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Estudante de Sociologia e assessor parlamentar na Câmara Distrital de Brasília, Emerson Franco não teria enfrentado tantas barreiras para estudar e trabalhar, dentro e fora do presídio, se não fosse a dificuldade de acesso à documentação na prisão. Hoje com 30 anos, após passar seis em regime fechado e mais um no semiaberto, o jovem se considera um vitorioso.

O último obstáculo foi conseguir deixar o presídio. A pena já tinha vencido, porém, o jovem não conseguiu ser solto, pois não tinha documento de identidade. "Demorei a vir para o semiaberto porque, quando ganhei meu benefício, cadê a minha identidade? Ela estava vencida, por erro na digital. Então, até eu conseguir tirar uma nova, foram mais de três meses, uma coisa que poderia ter sido resolvida lá dentro (do presídio). Demorou até me levarem escoltado até um cartório", conta.

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Outra dificuldade vivida na cadeia foi comprovar que tinha concluído o Ensino Médio. Depois que conseguiu, Franco voltou a estudar, dessa vez para passar no vestibular. Enquanto se preparava, alfabetizava outros presos. Por causa do empenho, foi acusado de motim. "Comecei a reunir a galera que queria estudar. Fui para o castigo por alfabetizar na cadeia. Passava 23 horas trancado", lembra.

No fim de 2016, Franco deixou a prisão. Ele fora preso pelos crimes de assalto à mão armada, corrupção de menores, formação de quadrilha, tráfico de drogas, furto, desacato a autoridade e resistência a prisão e associação ao tráfico de drogas.

Virou palestrante. Em 2017 prestou o Enem e conseguiu bolsa de estudo para estudar licenciatura em Sociologia. "Hoje quero conversar e educar os tatuados, os considerados problemáticos, os vistos como loucos pela escola. Ensino a se posicionar, a ler Paulo Freire, a mostrar que o que vai mudar a vida deles é a educação", afirma.

Franco diz que, na cadeia o chamado público dos sem-documento sãos os presos que vieram de outros Estados, geralmente em busca de trabalho, mas que se meteram no mundo do crime. "São os irmãos retirantes. Como a Defensoria Pública é sobrecarregada, eles passam todo o tempo de encarceramento sem documento. Tem gente que só quer estudar, mas não tem nenhum documento. Tem gente que está com o tempo de cadeia vencido, mas nem sabe onde está seu processo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A demissão do ex-deputado Carlos Manato do comando da Secretaria Especial para a Câmara provocou revolta na cúpula do PSL e azedou as relações entre o partido do presidente Jair Bolsonaro e o DEM. Irritados, parlamentares do PSL criticaram duramente o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, por dispensar Manato e nomear o também ex-deputado Abelardo Lupion para o cargo, que cuida das negociações políticas com a Câmara.

Manato é filiado ao PSL e Lupion, ao DEM, mesma sigla de Onyx. Na avaliação de integrantes do partido de Bolsonaro, a dispensa - que ocorreu na sexta-feira passada, por telefone - foi "injusta" e terá consequências negativas para o Palácio do Planalto. Além do desligamento de Manato, o Diário Oficial da União publicou nesta segunda-feira, 10, as exonerações "a pedido" de outros quatro ex-deputados que atuavam com ele na secretaria. Um deles, Victório Galli Filho, também é do PSL.

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"Se a articulação política do governo Bolsonaro está ruim, quem tem de ser demitido é o ministro, e não os assessores", afirmou o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO). "Esperamos que o presidente (Bolsonaro) tome um lado nessa situação porque, se ele não se manifestar, nós vamos tomar providências, que serão duras", emendou o deputado, sem adiantar a estratégia planejada.

O líder do PSL afirmou, ainda, que Onyx estava "olhando para o próprio umbigo" quando trocou Manato por Lupion. Compadre do ministro, Lupion já atuava na Casa Civil desde janeiro, mas apenas como assessor especial. "Para mim, o ministro agiu com covardia, humilhando e abandonando soldados de primeira hora", criticou Delegado Waldir, ao lembrar que Manato só entrou no PSL - e foi candidato ao governo do Espírito Santo, em 2018 - a pedido de Bolsonaro.

Presidente estadual do PSL, Manato não quis esticar a polêmica e tentou amenizar a crise. Afirmou que já havia combinado com Onyx sua saída por estar "sobrecarregado" e observou não ter intenção de criar estresse para o Planalto. "Eu já estava com prazo de validade vencido", disse ele. "Não tenho raiva de ninguém."

Sem base

Encarregado de ajudar o governo a formar uma base aliada no Congresso - e a angariar apoio para a aprovação da reforma da Previdência -, o ex-deputado despachava no mínimo duas vezes por semana no gabinete da liderança do PSL. Foi para lá porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se recusou a ceder uma sala à Casa Civil.

Em março, com a ajuda da Controladoria Geral da União (CGU), o governo chegou a criar uma plataforma, batizada no Planalto de "banco de talentos", na qual parlamentares podiam fazer indicações para vagas do segundo escalão. A última palavra, no entanto, sempre foi dos ministros. Nos bastidores, deputados afirmam que Manato caiu por se desentender com Onyx a respeito de nomeações do PSL, que estavam emperradas. Até hoje o governo não tem uma base de sustentação no Congresso.

"O problema não é de cargos. O que não aceitamos é a falta de lealdade do ministro, que, na primeira substituição, tira o PSL para colocar alguém do DEM", reclamou Delegado Waldir.

Onyx também dispensou, em fevereiro, o ex-deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), então responsável pela Subchefia de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. Antes, Quintão já havia sido chamado para ajudar na articulação política com o Senado, mas trombou com Renan Calheiros (MDB-AL). Procurado, Onyx não quis se manifestar sobre o anúncio das trocas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Luis Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi nomeado nesta terça-feira, 2, como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Ele vai trabalhar no gabinete do deputado Emídio de Souza (PT), tesoureiro nacional do partido e ex-prefeito de Osasco, na Grande São Paulo.

