Tópicos | Boris Johnson

Os britânicos comparecerão às urnas para eleições locais na quinta-feira (5) que serão um teste para o primeiro-ministro conservador Boris Johnson, enfraquecido pelo "partygate", o escândalo das festas organizadas durante o confinamento em Downing Street, sua residência oficial.

Os resultados permitirão medir a relação de forças em todo o país entre o Partido Conservador de Johnson e o opositor Partido Trabalhista visando as próximas eleições legislativas.

Johnson, 57 anos, conquistou uma ampla vitória em dezembro de 2019 com a promessa de romper anos de estagnação política e concretizar o Brexit, a polarizante saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Mas ele perdeu força com o escândalo das festas organizadas em Downing Street durante as severas restrições provocadas pela pandemia de covid-19, além da inflação elevada que afeta os bolsos dos eleitores.

Uma investigação policial fez dele o primeiro chefe de Governo britânico a ser multado por violar a lei enquanto estava no cargo.

Parlamentares conservadores, irritados com sua atitude, tentaram forçar um voto de desconfiança contra Johnson em janeiro.

Mas a guerra da Ucrânia, país invadido pela Rússia, com o firme apoio de Johnson ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, desativou a rebelião no Partido Conservador.

- Custo de vida -

Uma derrota dos conservadores de Johnson nas eleições de quinta-feira podem intensificar os pedidos para que ele deixe o cargo e permita a ascensão de um novo líder, antes das eleições gerais previstas para 2024.

O escândalo das festas não parece ter importância para os eleitores.

"O que vai afetar muito as pessoas é o custo de vida: o preço da comida está aumentando, o preço da energia está subindo", disse um eleitor, que se identificou apenas como Bob, em Dudley, no centro da Inglaterra.

"O que ele (Johnson) fez foi ruim, com o partygate, eles estavam mais ou menos rindo de todos", disse o aposentado de 76 anos à AFP.

"Mas eles deveriam se concentrar no custo de vida", acrescentou.

O Partido Trabalhista registrou avanços nas eleições locais de 2018, em parte pelo caos entre os conservadores após a votação do Brexit em 2016.

Keir Starmer, líder trabalhista desde 2020, espera recuperar o poder dos conselhos locais da "Muralha Vermelha" da Inglaterra, que votaram nos conservadores nas últimas eleições gerais.

As pesquisas apontam que o Partido Trabalhista vencerá a maioria das cadeiras na Inglaterra.

Os trabalhistas esperam ainda conquistar cadeiras na Escócia atualmente ocupadas pelo independentista Partido Nacional Escocês (SNP), além de consolidar o controle em Gales.

- Sinn Fein -

Além de Johnson, as eleições de quinta-feira podem colocar em xeque o futuro a longo prazo do Reino Unido na Irlanda do Norte, onde serão eleitos os representantes da Assembleia.

O partido nacionalista Sinn Fein pode virar o maior partido da Assembleia da Irlanda do Norte, algo que nunca aconteceu em 100 anos de história problemática na província.

Uma pesquisa do instituto LucidTalk para o jornal Belfast Telegraph aponta uma vantagem de seis pontos dos nacionalistas sobre o Partido Unionista Democrático (DUP), favorável ao Reino Unido.

Deirdre Heenan, professora de Política Social na Universidade do Ulster, considera este "um momento de inflexão na política irlandesa".

"Será uma grande mudança se um nacionalista virar primeiro-ministro", disse à AFP.

O Sinn Fein - ex-braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA) -, favorável a uma consulta sobre a soberania britânica na Irlanda do Norte, optou nestas eleições por insistir no custo de vida e temas locais.

Mas o líder do DUP, Jeffrey Donaldson, insiste que uma consulta sobre a soberania britânica está "no coração" da agenda dos rivais.

- Dor de cabeça -

As eleições podem dar a Johnson outra dor de cabeça constitucional, pois o SNP promete estimular os planos de um novo referendo independentista escocês.

A Escócia votou em 2014 para continuar a união de três séculos com a Inglaterra e Gales, mas a oposição escocesa ao Brexit provocou o retorno do tema.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse, em vídeo divulgado neste domingo (10), um dia depois de sua visita surpresa a Kiev, ter viajado de trem da Polônia à capital ucraniana, e prestou homenagem à "gente de ferro".

"Bom dia, sou Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, viajo a bordo de um trem fantástico da companhia ferroviária ucraniana da Polônia a Kiev", anuncia no vídeo, no qual aparece de pé a bordo de uma composição, vestindo camisa branca e suéter azul marinho.

"Aqui dizem 'gente de ferro'. É em relação à sua profissão, mas também reflete sua mentalidade, uma verdadeira mentalidade que os ucranianos demonstram ao resistirem à horrível agressão russa", prosseguiu Johnson.

Ele também apresentou suas condolências aos ferroviários, vítimas de um míssil disparado na sexta-feira contra uma estação de trem em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, que deixou 52 mortos, entre eles cinco crianças, que tentavam fugir do conflito.

Boris Johnson fez uma visita inesperada a Kiev no sábado, na qual prometeu novas armas à Ucrânia.

Esta visita não foi anunciada publicamente por nenhuma das duas partes. Foi a primeira vez desde o início da invasão russa que um dirigente do G7 viaja à Ucrânia.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, viajou neste sábado (9) a Kiev para demonstrar a "solidariedade" britânica com a Ucrânia, que há mais de seis semanas resiste à invasão das tropas russas, informou Downing Street.

Jonhson foi à Ucrânia "para se reunir pessoalmente com o presidente (Volodimir) Zelensky, em um gesto de solidariedade com o povo ucraniano" e com a intenção de "apresentar um novo pacote de ajuda financeira e militar" para este país do leste europeu, informou um porta-voz do premier britânico.

Pouco antes, um membro do gabinete de Zelensky postou no Facebook uma foto na qual Johnson aparece vestindo um terno escuro, sentado em frente a Zelensky, trajando a camisa cáqui que costuma usar em suas aparições públicas desde o início da guerra.

"A Grã-Bretanha lidera o apoio militar à Ucrânia, lidera a coalizão antiguerra, lidera as sanções contra o agressor russo", escreveu o assessor presidencial ucraniano, Andriy Sybiha.

Na sexta-feira, Zelensky recebeu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Von der Leyen visitou com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e o líder do governo eslovaco, Eduardo Heger, a cidade de Bucha, perto da capital ucraniana, onde apareceram dezenas de cadáveres com roupas civis após ter sido ocupada pelas tropas durante semanas.

Johnson é o primeiro chefe de Estado ou governo de potências do G7 que viaja a Kiev desde o início da invasão, em 24 de fevereiro. Este grupo de economias avançadas é formado por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, fará nesta quarta-feira uma polêmica visita à Arábia Saudita para conversar sobre petróleo, depois de pedir aos países ocidentais que acabem com seu "vício" em hidrocarbonetos russos em meio à guerra da Ucrânia.

Johnson se reunirá primeiro em Abu Dhabi com o governante dos Emirados Árabes Unidos, Xeique Mohammed bin Zayed, e depois na Arábia Saudita com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, na esperança de convencê-lo a aumentar a produção de petróleo.

Os países do G7, do qual o Reino Unido faz parte, pediram na semana passada aos produtores de petróleo e gás que "aumentem suas entregas" para lidar com o aumento dos preços da energia devido à guerra na Ucrânia e às sanções impostas à Rússia.

De acordo com Downing Street, as negociações se concentrarão em "esforços para melhorar a segurança energética e reduzir a volatilidade dos preços da energia e dos alimentos que afetam as empresas e os consumidores britânicos", que já enfrentam o aumento do custo de vida, "bem como a estabilidade regional" no Oriente Médio.

Em um editorial publicado no jornal conservador Daily Telegraph nesta terça-feira, Johnson disse que os líderes ocidentais cometeram um "terrível erro" ao permitir que o presidente russo, Vladimir Putin, "se safasse" após a anexação da Crimeia em 2014 e ao aumentar sua dependência em óleo e gás da Rússia.

"Quando Putin finalmente iniciou sua cruel guerra na Ucrânia, ele sabia que o mundo teria muita dificuldade em puni-lo. Ele sabia que havia criado um vício", disse Johnson.

"O mundo não pode se submeter a essa chantagem contínua", acrescentou, pedindo que o "vício" termine agora.

- Execução de 81 condenados -

Os Estados Unidos e o Reino Unido decidiram parar de importar petróleo russo, enquanto a União Europeia, muito mais dependente, planeja cortar suas compras de gás de Moscou em dois terços este ano.

Afirmando que a Rússia de Putin não produz "praticamente nada mais" que o "resto do mundo queira comprar", Johnson argumentou que "se o mundo puder romper sua dependência do petróleo e gás russos, podemos tirar seu dinheiro, destruir sua estratégia".

Sua visita à Arábia Saudita se enquadra exatamente nesse contexto, explicou a repórteres nesta terça-feira.

"Se quisermos resistir à intimidação de Putin, se quisermos evitar ser chantageados como tantos países ocidentais infelizmente foram, devemos dar as costas aos hidrocarbonetos russos", insistiu.

Isso significa "conversar com outros produtores ao redor do mundo", acrescentou, e "construir a coalizão mais forte e ampla possível" contra a Rússia.

A viagem foi fortemente criticada por ativistas de direitos humanos, especialmente após a execução de 81 pessoas no corredor da morte na Arábia Saudita no sábado.

Johnson também deve apresentar nas próximas semanas a estratégia de segurança energética do governo, focada em energias renováveis e na extração de petróleo e gás do Mar do Norte, que ajudaria a reduzir a dependência energética do Reino Unido e cumprir seu objetivo de zero emissões líquidas de carbono até 2050.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente Jair Bolsonaro concordaram em pedir um cessar-fogo na Ucrânia, informou nesta quinta-feira (3) um porta-voz de Johnson após uma conversa telefônica entre os dois dirigentes sobre a invasão do país pela Rússia.

"O primeiro-ministro conversou com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre a situação na Ucrânia", afirmou o porta-voz. "Os dirigentes concordaram na necessidade de um cessar-fogo urgente na Ucrânia e declararam que a paz deve prevalecer", acrescentou.

Até agora, Bolsonaro tem evitado criticar a Rússia pela invasão da Ucrânia. Na quinta-feira passada, ele desmentiu o vice-presidente, Hamilton Mourão, que havia dito que "o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano".

No domingo, o presidente afirmou que o Brasil manterá uma postura de "neutralidade" e não vai "tomar partido".

Após a conversa desta quinta, Boris Johnson ressaltou que "o Brasil foi um aliado vital na Segunda Guerra Mundial e sua voz voltou a ser crucial neste período de crise".

"Juntos, o Reino Unido e o Brasil precisavam pedir o fim da violência, acrescentou o primeiro-ministro", afirmou seu porta-voz.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, publicou neste sábado, 26, nas redes sociais que apoia a exclusão da Rússia da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Swift, na sigla em inglês).

"Esta noite falei com o Presidente Volodymir Zelensky. O heroísmo do presidente e de seu povo na defesa de seu país é inspirador. Somos claros - a Rússia deve ser isolada diplomática e financeiramente. Dou boas-vindas à prontidão de excluir a Rússia da Swift", escreveu ele em sua conta no Twitter.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou nesta segunda-feira (21) o reconhecimento da independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia como "uma violação flagrante da soberania" do país e anunciou "sanções significativas" contra Moscou.

"É claramente contrário ao direito internacional. É uma violação flagrante da soberania e da integridade da Ucrânia, é o repúdio dos acordos de Minsk", declarou Boris Johnson durante coletiva de imprensa, considerando ser um "mal presságio" para a situação na Ucrânia.

