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O Ministério Público de São Paulo denunciou o ex-BBB e comentarista Adrilles Jorge à Justiça pela reprodução de um gesto considerado nazista na TV Jovem Pan News.

Em fevereiro, Adrilles participou de um programa sobre as declarações do youtuber Monark, que defendeu a criação de um partido nazista, e concluiu sua participação levantando a mão direita ao lado do rosto. O gesto foi considerado uma reprodução da saudação Sieg Heil, o que ele nega.

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O MP concluiu que o comentarista "praticou, induziu e incitou a discriminação e preconceito de raça sob a forma de uma saudação nazista".

A denúncia cita como agravante a veiculação do gesto na televisão.

"O contexto evidencia que o gesto nazista ao final do programa de televisão foi a maneira não verbal do denunciado reafirmar os argumentos anteriores no sentido de que o nazismo foi menos ruim historicamente que o comunismo, relevando, pelo gesto, a própria preferência dentro os regimes", escreveu a promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi), que cuidou da investigação.

Em vídeo publicado nas redes sociais após a repercussão do programa, Adrilles disse que o gesto era uma despedida e foi "deturpado".

A justificativa, no entanto, foi rebatida pelo Ministério Público. A promotoria analisou todos os programas com participação do ex-BBB e afirma que, em nenhum deles, o comentarista se despediu do público daquela maneira.

O MP também pediu o parecer técnico de uma antropóloga, que corroborou a identidade do gesto com a saudação nazista.

A denúncia foi enviada à Justiça, que agora vai decidir se recebe as acusações e torna o comentarista réu em um processo.

COM A PALAVRA, ADRILLES JORGE

A reportagem entrou em contato com o comentarista, por e-mail, e aguarda resposta, deixando espaço aberto para manifestação.

O escritor e ex-BBB Adrilles Jorge avalia tentar a sorte na política após ter sido demitido da Jovem Pan depois de fazer um gesto associado à saudação nazista "sieg heil". Para a nova empreitada, o ex-comentarista conversou com o presidente do diretório do PTB de São Paulo, Otávio Fakhoury, sobre disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo partido no Estado.

"A conversa ainda é informal. Um início de conversação", disse Fakhoury ao Estadão. Questionado sobre o interesse do partido em filiar Adrilles, o presidente do diretório paulista afirmou que o ex-comentarista "se encaixa no perfil para candidatos" por possuir as qualidades que PTB deseja: "Linha conservadora e liberal. Isso é importante para o partido. O partido deseja candidatos nessa linha". A informação sobre esse primeiro contato foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim e confirmada pelo Estadão.

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Antes de se envolver no caso Monark, Adrilles já acumulava polêmicas. Durante sua participação na 15ª edição do programa Big Brother Brasil, o ex-comentarista foi acusado de racismo contra outro participante e de assédio moral a uma mulher por quem dizia estar apaixonado. Posteriormente, já na Jovem Pan, também fez comentário homofóbico envolvendo o ator Tiago Abravanel.

Após a demissão da emissora, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiram a defesa do ex-comentarista. Uma delas foi a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que compartilhou vídeos de Adrilles se defendendo das acusações. A parlamentar também utilizou a hashtag #AdrillesdeVolta, dando a entender que gostaria que o jornalista fosse readmitido na Jovem Pan. No dia anterior, ela havia manifestado repúdio à ideologia nazista.

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiram a defesa do comentarista Adrilles Jorge, demitido da rádio Jovem Pan, ao mesmo tempo em que cobram a cassação do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP); ambos, entretanto, se envolveram em polêmicas sobre o mesmo tema, nazismo.

O tema voltou a ganhar destaque nas redes sociais nesta quinta-feira (10), na esteira das declarações do presidente Jair Bolsonaro, que se pronunciou na noite de ontem. O chefe do Executivo atacou a ideologia nazista, dizendo repudiá-la de forma "irrestrita e permanente".

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No mesmo dia, mais cedo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anunciou ter protocolado uma representação cobrando a cassação do mandato de Kataguiri na Câmara pelo suposto crime de apologia ao nazismo.

Eduardo Bolsonaro também destacou ter apresentado projeto de lei que criminaliza a apologia tanto ao nazismo quanto ao comunismo, tema que seu pai resgatou ao se pronunciar sobre o tema.

"É de nosso desejo, inclusive, que outras organizações que promovem ideologias que pregam o antissemitismo, a divisão de pessoas em raças ou classes, e que também dizimaram milhões de inocentes ao redor do mundo, como o comunismo, sejam alcançadas e combatidas por nossas leis", escreveu o presidente, após condenar o nazismo.

As hashtags "Criminalização do Comunismo" e "Criminaliza Comunismo Já", "Boicote Jovem Pan" e "Renuncia Kataguiri" se destacaram entre os Trending Topics do Twitter ontem e seguem em alta nesta quinta-feira.