A nomeação de Luis Claudio foi publicada no Diário Oficial do Legislativo desta terça-feira. Ele vai exercer o cargo em comissão (livre indicação) de auxiliar parlamentar, cujo salário previsto na escala de vencimentos da Alesp é de R$ 6.515,40. Cada deputado estadual tem direito a indicar até 23 assessores. O filho de Lula será o 13.º funcionário nomeado no gabinete de Emídio de Souza, que foi presidente estadual do PT e retornou à Assembleia paulista depois de 15 anos.

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"Ele (Luis Cláudio) vai cumprir expediente e ficar interno na Assembleia. Vai cuidar das burocracias, ajudar com projetos, emendas, organizar agenda e cuidar das redes sociais", disse o deputado petista. Questionado pela reportagem se a nomeação é um gesto de solidariedade a Lula, que está preso há um ano em Curitiba após ser condenado pela Lava Jato, Souza respondeu que sempre foi muito próximo a Luis Cláudio. "A família está sofrendo muito. Tomei essa iniciativa", disse.

Ao lado de Lula, Luis Cláudio é réu na Operação Zelotes, na qual são acusados de negociar e receber R$ 2,5 milhões do casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni para influenciar na prorrogação, pelo governo federal, de incentivos fiscais a montadoras de veículos e na compra dos caças Gripen, da sueca Saab, por US$ 5,4 bilhões.

Com apenas dois deputados estaduais, o PTB é um partido "nanico" no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Mas a longeva influência política de seu líder, Campos Machado, faz da legenda uma das maiores máquinas partidárias dentro do Parlamento paulista.

Embora tenha direito a nomear até seis assessores no gabinete da liderança, que auxilia os deputados nas comissões e no plenário, a sigla de Campos Machado tem 44 servidores, sete vezes mais do que o previsto pela norma da Casa publicada semana passada - o petebista ainda tem outros 20 funcionários no próprio gabinete.

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A distorção é fruto de uma prática antiga na Assembleia, a distribuição de cargos comissionados (de livre indicação) da presidência da Casa para deputados aliados. O presidente Cauê Macris (PSDB) não fugiu à tradição e foi reeleito no dia 15 de março, com 70 votos, com a promessa de manter a partilha. Campos Machado foi seu cabo eleitoral.

Macris tem 136 cargos comissionados à disposição na presidência, mas só usa 14 deles, atualmente. O restante pode ser realocado em outros gabinetes, como os das lideranças, mediante critérios políticos de escolha. "Depende da influência de cada um. É um jogo político. A regra, muitas vezes, é no ‘fio do bigode’. Depende do peso de cada um", afirmou o líder do DEM, Rogério Nogueira. A sigla do deputado tem 25 assessores, dez a mais do que o previsto.

Partido de Cauê Macris, o PSDB tem o maior número de assessores, apesar de ter agora a terceira maior bancada da Casa. Na última sexta-feira, eram 63 servidores na liderança tucana. Pela regra divulgada na atual Legislatura, a sigla poderia indicar 16 assessores, entre comissionados e efetivos.

"Os cargos da liderança do PSDB têm sua origem, em uma parcela, na própria liderança mediante o número de deputados eleitos por cada partido, e uma outra parcela com origem na presidência e com atribuições das lideranças do partido. O PSDB é o partido que governa o Estado e, por essa razão, tem maior demanda na Alesp, motivo pelo qual estes funcionários estarão atuando nas comissões permanentes", disse a deputada tucana Carla Morando, que assumiu a liderança na semana passada.

O número, contudo, já foi maior. Na Legislatura passada, quando tinha 19 deputados - hoje são oito -, o PSDB chegou a ter 115 assessores nomeados na liderança, segundo registros da Assembleia. O partido comanda a Casa desde 1995, quando assumiu o governo do Estado - a exceção foi o biênio 2005-2007, com o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM).

Outras legendas aliadas também inflam seus gabinetes mediante acordo com o presidente. O PV, por exemplo, que tem um deputado, possui 18 assessores. O PPS e o PSD, com dois parlamentares cada, tinham 15 e 11 funcionários, respectivamente - acima do previsto. "Fiz um acordo lá atrás, na época do (Fernando) Capez ainda, e consegui uns cargos a mais", disse Delegado Olim, líder do PP, que tem três servidores extras.

Oposição

A distribuição de cargos beneficia até quem faz oposição ao governo tucano, mas é aliado interno do PSDB. É o caso do PT, que tem dez deputados e tinha 51 funcionários na liderança. "Não pedi cargo nenhum para a presidência. Tinha 32 cargos e tive de exonerar 12 hoje (anteontem)", disse o líder petista Teonilio Barba. O partido comanda também a 2.ª secretaria, que tem outros 68 cargos disponíveis, 65 ocupados.

Em nota, Cauê Macris negou haver relação entre a distribuição de cargos e o apoio à sua reeleição e disse que "as solicitações de cargos feitas pelas lideranças partidárias são atendidas conforme a disponibilidade de espaços". O deputado Campos Machado não retornou o contato da reportagem.

Maior bancada da Casa, com 15 deputados, o PSL tem direito a 28 assessores, mas ainda não nomeou ninguém, assim como outras cinco lideranças que aguardam as exonerações das siglas que perderam cadeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-assessor parlamentar do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) parece ter uma influência maior do que a então imaginada. Fabrício Queiroz, de acordo com o jornal O Globo, teria indicado ao menos sete funcionários para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A primeira indicação teria sido de Márcio da Silva Gerbatim, em maio de 2007, que é ex-marido da atual mulher de Fabrício, Marcia Aguiar, também escolhida para um cargo na assembleia. Em setembro de 2007, mais dois nomes foram indicados pelo ex-segurança e motorista de Flávio: Danielle Mendonça da Costa, mulher do ex-capitão do Bofe Adriano Magalhães, e Raimunda Veras Magalhães, mãe de Adriano.  