##RECOMENDA##

Johnson vê "indícios de que as coisas evoluem em uma direção ruim na Ucrânia" e afirmou que vai conversar à noite com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

A chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, disse por sua vez que o Reino Unido ativaria novas sanções contra Moscou na terça-feira, "em resposta à sua violação do direito internacional e ataque à soberania e à integridade territorial da Ucrânia".

Pouco depois, um comunicado do gabinete de Johnson anunciou que ele introduziria nesta terça-feira novas sanções "significativas" contra a Rússia.

"O primeiro-ministro presidirá uma reunião (de crise) COBRA às 06h30 (GMT) na terça-feira de manhã para discutir os últimos acontecimentos na Ucrânia e coordenar a resposta do Reino Unido, incluindo um grande pacote de sanções a ser apresentado imediatamente", indicou um comunicado de Downing Street.

COBRA refere-se ao comitê de emergência britânico.

A Rússia concentrou há duas semanas dezenas de milhares de soldados nas fronteiras da Ucrânia que, segundo os países ocidentais, estão prontos para invadir o país vizinho.

O reconhecimento da independência dos dois territórios separatistas no leste da Ucrânia abre a via para uma mobilização militar russa segundo sua vontade.

O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse em entrevista à BBC publicada neste domingo que evidências sugerem que a Rússia está planejando "a maior guerra na Europa desde 1945". "Todos os sinais são de que o plano já começou em alguns sentidos". Segundo Johnson, as evidências apontam que um ataque é iminente.

Johnson afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou a líderes ocidentais que a inteligência sugeriu que as forças russas não estavam apenas planejando entrar na Ucrânia pelo leste, via Donbas, mas também por Belarus e pela área ao redor de Kiev.

##RECOMENDA##

"Temo dizer que o plano que estamos vendo é para algo que pode ser realmente a maior guerra na Europa desde 1945, apenas em termos de escala", disse ele. "As pessoas precisam considerar não apenas a potencial perda de vidas de ucranianos, mas também de "jovens russos", acrescentou, falando de Munique, onde estava presente junto com outros líderes mundiais na conferência anual sobre segurança.

Conforme a reportagem da BBC, as últimas estimativas do governo dos EUA apontam que entre 169 mil e 190 mil soldados russos estão posicionados ao longo da fronteira da Ucrânia, tanto na Rússia quanto na vizinha Belarus, mas esse número também inclui rebeldes no leste da Ucrânia.

Johnson alertou que qualquer conflito pode ser "sangrento e prolongado" e que o presidente russo, Vladimir Putin, possivelmente estava "pensando de forma ilógica sobre isso", não vendo o "desastre à frente".

Em uma possível invasão russa à Ucrânia, Reino Unido e EUA trariam mais sanções contra Moscou do que as sugeridas anteriormente, indicou Johnson, incluindo a interrupção de negociações entre empresas em "libras e dólares", medida que, segundo ele, "atingiria muito, muito duramente" a Rússia. "A lição de 2014 (da tomada russa da Crimeia da Ucrânia) é que você não pode simplesmente deixar Vladimir Putin se safar", disse.

Johnson afirmou ainda que uma invasão da Ucrânia fortaleceria, em vez de enfraquecer, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a Ucrânia não é membro. "Se (Putin) pensa que vai ter menos Otan como resultado disso, ele está totalmente errado. Ele vai conseguir mais Otan." A Rússia vem insistindo que a Ucrânia não seja autorizada a ingressar na Otan, algo visto como ameaça à sua segurança.

A reportagem lembra que, apesar de nações ocidentais acusarem a Rússia de tentar encenar uma falsa crise na fronteira com a Ucrânia e apontarem a possibilidade de forças russas estarem se preparando para invadir o país vizinho, a Rússia negou as alegações e afirmou que suas tropas estão apenas realizando exercícios militares.

Acusado por seus críticos de copiar o estilo do ex-presidente americano Donald Trump, Boris Johnson está sob crescente pressão para pedir desculpas por um comentário polêmico sobre o líder da oposição britânica, depois que este foi atacado por manifestantes.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, teve que ser retirado em um veículo da polícia na segunda-feira à noite quando, perto do Parlamento de Westminster, foi cercado por uma multidão revoltada que o acusou de "proteger pedófilos".

A acusação, que é repetida há muito tempo nos círculos de teorias da conspiração da extrema-direita britânica, foi usada contra o político da oposição pelo próprio Johnson na semana passada, quando o primeiro-ministro se defendeu diante dos deputados após a publicação de um relatório prejudicial para o governo sobre as festas celebradas em Downing Street durante os confinamentos.

O controverso primeiro-ministro, que corre o risco de perder o cargo pelo acúmulo de escândalos e o descontentamento dentro do próprio Partido Conservador, chamou o ataque de segunda-feira contra Starmer de "absolutamente vergonhoso".

"Todas as formas de assédio a nossos representantes eleitos são completamente inaceitáveis", tuitou, antes de agradecer à "polícia por sua rápida resposta".

Nesta terça-feira, no entanto, sua equipe se esforçava para tentar desvincular o ataque dos comentários feitos pelo líder conservador na semana passada na Câmara dos Comuns.

"Não acredito se possa apontar o que o primeiro-ministro disse como a causa disso, certamente não se pode culpá-lo pelo fato de a multidão se comportar claramente de uma maneira totalmente inaceitável", disse o secretário de Estado para Tecnologia, Chris Philp, ao canal Sky News.

- "Vou sobreviver" -

Em uma defesa de sua sobrevivência política, ameaçada pela possibilidade de uma moção de censura interna em seu partido, Johnson atacou Starmer em uma sessão parlamentar agitada em 31 de janeiro, ao acusar o trabalhista - quando era chefe do Ministério Público de 2008 a 2013 - de ter "passado todo o tempo processando jornalistas", em vez do pedófilo Jimmy Savile, falecido astro da televisão.

Starmer não teve nenhum papel na decisão de não processar Savile, apesar de posteriormente ter apresentado um pedido de desculpas em nome do MP pelos erros cometidos no caso.

