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A Suprema Corte russa proibiu, nesta quinta-feira (30), as atividades do "movimento LGBT internacional" por considerá-lo "extremista", abrindo o caminho para uma maior repressão desta comunidade e dos defensores de seus direitos.

A decisão acontece em meio a uma guinada ultraconservadora no país, que agora se posiciona como defensor dos valores "tradicionais" contra o suposto liberalismo dos países ocidentais.

Esta política, que visa as pessoas da comunidade LGBTQIA+, se intensificou desde o início da ofensiva do exército russo na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Desde então, a repressão contra qualquer crítica ao governo do presidente Vladimir Putin também foi intensificada.

O juiz da principal jurisdição do país, Oleg Nefedov, ordenou classificar como "extremistas o movimento internacional LGBT e suas filiais" e pediu para "proibir suas atividades no território da Federação russa", segundo jornalistas da AFP.

Nefedov indicou que a decisão entra em vigor "imediatamente".

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, não demorou para denunciar a decisão.

"Ninguém deveria ser preso por ter defendido os direitos humanos" ou ser "privado dos seus direitos devido à orientação sexual ou identidade de gênero", afirmou em um comunicado.

- O "monstro" LGBT -

A audiência, a primeira sobre este caso, durou apenas algumas horas e ocorreu sem advogados, já que não existe nenhuma organização com o nome "movimento LGBT internacional" na Rússia, e, por ser classificada como "secreta", ocorreu a portas fechadas.

"Os LGBT não são pobres gays ou lésbicas contra os quais, como nos dizem, a Rússia decidiu lutar. São um projeto bem organizado e planejado para minar as sociedades tradicionais por dentro", disse Piotr Tolstoy, vice-presidente da Duma, a Câmara baixa do Parlamento russo, pelo Telegram.

Um porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vakhtang Kishidze, citado pela agência Ria Novosti, comemorou esta proibição como "uma forma de autodefesa moral".

"A Rússia mostrou mais uma vez que nem o coletivo do Ocidente, nem os Estados Unidos irão nos privar da coisa mais importante: uma identidade religiosa e nacional!", disse Akhmed Dudaev, membro do governo da República russa da Chechênia, pelo Telegram.

Pessoas LGBTQIA+ foram secretamente torturadas e assassinadas na Chechênia nos últimos anos, segundo ONGs e meios de comunicação independentes russos.

O Ministério da Justiça russo pediu, em meados de novembro, a proibição e classificação do "movimento LGBT internacional" como uma "organização extremista". Não especificou claramente a qual organização se referia.

Qualquer atividade pública relacionada com o que as autoridades russas consideram como preferências sexuais "não tradicionais" agora pode ser sancionada como "extremismo", um crime castigado com duras penas de prisão.

- "Completamente escondidos" -

Até agora, as pessoas LGBTQIA+ enfrentavam altas multas se realizassem o que as autoridades chamam de "propaganda", mas não corriam o risco de serem presas.

Na última década, os direitos desta comunidade foram drasticamente limitados por Putin, que, ao lado da Igreja ortodoxa, garante querer eliminar da esfera pública comportamentos considerados desviados e importados do Ocidente.

Ian Dvorkin, fundador na Rússia da ONG Center T, que ajuda pessoas transexuais, fugiu do país com medo de ser acusado "de extremismo" e detido por ter criado a associação.

"Trabalhar na Rússia está ficando muito incerto (…) Parece que aqueles (militantes LGBTQIA+) que sobreviverem viverão completamente escondidos", disse Dvorkin à AFP.

Desde 2013, uma lei proíbe a "propaganda" de "relações sexuais não tradicionais" direcionada a menores. O texto foi denunciado por ONGs, que o consideram um instrumento de repressão homofóbica.

A lei foi consideravelmente ampliada no final de 2022 e, agora, proíbe a "propaganda" LGBTQIA+ para todos os públicos - na mídia, na internet, em livros e em filmes.

Em julho, os deputados russos também aprovaram uma lei que tem como alvo pessoas transexuais, proibindo-as especialmente de realizarem operações cirúrgicas e terapias hormonais.

A famosa atriz iraniana e ativista pelos direitos das mulheres Taraneh Alidoosti foi detida, neste sábado (17), no Irã, por conexão com o movimento de protesto que entrou em seu quarto mês, informou um meio de comunicação local.

Conhecida por ter atuado em diversos filmes do cineasta Asghar Farhadi, Alidoosti havia manifestado apoio, através do Instagram, às manifestações desencadeadas pela morte de Mahsa Amini, uma iraniana de origem curda de 22 anos, em 16 de setembro, após ser detida em Teerã pela polícia da moralidade.

A prisão da jovem ocorreu por violação do rígido código de vestimenta que o regime impõe às mulheres, incluindo o uso do véu islâmico em público.

"Taraneh Alidoosti foi detida por suas ações recentes, publicando informação e conteúdos falsos, e por incitar o caos", anunciou a agência Tasnim, sem detalhar o lugar da detenção.

Em 8 de dezembro, a atriz de 38 anos havia denunciado a execução de Mohsen Shekari na forca depois que ele havia sido acusado de "guerra contra Deus".

"Qualquer organização internacional que observa este banho de sangue sem reagir representa uma vergonha para a humanidade", escreveu ela em seu perfil no Instagram.

Em novembro, Alidoosti prometeu permanecer em seu país e "pagar o preço" necessário para defender seus direitos e deixar de trabalhar para apoiar as famílias das pessoas assassinadas ou presas durante as manifestações.

Taraneh Alidoosti é especialmente conhecida por seu trabalho no longa-metragem de Asghar Farhadi "O Apartamento", premiado com o Oscar de melhor filme de língua não inglesa em 2017.

Rosto conhecido do cinema iraniano desde a sua adolescência, ela também atuou na obra de Saeed Roustayi "Leila e Seus Irmãos", apresentada este ano no Festival de Cannes.

Desde meados de setembro, milhares de iranianos e cerca de 40 estrangeiros foram presos e mais de 2.000 pessoas foram denunciadas por relação com as manifestações, segundo as autoridades judiciais. Até o momento, dois homens foram executados por participação nos distúrbios.

Moradores que ocupam o prédio abandonado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na área central do Recife, desde maio do ano passado fecharam as principais ruas do centro da capital em protesto por moradia nesta quinta-feira (13). Segundo eles, não houve avanço nas discussões sobre o futuro das pessoas que estão no imóvel.

São 120 famílias, cerca de 400 pessoas que esperam por uma resposta do poder público. Segundo Jean Carlos Costa, coordenador do Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT), líder da Ocupação Leonardo Cisneiros, o governo federal deve fazer a reintegração de posse no próximo dia 31 deste mês. Na tentativa de conseguir respostas, os moradores dizem que vão realizar manifestações na área central da capital pernambucana todos os dias, até a data estipulada para a reintegração.