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Adriano, também conhecido como Gordinho, foi um dos alvos de operação deflagrada pelo Ministério Público e Polícia Civil do Rio, na semana passada, para prender milicianos suspeitos se grilagem de terras. Por sua vez, a defesa de Queiroz garante que Fabrício não sabia de suposto envolvimento de Adriano com “eventuais atividades milicianas”. 

Além deles, Nathália Melo de Queiroz, filha do ex-assessor, também assumiu cargo a partir de setembro de 2007 até deixar o órgão em dezembro de 2016, quando passou a participar da equipe do então deputado Jair Bolsonaro (PSL), na Câmara dos Deputados. 

Para ocupar a vaga de Nathália, Queiroz indicou sua outra filha, Evelyn Melo de Queiroz. Ainda sobrou espaço para a sua enteada, Evelyn Mayara de Aguiar, que assumiu em agosto de 2017 e continua no cargo mesmo diante de todas as polêmicas.   

Flávio Bolsonaro já garantiu, por meio das redes sociais, que é vítima de uma campanha difamatória com o objetivo de atingir o governo do seu pai. “Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão”, se defendeu. 

O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, reconheceu nessa quinta-feira (13), que "causa incômodo" a demora de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), em dar explicação sobre a sua movimentação financeira, considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf).

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Mourão, porém, foi enfático na defesa do ex-companheiro de chapa e disse que tem "plena confiança" no presidente eleito Jair Bolsonaro e em seu filho.

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Militares da equipe de transição e das Forças Armadas também têm expressado nos bastidores incômodo com a situação. Oficiais-generais ouvidos pelo Estado avaliam que Queiroz já deveria ter aparecido e explicado o R$ 1,2 milhão movimentado em sua conta no período de 12 meses. Mesmo afirmando que o caso não está diretamente ligado ao presidente eleito, esses militares acreditam que a demora numa resposta pode acabar "respingando" no futuro governo.

O Coaf classificou a movimentação de R$1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 como incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional de Queiroz, que é policial militar.

O ex-assessor parlamentar depositou no período R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro - o presidente eleito afirmou que esses recursos são parte do pagamento de uma dívida antiga de Queiroz com ele.

O relatório do Coaf, revelado pelo jornal na semana passada, foi anexado às investigações da Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Óbvio que toda vez que você tem de dar explicação, isso incomoda, é desagradável. Mas volto a dizer. Tenho plena confiança no presidente e no Flávio. Confio nos dois", afirmou Mourão. "Agora é esse Queiroz. A coisa toda está centrada nele."

Na quarta-feira, 12, o presidente eleito disse pelas redes sociais que, se tiver "algo errado" no caso que envolve movimentações financeiras do ex-assessor de seu filho, "que paguemos a conta". Bolsonaro, no entanto, disse que nem ele nem Flávio são investigados no caso.

Prática

Para oficiais ouvidos pela reportagem, essa situação se estenderá, no mínimo, até o início da próxima semana, quando Queiroz deve prestar depoimento ao Ministério Público no Rio de Janeiro. Em suas redes sociais e em explicações para aliados, Flávio tem se defendido dizendo que não fez nada de errado e que quer que tudo seja esclarecido para que não paire nenhuma dúvida sobre sua idoneidade. Os militares observam que a prática de reter parte dos salários dos servidores do gabinete já foi denunciada em outras ocasiões no País.

"Sou o maior interessado em que tudo se esclareça para ontem, mas não posso me pronunciar sobre algo que não sei o que é", escreveu Flávio nesta quinta-feira em uma rede social.

Os militares que acompanham o caso dizem que o que está em jogo não é o valor, mas o princípio da campanha de Bolsonaro. Citam que a maior bandeira durante o processo eleitoral foi o fim da prática da corrupção.

Veja, abaixo, a entrevista concedida pelo general:

A questão não deixa o presidente em uma situação delicada?

O Bolsonaro foi claro na 'live' que fez ontem (quarta-feira, 12). Não tem mais o que tocar nisso aí. O que ele disse? Que se investigue e que se apure. Então, para mim, morreu o assunto.

Ninguém sabe direito a história de outras transferências. As explicações foram suficientes?

Aí, compete a vocês, da imprensa, furungarem esse assunto. Eu não tenho instrumentos para dizer qualquer coisa. Desconheço a profundidade do caso e estou de acordo com as palavras do presidente.

Mas isso não respinga na imagem dele, no governo?

Não. O presidente já falou o que tinha de falar. Agora, é esse (Fabrício) Queiroz. A coisa toda está centrada nele.

Mas Queiroz não apareceu até agora para dar explicações...

Não tenho conhecimento do assunto. Tenho de ir pela palavra do presidente e eu confio na palavra dele.

A situação causa incômodo?

Incômodo causa, né... É óbvio, porque toda vez que você tem de dar explicação, isso incomoda, é desagradável.

O senhor acha que o presidente demorou a dar explicação?

A explicação inicial ele deu, dizendo que o dinheiro depositado na conta da esposa dele era de pagamento do empréstimo. Mas continuou a pressão. Ele esperou um tempo e aí resolveu vir a público, fez a 'live' e deixou claro a posição dele.

Esse episódio todo não atrapalha o início do governo?