Os pedidos são cada vez mais fortes para que Johnson apresente uma retratação. Uma de suas colaboradoras mais próximas, Munira Mirza, diretora de políticas em Downing Street, pediu demissão e o criticou por ter feito uma acusação "enganosa" e não pedir desculpas de maneira aberta como ela recomendou.

Mas o primeiro-ministro não dá o braço a torcer, que, depois do incidente de segunda-feira, gravado e divulgado nas redes sociais, aumentou ainda mais as críticas, inclusive entre os conservadores.

"Vamos impedir que a guinada para um estilo político trumpiano se torne a norma", tuitou o deputado conservador Tobias Ellwood, que fez um apelo: "Primeiro-ministro, por favor, peça desculpas".

Esta não é a primeira vez que Johnson é comparado a Donald Trump, com quem se gabava de manter boas relações quando o americano estava na Casa Branca e que, segundo o jornal Daily Mail, considera que seu amigo britânico "é o melhor primeiro-ministro desde Winston Churchill" no Reino Unido.

Eleito de maneira triunfal em 2019, com a maioria conservadora mais importante desde os anos 1980 graças à promessa de concretizar o Brexit, Johnson viu nos últimos meses uma queda expressiva de sua popularidade.

Mas seu novo diretor de comunicação, Guto Harris, afirmou na segunda-feira que o primeiro-ministro "não é um completo palhaço, e sim alguém muito simpático" e que cantou a famosa canção de Gloria Gaynor "I will survive" ("Eu vou sobreviver").

O aguardado relatório interno sobre o escândalo das festas celebradas em Downing Street durante os confinamentos contra a pandemia foi entregue nesta segunda-feira (31) ao primeiro-ministro Boris Johnson, informa a imprensa britânica.

A classe política do país, especialmente os deputados do Partido Conservador de Johnson que cogitam se unir a uma rebelião contra seu líder para tentar afastá-lo do poder, esperam com ansiedade há uma semana as conclusões da investigação interna, coordenada por Sue Gray, segunda secretária permanente do 'Cabinet Office'.

O primeiro-ministro prometeu na semana passada publicar o texto na íntegra assim que o recebesse, além de comparecer ao Parlamento para responder a perguntas sobre o relatório.

Mas a divulgação do documento foi adiada pela decisão da polícia, anunciada na terça-feira, de abrir um inquérito oficial e pelo pedido da Scotland Yard de que as conclusões de Gray mencionassem de forma "mínima" oito festas possivelmente ilegais que são alvos da investigação.

"Podemos confirmar que Sue Gray entregou ao primeiro-ministro uma atualização de sua investigação", informou nesta segunda-feira em um comunicado curto o 'Cabinet Office', um organismo interdepartamental.

De acordo com a agência de notícias britânica PA, Gray entregou a Johnson "uma versão" de sua investigação. O canal Sky News informou que o documento apresentado nesta segunda-feira "não é o relatório completo e final".

O líder conservador deve fazer uma declaração na Câmara dos Comuns durante a tarde.

Muitos deputados conservadores aguardam a publicação do relatório interno para decidir se tentam destituir Johnson como seu líder e, por consequência, como chefe de Governo. Porém, os elementos mais prejudiciais para o primeiro-ministro devem ser incluídos na investigação policial, cujas conclusões podem demorar semanas ou meses para a divulgação.

O escândalo que ameaça derrubar o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se aprofundou nesta terça-feira (25) com a abertura, pela Polícia Metropolitana de Londres, de uma investigação criminal sobre as festas realizadas em Downing Street, a residência oficial do premiê e sede do governo, onde os participantes podem ter violado as leis anticovid.

O premiê prometeu cooperar plenamente com a investigação. As alegações de que festas tinham sido realizas em Downing Street, durante o período em que os britânicos tiveram de se isolar em casa, surgiram em dezembro e aumentaram desde então.

##RECOMENDA##

Do lockdown anunciado por Johnson, no dia 23 de março de 2020, até abril do ano passado, houve pelo menos 14 festas em Downing Street, entre elas uma pelo aniversário do premiê e outra na véspera do funeral do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II.

Segundo a chefe da Polícia Metropolitana, Cressida Dick, as investigações serão realizadas a pedido de membros do Parlamento. A polícia londrina foi muito criticada por não investigar as infrações das regras anticovid e acusada de fechar os olhos para as evidências de várias festas em Downing Street, apesar da presença permanente de agentes na entrada.

O premiê é acusado de ter participado de alguns dos eventos e de ter mentido a respeito da existência das festas, além de ter quebrado as próprias regras anticovid. Cressida disse que, nos últimos dias, o gabinete forneceu à Polícia Metropolitana dados sobre o inquérito conduzido por Sue Gray, uma funcionária do alto escalão do governo.

Relatório

As conclusões de Gray devem ser divulgadas até o fim desta semana, já que a Polícia Metropolitana disse que elas não devem interferir em suas investigações, que podem levar semanas para serem concluídas. Muitos parlamentares estão aguardando os resultados do inquérito de Gray para decidir se enviarão cartas pedindo uma moção de desconfiança contra Johnson.

O premiê e sua equipe podem ser alvo de sanções se as investigações concluírem que as restrições adotadas para conter a pandemia foram violadas. Cressida disse que alguns dos envolvidos podem ser alvo de ações disciplinares ou multas. O gabinete do primeiro-ministro confirmou que os eventos ocorreram, mas negou que eles violassem os regulamentos anticovid.

Censura

São necessárias 54 cartas de parlamentares do Partido Conservador para a abertura de um voto de desconfiança contra o premiê. Se 180 ou mais parlamentares votarem contra Johnson em uma votação secreta, ele será forçado a renunciar.

Até agora, apenas oito deputados conservadores pediram publicamente a saída de Johnson. Um deles é Christian Wakeford, que deixou o partido e se juntou à oposição trabalhista. Outro parlamentar rebelde, William Wragg, disse na semana passada que vários de seus colegas foram intimidados ou chantageados por funcionários do partido ou ministros para não enviarem cartas pedindo a moção contra Johnson. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson dará novas explicações nesta quarta-feira (19) perante os deputados, enfraquecido pela oposição da ala mais jovem do seu partido, que não esconde a sua desilusão com o escândalo das festas do governo durante o confinamento.

Apesar dos anúncios, com sabor populista, previstos para recuperar o apoio perdido e o provável anúncio de um relaxamento das restrições anticovid, o líder conservador está na corda bamba.

A imprensa britânica informou nesta quarta que cerca de vinte jovens parlamentares conservadores se reuniram na terça para discutir um possível voto de confiança contra Boris Johnson.

Esses políticos acham que têm votos suficientes para tirá-lo do cargo. "O clima está ficando azedo", segundo o Guardian. "Os deputados rebeldes planejam derrubar Boris Johnson", disse o Telegraph, geralmente pró-governo.

Johnson, de 57 anos e no poder desde 2019, está no olho do furacão após as revelações das festas organizadas em Downing Street quando o Reino Unido vivia um confinamento estrito.

As suas desculpas perante o Parlamento, onde reconheceu ter estado presente numa das festas em maio de 2020 afirmando que pensava tratar-se de uma reunião de trabalho, não acalmou as coisas e o primeiro-ministro prepara-se para mais um dia difícil.

Segundo a imprensa britânica, Johnson prevê uma série de medidas populistas. Por exemplo, seu governo disse que usará o exército para bloquear a chegada de imigrantes no Canal da Mancha e poderia abolir um imposto audiovisual que financia a BBC, duas questões delicadas para seu eleitorado.

O primeiro-ministro também deve anunciar um relaxamento das restrições sanitárias após o pico da onda de infecções pela variante ômicron ter sido superado.

Para tirar Johnson da presidência do Partido Conservador e, consequentemente, de Downing Street, pelo menos 54 parlamentares conservadores precisam enviar uma carta ao chamado "comitê de 1922" pedindo um voto de confiança.

Por enquanto, sete deputados admitiram que já o fizeram. Segundo a imprensa seriam cerca de 30, mas a imprensa britânica questiona-se se conseguirão chegar a 54.

"Acho que sim, mas é difícil dizer", disse um dos parlamentares à BBC. Outro comentou ao Telegraph que "chegou a hora" do primeiro-ministro.

Mas o Financial Times estima que há muita indecisão e que alguns deputados querem esperar as conclusões de Sue Gray, uma funcionária que deve entregar um relatório sobre as festas.

Gray vai interrogar, por exemplo, o ex-assessor de Johnson, Dominic Cummings, que se tornou seu inimigo político e que o acusa de mentir.

Além das festas durante o confinamento, o primeiro-ministro também é alvo de acusações de favoritismo e enfrenta uma grave crise no poder de compra dos cidadãos. A inflação do Reino Unido em dezembro atingiu níveis não vistos nos últimos 30 anos.

O primeiro-ministro garante que entende a indignação dos britânicos e na terça-feira voltou a se desculpar em uma entrevista na qual parecia visivelmente envergonhado.

Mas quando questionado sobre uma possível demissão, Johnson evitou a pergunta, mencionando a necessidade de aguardar as conclusões da investigação interna em andamento.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reiterou nesta terça-feira (18) que ninguém o avisou que uma festa que violava as regras anticovid seria organizada em Downing Street em maio de 2020, como afirmou seu ex-conselheiro Dominic Cummings.

Depois de garantir não ter tido conhecimento da organização da celebração de 20 de maio de 2020, durante o primeiro confinamento, o chefe de Estado conservador mudou de tom.

Pediu desculpa aos deputados após a imprensa revelar que ele compareceu ao evento, um dos muitos que teriam sido organizados em Downing Street ao longo dos confinamentos impostos nos últimos dois anos.

Dominc Cummings, o influente cérebro da campanha do Brexit, acusou Boris Johnson, nas redes sociais, de ter mentido no Parlamento, ao dizer que achava que aquela festa, da qual participou durante 25 minutos e que foi realizada nos jardins da sua residência oficial, era na verdade uma reunião de trabalho.

Cummings assegurou que ele mesmo e outro funcionário avisaram Boris de que a festa estava sendo organizada. O secretário particular do premiê enviou 100 convites para o evento.

"O primeiro-ministro foi avisado sobre esses convites. Ele sabia que era uma festa. Ele mentiu no Parlamento", tuitou Cummings, que não poupa injúrias contra seu ex-chefe desde que renunciou em novembro de 2020.

Além disso, em seu blog, acrescentou que Boris Johnson minimizou a importância de suas preocupações e se declarou disposto a "afirmar isso sob juramento" - tanto ele quanto outras testemunhas.

Um porta-voz do chefe de Governo negou. "É falso dizer que o primeiro-ministro foi avisado com antecedência sobre este evento", replicou.

Segundo ele, Johnson "implicitamente" acreditava que se tratava de uma reunião de trabalho. O assessor ressaltou que já está em andamento uma investigação interna a este respeito, liderada por uma alta funcionária de alto escalão, Sue Gray.

O próprio Dominic Cummings esteve no centro das atenções por ter violado as regras anticovid na primavera de 2020 (outono no Brasil), ao viajar com a família em pleno confinamento total, algo que era proibido.

Os pedidos de renúncia de Johnson nos últimos dias vêm aumentando, inclusive de suas fileiras.

Downing Street também pediu desculpas à rainha Elizabeth II por duas festas que aconteceram em abril de 2021, na véspera do funeral de seu marido, o príncipe Philip.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson cancelou nesta quinta-feira (13) uma viagem ao norte da Inglaterra devido ao fato de um membro de sua família estar infectado com Covid-19, informou Downing Street, um dia depois de se desculpar por uma festa celebrada durante o confinamento.