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"Nada ainda foi viabilizado por parte do governo federal. A gente tem conversado com a Prefeitura do Recife e com o governo do estado, mas ainda não tivemos uma posição clara. Essas famílias vão ficar desamparadas? Vão ficar sem apoio? Quem está aqui é recifense, nordestino e quer uma resposta clara e objetiva desses dois poderes [municipal e estadual]", detalha o líder.

Costa ressalta que o governo federal quer o prédio, mas os ocupantes não pretendem, inicialmente, abrir mão do espaço. "O nosso objetivo é que esse prédio seja transformado na primeira moradia popular do Estado de Pernambuco no Centro, que hoje está desabitado. A gente não vê uma certa quantidade de pessoas morando hoje no Centro. Mas se o governo do Estado quiser dar uma solução habitacional, a gente pode negociar. Mas o nosso objetivo é reformar esse prédio."

"A gente está lutando por casa porque ninguém tem casa não. Se eu sair daí, eu vou pra onde? Eu não tenho para onde ir, a não ser a casa da minha mãe", diz Joseli Xavier, uma das moradoras do imóvel, que também participou da manifestação.

A mulher destaca que esteve, junto com outros integrantes da Ocupação Leonardo Cisneiros, em uma audiência pública realizada no mês de setembro deste ano, na Câmara de Vereadores do Recife, mas nada foi resolvido e ficaram "a ver navios". 

Regina de Cássia, uma das coordenadoras da ocupação, conta que são cerca de 47 imóveis abandonados no Centro do Recife que poderiam estar sendo ocupados por pessoas que precisam de um lar. "Por que eles estão fazendo tanta questão por este [antigo prédio do INSS]? Por que eles simplesmente não pegam o dinheiro e reformam isso aí para [ser] a primeira moradia popular do Centro? Eles querem tirar as famílias e jogar todo mundo na rua", critica.

O LeiaJá aguarda os posicionamentos da União, da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco. 

O movimento #MeToo levou muitas mulheres no mundo a reagir à violência sexista e às agressões sexuais. Seguem alguns depoimentos ouvidos pela AFP.

"Revelar meu segredo"

"Nunca imaginei que um dia explicaria minha história e revelaria meu segredo, mas depois de ter lido tantos depoimentos de mulheres vítimas de agressões sexuais, me motivei a dar este passo" explicou à AFP "L", tunisiana de 26 anos, agredida na infância.

"É como se tivesse desbloqueado algo em meu interior. Me motivou a mudar de vida, a ser feliz. Me tornei mais forte, já não quero ser a pessoa passiva que tem medo de tudo", afirmou.

Seus pais se opuseram fortemente à apresentação da denúncia por temer que sua filha fosse rejeitada "em uma sociedade infelizmente muito conservadora".

"L." decidiu falar em alto bom som o que aconteceu com ela. "Comecei com meus pais, minhas irmãs, minhas tias, minhas primas. Tentei fazê-los compreender que ter uma vítima de estupro (na família) não é nenhuma vergonha".

"Reavaliar meus anos de juventude"

"Fiz um estágio com um congressista nos anos 2000", explica à AFP Louise (seu nome foi alterado a seu pedido), uma americana de 36 anos.

Rapidamente um membro da equipe a convidou para jantar, ela recusou. Por anos, mantiveram uma relação de amizade, mas o homem costumava "fazer comentários inoportunos".

"Não dava importância, sempre encontrava desculpas", explicou.

Esse funcionário acabou sendo denunciado publicamente com a eclosão do movimento #MeToo. "Não me surpreendeu realmente", afirma esta americana, acrescentando que o episódio lhe deu a oportunidade de "reavaliar meus anos de juventude".

"Esta experiência me abriu os olhos. Eu estava tão acostumada aos comentários inapropriados dos homens que os dele pareciam normais".

"Atualmente trabalho em Washington, é difícil para mim entender a maneira como a mulheres são tratadas", explica. "Tenho a impressão que muitos pensam que podem fazer o que querem porque têm poder".

"Me deu forças para denunciá-lo"

Gabriela Ortiz, de 26 anos, foi agredida sexualmente no ano passado por um amigo de seu companheiro, com a cumplicidade dele, durante uma tarde no México.

O movimento #MeToo lhe deu forças para denunciá-los. "Começaram a surgir muitas denúncias e então compreendi que, ainda que possa parecer um clichê, não estamos sozinhas", disse à AFP.

Funcionária de uma empresa de serviços financeiros, Gabriela decidiu também denunciar seus agressores nas redes sociais.

"Mostrar que podemos falar sobre isso"

"Antes do #MeToo não era possível falar sobre estupros", explica à AFP Nazreen Ally, de 43 anos, moradora de Durban, na África do Sul.

Chefe de uma empresa de segurança, Ally foi estuprada aos 13 anos e relatou sua experiência no início do movimento.

"Quando comecei a falar, muitas mulheres dividiram suas histórias comigo e percebi que outras mulheres também sofriam em silêncio", descreve.

"Comecei a me abrir progressivamente sobre o tema, para demonstrar às mulheres que também poderiam fazê-lo".

"Aplicar os princípios feministas"

"Dentro de mim, me sentia feminista, mas não me atrevia a aplicar" essa ideologia, explicou à AFP Karine Zerbola, de 49 anos, gerente de um bar em Annecy, França.

Zerbola afirma que já não admite piadas sexistas.

O movimento #MeToo "me confirmou que os comportamentos de alguns homens foi durante muito tempo desrespeitoso e que isso não era normal", explica.

Essa reflexão a levou a "prestar muita atenção" à "paridade", diz.

"Contrato o mesmo número de homens e mulheres e todo mundo faz o mesmo trabalho", explicou.

Há cinco anos, centenas de milhares de mulheres no mundo começaram a usar a hashtag #MeToo para denunciar a violência sexual e de gênero, um movimento que continua agitando as águas em toda parte, embora ainda tenha um caminho longo pela frente.

O movimento começou em 15 de outubro de 2017, quando a atriz americana Alyssa Milano publicou uma mensagem, na qual convidava as mulheres que sofreram assédio sexual a usar a hashtag #MeToo (EuTambém) no Twitter para compartilhar seu relato.

Foi um tsunami global: os depoimentos invadiram as redes sociais em poucos dias, e as manifestações se multiplicaram em vários países.

Embora Alyssa tenha ajudado a propagar o fenômeno, a hashtag foi criada, na verdade, em 2006, poucos dias após a publicação na imprensa americana de duas investigações explosivas sobre as denúncias de abusos e estupros por parte do produtor de cinema Harvey Weinstein, que ocorreram com impunidade durante anos.

