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A Guarda de Finanças de Nápoles, no sul da Itália, executou nesta quarta-feira (15) 69 mandados de prisão preventiva em uma operação contra a máfia Camorra.

A investigação tem como alvo uma facção ligada ao clã dos Casalesi, um dos principais grupos camorristas, e também envolve empresários e políticos. Entre eles estão o conselheiro regional (espécie de deputado estadual) da Campânia Pasquale Sommese, do partido Nova Centro-Direita (NCD), e o prefeito de Aversa, o independente Enrico De Cristofaro.

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As hipóteses de crime vão de corrupção e fraude em licitação a associação mafiosa. A Guarda de Finanças suspeita que o grupo tenha direcionado pelo menos 18 licitações nas províncias da Campânia entre 2013 e 2016 para beneficiar empresas ligadas aos Casalesi.

A lista inclui contratos para a construção de um crematório no cemitério de Pompeia e de um novo museu arqueológico em Alife e para reformas no centro de eventos Mostra d'Oltremare, em Nápoles. 

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O italiano Pasquale Scotti, 57 anos, preso no Recife no dia 26 de junho de 2015, foi extraditado à Itália na quarta-feira (9). Ele é condenado pela justiça italiana à prisão perpétua por fazer parte de uma máfia e cometer crimes de porte ilegal de armas de fogo, resistência, extorsão e 26 homicídios entre 1980 e 1983.

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Antes de vir para o Recife, Pasquale passou por vários estados do Brasil e estava usando o nome de Francisco de Castro Visconti. Ele foi sócio de uma boate em Boa Viagem, Zona Sul da capital, atuava nos ramos de fogos de artifício e importação de alimentos e estava no Brasil desde 1986, casando-se em 1995 com uma brasileira, com quem teve dois filhos.

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Pasquali é apontado como ex-líder da organização criminosa Camorra. O estrangeiro é acusado de 26 homicídios, incluindo o assassinato do banqueiro Roberto Calvi, conhecido como o “Banqueiro de Deus”. Calvi foi morto em Londres, em 1982, e inicialmente acreditava-se ter sido um caso de suicídio. Pasquali integrava uma lista de dez superprocurados pela Itália. Em 1991, ele teve a prisão decretada pela justiça italiana e foi condenado à prisão perpétua em 2005.

Segundo a Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE), nem a mulher nem os filhos do acusado tinham conhecimento do seu histórico criminoso. Ele foi preso após deixar as crianças na escola, para evitar constrangimento. O italiano foi enviado a Brasília no dia 27 de junho de 2015. Ontem, ele saiu de Brasília por volta das 16h e foi entregue no Rio de Janeiro às 18h10 para policiais federais italianos. 

O italiano Pasquale Scotti, de 56 anos, que estava foragido havia 29 anos e foi preso nesta terça-feira (26), no Recife, é sócio da casa Sampa Night Club, uma das mais tradicionais boates de luxo da cidade, localizada em Boa Viagem, que realiza shows adultos. Ele também é sócio de uma empresa de importação de bebidas e alimentos italianos. As informações são da Polícia Federal.

O pedido de prisão no Brasil foi feito pelos delegados federais da Interpol e autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em menos de 24 horas. A identificação foi possível graças à comparação de impressões digitais. A PF não divulgou maiores detalhes sobre como foi feita a localização do foragido.

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O homem foi surpreendido pelos policiais quando deixava os dois filhos - frutos do casamento com uma brasileira - na escola, na zona oeste da cidade. A movimentação da PF chamou a atenção das pessoas. "Os policiais foram discretos, mas vimos que havia algo errado quando pelo menos três carros da PF encostaram no senhor, que estava com os filhos. Eles (policiais) não usaram de nenhuma agressão, e o senhor também não reagiu. Mas deu para ver como as crianças ficaram assustadas. Dois policiais ficaram com os meninos, enquanto o pai era colocado no carro da PF", descreveu a dona de casa Hilda Paes.