"O primeiro-ministro não visitará Lancashire hoje porque um familiar deu positivo ao coronavírus", anunciou um porta-voz de Downing Street.

"Seguirá a recomendação para casos de contatos vacinados, incluindo os testes diários e a limitação de contatos com outras pessoas", afirmou.

Na Inglaterra, as pessoas totalmente vacinadas não precisam mais fazer quarentena após entrar em contato próximo com um infectado.

Mas são aconselhadas a "limitar o contato próximo com outras pessoas fora de seu núcleo familiar".

Johnson vive em um apartamento oficial em Downing Street com sua esposa Carrie e seus dois filhos pequenos.

Para seus críticos, este meticuloso cumprimento das normas por parte do controverso primeiro-ministro contrasta com seu comparecimento a uma festa nos jardins de Downing Street em maio de 2020, quando o Reino Unido estava sob um primeiro confinamento muito rígido.

Após dias tentando fugir do escândalo, na quarta-feira Johnson expressou suas "sinceras desculpas" aos milhões de britânicos que respeitaram o confinamento, inclusive ao custo de não poderem se despedir de seus familiares que morreram pelo coronavírus.

Os três grandes partidos da oposição britânica e alguns deputados nas fileiras conservadoras do próprio Johnson exigem a renúncia do primeiro-ministro.

Johnson, porém, pediu para aguardar as conclusões de uma investigação interna sobre se violou a legislação contra a covid nesta e em outras festas nos estabelecimentos do governo.

Mergulhado em escândalos e perdendo popularidade, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson reconheceu, nesta quarta-feira (12), que esteve em uma festa nos jardins de Downing Street durante o confinamento e pediu desculpas, levando a oposição a exigir sua renúncia.

Numa Câmara dos Comuns agitada, o chefe do governo conservador justificou-se dizendo que acreditava que o evento de 20 de maio de 2020 nos jardins de sua residência oficial era uma reunião de trabalho.

Naquela época, em plena primeira onda da Covid-19, apenas duas pessoas eram autorizadas a permanecer em ambientes externos e muitos britânicos não puderam se despedir de seus entes queridos, daí a extensão da raiva causada por esse evento que reuniu mais de 100 pessoas com instruções para trazer uma bebida.

O polêmico líder defendeu-se explicando ainda que "os jardins são uma extensão do escritório, que esteve em uso constante devido ao papel do ar fresco na contenção do vírus".

"E quando fui às seis da tarde de 20 de maio de 2020 para encontrar grupos de funcionários antes de retornar ao meu escritório 25 minutos depois, para continuar trabalhando, acreditei implicitamente que era um evento de trabalho", assegurou.

No entanto, em face ao escândalo que esta última revelação de uma longa série de alegadas infrações tem causado no país, reconheceu que "deveria ter mandado todos de volta para dentro".

E, apesar de insistir que "tecnicamente" poderia se dizer que estava dentro das normas, pediu "sinceras desculpas" aos britânicos, que naquele momento estavam "totalmente proibidos de se reunir com seus entes queridos".

Ele afirmou que assumiria a "responsabilidade" pelos "erros" que foram cometidos.

Acusando Boris Johnson de "mentir descaradamente", o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, considerou a defesa do primeiro-ministro "tão ridícula" que é "um insulto" aos britânicos. "Ele agora terá a decência de renunciar?", questionou.

Os escoceses do SNP e os liberais democratas também pediram sua saída.

Nesse ponto, Boris Johnson se referiu à investigação interna que confiou à Sue Gray.

- Acúmulo de escândalos -

Após revelações em dezembro de várias supostas infrações, Johnson esperava ter deixado para trás o chamado "partygate", o escândalo das festas.

Mas na noite de segunda-feira uma nova bomba explodiu e o primeiro-ministro não fez nenhum comentário desde então, evitando uma convocação para comparecer com urgência ante os deputados na terça-feira, possivelmente para preparar uma resposta em que cada palavra parece cuidadosamente calibrada.

A imprensa publicou um e-mail de 20 de maio de 2020 em que seu secretário particular, Martin Reynolds, convidava uma centena de funcionários a "aproveitar o bom tempo" tomando "algumas bebidas com distanciamento social" nos jardins de Downing Street. "Tragam suas próprias bebidas", dizia a mensagem.

Somando-se a outros escândalos de corrupção e clientelismo, essas revelações provocaram a ira da opinião pública, e de muitos deputados de seu próprio partido que estão inclusive contemplando uma moção de confiança interna, contra o líder conservador de 57 anos, eleito triunfalmente em 2019, mas que agora não para de perder popularidade.

Dos 5.391 adultos entrevistados pelo YouGov na terça-feira, 56% consideraram que o premiê deveria renunciar.

Em 20 de maio de 2020, dois meses após a imposição pelo próprio Johnson do primeiro confinamento, apenas duas pessoas podiam sair juntas ao ar livre, em local público - e não em jardins privados - e respeitando dois metros de distância.

Essa foi a primeira flexibilização das regras para os 67 milhões de britânicos que até então só podiam sair de casa para comprar comida ou remédios e se exercitar uma vez por dia.

As autoridades multavam aqueles que infringiam as regras e poderiam indiciar reincidentes.

Desde então, o coronavírus matou 150.000 pessoas no Reino Unido, um dos países da Europa mais atingidos pela pandemia.

Quando o escândalo das festas ilegais estourou em dezembro, o primeiro-ministro afirmou ter recebido garantias de que "as regras sempre foram respeitadas".

Ele encomendou uma investigação interna à Sue Gray, que ainda não publicou seus resultados, e prometeu que, se violações foram cometidas, haveria "consequências".

Questionado por sua própria bancada no Parlamento, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson está em uma posição difícil após o revés eleitoral sofrido por seu partido e de vários escândalos que deixam sua liderança em dúvida.

Dois anos depois de sua vitoria histórica com a promessa de retirar o Reino Unido da União Europeia (UE), o fim de ano virou um pesadelo para o líder conservador.