Fora alguns comentários de imprensa, não estou vendo as redes sociais fazendo rebuliço com isso. Não acho que haja pressão enorme. Acho que existe este questionamento. Há questionamento e alguma resposta terá de surgir para isso. Mas não da parte do Bolsonaro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante da sucessão de denúncias envolvendo movimentações financeiras suspeitas feitas por seu ex-assessor Fabrício Queiroz, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (RJ) fez uma postagem no Facebook, na qual procura se desvencilhar do caso e critica a imprensa.

"Mantendo a coerência de sempre, não existe passar a mão na cabeça de quem errou. NÃO FIZ NADA DE ERRADO, sou o maior interessado em que tudo se esclareça para ontem, mas não posso me pronunciar sobre algo que não sei o que é, envolvendo meu ex-assessor", afirmou o filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro. "A mídia está fazendo uma força descomunal para desconstruir minha reputação e tentar atingir Jair Bolsonaro", emendou.

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O caso envolvendo o ex-assessor de Bolsonaro foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que analisou movimentações suspeitas relacionadas a deputados estaduais no Rio.

"Basta ver como abordam a movimentação na conta de meu ex-assessor, como se ele tivesse recebido R$ 1,2 milhões, quando na verdade foram R$ 600 mil que entraram mais R$ 600 mil que saíram de sua conta. Ainda assim um valor alto e que deve ser esclarecido por ele, que tomou a decisão de não falar com a imprensa e somente falar ao Ministério Público. Isso é ruim pra mim, mas não tenho como obrigá-lo."

Ainda segundo Flávio Bolsonaro, "há suspeitas nas movimentações financeiras de assessores de vários partidos, incluindo o PSOL". "Mas a mídia só ataca a mim", prosseguiu.

"Fico angustiado, querendo que tudo se esclareça logo e não paire mais nenhuma dúvida sobre minha idoneidade, pois garanto a todos que não dei e nunca darei motivos para isso. Não vou decepcionar ninguém, confiem em mim. Se Deus quiser, tudo será esclarecido em breve", concluiu.

Ao pé da postagem, Flávio Bolsonaro reproduziu uma chamada das declarações dadas por seu pai sobre o caso. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que, "se algo estiver errado, que paguemos a conta".

Um relatório da Polícia Federal baseado em interceptações telefônicas conclui que há indícios de um esquema de contratação de servidores fantasmas que repassariam parte de seus salários para deputados estaduais e assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

As informações estão em um documento produzido pelo grupo de trabalho da PF responsável pelos casos relacionados à Lava Jato e foi anexado à Operação Furna da Onça - que apura o suposto envolvimento de parlamentares fluminenses com corrupção e loteamento de cargos públicos.

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A investigação, batizada pela PF de "Senhores Feudais", aponta para uma suposta atuação do servidor Jorge Luis de Oliveira Fernandes, responsável pelo setor do "preparo de pagamentos" da Casa, na "coordenação de nomeações fraudulentas" para cargos comissionados na Alerj. Ele é um dos citados no relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) que mostra funcionários e ex-funcionários da Casa com movimentações financeiras incompatíveis com suas capacidades financeiras.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou que o órgão encontrou movimentação considerada atípica de R$ 1,2 milhão na conta do policial militar Fabrício de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Um cruzamento de dados mostra que mais da metade dos depósitos em espécie recebidos por Queiroz em 2016 ocorreu no dia do pagamento de funcionários da Assembleia ou em até três dias úteis depois.

Assim como Queiroz, o servidor Jorge Fernandes apareceu no documento produzido pelo Coaf por causa de transações suspeitas de R$ 845 mil em um ano e por ter um fluxo padrão de recebimentos em sua conta proveniente de outros funcionários da Alerj.

O relatório sobre a atuação de Fernandes foi feito a pedido da delegada da operação Furna da Onça, Xênia Ribeiro Soares, e trata apenas de parte da documentação recolhida na investigação. Até o momento, segundo a PF, foi possível mapear a atuação de Fernandes na nomeação de funcionários atrelados aos deputados Coronel Jairo (preso na Furna da Onça), Jair Bittencourt, Gilberto Palmares e Márcio Pacheco. Entretanto, segundo a delegada do caso, a nomeação de funcionários fantasmas e posterior devolução de parte dos salários seria "uma prática criminosa disseminada na Alerj".

Função

O documento de 30 páginas explica a função de Fernandes em "arregimentar pessoas", sendo que a remuneração de cada cargo seria repartida, segundo a PF, entre os envolvidos no esquema, inclusive o deputado que sedia a vaga no gabinete. Nas interceptações telefônicas feitas pela PF, o servidor explica aos fantasmas como devolver parte até da restituição do imposto de renda dos funcionários.

Em uma delas, um funcionário de nome "Lerri" diz que ligou para Fernandes para "dar uma satisfação" que "bateu" R$ 4 mil em sua conta e que o dinheiro não é seu. Após isso, Fernandes afirma que ele deve repassar R$ 1.500 e que isso "foi um esquema que o contador fez". Ao ouvir esta resposta, Lerri avisa a Fernandes que ele pode ir buscar o dinheiro, mas recebe a orientação de transferir a quantia para a conta do "contador". "Mil e quinhentos e o restante é seu, tá bom?", diz ele.

'Pratinha'

Em outra conversa, desta vez com uma pessoa indentificada como "Rômulo", Fernandes negocia um repasse de R$ 200 porque o cargo da pessoa "é baixo".

"Tipo assim, vamos dizer que vai perder uma semana do cargo, vai tipo R$ 250, R$ 300, porque o cargo que eu vou dar a ela é baixo, aí dá até para fazer isso. Ela vai perder essa pratinha, entendeu? Mas aí ela já está dentro do esquema", afirma o servidor, na gravação feita pelos agentes da Polícia Federal.

A reportagem não conseguiu contato com o gabinete do coronel Jairo na Alerj. O deputado está preso pela operação Furna da Onça. A assessoria de imprensa da Alerj informou que não comentará o caso de Fernandes - que foi exonerado da Alerj por uma determinação judicial do TRF2. Procurado para comentar o caso, Fernandes também não foi encontrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais da metade dos depósitos em espécie recebidos em 2016 por Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, foram feitos no dia do pagamento dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio ou até três dias úteis depois. Uma análise do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações financeiras atípicas em contas de assessores e ex-servidores do Legislativo, mostra que 34 das 59 operações financeiras seguiram o mesmo padrão. O restante ocorreu em até uma semana.

O jornal O Estado de S. Paulo identificou que 15 depósitos em espécie na conta de Queiroz ocorreram nos mesmos dias de pagamento dos servidores da Alerj em 2016. Essas datas variaram a cada mês, por causa da crise do Rio, que levou a atraso nos salários, mas foram mapeadas em cruzamento do relatório do Coaf com o cronograma de pagamentos da Assembleia fluminense. Outros 19 depósitos na conta de Queiroz ocorreram em até três dias úteis após os funcionários receberem seus vencimentos.

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Os valores depositados mensalmente também se repetem ou são aproximados. Investigadores analisam se há padrão nas ações, em valores ou periodicidade. O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta terça-feira (11) que, logo após receber os valores, Queiroz realizou saques em espécie em quantias aproximadas às que haviam entrado em sua conta.

A coincidência de datas ocorre logo nos primeiros depósitos feitos em 2016. Em 12 de janeiro, dia de pagamento na Alerj, por exemplo, o então assessor recebeu três depósitos em espécie, nos valores de R$ 4.400, R$ 5.566 e R$ R$1.771. Outra sequência é vista em 14 e 15 de abril, dia de pagamento na Alerj. No primeiro dia, Queiroz recebeu um depósito de R$ 7.400. No seguinte, foram feitos outros dois depósitos, de R$ 1.771 e R$ 4.300, na sua conta.

Em maio de 2016, os funcionários da Alerj receberam no dia 11. Nessa data, Queiroz ganhou três depósitos, novamente no valor de R$ 1.771, outro de R$ 3.071 e um último de R$ 1.000. Um dia depois, em 12 de maio, foi feito na conta outro depósito, de R$ 6.300, e no dia 16 caiu o último valor do mês, de R$ 1.160. Os padrões se repetem em junho e em novembro. O relatório, no entanto, não diz quem realizou os depósitos.

No relatório preliminar da operação Furna da Onça, a delegada Xênia Ribeiro Soares chegou a citar a suposta existência de esquema de funcionários fantasmas e auxílio alimentação que seriam repassados pelos servidores dos gabinetes aos deputados. De acordo com a delegada, o procedimento foi mapeado no gabinete do deputado estadual Paulo Melo, preso pela operação, mas já foi "identificado em outros gabinetes e que se afigura como uma prática criminosa disseminada na Alerj". "As informações apresentadas são de máxima gravidade e demandam uma enérgica resposta da Justiça", diz o texto.

Depoimento

O ex-motorista deve depor na semana que vem no Ministério Público do Rio, que investiga o caso. O jornal apurou que as transações entre funcionários do Legislativo estão entre os motivos que levaram os bancos a classificar as movimentações como atípicas e a advertir o Coaf a seu respeito. O relatório indicou que pelo menos nove funcionários e ex-funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro fizeram operações (depósitos ou recebimentos) na conta do ex-motorista e ex-segurança do deputado. Entre elas, estão, as filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz, e a sua mulher, Marcia Oliveira de Aguiar.

O próprio Coaf, em seu relatório anexado à operação Furna da Onça, que investiga corrupção no Legislativo do Rio, classificou o fluxo financeiro como atípico. Parte dos recursos depositados na conta de Queiroz por assessores do gabinete superavam o salário do servidor.

Em nota, a assessoria de Flávio Bolsonaro ressaltou que ele não é investigado, "visto que não praticou qualquer ilícito em sua atividade parlamentar". O texto afirma ainda que o deputado "segue à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades, se instado for" e "espera ver, dentro dos trâmites legais, a completa resolução do caso pelas autoridades competentes". Procurado, Queiroz não quis se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que há necessidade de esclarecimentos sobre os fatos relacionado ao relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de um assessor de Flávio Bolsonaro - filho de Jair Bolsonaro -, deputado estadual (PSL-RJ) e eleito para o Senado.

"Esses fatos têm de ser esclarecidos", disse Moro em Brasília. "O presidente já prestou alguns esclarecimentos. Têm outras pessoas que precisam prestar seus esclarecimentos. Os fatos, se não forem esclarecidos, têm de ser apurados", completou o futuro ministro do governo Bolsonaro.

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Moro disse, no entanto, que não tem "esse papel" de comentar ou de interferir em casos específicos.

"O ministro da Justiça não é uma pessoa para ficar interferindo em casos concretos", afirmou.

"Vou colocar uma coisa bem simples. Fui nomeado para ministro da Justiça. Não cabe a mim dar explicações sobre isso. Eu acho que o que existia no passado de um ministro da Justiça opinar sobre casos concretos é inapropriado", disse.

Moro também defendeu a aprovação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com o foro privilegiado. Segundo ele, a proposta está em discussão no Congresso nesta semana.

A informação de que um relatório do Coaf implicou o policial militar Fabricio Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flavio Bolsonaro, foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo quinta-feira passada. O jornal informou também o repasse de R$ 24 mil à conta da esposa de Bolsonaro, Michelle.

O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou transações atípicas do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual fluminense Flávio Bolsonaro (PSL), cita movimentações entre contas dele e de sua filha, Nathalia Melo de Queiroz.

Nathalia era, até o mês passado, assessora lotada no gabinete do deputado federal e agora presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Queiroz atuou como motorista e segurança de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O filho do presidente eleito vai assumir a partir do ano que vem uma cadeira no Senado.

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Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o relatório do Coaf aponta transações anormais em uma conta em nome de Queiroz. Por ela, o então assessor movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Uma das transações é um cheque de R$ 24 mil destinado a futura primeira-dama Michele Bolsonaro.

Nathalia é citada em dois trechos do relatório. O documento não deixa claro os valores individuais das transferências entre ela e seu pai, mas junto ao nome de Nathalia está o valor total de R$ 84 mil. A filha do PM foi nomeada em dezembro de 2016 para trabalhar como secretária parlamentar no gabinete de Bolsonaro na Câmara. No dia 15 de outubro deste ano ela foi exonerada, mesma data em que seu pai deixou o gabinete de Flávio, na Alerj. Nathalia recebeu em setembro, pelo gabinete de Jair, um salário de R$ 10.088,42.

O documento do Coaf que mapeou, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), as movimentações financeiras dos servidores da Alerj, foi anexado na investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais do Rio.

O MPF divulgou, nesta quinta-feira (6), nota na qual afirma que o relatório foi espontaneamente difundido pelo Coaf em um processo de compartilhamento de informações entre os órgãos de investigação. "Como o relatório relaciona um número maior de pessoas, nem todos os nomes ali citados foram incluídos nas apurações, sobretudo porque nem todas as movimentações atípicas são, necessariamente, ilícitas", afirmou o MPF.

Flávio Bolsonaro usou o Twitter nesta quinta para defender o ex-funcionário. "Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança", escreveu o filho do presidente eleito. "Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta." Queiroz disse que não iria se pronunciar. Nathalia não foi localizada. Procurado, o gabinete de Jair Bolsonaro não se manifestou.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ingressou nesta quinta na procuradoria-geral da República com representação criminal pedindo para que seja instaurado procedimento de investigação para apurar "possíveis ilícitos criminais e administrativos" envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a futura primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro - entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

O documento, destaca o jornal O Estado de S. Paulo, foi anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

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Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano. Registrado como assessor parlamentar, Queiroz é também policial militar e, além de motorista, atuava como segurança do deputado.

O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são "incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira" do ex-assessor parlamentar.

O relatório também cita que foram encontradas na conta transações envolvendo dinheiro em espécie, embora Queiroz exercesse uma atividade cuja "característica é a utilização de outros instrumentos de transferência de recurso".

O nome de Queiroz consta da folha de pagamento da Alerj de setembro com salário de R$ 8.517. Ele era lotado com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL- 3, no gabinete de Flávio Bolsonaro. Conforme o relatório do Coaf, ele ainda acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.

Funcionários

Nem Flávio Bolsonaro nem o seu ex-motorista foram alvo da operação que prendeu dez deputados fluminenses, deflagrada no dia 8 de novembro. O Ministério Público Federal investiga o envolvimento dos parlamentares estaduais em um esquema de pagamento de "mensalinho" na Assembleia.

Queiroz foi citado na investigação porque o Coaf mapeou, a pedido dos procuradores da República, todos os funcionários e ex-servidores da Alerj citados em comunicados sobre transações financeiras suspeitas.

Para traçar um padrão entre as movimentações financeiras, em parte utilizadas para pedir a prisão de funcionários da Alerj, o Coaf organizou os dados em uma lista com 22 nomes. O motorista de Bolsonaro é o 20.º no documento de 422 páginas que reúne informações sobre R$ 200 milhões em transações realizadas em contas de funcionários da Alerj. Na conta em nome de Queiroz, o Coaf identificou a movimentação de R$ 1,2 milhão no período de 12 meses.

O Coaf é a unidade responsável por monitorar e receber todas as informações dos bancos sobre transações suspeitas ou atípicas. Pela lei, os bancos devem informar qualquer transação que não siga o padrão do cliente. Quando a transação é em dinheiro, o banco informa sempre que o valor for igual ou superior a R$ 50 mil.

Michelle Bolsonaro

Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito, Jair Bolsonaro, aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.

"Dentre eles constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função - Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil", diz o documento do Coaf.

Ao longo de um ano, o órgão também encontrou cerca de R$ 320 mil em saque na conta mantida pelo motorista do filho de Bolsonaro. Desse total, R$ 159 mil foi sacado numa agência bancária no prédio da Alerj, no centro do Rio. Também chamou a atenção dos investigadores as transações realizadas entre Queiroz e outros funcionários da Assembleia. O documento lista todas as movimentações e seus destinatários ou remetentes.

Os técnicos do órgão também receberam informações sobre transações consideradas pelo órgão como suspeitas após janeiro de 2017. Segundo o Coaf, entre fevereiro e abril do ano passado, o banco comunicou sobre dez transações "fracionadas" no valor total de R$ 49 mil que poderia configurar uma "possível tentativa de burla aos controles".

"A conta teria apresentado aparente fracionamento nos saques em espécie, cujos valores estão diluídos abaixo do limite diário. Foi considerado fator essencial para a comunicação pela possibilidade de ocultação de origem/destino dos portadores", afirma o relatório do Coaf.

Defesas

Procurado para se manifestar sobre o relatório do Coaf, o policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz respondeu que não sabe "nada sobre o assunto".

A chefia de gabinete de Flávio Bolsonaro afirmou que Queiroz trabalhou por mais de dez anos como segurança e motorista do deputado, "com quem construiu uma relação de amizade e confiança".

A assessoria afirmou ainda que o filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, não tem "informação de qualquer fato que desabone" a conduta do ex-assessor parlamentar.