"A amplitude do movimento é extraordinária", explica à AFP Florence Rochefort, pesquisadora do Centro Francês de Pesquisa Científica (CNRS), especialista em história do feminismo.

É um momento "histórico" que permitiu "tornar visível a dimensão dessa violência".

"Mas ainda estamos longe de termos soluções implementadas", acrescenta.

Alguns homens consideram o movimento exagerado.

"O #MeToo demonstrou a rotina dessa violência sexual e sexista, seu caráter banal", seja no cotidiano na rua, no local de trabalho, em casa, explica à AFP Sandrine Ricci, socióloga especializada no tema, da Universidade de Québec, em Montreal.

"O movimento permitiu que as pessoas, particularmente as vítimas conhecidas ou potenciais, entendessem melhor o que estava em jogo", reforça.

Na opinião dessa feminista, "os danos persistem", e a sociedade tem uma tendência a "desviar a responsabilidade dos agressores, sobretudo, quando estão em posição de poder", acrescenta.

- Um problema estrutural -

O movimento #MeToo teve suas próprias versões locais em cada país.

Para Adéle Pautrat, uma fotógrafa francesa de 29 anos radicada em Bruxelas, o movimento se tornou "um símbolo da reapropriação da palavra" por parte das mulheres.

"É um problema coletivo, diante do qual é preciso saber se posicionar com firmeza", defende.

Desde o início do #MeToo, "é mais fácil falar sobre assédio sexual, que passou a ser visto mais como um problema estrutural do que individual", diz Hillevi Ganetz, professora especializada em gênero e mídia da Universidade de Estocolmo.

O movimento obrigou as empresas do mundo ocidental a reagirem. Cada vez mais empresas organizam treinamentos sobre assédio sexual e contratam pessoal qualificado para receber denúncias.

As associações feministas consideram, no entanto, que a resposta dos governos é insuficiente.

Em 26 de agosto de 1968, ocorreu a "Passeata dos Cem Mil"na cidade do Rio de Janeiro, protesto realizado contra a violência praticada pela polícia em uma manifestação poucos dias antes. Promovida por movimentos estudantis e populares, a passeata reuniu artistas, intelectuais, lideranças políticas e a população civil.

Contando com ampla adesão popular, as manifestações reivindicavam o restabelecimento das liberdades democráticas, o fim completo da censura à imprensa e também a concessão de mais verbas para a educação, que sofria duros golpes durante o período. As lideranças estudantis marcaram a manifestação para o dia 26 de agosto, em uma quarta-feira.

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O evento contou com autorização das autoridades como uma espécie de “trégua”, frente à crescente oposição pública às ações truculentas realizadas pelos militares. Já na manhã do dia 26, o centro do Rio de Janeiro foi tomado por um grupo de estudantes, artistas, intelectuais e outros setores da população civil.

A Cinelândia serviu de abrigo para um grande número de estudantes, enquanto artistas do teatro, cinema e artes plásticas se reuniram em frente à  então loja Mesbla, no Passeio Público. Pouco antes de seu início, a marcha já reunia mais de 50 mil pessoas, incluindo diversos padres e freiras que carregavam faixas com escritos como “O povo organizado derruba a ditadura” e “Abaixo o imperialismo”.

Com tintas spray, eram pichadas frases de resistência nas ruas do centro. Durante a passeata, diversos civis se juntaram à manifestação. Às 15 horas, a passeata já reunia cerca de cem mil pessoas. Foi então que o líder estudantil Vladimir Palmeira fez um discurso em frente à Igreja da Candelária. A marcha teve seu fim por volta das 17 horas em frente ao palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Alguns aproveitam para rever familiares durante o recesso de fim de ano, outros buscam fugir dos grandes centros em meio às festas, e há ainda quem se dirija às metrópoles em busca das tradicionais celebrações e queimas de fogos. Como de costume, o volume de passageiros se intensifica nos principais terminais rodoviários do país durante o feriado de ano novo.

Somente nos principais terminais rodoviários da cidade de São Paulo – Tietê, Barra Funda e Jabaquara – é estimado fluxo de mais de 736 mil pessoas entre os dias 27 de dezembro e 3 de janeiro. Segundo a concessionária Socicam, a expectativa é de que o movimento de passageiros “alcance o registrado antes da pandemia”.

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Os destinos mais procurados são Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Cuiabá e Belo Horizonte, além das cidades do sul de Minas e do litoral e interior de São Paulo. Um total de 1.945 ônibus extras estão sendo mobilizados para atender a demanda.

No Rio de Janeiro, o movimento no principal terminal rodoviário interestadual durante o fim do ano deve superar os 560 mil passageiros, entre embarques e desembarques. Segundo Beatriz Lima, porta-voz da Rodoviária do Rio, “a vacinação já atinge um percentual maior que 70% da população e as viagens pelo Brasil estão aquecidas neste que é um período tradicionalmente de grande demanda”.

Já na rodoviária interestadual de Brasília, mais de 72,3 mil passageiros devem viajar entre os dias 27 de dezembro e 3 de janeiro. Assim como em outras cidades, “a expectativa é de que o movimento de passageiros durante o mês de dezembro alcance o registrado antes da pandemia”, disse a Socicam, que também administra o terminal.

Para quem sai da capital do país, os destinos mais procurados são Goiânia, Cuiabá, São Paulo, Campo Grande, Anápolis (GO), Irecê (BA) e Rio de Janeiro.

Direitos

Com o aumento no movimento, pode ocorrer também um incremento em atrasos e cancelamentos. Por esse motivo, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) intensificou campanhas informativas sobre os direitos dos passageiros.

Em caso de atrasos, é direito do passageiro pedir para seguir viagem em outra companhia, sem nenhum custo, ou pedir reembolso integral dos valores pagos. Caso o atraso supere três horas, a empresa responsável precisa fornecer alimentação aos usuários. Caso não seja possível seguir viagem no mesmo dia, a viação é obrigada a oferecer hospedagem.

A ANTT também alerta que os passageiros entre 12 e 16 anos que precisem viajar desacompanhados devem portar autorização da Vara da Infância e Juventude da sua cidade. Em alguns estados é possível solicitar o documento pela internet. A autorização não é necessária caso o jovem esteja acompanhado por pais, responsáveis ou parente de até 3° grau.

Nesta sexta-feira (03), o Movimento Levanta Pernambuco chega em Salgueiro, Sertão do Estado. Já no sábado, 04, a programação continua nas cidades de Floresta e Arcoverde. 

Esse movimento é uma iniciativa do PSDB, PL, PSC e Cidadania, que tem entre os seus representantes o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, e o deputado Daniel Coelho. Todos esses nomes são cotados para concorrer ao Governo de Pernambuco nas eleições de 2022 - podendo já este ser um bloco de aliança para os cargos que vão ser disputados no próximo ano.

