Tópicos | anistia do caixa 2

A ex-senadora Marina Silva protagoniza nesta terça-feira (28), o programa partidário da Rede Sustentabilidade. Durante o esquete, a líder da legenda no país acusa o PT, PMDB e PSDB de estarem unidos para destruir a Operação Lava Jato. Segundo ela, as articulações dos partidos adversários para anistiar políticos que receberam doações por meio de caixa dois no passado é uma prova disso. 

“O PT, o PSDB, o PMDB, os grandes partidos da polarização, que nunca se uniram em nome da nação, agora estão unidos e convergentes nessa jogada de barrar a Lava Jato. E uma das formas de barrar a Lava Jato é aprovando a anistia ao caixa dois. É um meio para se safar da punição da corrupção que praticaram”, observa Marina.

##RECOMENDA##

Segundo ela, “chegou o tempo do combate à corrupção” e “a Lava Jato está fazendo uma reforma política” no Brasil na prática. “O que está acontecendo no Brasil é tão grave que, ou a gente faz a viragem agora, ou todos nos tornaremos conivente desse assalto à esperança que foi praticado”, ressalta.

A tese é reforçada pelo líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues. Diante da imagem de parlamentares governistas, do presidente Michel Temer e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o parlamentar afirmou que há articulação nos três Poderes para frear as investigações. “Eles estão impedindo que a Lava Jato avance. É articulação no Executivo, no Legislativo e até no Judiciário”, acusa. 

O programa partidário da Rede ainda debate sobre a reforma da Previdência e assuntos análise no Congresso Nacional. O vídeo será exibido às 20h30, em rede nacional. 

[@#video#@]

Vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Silvio Costa (PTdoB) acredita que a postura do presidente Michel Temer (PMDB), contra a aprovação do proposta que propiciaria uma anistia ao crime de Caixa Dois, é uma tentativa de “reparar” a “imagem impopular” que ele tem e foi, segundo o parlamentar, agravada após a crise instaurada pela prática de tráfico de influência em benefício do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), denunciada pelo ex-ministro Marcelo Calero. 

Sob a análise de Costa, o presidente “tem consciência do erro irreparável que cometeu ao tentar resolver um assunto do interesse particular de um ministro” e, por isso, fez articulações para barrar uma proposta criticada pela sociedade. 

##RECOMENDA##

“A maioria daqueles que votaram a favor do impeachment [da ex-presidente Dilma Rousseff] quer fazer a anistia do Caixa Dois. É evidente que até este domingo (27), eles tinham absoluta certeza que Michel Temer iria sancionar essa anistia, pelo menos era o que se ouvia no plenário, na semana passada”, disse. 

“Em função desse erro fatal, o Michel Temer recuou e agora nega a articulação pró-anistia, feita em conjunto com a maioria dos seus líderes, e diz que vai vetar qualquer tentativa de anistiar o Caixa Dois”, acrescentou o vice-líder, lembrando da hipótese de que o impeachment serviria para “estancar a Lava Jato”.

Crime de responsabilidade

Para o deputado, o caso de Geddel acarretou crime de responsabilidade para Temer.  “O presidente Temer sabe, como constitucionalista que é ou era, que infringiu a Constituição. O menos preparado advogado do Brasil sabe que Michel Temer cometeu crime de responsabilidade. O mais impressionante é Temer ter recomendado ao ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, que procurasse a Advocacia Geral da União, porque ela teria uma saída para um assunto de interesse privado. Temer parece que esqueceu a função da AGU. O empreendimento não pertence à União, não existe interesse da União”, observou Silvio Costa. 

O parlamentar, que disse ter acompanhado a entrevista coletiva do presidente convocada para esse domingo (27), salientou que o peemedebista estava “um homem acuado”. “Não tenho dúvida de que trata-se de um caso de impeachment, segundo a Constituição do Brasil”, cravou.

No dia em que o Plenário da Câmara dos Deputados tenta votar o Projeto de Lei 4850/2016, que estabelece medidas contra a corrupção, um dos pontos mais polêmicos do texto, a tipificação do crime de caixa dois em campanhas eleitorais, é o assunto mais comentado no Twitter em todo o país. A hashtag #AnistiaCaixa2NAO está no topo das publicações e o debate na rede social tem a ver com a possibilidade de a nova legislação não acarretar punições para quem cometeu a irregularidades antes da aprovação da lei.   

Além de políticos, como o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) que considera “usar o debate de combate à corrupção para promover a Anistia ao Caixa 2 é um espetáculo político pornográfico, inaceitável”, populares também expressam contrários a possibilidade. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

"#AnistiaCaixa2NAO  Seja esquerda ou direita, não importa, queremos polícia federal para todos os criminosos de Brasília! Tolerância zero!", pondera César Passos. "Vamos marcar panelaço vamos às ruas não podemos assistir isso tudo de braços cruzados. Acorda Brasil! #AnistiaCaixa2NAO", convoca Neython.

Atualmente, apesar de ser considerada uma prática ilegal, o crime de caixa dois não está claramente previsto na legislação e as punições são feitas com base no artigo do Código Eleitoral que pune diversos tipos de omissão em documentos, já que o caixa dois é o recebimento e utilização de dinheiro não oficial durante campanhas eleitorais. 

A matéria é oriunda do texto encabeçado pelo Ministério Público Federal (MPF) que elenca 10 itens anticorrupção. O projeto tramita em caráter de urgência na Casa. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando