temos muita adesão dos olindenses, mas estamos trabalhando para conscientizar a população, nossa equipe está realizando entrevistas nos bairros, pesquisas para fomentar um documento e as nossas reivindicações. Todas são baseadas em pesquisas aprofundadas”, destacou.

A última mobilização da equipe aconteceu no dia 9 de julho, quando em passeata foi realizada pelas principais ruas da cidade cobrando atitudes governamentais e legislativas que contribuam com o desenvolvimento de Olinda. Concluindo a manifestação na sede da Prefeitura, onde foram recebidos pelo vice-prefeito, Enildo Arantes (PT), e a alguns secretários da gestão em conjunto com um grupo de vereadores, que se dizem neutros (nem oposição, nem aliados), mais conhecidos por G6.

“Fomos acompanhados até a sede da prefeitura (na terça-feira) por alguns vereadores, mas é preciso deixar claro que não existe nenhuma ligação do Acorda Olinda com os vereadores do grupo G6, que também tem cobrado atitudes de Renildo”, esclareceu Godóy.

Algumas especulações apontaram que o grupo estava colhendo assinaturas para um possível impeachment do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), segundo Gisele a atitude não é de responsabilidade do Acorda Olinda. “Não estamos lutando pela questão da saída de Renildo, o que já foi sugerido, mas não queremos fazer isso. Nosso intuito é obter respostas concretas através do desenvolvimento de Olinda. Agora um impeachment posterior, pode ser sim, o resultado agravante da falta de compromisso dele (Renildo) com a cidade e vindo da população não do Acorda Olinda”, ressaltou.

De acordo com a coordenação do movimento, o único abaixo-assinado, que está percorrendo as ruas do município, é uma petição que solicita a redução da tarifa cobrada no transporte público de Rio Doce, que custa R$ 3,50. 

A próxima ação do grupo deve acontecer nesta terça-feira (16), quando eles vão entregar a Prefeitura uma lista que analisa 23 obras inacabadas desde 2003. A equipe pretende aguardar um mês por respostas, caso não ocorram ou não sejam satisfatórias devem levar os casos para a avaliação do Ministério Público. 

Questionados sobre o interesse político dos responsáveis pelo Acorda Olinda, integrantes do grupo alegaram que não há foco em candidaturas, apesar de um dos seus organizadores ter sido candidato à vereador na última eleição, em 2012, Vlademir Labanca.

“Não há interesse político, porém todas as pessoas que estão no movimento são livres para seguir seus caminhos dentro dos cenários políticos, caso seja o desejo individual. Não há nenhuma bandeira partidária levantada dentro do movimento. Mas não deixa de ser política, porém sem fundos partidários. Nosso foco principal é Olinda”, concluiu Gisele Godóy.

 

Durante a sessão plenária da Câmara de Vereadores de Olinda, nesta terça-feira (9), cerca de 300 manifestantes que participavam da mobilização “Acorda Olinda”, entraram na Casa para expor as suas reivindicações.

A galeria da Câmara ficou tomada de pessoas que solicitavam o apoio dos vereadores para solucionarem alguns problemas enfrentados pela população olindense como: obras inacabadas em diversos bairros, alagamentos nas ruas de Jardim Brasil I e II, a regularização da coleta de lixo e a realização de concurso público, entre outras.

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De acordo com o vereador Arlindo Siqueira (PSL), único da oposição na Casa, o grupo foi convocado para ir à prefeitura e a elaborar um documento com as reivindicações. “Fomos até a prefeitura com o grupo, onde o vice-prefeito e secretários nos receberam, lá foi solicitado que os líderes do manifesto elaborassem uma lista com as queixas”, disse. Ainda segundo Siqueira, caso a gestão municipal não tome providências o grupo pretende acionar o Ministério Público para que seja identificado como estão sendo gastos os recursos municipais.

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