"No dia 16 de outubro de 2018, a pedido, ele foi exonerado do gabinete para tratar de sua passagem para a inatividade", informou o gabinete, por meio de nota.

Além de motorista e segurança, Queiroz era um dos principais assessores do deputado estadual e agora senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Ele chegou a acompanhar o parlamentar em agendas de campanha do pai do deputado, o então presidenciável Jair Bolsonaro.

Reserva

Fabrício de Queiroz era vinculado ao gabinete parlamentar de Flávio Bolsonaro com cargo em comissão de Assessor Parlamentar III, símbolo CCDAL - 3.

Após a exoneração de Queiroz da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi publicada, no último dia 21 de novembro, a transferência do ex-assessor para a reserva remunerada da Polícia Militar, como subtenente, após 35 anos de serviços prestados.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Jair Bolsonaro não respondeu sobre o assunto, nem sobre o cheque no valor de R$ 24 mil que teria sido destinado a Michelle Bolsonaro. A futura primeira-dama não foi localizada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira, 6, via Twitter, que "nunca soube de algo que desabonasse a conduta" do ex-assessor dele Fabrício Queiroz e que ele sempre foi se sua confiança.

Queiroz foi citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 em sua conta.

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O documento foi anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano. Registrado como assessor parlamentar, Queiroz é também policial militar e, além de motorista, atuava como segurança do deputado.

O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são "incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira" do ex-assessor parlamentar.

"Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança. Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta. Em outubro foi exonerado, a pedido, para tratar de sua passagem para a inatividade. Tenho certeza de que ele dará todos os esclarecimentos", escreveu no Twitter o filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

Procurado pelo Grupo Estado para se manifestar sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão em sua conta, o policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado Flávio Bolsonaro, respondeu que não sabe "nada sobre o assunto".

O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, virá ao Brasil na próxima semana para uma reunião com Jair Bolsonaro, em mais um passo para a aproximação entre o governo do presidente eleito e o de Donald Trump. A possibilidade de o conselheiro, que é um dos principais auxiliares de Trump, fazer escala no Brasil antes de seguir para Buenos Aires, no encontro do G-20, foi ensaiada nas últimas duas semanas e anunciada nesta quarta-feira (21) por Bolton no Twitter. O encontro será no Rio de janeiro na quinta-feira (29).

"Ansioso para encontrar com o próximo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Rio, em 29 de novembro. Compartilhamos muitos interesses bilaterais e trabalharemos de perto para aumentar a liberdade e a prosperidade em todo o hemisfério ocidental", escreveu o assessor de Segurança Nacional.

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O entorno de Bolsonaro já havia feito gestos de aproximação com os americanos durante a campanha eleitoral, em articulações informais feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Em agosto, ele se encontrou com Steve Bannon, ex-estrategista de campanha de Trump.

Há expectativa por parte do entorno de Bolsonaro sobre a presença de Trump na posse do presidente eleito, em 1º de janeiro, o que deve ser tratado com Bolton. Durante os dois anos de mandato, Trump tem delegado à sua equipe, como o vice-presidente Mike Pence, as visitas à América Latina.

Em discurso em Miami no início do mês, Bolton disse que Bolsonaro seria um "aliado" contra países com regimes de esquerda na América Latina. No mesmo discurso, ele chamou Cuba, Venezuela e Nicarágua de "troica da tirania". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Alexandre Benalla, ex-assessor de segurança do presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quarta-feira que comparecerá diante de uma comissão de inquérito do Senado. Benalla deu início a um escândalo político depois de ter sido filmado espancando um manifestante contrário a políticas de Macron. A sabatina deve ocorrer em uma semana. De acordo com o ex-assessor do presidente francês, os membros da comissão que o interrogará são "pessoas pequenas por quem eu não tenho respeito".

A comissão, que retomou as audiências nesta quarta-feira depois de uma pausa durante o verão no Hemisfério Norte, quer entender a natureza do trabalho de Benalla no Palácio do Eliseu, que lhe deu vantagens e o deixou carregar uma arma. Além disso, o Senado francês deseja descobrir eventuais problemas no governo Macron com assessores e os detalhes da segurança presidencial.

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Benalla, de 27 anos, foi colocado sob investigação logo após o jornal Le Monde tê-lo identificado em 18 de julho, quando foi publicado um vídeo onde o ex-assessor de Macron aparecia espancando um manifestante em um protesto que se tornou violento. Em meio à pressão pública, Benalla foi demitido. Fonte: Associated Press.

Nesta segunda-feira (11), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um presente mais do que especial. De acordo com o que foi divulgado pela assessoria de imprensa, o papa Francisco teria enviado um rosário para o líder petista por meio do assessor do papa para assuntos de Justiça e Paz, o advogado argentino Juan Grabois. 

O ex-presidente recebeu o terço na sede da Polícia Federal em Curitiba, local que está preso desde o último dia 7 de abril, mas não recebeu a visita de Grabois. A justificativa que teria sido dada é porque ele não é um sacerdote ou teólogo. Lula tem recebido encontros de cunho religioso às segundas.

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O assessor do pontífice disse, na sede da PF, que o momento em que vivemos “um claro caso de perseguição política”. 

O passaporte e alguns itens pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram furtados nesta terça-feira (17) de um carro de um assessor do petista em Curitiba.

Segundo a Polícia Civil, os objetos estavam dentro de um veículo, que foi arrombado durante a madrugada na alameda Júlia da Costa, nas proximidades de um hotel onde membros do Partido dos Trabalhadores (PT) estão hospedados. No boletim de ocorrência aberto pelo assessor de Lula, que não teve seu nome revelado, consta o furto de um celular, um frigobar, documentos e roupas.

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Preso desde o dia 7 de abril, Lula foi condenado a 12 meses e um mês de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por receber um tríplex no Guarujá (SP) como propina para beneficiar a empreiteira OAS em contratos da Petrobras.