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Segundo Raquel Lyra, o movimento está ouvindo os pernambucanos de todas as regiões de Pernambuco. "Os desafios são grandes. O Levanta Pernambuco é um debate sobre a vida real para construir uma agenda que dialogue, construindo estratégias de desenvolvimento para gerar um olhar para o futuro”, diz a prefeita.

O prefeito Anderson Ferreira salienta que a ação já passou por outros locais do Estado e agora chega no Sertão "onde as  dificuldades que a população enfrenta são várias. Podemos citar o problema da falta de água, onde há locais que ficam 30 dias sem abastecimento. Por isso queremos ouvir as pessoas e discutir as soluções”, complementa. 

O Movimento Levanta Pernambuco, lançado no Recife, no dia 28 de outubro, já esteve nas cidades de Catende, Vicência, Santa Cruz do Capibaribe e Bonito. O fim da primeira etapa do Movimento acontece em ato no município de Jaboatão dos Guararapes, no próximo dia 22.

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A Black Friday, dia que promete grandes descontos e boas compras nos mais variados segmentos, alterou o horário do comércio no centro do Recife, nesta sexta (26).  Várias lojas abriram suas portas logo cedo pela manhã, porém o pouco movimento registrou um cenário diferente de anos anteriores

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No bairro da Boa Vista, os anúncios de descontos nas vitrines das lojas estavam em maior quantidade do que clientes circulando dentro delas. Um dos poucos estabelecimentos a registrar um fluxo maior de compradores, na rua Sete de Setembro, organizou uma fila na porta para controlar a entrada e evitar aglomeração e confusão. 

Já no Shopping Boa Vista, localizado no mesmo bairro, os consumidores puderam entrar uma hora antes do horário habitual. Por volta das 11h, o movimento era moderado nos corredores do centro de compras. Os protocolos de segurança relativos à pandemia estavam sendo cumpridos, de maneira geral. No interior do estabelecimento, o uso da máscara foi respeitado enquanto o distanciamento social e o uso de álcool - ofertado na entrada do local - ficaram um pouco a desejar.

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Uma das datas mais esperados do comércio chegou, nesta sexta (26), trazendo grande expectativa de lojistas e compradores. A Black Friday, momento que promete grandes descontos no mais variados segmentos, fez shoppings abrirem mais cedo e alterou até os horários e circulação do transporte público no Recife.

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No bairro de Boa Viagem, Zona Sul da cidade, no entanto, o Shopping Recife não contou com um grande movimento de clientes pela manhã. O centro de compra abriu às 6h, quatro horas antes do habitual, e só deve encerrar as atividades às 0h.

O pouco movimento de compradores, porém, parece não ter assustado a administração do shopping. Segundo a assessoria do empreendimento, o fluxo de compradores registrado ao longo da última semana, a Black Week, foi satisfatório e ainda é esperado uma movimentação maior neste final de semana. 

Pelos corredores e no interior das lojas, poucas pessoas circulavam, por volta das 9h. Em uma grande loja de variedades, descontos em produtos do dia a dia, como produtos de higiene e limpeza, os consumidores fizeram grandes filas. Muitos comprando itens para revenda.

Foi o caso da comerciante Alba Valéria. No final da imensa fila, ela garantiu valer a pena esperar para pagar pelos preços promocionais. Ela veio do bairro de Candeias, chegou ao shopping às 7h para fazer as compras de Black Friday e contou que deve retornar na parte da tarde para comprar mais. "Esse ano tô achando melhor porque está mais tranquilo, geralmente é uma confusão, uma quebradeira, empurra-empurra".

A Universidade Zumbi dos Palmares, instituição comunitária de ensino superior, lançou campanha pela manutenção do sistema de cotas. Batizado de "Cotas sim", o movimento tenta pressionar, por meio de abaixo assinado virtual, o Congresso Nacional a renovar a Lei 12.711/2012, que passará por processo de revisão em 2022. Além disso, a iniciativa pede a ampliação, em 20%, de cotas para negros nos concursos públicos da Administração Federal.

A Lei que institui o sistema de cotas, em 2022, completará 10 anos e deverá passar por revisão. Por isso, em caso de ausência de votação, por parte do Congresso, a iniciativa poderá ser extinta. "Nós estamos diante de um desafio muito importante que é a sensação da implementação da lei e, com isso, esses meninos e meninas ficarem impedidos de acessarem a universidade pública federal”, disse o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, em entrevista ao programa Jornal da Tarde, da TV Cultura.

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Até o momento, O "Cotas sim!" conta com 3.515 assinaturas e tem apoio da Ordem dos Advogados do estado de São Paulo. A meta do movimento é alcançar o quantitativo de um milhão de pessoas assinaturas.

Tão brasileiro quanto o samba, o funk é quase unanimidade no país, podendo ser encontrado em inúmeras comunidades - e até casas de shows das mais nobres - do Norte ao Sul do país. A música que majoritariamente é produzida na favela traz consigo uma carga pesada de representatividade, senso de pertencimento e autoestima para aqueles que com ela convivem, a despeito de um expressivo preconceito que teima em marginalizar o gênero afastando-o da grande mídia e dos redutos tidos como de alta cultura. 

No Recife, capital de Pernambuco, o funk provou todo seu poder entre as décadas de 1990 e, sobretudo, 2000. Para o bem e para o mal. Na virada para o segundo milênio, quando na internet tudo ainda era ‘mato’, os envolvidos no segmento conseguiram impulsioná-lo através de fotologs - sites equivalentes ao que é hoje o Instagram. As lan houses instaladas nas comunidades, que vendiam acesso à internet por hora, geralmente a R$ 1 cada, transformavam-se em verdadeiros escritórios para que os funkeiros pudessem fazer o trabalho de divulgação, uma vez que computadores com acesso à rede eram artigos de luxo naquela época.

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Além da ‘world wide web’, outra ferramenta muito usada para espalhar a palavra dos MCs no auge da cena funk eram as carrocinhas de CDs piratas que circulavam pela cidade tocando os ‘batidões’, sem contar a influência causada por esses artistas em suas próprias comunidades. Mas o verdadeiro ápice da massa funkeira se dava mesmo nos bailes. Nas festas, os ‘bondes’ de cada comunidade se encontravam para exaltar a sua periferia e ‘duelar’ com outras ‘galeras’. A música dava o tom, tanto de valorização de cada bairro quanto da rivalidade entre eles, com letras sobre suas vivências que estimulavam a autoestima e o senso de pertencimento, porém, afloravam também uma agressividade que geralmente culminava em confronto. 

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MC Leozinho do Recife, um dos nomes de maior peso do movimento funk em Pernambuco. 