Depois de prestar depoimento por mais de quatro horas na sede da PF, no centro, ele realizou exame de corpo de delito e foi encaminhado, no começo da tarde, para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), localizado no município de Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife, onde deve aguardar a definição de seu próximo destino: a sede da PF em Brasília ou a extradição direta. O italiano foi condenado pelos crimes de porte ilegal de armas de fogo, resistência, extorsão e 26 homicídios, crimes cometidos entre 1980 e 1983.

O delegado da PF Valdecy Urquiza afirmou que o italiano aparentemente passou por cirurgias estéticas. "Ele disse em depoimento que fazia questão de esquecer do passado dele, que Pasquale Scotti não existia mais para ele, apenas Francisco de Castro." No depoimento, o italiano disse que a família brasileira não sabia de sua identidade real e que fugiu da Itália para não ser morto.

Vida simples

Scotti morava havia 28 anos no bairro do Sancho, um bairro tranquilo e arborizado, onde ainda é comum a presença de casas espaçosas em vez de prédios. Ainda segundo a PF, ele possuía CPF, habilitação e até título de eleitor.

Tido como um homem "simples e discreto", Scotti costumava caminhar e brincar com seus filhos pelas redondezas. "Jamais imaginaria que havia algo de errado com ele. Todos os dias ele deixava os meninos na escola e era comum vê-lo passeando com a família por aqui. Sempre cumprimentava as pessoas e não mostrava sinais de riqueza. Parecia que vivia com conforto, mas nada de ostentação. Ficamos todos muito assustados", destacou o proprietário de um ponto comercial frequentado pela família do italiano.

Histórico

Segundo a Interpol, Scotti tem uma personalidade suave e implacável, de laços estreitos com os serviços secretos. Desde 1985, estava na "maior lista de procurados" do Ministério Italiano do Interior por homicídio, ocultação de cadáver e outros crimes. Em 17 de janeiro de 1990, um mandado de captura internacional foi emitido contra ele, para ser preso para a extradição.

Em janeiro de 2005, o italiano recebeu uma sentença de prisão perpétua por uma série de 26 assassinatos registrados entre os anos de 1982-1983, durante a guerra entre a Camorra NCO e a Nuova Famiglia. Chegaram a ser feitas especulações de que ele teria sido morto por facções rivais na Camorra, por ter virado testemunha do Estado ou por saber demais sobre o envolvimento de políticos e serviços secretos. Scotti é o 15º estrangeiro preso pela Interpol no País neste ano. "Queremos deixar bem claro que o Brasil não é uma opção de refúgio tranquila", disparou o delegado Urquiza.

As autoridades italianas estão buscando nesta sexta-feira pelos atiradores que mataram um chefão do crime organizado de Nápoles, Gaetano Marino, no momento em que ele deixava a praia e voltava para o hotel à beira-mar onde estava hospedado com a família, em Terracina, na província de Latina. Marino era um chefão da Camorra. Ele foi morto com quatro tiros na cabeça quando entrava em seu carro, um Fiat Punto, 100 quilômetros ao sul de Roma. A polícia disse que a família de Marino deve ter escapado do ataque porque voltou antes da praia para o hotel.

Marino, de 48 anos, chefiava o clã dos scissionisti (separatistas, em italiano), que durante mais de uma década travou uma guerra contra a família Di Lauro, nas ruas de Nápoles, pelo controle do tráfico de drogas. Marino era conhecido pelo apelido moncherino (maneta) após ter perdido uma mão em uma explosão, quando plantava uma bomba que explodiu acidentalmente. Recentemente, Marino provocou ultraje quando apareceu ao lado da filha de 12 anos em um programa de televisão. A menina dedicou uma música ao pai.

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Segundo a agência Ansa, quando foi morto Marino estava com um amigo e o filho, que fugiram para a praia e escaparam dos disparos. Às 17h, o local ainda estava cheio de banhistas. A polícia procura por dois homens que fizeram os disparos.

As informações são da Associated Press e da Ansa.

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