Da Ansa

Um colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS) foi morto a tiros, na noite deste domingo, 8, na Taquara, zona oeste do Rio. De acordo com assessoria de imprensa do parlamentar, Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, era líder comunitário e representava a região na Câmara. Ele identificaria as necessidades dos moradores da área e as repassaria ao vereador.

O crime ocorreu dois dias após Siciliano depor na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março, no Estácio, região central do Rio.

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Não há ainda informações sobre o motivo do crime. Segundo informações da Polícia Militar, o 18º Batalhão da PM (Jacarepaguá) chegou a ser acionado, mas já encontrou a vítima morta. Agentes da Delegacia de Homicídio da Capital fizeram uma perícia no local do crime, na Estrada Curumau, na Taquara.

Marcello Siciliano depôs sobre o caso da morte de Marielle Franco na sexta-feira, 6. Os policiais foram ao gabinete de Siciliano na Câmara dos Vereadores na quinta-feira, 5, mas ele não estava no local. Na manhã de sexta, o parlamentar foi notificado para prestar depoimento, que ocorreu um dia após o vereador Zico Bacana (PHS) ir à Delegacia de Homicídios. Siciliano ficou três horas na delegacia. Na ocasião, ele declarou que foi convocado "para prestar esclarecimentos para poder ajudar na linha de investigação que estão utilizando". Ele disse ainda que Marielle era uma "grande amiga".

No depoimento que prestou à Polícia Federal no último dia 19, o ex-assessor parlamentar Job Ribeiro Brandão afirmou que não conhecia o apartamento onde foram encontrados R$ 51 milhões em dinheiro. Para justificar a presença de suas impressões digitais em algumas das notas encontradas no imóvel, Ribeiro disse que costumava contar dinheiro do posto de combustíveis Alameda da Praia, localizado na praia de Stella Maris, em Salvador, que tem o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) como sócio.

O posto de combustíveis aparece nas declarações de bens que Lúcio entregou à Justiça Eleitoral quando foi candidato a deputado federal em 2010 e 2014. Nas duas ocasiões, o então candidato declarou possuir 1.000 cotas do estabelecimento no valor de R$ 8.110,01. Na página do deputado no site da Câmara consta que Lúcio foi gerente administrativo do estabelecimento entre 2007 e 2010.

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À Polícia Federal, Ribeiro disse que o dinheiro que "por ventura tenha manuseado" era do posto de gasolina. Segundo ele, os valores contados "giravam em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil". "Que por vezes ia buscar dinheiro, às vezes o motorista e, ainda, os próprios familiares o recolhiam. Que contado o dinheiro ele era depositado em conta vinculada ao próprio posto", informa termo do depoimento de Ribeiro ao qual à repotagem teve acesso.

Segundo o depoente, o dinheiro chegava "solto ou mesmo novo, com fitas" às suas mãos. Aos investigadores, o ex-assessor afirmou não saber "a origem do dinheiro que contava em tais situações ou mesmo o destino que lhe era dado na sequência". A partir de 2010, afirmou, ele passou a receber pedidos frequentes do ex-ministro Geddel Vieira Lima para contar quantias maiores, que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.

Geddel, que está preso desde setembro, e Lúcio são investigados pelo crime de lavagem de dinheiro na ação que investiga a origem dos R$ 51 milhões. O ex-ministro e o deputado, bem como seus advogados, não responderam aos contatos feitos pela reportagem nesta terça-feira, 7.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um motorista foi flagrado passando com o carro por cima de um canteiro na direção de ciclistas que voltavam do velório do também ciclista Raul Aragão, na segunda-feira (23). O caso aconteceu em Brasília e o motorista foi identificado como Tiago Marcel Canabarro, assessor de orçamento do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

O ciclista Yuri Prestes, que estava no grupo, conta que ele e os amigos estavam em uma das faixas de rolamento da W4 sul, conforme recomendação de trânsito. Tiago teria emparelhado o carro e ofendido o grupo, além de acelerar o carro de forma perigosa. 

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"Alcançamos o veículo e se iniciou uma discussão, na qual principalmente o questionamos e afirmamos o nosso direito de estar na rua, enquanto ele seguia com ofensas e xingamentos. Quando o motorista foi fazer o balão, invés de seguir seu caminho - já que, segundo ele,  estava levando sua filha pro colégio - fez um giro de 360° e acelerou o carro no sentido da contra mão em rota de colisão a um de nós, que sacou a tranca da bicicleta e arremessou no para-brisa do carro para se defender", pontua Prestes.

Essa teria sido a primeira tentativa de atropelamento. O assessor parlamentar, conta o jovem, fez novo retorno e acelerou com violência sobre o canteiro central, novamente quase atropelando um dos ciclistas, além de um vigia de carro que estava no local.

Mais à frente, os ciclistas voltaram a encontrar o homem, que estava com um canivete na mão, conforme pode ser observado em um dos vídeos. A discussão foi atenuada com a chegada de um oficial do Corpo de Bombeiros, porém, durante os vídeos é possível observar o motorista fazendo ameaças. 

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Tiago Marcel Canabarro se diz ciclista e possuía adesivos de respeito ao ciclista em seu carro. Em entrevista à TV Globo, ele contou que estava preocupado com a filha de um ano e oito meses que estava no veículo. O assessor assume ter iniciado a discussão, mas acusa os ciclistas de começaram as agressões, quebrando o pára-brisa do automóvel.

Raul Aragão morreu atropelado no final de semana enquanto andava de bicicleta. Ele tinha 23 anos, era estudante de sociologia e ativista pela mobilidade no trânsito. Aragão participava também do Grupo Bike Anjo, que ensina pessoas a pedalar. 

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