Os ‘bailes de galera’ ou ‘bailes de corredor’, que ‘bombaram’ nas periferias recifenses entre as décadas de 1990 e 2000,  reuniam milhares de pessoas e revelaram artistas que estão na cena até os dias atuais. Os MCs Boco, Schevchenko, Cego e Leozinho - esse último considerado um visionário do segmento e batizado como General -, começaram a construir suas carreiras nesse período, em festas que entraram para a história do funk pernambucano como o Baile do Rodoviário e Baile do Téo, todos realizados em bairros periféricos da Região Metropolitana da capital.

Outro funkeiro dessa época, ainda na ativa, é MC Pito, que guarda “na mente” boas lembranças dos antigos bailes: “Ficou em memória, toda a repercussão que o funk teve em Recife e em Pernambuco. Nós somos uma das capitais mais fortes no funk no Brasil, desde aquele tempo e ainda mais hoje”, disse em entrevista ao LeiaJá. No entanto, ao passo que o movimento se misturava a outros elementos do cotidiano das comunidades, como as torcidas organizadas e até mesmo o tráfico e disputas territoriais, a violência também aumentou nos eventos.

A polícia e a Justiça começaram a bater de frente com o movimento  e não era incomum que os eventos terminassem com batidas policiais. A violência em torno dos bailes contribuiu para que o estigma contra o gênero aumentasse e, consequentemente, sua maior marginalização. A pressão crescente em torno da cena, o preconceito instaurado e a falta de visibilidade de seus artistas para além de suas periferias, acabou colocando um ponto final na história das festas de galera. 

MC Pito é um dos veteranos da cena. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em meados de 2000, o famoso Baile do Rodoviário encerrou sua história em uma operação policial que contou com a intervenção das polícias civil, militar e até a Polícia de Trânsito da capital. “Quando veio do Rio pra cá não tinha essa ideia de funk consciente, funk de paz, era o funk de corredor, um som agitado e um bonde de cada lado, aquela selvageria. Toda ação traz uma reação, então acarretou em preconceito, uma má visão da sociedade e as autoridades tiveram que usar de força maior até que acabaram os bailes”, relembra MC Pito. 

Com o fim dos bailes e o já natural distanciamento das casas de show e programas populares da TV local, o funk estava fadado a desaparecer em Pernambuco. Foi aí que MC Leozinho acabou se jogando na cena ‘queridinha’ dos pernambucanos, o brega. O General, como é conhecido, já havia feito uma fundamental intervenção no movimento, ao lançar o Rap da Cyclone, música que homenageia não só o seu mas vários bairros periféricos da cidade e contribuiu para a diminuição da rivalidade existente entre eles. A música ganhou tanta força que ficou famosa até fora do Estado e é uma das mais pedidas nos shows do artista até hoje.

Mas foi por volta de 2008, ao lançar seu primeiro brega, Dois Corações, que o funkeiro acabou abrindo os caminhos para as boates mais badaladas do Recife e para a televisão. Provando ser possível uma coexistência saudável entre os dois estilos, ele passou a apresentar um pouco de cada em seus shows e a mistura acabou originando um terceiro gênero musical: o bregafunk. Leozinho é considerado o pioneiro no segmento que hoje domina as paradas do país e já chegou até ao exterior. Vários MCs de funk pegaram carona nesse ‘bonde’ e hoje ostentam carreiras consolidadas dentro e fora do Estado. “A tendência é crescer e chegou em um nível que não tem como cair mais, é um gênero que foi lançado no Brasil e no mundo, agora não volta mais”, disse Leozinho em entrevista ao LeiaJá.

MC Leozinho, o General, é considerado o precursor do bregafunk. Foto: Divulgação

No entanto, embora o bregafunk tenha conquistado tamanho reconhecimento, a força do funk ‘raiz’ parece mesmo ser imbatível ainda. Não há uma apresentação em que o General consiga terminar a primeira canção sem que o público já esteja pedindo por seus grandes sucessos, como o Rap da Cyclone e Cenário Louco. “Se eu não cantar funk no meu show a galera não gosta não. Meu público que vai ao show vai por causa do funk, eu acho. A galera curte o brega, mas o público vai pro show pra me ver cantar o funk. Se eu parar de cantar o brega e ficar cantando só os meus funks, acho que faço mais uns 20 anos de carreira”, brinca o MC que promete um EP de inéditas para agosto, além de lançamentos nos projetos Poesia Bregafunk e Invasão, esse último voltado ao funk consciente. 

Retomada na paz

Apesar do triunfo do bregafunk em meio a um aparente desaparecimento do funk raiz, um movimento de retomada da cultura dos bailes ganhou corpo no Recife por volta de 2016. O surgimento do Baile da PAZ, realizado pela equipe Funk Antigo de Pernambuco (FAPE), deu nova cara aos eventos e novos fundamentos à cena. “A rapaziada do funk antigo uniu todas as galeras, as galeras que eram rivais hoje se falam e vão pro baile curtir junto”, conta Leozinho. Com a chegada da pandemia, os eventos pararam de acontecer, no entanto, as articulações dos envolvidos na cena continuam através das redes sociais. 

Também somam força a esse movimento associações como a Relíquia da Pichação (RDP) e coletivos como o Pancada Funk PE, este último fundado por alguns MCs veteranos como o próprio MC Pito e MC Pato do Ibura, falecido em abril deste ano em virtude da Covid-19. O objetivo hoje, para além de voltar a curtir os bailes, é trabalhar em prol das comunidades e fortalecer a cultura do funk dentro do Estado, sobretudo para tirá-lo em definitivo da marginalização, como explica Pito. “A diminuição do preconceito vem de dia a dia, não acontece de imediato, mas esse momento do funk da paz aconteceu uma coisa muito importante que no passado não existia, que é o funk se mobilizar para ajudar a comunidade, fazer ação social, levantar meios de revitalizar uma praça, um campo de futebol em nome do movimento. Isso abriu o leque pra sociedade ter outra análise do que rolava antes, há 20 anos atrás e o que vem acontecendo agora”.

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Hoje, o funk tem se aliado a outras cenas, como a  do brega, rap, trap e até mesmo do samba com intuito de promover a autoestima das pessoas que o fazem e o consomem e provar para a sociedade que é uma cultura valiosa e tão poderosa quanto qualquer outra. Além de servir como instrumento de identificação e pertencimento dos moradores das comunidades, o funk também movimenta a economia local, gera empregos diretos e indiretos e consegue, através das letras conscientes, orientar os mais jovens a andarem ‘pelo certo’, longe das drogas e da criminalidade. 

Nesse caminho, o movimento conseguiu subverter a violência e aos estigmas mais negativos com apurado senso de coletividade dos seus fazedores e a força de vontade de quem acredita no funk como ferramenta de empoderamento e libertação, como bem coloca MC Pito. “É uma chama que até hoje não conseguiu se apagar, mesmo com justiça em cima, polícia em cima, sociedade discriminando mas a gente vai arrumando meios para ir se esquivando e segurando firme a bandeira do funk. O meu maior objetivo hoje em dia não é estourar, é somente que minhas músicas sejam eternizadas no cotidiano das pessoas que quando escutem elas digam; ‘poxa me inspirei nessa música e eu vi que como ele falou na música aconteceu na minha vida’;  é fazer a música para ser consumida verdadeiramente pelas pessoas”. 

Homenagem a MC Pato do Ibura

Neste sábado (27), o coletivo Pancada Funk PE promove uma live para homenagear um de seus fundadores, o MC Pato do Ibura. Participam da transmissão os MCs Tibiro, Feru, Rugal, Omago, Frenk, Beca e Pito. A live marca também o início da formulação de projetos que estão à espera do fim da pandemia para poderem acontecer. Segundo MC Pito, além de um CD de inéditas suas, já pronto e aguardando o melhor momento para lançamento, virão sites, clipes, e outras ações que visam promover os artistas e a cena do funk. A live será exibida nas redes sociais do coletivo a partir das 13h.

A mais recente Sondagem Industrial, medida pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), aponta que o Estado teve um crescimento de 3,9 pontos no volume de produção das indústrias locais no mês de março. 

No entanto, esse índice ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos, marcando 48 pontos - mantendo Pernambuco num cenário pessimista. Além disso, o Estado não acompanhou o resultado nacional de 50,5 pontos.

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Segundo a FIEPE, isso mostra que o ritmo de retomada das atividades produtivas vem acelerando, mas não em patamares de antes da pandemia da Covid-19.

“A indústria está produzindo mais, os números dizem isso, mas, como a conjuntura atual é de incerteza, o tanto que produziu ainda não é capaz de reverter o cenário para uma situação de otimismo total”, avaliou o economista da FIEPE, Cézar Andrade. O especialista chama atenção para o fato de que o aumento da produção está mais relacionado à necessidade dos ajustes dos estoques do que à aceleração do mercado.

Isso porque, segundo o levantamento, os estoques dos produtos apresentaram recuo de 1,4 ponto na passagem de fevereiro para março, chegando aos 48,5 pontos. “Com os estoques em baixa, naturalmente, haverá uma demanda por mais produção. Outro aspecto que não anima o resultado final da Sondagem é o fato de o índice de Evolução do Número de Empregados também ter caído, com variação negativa de 2,6 pontos", avaliou.  

Andrade ressalta que esse é um importante termômetro para a atividade, pois, apesar do crescimento do volume de produção, ainda não é possível observar o reflexo dessa recuperação no cenário de contratação – conjuntura que se concretizou na última pesquisa do Caged, também referente a março, em que apontou uma diminuição de 0,22% no saldo de geração de empregos em Pernambuco.  

Outros três pontos de atenção estão relacionados à margem do lucro operacional, à satisfação financeira e ao acesso a crédito, que também apresentaram queda em seus indicadores durante o trimestre, pontuando 43,9 pontos, 50,4 pontos e 39,9 pontos, respectivamente. No aspecto da dificuldade, prevalecem ainda a falta ou o alto custo da matéria-prima (52,73%) e a elevada carta tributária (34,55%) como obstáculos para a indústria. 

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O youtuber e influenciador digital Felipe Neto lançou recentemente, em parceria com quatro escritórios de advocacia, o movimento apartidário “Cala a Boca Já Morreu”, que tem a missão de prestar assistência jurídica gratuita a quem for alvo de investigação criminal ou administrativa por ter expressado alguma opinião ou criticado autoridades públicas.

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A iniciativa surge como resposta ao abuso de autoridade e ataques constantes à democracia, com grave ameaça à liberdade de expressão, no Brasil. O site da campanha informa que todo aquele que estiver sendo investigado por ter manifestado uma crítica ou opinião, relacionada a uma autoridade pública, e não encontrar meios públicos ou privados para agir em sua defesa pode receber ajuda.

Em vídeo de lançamento, Felipe Neto ressalta que o movimento não defende pessoas que incitam o discurso do ódio, ruptura institucional e que ameaçam governantes ou demais autoridades públicas.

Bárbara Feio, advogada e professora de Direito Civil, lembra que a liberdade de expressão é a representatividade de um Estado Democrático de Direito e que, em 2009, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ADPF 130 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), consagraram a liberdade de expressão como patrimônio imaterial e a representação de uma evolução político-cultural de uma sociedade democrática.

Entretanto, a advogada diz que há um ponto muito importante a ser identificado da liberdade de expressão: entender que o direito de alguém termina onde começa o do próximo. “Você precisa ter conhecimento de que você não pode utilizar a liberdade de expressão como instrumento para diminuir, ferir a dignidade humana, para afetar e reduzir o outro sujeito. O limite é exatamente este”, salienta.

Bárbara também orienta quanto ao conteúdo compartilhado na internet e que os usuários devem ter cuidado com o que é divulgado nas redes. “Nós precisamos fazer um exercício grande de reconhecimento de que temos um instrumento muito forte nas mãos, que é a internet, a virtualidade, e precisamos entender que existe, sim, a responsabilidade quando você invade e ultrapassa os limites da liberdade de expressão”, diz.

A advogada explica que a responsabilidade civil no Estado brasileiro é muito clara e que, além do grande alcance que tem, uma pessoa ainda pode ser punida por algum ato ou crime cometido nas redes sociais. “Temos o artigo 186, o artigo 927, temos diversos artigos que fazem esse amparo legal, que trazem uma proteção do ser humano e da dignidade em face desse tipo de violação”, destaca.

Bárbara alerta pais de menores e afirma que eles devem estar vigilantes quanto ao uso das redes para manifestação e propagação de discursos de ódio e de raízes discriminatórias. Ela também lembra que crianças e adolescentes, apesar de não cometerem crimes, podem cometer atos considerados infracionais. Em casos assim, os pais serão responsabilizados.

Quanto à liberdade de expressão, Bárbara acredita que é possível defendê-la com muita qualidade quando utilizada com responsabilidade e respeito por ela ser patrimônio imaterial representativo de um povo, de um Estado democrático evoluído política e culturalmente. “O seu direito de falar, de expressar livremente os seus pensamentos termina no momento em que você diminui o outro, fere o outro, atinge o outro na sua honra subjetiva, na sua dignidade e a gente precisa estar muito atento a isso”, complementa a advogada.

Linha tênue

Diego Santos, professor de História, explica que com as eleições de 2018 viu-se uma tendência voltada para a direita, caracterizada por uma visão mais conservadora de sociedade. Segundo ele, isso requer atualização da legislação, abarcando as diversas ferramentas utilizadas pela liberdade de expressão, que é fundamental para a democracia.