Os britânicos enfrentam um período de Natal marcado pelo aumento dos contágios de Covid-19, com uma inflação galopante e vários escândalos que afetam o chefe de Governo.

Na quinta-feira, o Partido Conservador sofreu uma dura derrota em uma eleição parcial na circunscrição rural de North Shropshire.

Sempre controlada pelos conservadores, a circunscrição passou para o Partido Liberal-Democrata, que recebeu 47% dos votos.

Helen Morgan, a candidata vencedora, afirmou que os eleitores enviaram uma mensagem "alta e clara" a Johnson de que "o jogo acabou".

"Seu governo, dirigido pelas mentiras e fanfarronices, terá que prestar contas", disse.

O revés eleitoral sofrido pelo líder conservador, de 57 anos, reflete a irritação popular, de acordo com integrantes do próprio Partido Conservador.

"Os eleitores de North Shropshire se cansaram", admitiu o presidente do Partido Conservador, Oliver Dowden. "Penso que queriam enviar uma mensagem (...) e entendemos", acrescentou.

O jornal conservador The Daily Telegraph afirma que a derrota do Partido Conservador em uma circunscrição que controlou por quase 200 anos é uma "humilhação" para o primeiro-ministro.

Ao mesmo tempo, o jornal de esquerda The Guardian destaca que "o calamitoso colapso do apoio aos conservadores (...) assustará muitos deputados conservadores e é provável que provoque perguntas sobre o futuro de Johnson".

A possibilidade de uma moção de censura contra o primeiro-ministro, que provocaria sua substituição à frente do Executivo, não é mais tabu, embora poucos representantes tenham expressado apoio à medida até agora.

Mas para sua eventual sucessão já foram citados os nomes da ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, e do ministro das Finanças, Rishi Sunak.

- "Pesadelo" -

Além do revés eleitoral, o primeiro-ministro foi afetado por uma série de escândalos.

A revelação de que festas foram organizadas em Downing Street durante o inverno (hemisfério norte) de 2020, quando os britânicos deveriam respeitar as fortes restrições para combater a pandemia de covid, provocou uma queda expressiva de sua popularidade.

Até o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, se mostrou decepcionado e pediu que todos cumpram as normas.

Na quinta-feira, os jornais The Guardian e The Independent revelaram que Boris Johnson participou em uma festa em Downing Street, sede do governo, em 15 de maio de 2020, também durante um período de restrições sanitárias.

Olivier Dowden afirmou que a reunião aconteceu em um jardim para limitar os riscos de contágio por covid-19. "Acredito que foi perfeitamente apropriado e razoável", disse.

As revelações, no entanto, colocam em dúvida a liderança de Johnson no momento em que o Reino Unido enfrenta, segundo o governo, um "maremoto" de infecções pela variante ômicron. Desde o início da pandemia, o país registrou quase 147.000 mortes.

Cada vez mais enfraquecido politicamente, Johnson defendeu as novas medidas anticovid na quarta-feira no Parlamento, mas 99 dos 361 deputados de seu partido votaram contra a adoção do passaporte sanitário para permitir a entrada em grandes eventos.

A medida foi aprovada graças ao apoio da oposição trabalhista, mas esta foi a maior rebelião sofrida por Johnson desde sua chegada ao poder em 2019.

Na história recente do partido, apenas a ex-primeira-ministra Theresa May enfrentou um cenário pior desde a Segunda Guerra Mundial.

Para o Daily Mail, Boris Johnson vive um "pesadelo antes do Natal" e a derrota eleitoral ilustra o "elevado nível de descontentamento público contra o primeiro-ministro".

A rainha Elizabeth II, colocada em repouso por pelo menos mais duas semanas por seus médicos, está "em muito boa forma", garantiu neste sábado (30) seu primeiro-ministro, Boris Johnson, à margem da cúpula do G20 em Roma.

"Falei com Sua Majestade e ela está em muito boa forma", declarou o chefe do Governo britânico em entrevista ao canal britânico Channel 4, mostrando-se tranquilizador sobre o estado de saúde da soberana de 95 anos.

"Ela só precisa seguir os conselhos de seus médicos e descansar um pouco", continuou Boris Johnson. "Acredito que todo o país envia seus votos a ela".

A rainha, que passou uma noite no hospital na semana passada para se submeter a "exames preliminares", nos termos do Palácio de Buckingham, precisou cancelar sua viagem à COP26 sobre o clima em Glasgow (Escócia, Reino Unido), poucos dias depois de desistir de um deslocamento à Irlanda do Norte.

A soberana deverá renunciar a qualquer viagem oficial por pelo menos mais duas semanas, segundo anunciou o Palácio de Buckingham na sexta-feira à noite.

Ela, porém, poderá continuar a realizar "tarefas leves", incluindo audiências por videoconferência, de acordo com o Palácio.

A rainha deve, portanto, cancelar sua participação no festival de 13 de novembro, que homenageia os soldados britânicos e da Commonwealth, mas "mantém sua firme intenção" de estar presente no evento que marca o Domingo da Lembrança, no dia seguinte, em Londres, especifica o comunicado real publicado na sexta.

Se ela não deposita uma coroa de flores ao pé do monumento desde 2017, sempre assiste à cerimônia da varanda do ministério das Relações Exteriores, recordou o Times neste sábado.

A rainha foi recomendada a descansar em 20 de outubro, um dia após uma recepção no Castelo de Windsor, onde apareceu conversando com seu primeiro-ministro Boris Johnson e o empresário americano Bill Gates.

Sua última aparição pública foi na quinta-feira, quando entregou, por videoconferência, a medalha de ouro da poesia ao poeta inglês David Constantine. Um vídeo de 24 segundos transmitido pelo Palácio a mostrou sorrindo, discutindo por meio de telas interpostas com o poeta.

Elizabeth II, cujo marido, o príncipe Philip, faleceu em abril passado aos 99 anos, foi vista recentemente andando com o apoio de uma bengala, algo que não acontecia desde 2004.