Postura distinta

Em entrevista ao Flow Podcast na última segunda-feira, Kim Kataguiri disse considerar errado o fato de a Alemanha ter criminalizado o nazismo, e, concordando com o apresentador Monark (que acabou demitido do programa), cobrou liberdade de expressão e critérios similares para tratar do nazismo e comunismo, representado por partidos já tradicionais no País.

Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri se afastou do governo Bolsonaro e anunciou apoio ao pré-candidato do Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro.

Mas, enquanto pedem a cassação de Kataguiri, crítico contumaz do comunismo, bolsonaristas citam a defesa da liberdade de expressão para apoiar Adrilles, ao mesmo tempo em que criticam "a cultura do politicamente correto", associada por eles à esquerda.

Escritor e comentarista, Adrilles Jorge foi afastado da Jovem Pan por fazer uma saudação associada ao nazismo ao encerrar sua participação num dos jornais da emissora após comentar o caso Monark. Ministros e parlamentares ligados ao presidente saíram em defesa do escritor, citando argumentos contra a "cultura do cancelamento".

O Secretário de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, saiu em defesa de Adrilles e classificou a repercussão do gesto feito pelo comentarista como "assustadora".

"Não sou próximo do Adrilles Jorge e creio que ele até tenha algumas críticas a minha atuação. Contudo, não deixa de ser assustador que consigam vinculá-lo a apologia ao nazismo, em um vídeo em que ele está falando clara e abertamente contra essa abominação", publicou ele. "Transformar gestos banais em crimes de nazismo virou hábito na esquerda. Estratégia batida, mas que ainda tem repercussão devido a absoluta hegemonia que possuem."

O secretário Mário Frias, da Cultura, descreveu a situação como "preocupante". "É preocupante que um vídeo em que a pessoa fala, de forma explicita, ser contra o nazismo seja usado para imputar a essa pessoa o crime de ser nazista. A realidade virou massa de modelar?".

Também aliada de Bolsonaro, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) compartilhou vídeos do comentarista se defendendo das acusações e criticou sua demissão pela Jovem Pan. A parlamentar publicou a hashtag #AdrillesdeVolta, dando a entender que gostaria que o jornalista fosse readmitido na emissora. No dia anterior, ela também havia manifestado repúdio à ideologia nazista.

O ex-BBB Adrillles Jorge se envolveu em polêmica, nessa segunda-feira (8), ao defender as falas referentes ao nazismo de Bruno Aiub, mais conhecido como Monark e ainda fazer gesto que é uma saudação a Hitler. Apoiador de Bolsonaro, Adrilles usou o comunismo como comparação e argumentou que se um é permitido por lei em partidos políticos, o outro também deveria ser.

Tendo o pensamento cortado pelo fim do jornal da Joven Pan, Adrilles debochou do apresentador William Travassos e ao dar tchau realizou saudação nazista, surpreendendo os colegas de bancada. Com a palma da mão estendida, o ex-BBB ri e se despede dos telespectadores.

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O assunto eram as consequências que Monark vem sofrendo após suas falas polêmicas a favor de um partido nazista legalizado e Adrilles se posicionou a princípio contra, mas argumentou um caminho em que compara o nazismo ao comunismo e considera que ambos devem sofrer os mesmos impactos ou ter as mesmas regalias. “Eu sou radicalmente contra qualquer tipo de movimento que pregue o extermínio de algum povo, agora se o Nazismo deve ser proibido e acho que deve, o comunismo também deveria ser proibido. Se o nazismo matou só de judeus, 6 milhões de pessoas, o comunismo matou na sua gêneses, mais de 100 milhões de pessoas”, iniciou.

“Até hoje no Brasil e em outras partes do mundo, o movimento comunista sistematizado em livros, partidos, organizações políticas subsiste. Ou seja, a esquerda Marxista permanece. [...] Se o nazismo deve ser proibido eu não sei porquê o comunismo vige como uma coisa libertária, organizada em partidos”, concluiu, pouco antes de ter sua fala cortada com o anúncio do fim  do programa.

Confira vídeo das falas de Adrilles e o momento do gesto realizado:

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Vendo a repercussão negativa de seu gesto, o ex-BBB usou as redes sociais para se defender e disse estar sendo alvo dos “canceladores”, visto que seu gesto foi de um tchau simples e que atacou o nazismo se dizendo contrário ao movimento.

"A insanidade dos canceladores ultrapassou o limite da loucura. Depois de um discurso meu veemente contra qualquer defesa de nazismo, um tchau é interpretado como um saudação nazista”, escreveu Adrilles. Em vídeo publicado do momento em que argumenta no programa da Joven Pan, Adrilles que participou do BBB 15, cortou o trecho do gesto e deixou apenas o de seu discurso.

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