“Nós viemos de uma eleição que apontou para o que os especialistas chamariam de um apontamento à direita. Então passa a ter a necessidade de atualizarem esses códigos e de se pensar que, na sociedade que nós temos hoje, é fundamental que você tenha, sim, um respeito a esse cenário de liberdade”, relata.

O professor conta que a liberdade de expressão é um princípio da democracia, o qual passou a ser garantido a partir da Constituição de 1988. Porém, ressalta que o Brasil possui uma conexão direta e histórica com a ditadura civil-militar que se iniciou no país em 1964. “Então, historicamente, existe uma fragilidade muito grande do nosso sistema democrático. Até porque muitas dessas fragilidades do sistema ainda têm princípios e poderes ligados à constituição de elementos da própria ditadura”, afirma.

“É o caso, inclusive, da (lei) Segurança Nacional, com o qual foi feita a queixa-crime contra o Felipe Neto. Ela está diretamente relacionada a uma lei de 1983, portanto ainda do período da ditadura. E, logicamente, deveria ter sido atualizada ou, pelo menos, repensada num momento como esse”, exemplifica Diego Santos.

O youtuber Felipe Neto foi acusado por crime contra a segurança nacional após ter chamado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “genocida”, ao referir-se à gestão do governo em relação à pandemia da covid-19. O professor alerta para a problemática da protocolização dessa queixa-crime ser feita pelo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). “Parece que há uma tentativa sempre muito articulada de se frear questionamento. Eu vejo um problema dentro desse Estado Democrático de Direito que não é só cercear a liberdade de expressão, mas é também de fazer com que não se tenha um questionamento à família Bolsonaro”, destaca.

Diego Santos acredita que a grande repercussão na fala do youtuber foi a geradora da tentativa de abafamento. O governo iniciado em 2018, diz o professor, pautou-se na ideia do discurso de ódio em relação à minoria e aos opositores, repercutindo para o cenário de crise vivida hoje. A pandemia não parou as ofensas e ataques ao Supremo Tribunal Federal ou às pessoas que questionam o governo, observa Diego.

O professor traça uma linha histórica entre o momento atual e o resquício da ditadura militar. “Existe um paralelo histórico entre esse resquício da ditadura militar porque grande parte dos ministros, que compõem o Ministério, são militares que a apoiam. Até certo ponto estão ligados àquilo que o Bolsonaro fala e o apoiam publicamente”, diz Diego Santos.

O professor reitera a fragilidade da democracia ao lembrar fatos da história democrática do país após o fim da ditadura. “Quando a ditadura termina, as primeiras eleições são indiretas. O primeiro presidente eleito de fato, no Brasil, foi o Fernando Collor de Mello e logo depois tem o próprio impeachment. Então nós temos nessa breve democracia dois presidentes que sofreram processo de impeachmnet: o Fernando Collor de Mello e a Dilma Rousseff”, explica.

A liberdade de expressão e o discurso de ódio, na sociedade atual, andam lado a lado. “Então, tem uma fragilidade muito grande dentro do nosso campo democrático. E a linha tênue entre o que é liberdade de expressão e o que é discurso de ódio é muito frequente na nossa sociedade”, finaliza Diego Santos.

Para mais informações a respeito do movimento acesse www.calaabocajamorreu.com.br

Por Carolina Albuquerque e Isabella Cordeiro.

 

A busca pelo termo “militância”, no Google, cresceu nas últimas semanas, e o motivo, são alguns acontecimentos dentro do reality show mais popular do país, o Big Brother Brasil (BBB). Para falar sobre o assunto, e esclarecer alguns conceitos relacionados ao tema, o coordenador e pesquisador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade Estadual do Pará (UEPA), Aiala Colares, é o convidado do podcast Na Pauta. Clique no ícone abaixo e ouça.

Por Douglas Santos e Allam William.

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Após um massacre em um spa na cidade de Atlanta, Estados Unidos, a luta contra o preconceito aos asiáticos repercutiu nas redes sociais. O movimento “Stop Asian Hate”, contra o racismo e xenofobia a pessoas de origem, ascendência e descendência asiática, ganhou forças durantes os últimos dias.

No dia 16 de março, um jovem abriu fogo contra frequentadores de uma casa de massagem asiática chamado Young’s Asian Massage, na cidade de Atlanta. Robert Aaron Long, 21 anos, atirou contra oito pessoas. Seis delas eram mulheres asiáticas. Robert foi preso. 

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Ainda na terça-feira (16), houve outro caso de agressão. Uma idosa foi atacada por um homem desconhecido. A mulher de 70 anos chegou a lutar contra o agressor e conseguiu se defender com uma bengala, informaram as agências internacionais de notícias.

No Brasil, os influenciadores das mídias sociais se pronunciaram contra o ocorrido em Atlanta e ressaltaram que não é só nos Estados Unidos que há casos de xenofobia e racismo.

O influenciador e streamer Victor Han, coreano que vive em São Paulo, falou sobre inúmeros casos de preconceito racial em suas redes sociais. “Fui chamado de coronavírus em público”, contou.

A influenciadora Ayumi Taneno, japonesa também de São Paulo, fez uma série de stories falando sobre as inúmeras frases racistas e comentários pejorativos contra pessoas asiáticas. 

David Chin, um streamer e modelo de Taiwan que mora em Minas Gerais, em entrevista para o LeiaJá, também falou sobre casos de racismo e xenofobia contra a sua família. “Muitos falavam que deveríamos voltar para o nosso país e que estávamos roubando dinheiro do Brasil. Com a pandemia, tudo isso se intensificou”, relatou.

Todos esses ataques têm explicação. O Centro de Estudos do Ódio e Extremismo da Universidade da Califórnia apontou que houve um crescimento de 150% de crimes contra a população asiática e muito disso se deve aos levantes xenofóbicos promovidos pelo ex-presidente americano Donald Trump, ao alegar que a culpa da pandemia de covid-19 é da China. As informações estão no site Stop AAPI Hate.

Segundo o site, asiáticos ou descendentes que vivem nos 50 Estados americanos sofrem algum tipo de agressão, verbais ou físicas. São mais de 3.800 relatos de violência registrados de 19 de março de 2020 a 28 de fevereiro de 2021. Pelo menos 68% das denúncias são de agressões verbais e 11% são denúncias de agressões físicas.

Na sexta-feira (19), o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repudiou o crime de ódio que ocorreu em Atlanta. “O ódio não pode ter um porto seguro nos EUA. Isso precisa parar. Muitos asiático-americanos estão preocupados com a sua segurança e a das pessoas que amam e temeram por suas vidas durante esses tempos caóticos”, disse Biden à imprensa norte-americana.

Por Ariel Monteiro.

Uma adolescente, de 16 anos, se jogou de um carro de aplicativo em movimento após o motorista mudar a rota e afirmar que estava com um facão. De acordo com a Polícia Civil, o caso ocorreu na noite do sábado (20), em Cariacica, no Espírito Santo.

A estudante conta que acionou o aplicativo para ir do bairro Padre Gabriel até Cobi de Cima, em Vila Velha. Segundo o relato, pouco tempo após entrar no veículo, o motorista disse que tinha um facão. "Ele andou um pouco e disse 'eu estou armado, tem algum problema? E eu entrei em choque", disse ao G1.

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O condutor chegou a alterar o percurso solicitado para um trajeto mais logo e seguiu para a rodovia Leste-Oeste, quando a jovem entrou em pânico e se jogou do carro em movimento. "Eu segurei a sacola das coisas que eu havia comprado e me joguei do carro. Na minha cabeça, eu nem sei como caí. Foi tudo no impulso, juntou o medo, juntou tudo e me deu uma força e eu fui", descreveu.

Apesar dos hematomas e arranhões espalhados pelo corpo, principalmente nas pernas, ela ressalta que a pior questão foi a agressão psicológica. "Ali naquele lugar eu fiquei. Eu via minhas coisas jogadas na pista e não tinha reação de pegá-las [...] o que aconteceu comigo, eu espero que não aconteça com mais ninguém. Só é uma dor psicológica. Só Deus sabe o que eu estou sentindo".

A Polícia Civil informou que o carro era alugado e o motorista ainda não foi localizado. As investigações são coordenadas pela Delegacia Regional de Cariacica.

Após a repercussão do lançamento do movimento "Unidos pela Vacina", a presidente do conselho do Magazine Luiza publicou uma nota de esclarecimento nas redes do movimento. "Gostaria de deixar claro que não sou candidata a presidente do Brasil nem sou filiada a nenhum partido político", diz a executiva que lidera a iniciativa.

A empresária afirma que defende a união da sociedade civil organizada, como o trabalho que desenvolve no grupo "Mulheres do Brasil".

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Nesta terça-feira, em coletiva de imprensa, Luiza afirmou que o grupo não vai comprar vacinas e, sim, trabalhar para construir pontes, retirar entraves e estabelecer diálogos para aquisição e distribuição dos imunizantes.

A presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Trajano, divulgou nesta segunda-feira, 8, em suas redes sociais o programa Unidos pela Vacina. Liderado por ela, o movimento apartidário é composto por empresários e outros atores da sociedade civil. A mobilização trabalha com a meta de que todos brasileiros sejam vacinados até setembro de 2021.

O grupo se propõe a reduzir os entraves existentes hoje para a vacinação. "Queremos ajudar a garantir que as vacinas cheguem a qualquer ponto do País, superando todo e qualquer obstáculo", disse, em sua postagem no Instagram.

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"O programa Unidos pela Vacina começou com o meu chamado ao Grupo Mulheres do Brasil, com mais de 75 mil mulheres no Brasil e no mundo, e hoje é um movimento da sociedade civil como um todo", escreveu na publicação.

O feriado de Natal foi de movimento nas cidades da Baixada Santista. Mesmo com as medidas de contenção adotadas pelas prefeituras, como barreiras sanitárias para orientação e aferição de temperatura em pessoas que chegavam ao litoral, muitos turistas e moradores ocuparam calçadões e restaurantes. Na Praia de Pitangueiras, em Guarujá, a faixa de areia foi tomada por guarda-sóis.

Segundo a prefeitura da cidade, houve orientação para que fossem evitadas aglomerações, com pelo menos 400 abordagens de fiscais na manhã desta sexta-feira, 25. "A equipe tem atuado principalmente junto a condomínios e ambulantes, que estão com limitações para a disponibilização de guarda-sóis e cadeiras", afirmou o diretor municipal de Operações Especiais e Fiscalização de Taxas, Ricardo Tobar.

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"O clima é pacífico e a previsão é de que se mantenha assim até o domingo, em razão do trabalho de conscientização feito pela prefeitura, com a divulgação de campanhas educativas e barreiras sanitárias nas principais entradas da cidade, além da intensificação das barreiras destinadas a coibir a entrada de ônibus e vans turísticos, que está vedada desde o início de dezembro. Isso tem ajudado a controlar a vinda do turista de um dia, por exemplo", explicou Tobar.

Em Santos, a circulação era maior nos calçadões, principalmente de esportistas praticando atividade física ou familiares caminhando pela orla da praia. O pouco movimento na praia atingiu diretamente os comerciantes, que lamentaram a situação.

"Fomos muito prejudicados devido ao governador ter colocado a região na fase vermelha. O movimento está muito baixo para todos os comerciantes devido a esta situação que estamos enfrentando", disse Roberto Dias, 47 anos, que trabalha com um carrinho de bebidas. O vendedor de milho, Essivaldo Silva, 55 anos, disse que mesmo com o mau tempo, a situação poderia ser outra. "Era para a praia estar lotada, como todo ano. Mesmo chovendo, costuma ter gente na praia, então é difícil".

Prefeitos contrariam governo estadual

Na terça-feira, 23, a gestão João Doria (PSDB) determinou que todo o Estado de São Paulo fique na fase vermelha, a mais restritiva, nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e 1º, 2 e 3 de janeiro. O anúncio ocorreu após uma alta no número de casos e mortes por coronavírus em cidades paulistas. Nesse estágio, podem funcionar apenas serviços essenciais.

Contrariando o governo do Estado, o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) decidiu em reunião manter a região na fase amarela, sob justificativa da falta de tempo para as prefeituras adequarem equipes e estruturas ao cumprimento de regras mais rígidas. Com a resolução, lojas, bares e restaurantes foram liberados a abrir. Em contrapartida, as prefeituras se comprometeram a fechar o acesso às praias na virada do ano-novo.

"Essas medidas foram comunicadas sem que houvesse possibilidade de planejamento para a administração pública preparar a fiscalização. Precisamos de organização, o que seria impossível nesse tempo tão curto. Assim, a capacidade de fiscalização dos municípios fica comprometida", disse o prefeito de Santos e presidente do Condesb, Paulo Alexandre Barbosa, PSDB.

Em nota, o governo do Estado informou que os decretos e ações municipais precisam observar a classificação dada pelo Plano São Paulo, que se baseia no panorama da evolução da doença e capacidade hospitalar dos Departamentos Regionais de Saúde (DRS). O Plano SP estabelece regra comum para os 645 municípios paulistas, com base em critérios científicos e de saúde.

No texto, a gestão estadual reforçou que a fiscalização de estabelecimentos comerciais, assim como de praias e demais espaços turísticos municipais, é de responsabilidade das prefeituras. O governo também confirmou o apoio aos municípios da Baixada Santista para ações conjuntas sobre a importância do distanciamento social, uso obrigatório de máscaras e evitar aglomerações para conter o contágio do coronavírus.

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