O talento do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para o escapismo político será testado no congresso anual do Partido Conservador, que começa este domingo (3), em plena crise de abastecimento devido à pandemia e ao Brexit.

A grande reunião dos conservadores, que no ano passado não aconteceu de modo presencial em consequência da pandemia, tem como sede a cidade de Manchester, uma região que tradicionalmente vota no opositor Partido Trabalhista.

Depois de arrebatar da esquerda boa parte dos redutos operários nas legislativas de 2019, com a promessa de "tornar realidade o Brexit", Johnson, de 57 anos, que discursará na quarta-feira para os militantes, deve agora convencer os eleitores sobre as vantagens da saída da União Europeia.

No momento, os efeitos do Brexit parecem apenas estar agravando algumas das consequências da pandemia, sobretudo a dificuldade para encontrar caminhoneiros - faltam até 100.000 em todo o país - para reabastecer os supermercados e os postos de gasolina.

Os motoristas britânicos enfrentaram durante 10 dias filas intermináveis nos postos, uma consequência de um movimento de pânico provocado pela notícia de que algumas redes enfrentavam escassez diante da falta de caminhoneiros para transportar o combustível a partir dos pontos de armazenamento.

Muitos deles, procedentes especialmente do leste da Europa, retornaram a seus países devido à pandemia e agora as novas regras de imigração pós-Brexit dificultam a chegada de outros.

"No momento não há uma visão pós-Brexit", considera Tony Travers, diretor do Instituto de Assuntos Públicos da London School of Economics. Ele destacou que "os conservadores devem cumprir suas promessas".

Especialmente porque entre a opinião pública parece estar diminuindo o efeito do sucesso da campanha de vacinação contra o coronavírus, que conseguiu fazer as pessoas esquecerem a errática política de saúde de um dos países europeus mais afetados pela pandemia, com mais de 136.000 mortes.

No sábado, Boris Johnson expressou sua determinação a "reconstruir melhor" o país após a pandemia, apesar dos problemas de abastecimento.

"Não resistimos à covid-19 para voltar à mesma situação de antes", declarou Johnson.

Depois de destacar que seu governo cumpriu a promessa de concretizar o Brexit e que a administração conseguiu vacinar a maioria da população, ele prometeu "decisões ousadas" para responder às prioridades dos britânicos, como emprego, segurança e mudança climática.

"Tudo isto mostra que cumprimos com a nossa palavra e agora é o momento de ir mais longe. Não apenas para recuperar, mas para reconstruir melhor", afirmou.

A artista e pintora Charlotte Johnson Wahl, mãe do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que uma vez a chamou de "autoridade máxima" da família, faleceu aos 79 anos, informou o jornal inglês The Times.

Charlotte Johnson Wahl, que foi diagnosticada com o mal de Parkinson quando tinha 40 anos, morreu de maneira "repentina, mas em paz" no hospital St Mary, no centro de Londres, afirmou a família Johnson.

Além ser a mãe de Alexander, conhecido desde a adolescência por seu segundo nome, Boris, ela tinha mais três filhos: Rachel, jornalista, Leo, um especialista em meio ambiente, e Jo, um antigo secretário de Estado conservador.

A família Johnson, como muitas famílias britânicas, ficou muito dividida sobre o Brexit. Boris revelou que a mãe votou a favor da saída da União Europeia, enquanto sua irmã Rachel era pró-UE.

O pai de Boris, Stanley, foi um dos primeiros funcionários britânicos em Bruxelas, membro do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia.

Em 2016 se declarava anti-Brexit, mas mudou de opinião de maneira abrupta no ano seguinte.

Filha do advogado James Fawcett, que foi presidente da Comissão Europeia de Direitos Humanos na década de 1970, Charlotte Johnson Wahl estudou Literatura na prestigiosa Universidade de Oxford, onde conheceu Stanley Johnson, com quem se casou em 1963.

Ela interrompeu os estudos para viajar aos Estados Unidos, onde Boris Johnson nasceu em 1964.

Charlotte então voltou para completar seu curso de graduação, antes de começar a ganhar a vida como retratista.

Ela e Stanley Johnson se divorciaram em 1979. Charkitte se casou novamente em 1988, com um professor de História americano, Nicholas Wahl, e morou em Nova York até sua morte em 1996.

O governo britânico anunciou nesta terça-feira (17) que está pronto para receber 20 mil refugiados afegãos "a longo prazo", poucas horas depois de uma reunião de emergência sobre a crise causada pelo retorno do Talibã ao poder.

"Temos uma dívida com todos os que trabalharam para nós para tornar o Afeganistão um lugar melhor nos últimos vinte anos. Muitos deles, especialmente as mulheres, precisam urgentemente de nossa ajuda", disse o primeiro-ministro Boris Johnson, citado em um comunicado do Ministério do Interior.

Johnson declarou estar "orgulhoso de que o Reino Unido tenha sido capaz de criar este caminho para ajudá-los, com suas famílias, a viver em total segurança no Reino Unido".

O chefe do governo apresentará o novo dispositivo de acolhida na quarta-feira à Câmara dos Comuns.

A iniciativa prevê a chegada de 5.000 afegãos "ameaçados pela atual crise" no primeiro ano, em particular mulheres, meninas e minorias religiosas, informou o Ministério.

O comunicado não mencionou um cronograma preciso, mas é inspirado em um programa para refugiados sírios que permitiu a instalação de 20 mil pessoas em sete anos, de 2014 a 2021.

O novo dispositivo para o Afeganistão foi adicionado a um programa conhecido como ARAP, destinado a afegãos contratados como intérpretes pelo Reino Unido.

O Reino Unido destacou cerca de 900 militares para garantir a evacuação de seus cidadãos e funcionários locais de Cabul.

Cerca de 520 cidadãos britânicos, afegãos e diplomatas deixaram o Afeganistão desde o último sábado, a bordo de voos militares.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando