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O rádio e Felipe Diogo, comentarista esportivo de 38 anos, foram feitos um para o outro. Felipe nasceu com deficiência visual e encontrou nas ondas sonoras uma fiel companhia. Por elas, conseguia se informar sobre as notícias mundo afora. Foi daí que surgiu sua outra grande paixão: o futebol. Mas poucos acreditariam que um dia ele conseguiria comentar um jogo do esporte mais popular entre os brasileiros, inclusive o próprio.

Felipe Diogo é radialista na STI Sports em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e apresentador do programa “Espaço da Inclusão”, transmitido pela Rádio Web Teletema, de Lajeado, no Rio Grande do Sul. Antes, foi por anos comentarista fixo da rádio comunitária Paraty FM. 

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Sentidos aguçados

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, ele contou como é sua rotina nas coberturas esportivas, geralmente no Estádio Primeiro de Maio, casa do São Bernardo Futebol Clube. Além disso, deu detalhes valiosos de sua história de superação. 

“A voz do narrador são os meus olhos. Eu preciso me concentrar 100% no que ele fala para poder comentar os lances. Agora, claro, existem coisas que eu não posso falar, como lances de impedimento, por exemplo. É tudo uma questão de prática, daquilo que você pode e quer fazer. Por isso eu chego bem antes para me preparar, me inteirar sobre as escalações e formações táticas dos times da partida em questão”, diz Felipe. 

“Eu acerto com o locutor para ele me chamar com 15 minutos de bola rolando para que eu possa fazer um desenho na minha cabeça do que está acontecendo dentro de campo. Por isso, preciso de alguns minutos a mais, sempre antenado no que ele está narrando”, adiciona. 

Quando o inesperado acontece

O comentarista também revelou que pensou que não conseguiria exercer a profissão, ainda nos tempos de Universidade. “Na faculdade, se eu falasse que iria comentar futebol iam me chamar de louco. Eu não esperava que acontecesse, foi uma coisa que deu certo. Teve uma equipe que me ajudou e me incentivou bastante para que eu pudesse chegar até aqui”, conta, antes de falar sobre a reação dos membros da imprensa ao vê-lo comentar com tanta precisão.  

“Uma vez aconteceu de um colega de profissão, sem maldade, ir perguntar à equipe. ‘Ele é cego mesmo?’. Algumas pessoas às vezes se surpreendem, mas nunca aconteceu nada sério além disso. Isso acaba me motivando ainda mais.”

Vida e formação de Felipe Diogo

Felipe se formou em jornalismo em 2011, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e fez curso de locução para rádio no Serviço de Aprendizagem Comercial (SENAC). Chegou a cursar “Rádio e TV”, mas não conseguiu levar adiante. 

Para concluir a graduação em jornalismo, lançou o livro reportagem “Ginga: A Capoeira Como Forma de Inclusão para Pessoas com Deficiência (fatos e relatos)”, escrito em braile. Na apresentação, foi premiado com nota 9. 

“Meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi um livro que produzi junto com uma amiga. Todo em braile, com uma supervisão muito boa do meu orientador. Na época, percebi que não fazia sentido um cego apresentar um trabalho que ele mesmo não pudesse ver”, relata o profissional. 

Um ícone da inclusão

Além de todas suas virtudes, Felipe se diz honrado em poder fazer parte da inclusão de pessoas com deficiência no esporte brasileiro e comenta da intimidade que tem com o rádio, desde pequeno, no interior paulista, onde nasceu. 

“Isso é muito importante, tanto na questão inclusiva, quanto nas questões pessoal e profissional. Mesmo para quem não está vendo, é bom você sentir a torcida, a vibração. Até para fazer o comentário é importante. O rádio, para uma pessoa cega, é um grande companheiro. Então, desde pequeno, sempre escutei muitas transmissões esportivas, em várias emissoras diferentes. O rádio acompanha muito a pessoa cega e a gente pode levá-lo para qualquer lugar”, revela. 

Desde 1961, é celebrado neste mês de dezembro o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, no dia 13. A data saiu no Diário Oficial daquele ano, criado por um decreto de Jânio Quadros, à época Presidente do Brasil.

Uma pesquisa cirúrgica feita pela empresa israelense CorNet Vision possibilitou que o idoso Jamal Furani, 78 anos, recuperasse a visão após 10 anos sem enxergar. O procedimento foi o primeiro transplante de córnea artificial do mundo a ser bem sucedido.

O dispositivo KPro, responsável por substituir a córnea natural, se adapta ao olho humano. Após o implante, a estimativa é que o paciente recupere a visão de maneira gradual, após algumas horas de recuperação da cirurgia.

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Em entrevista ao portal Israel Hayom, o inventor do KPro, Gilad Litvin, relatou que o paciente conseguiu reconhecer os familiares e ler textos um dia após a cirurgia. Além disso, foi dito que o procedimento de implante durou menos de uma hora.

Com o sucesso do KPro, outros pacientes foram colocados na fila para receber o implante. A CorNet Vision não divulgou a estimativa de quando o dispositivo será fabricado em massa.

O Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta quarta-feira (2), que o participante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que solicitou atendimento especializado para cegueira, surdocegueira, baixa visão ou visão monocular e teve sua solicitação aprovada poderá utilizar uma série de recursos de acessibilidade durante a aplicação das provas.

De acordo com o edital do Enem, quem se enquadrar nessas condições poderá ser acompanhado por cão-guia e utilizar material próprio: máquina de escrever em braile, lâmina overlay, reglete, punção, sorobã ou cubaritmo, caneta de ponta grossa, tiposcópio, assinador, óculos especiais, lupa, telelupa, luminária, tábuas de apoio, multiplano e plano inclinado. Os recursos serão vistoriados pelo aplicador, exceto o cão-guia.

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Confira outros recursos e auxílios compatíveis:

- Baixa visão: tempo adicional, auxílio para leitura ou leitor de tela ou prova ampliada ou superampliada, auxílio para transcrição e sala de fácil acesso. 

- Cegueira: tempo adicional, prova em braile, auxílio para leitura ou leitor de tela e sala de fácil acesso.

 - Surdocegueira: tempo adicional, guia-intérprete, auxílio para transcrição, sala de fácil acesso, prova em braile ou prova ampliada ou superampliada ou leitor de tela.

- Visão monocular: tempo adicional, auxílio para leitura ou leitor de tela ou prova ampliada ou superampliada, auxílio para transcrição e sala de fácil acesso.

"Uma novidade é que o participante que solicitou atendimento para essas condições, na inscrição, poderá contar com um programa que possibilita a leitura de textos na tela do computador durante a prova, além de indicar o uso do implante coclear, no caso de surdocegueira. Haverá três guias-intérpretes para atendimento ao participante surdocego e uma banca especial para correção de suas provas”, publicou Inep.

O Instituto também reforçou que quem necessitar de atendimento devido a acidentes ou imprevistos, após o período de inscrição, deverá solicitá-lo via Central de Atendimento, por meio do 0800 616161, em até dez dias antes da aplicação do exame.

Além disso, para o Enem 2020, o Inep recebeu quase 55 mil solicitações de atendimento especializado para as provas impressas. Desse total, 47.847 participantes tiveram o pedido aprovado. Os atendimentos especializados são garantidos pela Política de Acessibilidade e Inclusão do instituto. A cada ano, o Inep implanta melhorias de acessibilidade e inclusão em seus exames e avaliações.

 O Enem será realizado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa) e nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital). Não há atendimento especializado na aplicação do Enem Digital. Mais informações sobre o Exame podem ser obtidas através do edital.

A encenação da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, localizada no Agreste de Pernambuco, terá serviços que promovem a inclusão social de pessoas com deficiência. Pelo sétimo ano consecutivo, o Governo do Estado vai disponibilizar, nos dias 15 e 17 de abril, o serviço de interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas com deficiência auditiva, através do Projeto "Paixão Para Todos".

Vans do programa PE Conduz, além da audiodescrição para pessoas com deficiência visual na quarta-feira (17) também serão ofertadas pelo Governo de Pernambuco. Ao todo, seis intérpretes de Libras, divididos entre os dois dias, vão acompanhar as pessoas surdas durante a apresentação. Em cada cena, o grupo será posicionado em um espaço reservado.

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Cinco vans do programa PE Conduz, sendo três partindo do Recife e duas de Caruaru, irão garantir o transporte de cerca de 10 usuários nesta segunda-feira (15).  Na quarta (17), de acordo com o governo, o foco será para o processo de audiodescrição que vai atender 20 pessoas com deficiência visual, através de aparelhos de tradução simultânea, que possibilita informações sobre figurino, cenário e orientações durante todo o espetáculo.

De acordo com a Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead), são esperadas mais de 100 pessoas com deficiência durante os dois dias de oferta dos serviços.

Para o superintendente da SEAD, Edimilson Silva, proporcionar condições de acesso ao grupo em espaços como este ajuda a romper preconceitos. “É importante que as pessoas com deficiência possam e consigam ocupar esses espaços para quebrar estigmas de que só podem ficar em casa, que não são capazes de estar em ambientes como este. As pessoas com deficiência podem participar sim de eventos desse porte, basta apenas garantir condições necessárias”, pontua.

Os interessados pela oferta dos serviços de inclusão social podem solicitar na portaria do Teatro.

 O cantor Roberto Leal revelou que luta contra um câncer há dois anos e que também corre o risco de ficar cego de um olho. Em entrevista ao ‘Domingo Show’, da Record, exibido no último dia 30, ele ainda disse que não tem medo de morrer.

"Se realmente cheguei a esta situação, se este caminho é o único caminho possível, eu não tenho escolha, mas voltar para atrás, não. Isso é próprio de alguém que sabe que há uma luz no fim do túnel, e eu sei e tenho certeza que o amor vencerá toda a dor", afirmou convicto.

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O cantor português ficou conhecido no Brasil nos anos 70, com sucessos como ‘Arrebita’ e ‘Bate o pé’.

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Ex-cobrador de ônibus, Luiz Alves de Lima é autor de um processo contra o senador Magno Malta (PR-ES) por associá-lo a pedofilia. A informação é do jornal Folha de São Paulo. Luiz Alves foi preso em 2009, acusado de estuprar a filha de dois anos, mas foi inocentado em todas as instâncias judiciais. Segundo ele, durante os nove meses que passou no Centro de Detenção Provisória de Cariacica (CDPC) foi alvo de tortura, resultado do que chamou de "circo" feito pelo senador, que na época era presidente da CPI da Pedofilia, durante uma visita ao local três dias depois da sua prisão.

À reportagem, Luiz Alves detalhou que a esposa, Cleonice Conceição, tinha levado a filha de dois anos para uma consulta e lá uma médica desconfiou de violência sexual, chamou o Conselho Tutelar e o médico legista teria apontado o "desvirginamento da vítima" encaminhando o caso a Polícia Civil. Na realidade, Cleonice havia levado a filha para tratar um oxiúro, verme que pode provocar coceira na região genital, por inflamação. O que veio a se comprovar depois.

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Luiz Alves ficou preso nove meses e Cleonice 42 dias, por ter sido apontada como cúmplice. Eles chegaram a perder a guarda da filha e até hoje não a tem definitivamente, mas provisoriamente.

O ex-cobrador alega no processo que move contra Magno Malta que sua situação piorou por causa da postura do senador. No relatório sobre a prisão, o delegado do caso apontou que Malara "manifestou-se que, por sentimento pessoal e experiência profissional, entende ser o pai da criança o autor do delito". No mesmo mês, na CPI da Pedofilia, o aliado do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) prometeu que "os pedófilos desgraçados" estavam com "os dias contados".

Luiz ficou cego e processa, além de Magno Malta, o Estado do Espírito Santo e o médico que foi responsável pelo laudo que o colocou na posição de suspeito de pedofilia.

Em resposta, Magno Malta disse que está à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimento e, na época, esteve na delegacia ao lado de um delegado "capaz e digno". O senador ainda observou ter afirmado que "pedófilos devem ser investigados, condenados e presos", mas não tinha nenhuma ligação com as ações de tortura e ponderou que tais atividades deveriam ser investigadas.

Roberto Firmino falou sobre a lesão no olho que sofreu na partida contra o Tottenham, pelo Campeonato Inglês. O brasileiro disse ter sentido medo de ficar cego, em entrevista ao deu entrevista à "Sky Sports".

"Fiquei com medo de ficar cego de um olho e não poder enxergar novamente. Graças a Deus nada disso aconteceu e eu fui melhorando dia após dia. Eu tomei os remédios e cuidei do meu olho. Os olhos são muito importantes para um jogador de futebol. Graças a Deus está tudo bem agora", afirmou.

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A lesão ocorreu quando o zagueiro Vertonghen bateu sem querer com o dedo no olho esquerdo do atacante. O Liverpool venceu a partida, válida pela Premier League, por 2x1, com um gol de Firmino.

“Quando o incidente aconteceu, tudo estava embaçado e eu não conseguia enxergar do meu olho esquerdo. É muito melhor. A dor passou e eu não sinto mais nada. Ainda está um pouco vermelho, mas espero que isso acabe com o tempo”, finalizou o atacante.

Por Thiago Herminio

Com o objetivo de oferecer interação maior com o próximo e ampliando sua acessiblidade, a Cinemateca Pernambucana adaptou seu espaço físico para receber pessoas cegas, de baixa visão, surdas e ensurdecidas. O local se situa na Fundação Joaquim Nabuco, localizado em Casa Forte. 

A partir de terça-feira (25), a área contará com piso podotátil e visitas guidas com audidescrição e Libras, levando pessos com deficiências sensoriais à desfrutar de todo o conteúdo do acervo. Na inauguração, ocorrerá uma programação especial.

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A partir das 14h30 ocorrerá uma visita guiada com audiodescrição e Libras pelo espaço, e às 15h30, a Sessão Alumiar exibe com AD, Libras e LSE, o belíssimo longa brasileiro Colegas, de Marcelo Galvão. O filme narra uma jornada cheia de aventuras de três jovens portadores de síndrome de Down, que partem em busca dos seus sonhos.

"Agora é a vez de levarmos essa acessibilidade para nosso espaço físico, difundindo o cinema pernambucano para um maior numero de pessoas e promovendo uma expansão na inclusão cultural no estado”, destaca a coordenadora do Cinema da Fundação, Ana Farache. Ela ressalta que a Cinemateca já conta com filmes pernambucanos com três modalidades de acessibilidade comunicacional - Audiodescrição (AD), Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas surdas; e Legenda para surdos e ensurdecidos (LSE) - no seu acervo online.

 

Serviço
Cinemateca Pernambucana Acessível
Terça - feira (25), às 14h30
Fundação Joaquim Nabuco (1º Edifício Gil Maranhão, na Avenida Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte)
Gratuito

 

*Por Jhorge Nascimento

Um homem cego caiu nos trilhos do metrô da estação Broadview, em Toronto, no Canadá, e foi salvo por três passageiros. O caso foi divulgado em uma postagem que viralizou nas redes sociais. O homem foi resgatado após gritar por ajuda.

Em entrevista ao site CBC, o jardineiro Kyle Busquine, de 24 anos, que ajudou no resgate, disse que ouviu um grito de socorro. Ele e mais dois homens que não tiveram a identidade descoberta participaram do salvamento. “Eu nunca conseguiria salvá-lo sozinho. Ainda bem que tive ajuda”, contou.

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Faltavam poucos minutos para a meia-noite do sábado passado quando a economista Marcela Vilela, de 34 anos, solicitou um carro do Uber para voltar para a casa, em Copacabana, após visitar um parente em Cosme Velho, zona sul do Rio. Estava acompanhada da sogra e de Cruizer, seu cão-guia há cinco meses, quando o veículo encostou. "Cachorro no meu carro, não", disse o motorista, que partiu mesmo após ter ouvido que estava descumprindo a lei.

O caso de Marcela não é exceção. Ao menos no Rio e em São Paulo, passageiros com deficiência visual têm sido recusados por motoristas do Uber por causa da presença de cães-guia. "Tive três problemas só no último mês. Em duas ocasiões, o motorista chegou para me buscar e quando viu o cão-guia não quis me levar. Da outra vez, liguei para avisar que era deficiente visual e tinha um cachorro comigo e, na sequência, o motorista cancelou a corrida", conta.

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Marcela nasceu com menos de 5% de visão em decorrência de um glaucoma congênito. No ano passado, ganhou mais independência com a chegada de Cruizer, um golden retriever americano. Não para alguns parceiros da maior empresa de transporte por aplicativo do País, que ignoram a legislação brasileira (Lei 13.146/15), que assegura a todas as pessoas com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, incluindo privados de uso coletivo.

"Toda vez que acontece isso faço queixa pelo próprio aplicativo, que é acessível para quem sofre de deficiência visual. O Uber entra em contato por e-mail, dá crédito para uma próxima corrida e diz bloquear aquele motorista para o meu perfil. Mas isso não tem resolvido o meu problema. Não é uma questão de crédito, a gente só quer ter o direito assegurado", diz Marcela.

Protesto

A recorrência dos casos de recusa de corrida por causa do cão-guia levou a blogueira paulistana Mellina Reis, de 33 anos, a relatar o problema em seu canal no YouTube. "É um transtorno enorme. Às vezes está chovendo, a gente está atrasada ou é muito tarde e eles simplesmente vão embora por causa da Hillary", conta Mellina, que começou a perder a visão aos 14 anos e hoje conta em seu blog as viagens que faz sozinha na companhia da labrador que a acompanha há três anos.

"Cão-guia não é um pet, não é cachorro de estimação. A Hillary é meus olhos, melhorou muito a minha autonomia, minha qualidade de vida. Não abro mão dela. Dá para perceber que muitos motoristas não tiveram orientação, sequer sabem da lei. É uma pena que, depois que o Uber acabou com o serviço pet, o atendimento para nós piorou bastante", diz Mellina, citando o serviço criado em 2015 que oferecia carros com motoristas dispostos a levar animais de estimação, mas extinto em 2016.

Presidente da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, Mizael Conrado de Oliveira lembra que esse tipo de prática é uma discriminação passível de prisão de até 3 anos e multa. "É uma postura lamentável desses motoristas. Esse é um direito consagrado pela Lei Brasileira de Inclusão, que tipifica discriminação como crime."

Em nota, o Uber afirmou que fornece material informativo aos parceiros avisando sobre a obrigatoriedade por lei de se aceitar cães-guia nos veículos e contata o motorista quando há queixa de passageiro. Segundo a empresa, "infrações a esta lei podem levar à desativação de um parceiro da plataforma". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em comemoração ao Dia Internacional do Cão-Guia, é inaugurado nesta segunda-feira (25), em Pernambuco, o primeiro laboratório de treinamento de cães-guia em todo o país. O espaço promete potencializar e aperfeiçoar o treinamento de animais juntamente com o portador da deficiência, visando promover uma maior inclusão social e mobilidade de pessoas com deficiência visual na capital pernambucana. O lugar fica no Kennel Club de Pernambuco, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

O espaço físico foi projetado para possibilitar à dupla, deficiente visual e o cão, a superação de obstáculos existentes nas vias públicas. O Laboratório Acessível dispõe de semáforos de veículos e pedestres, lixeiras, rampas, meio-fio, orelhões, placas indicativas, árvores, calçadas, piso tátil, declives e demais obstáculos e deficiências em ruas e calçadas. Todo o circuito foi pensado para criar um ambiente familiarizado do cão, do deficiente visual e do ambiente externo. 

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"É diferente de utilizar uma bengala, que é apenas um objeto de apoio diante dos obstáculos. O cidadão deficiente visual vai ter um amigo, um protetor e um guia que o levará a lugares que antes ele não imaginava ir”, diz o presidente do Kennel Club de Pernambuco, Luiz Alexandre Almeida. o laboratório foi construído com recursos privados, a partir do financiamento realizado por parceiros como a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Para a formação completa de um cão-guia, são investidos de R$ 20 mil a R$ 30 mil.

O número estimado de cães-guia no Brasil é de cem animais, para uma população de mais de 506 mil pessoas cegas. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 35,7 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual no país. Somente na região Nordeste são 129,4 mil pessoas que não enxergam e mais de dois milhões que têm dificuldades para enxergar.

Em Pernambuco, existem cinco cães em atuação, três deles treinados no Kennel. A cada três meses, esses animais são submetidos a novos testes para garantir que ele não tenha adquirido nenhum vício que prejudique o deficiente. Geralmente os cães escolhidos são das raças Golden Retriever ou Labrador Retriever. Eles são selecionados ainda na ninhada através de técnicas de avaliação de comportamento. O treinamento, que dura cerca de dois anos, começa entre o cão-guia e seu treinador, que vai ensinando ao animal comandos e estímulos.

Em 2005, o Brasil sancionou a Lei nº 11.126, que assegura à pessoa com deficiência visual, usuária de cão-guia, o direito de ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo. No local de treinamento pernambucano, dois cães-guias são treinados atualmente e serão doados ainda neste ano a duas pessoas com deficiência visual que foram selecionadas pelo projeto. Para realizar a inscrição é necessário entrar em contato com o Kennel Club de Pernambuco através do número (81) 3438-5015.

Em uma ação pioneira na capital pernambucana, a mostra cinematográfica “Cine às Escuras” traz ao espectador uma maneira democrática de ter acesso ao cinema. Com filmes nacionais e internacionais sobre o universo erótico, a mostra foi pensada para incluir e se adaptar às pessoas com deficiência visual e auditiva, contando com legendas descritivas, libras e audiodescrição nas exibição das películas. O evento é gratuito e segue até a próxima terça-feira (22), com exibições de filmes no Cinema do Museu, o Cinema do Museu, em Casa Forte, na Zona Norte da cidade, e oficinas de audiodescrição no audiovisual e legendagem descritiva.

Segundo a coordenadora da mostra, Andreza Nóbrega, a proposta de realização do festival é tornar o espaço do cinema mais democrático. "É uma mostra erótica de cinema acessível com uma perspectiva de incluir as pessoas com deficiência, promovendo um espaço de inclusão, em que o público geral possa frequentar o mesmo espaço em condições de igualdade", explicou. Após a exibição dos filmes, que iniciaram às 19h30 deste sábado (19), o público pôde debater com os organizadores da mostra e com alguns diretores dos filmes exibidos. "O debate é uma oportunidade dos espectadores conversarem sobre cinema, sobre acessibilidade e sobre o próprio filme, levantando questionamentos sobre a carência de um cinema mais acessível", argumentou a coordenadora da mostra, que é mestra em educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista em audiodescrição pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

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Em sua primeira edição e com um caráter inédito no Estado, o festival teve início na quinta-feira (17) e as respostas do público, que lota as salas do cinema, já são positivas. "A gente já vê a adesão do público em geral, não só das pessoas com deficiência. Também vemos muitos comentários nas redes sociais e com isso já tivemos a demanda de outros estados querendo que a mostra circulasse pelo Brasil", contou Andreza. As exibições dos filmes conta com os equipamentos de recursos de acessibilidade, como audiodescrição, libras e legendas, que são praticamente escassos no cinema tradicional brasileiro.

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A escolha dos filmes não se basearam pontualmente na temática da acessibilidade. Os realizadores, diretores e produtores puderam inscrever seus filmes e uma comissão de escolha foi montada. "A acessibilidade como temática na escolha dos filmes, a princípio, não era nosso critério de seleção. Mas, apesar disso, a nossa programação conta com quatro filmes que abordam a temática de pessoas com deficiência", explicou Andreza Nóbrega. A temática erótica foi escolhida com o propósito de provocar questionamentos sobre o corpo, relacionamentos, identidade sexual e tantas outras infinitas possibilidades da sexualidade.

Cego há 12 anos e presente na exibição dos filmes neste sábado, o professor Wellignton Barbalho estava ansioso pelo início da sessão. "A iniciativa é muito válida, embora a gente saiba que esse processo de inclusão ainda está no início. Espero que futuramente todas as salas de cinema tenham o material de audiodescrição, por exemplo". Ele contou que após perder a visão não teve mais interesse pelos filmes de erotismo. "Enquanto eu enxergava, assistia muito filme erótico e depois isso se perdeu junto com a minha visão. Quando soube da mostra vim pela curiosidade, e com a audiodescrição espero me excitar com os filmes", sorriu timidamente.

Neste sábado, com a sala praticamente lotada, foram exibidas as películas 'Virgindade' (PE), de Chico Lacerda; 'Um outro ensaio' (RJ), de Natara Ney; e 'Tubarão' (PE), de Leo Tabosa. Os diretores dos filmes estiveram presentes no debate após a exibição e Natara Ney, do Rio de Janeiro, falou sobre a importância de haver mais festivais que contemplem o público em geral. "A gente percebe que o audiovisual tem uma dívida com os deficientes visuais e auditivos. Ele não é tão democrático quanto eu pensava que fosse. Tem sido excludente e por isso a importância desse evento hoje", concluiu. 

Programação

As obras inscritas foram analisadas por uma comissão nomeada pela coordenação do evento, formada pela cineclubista Amanda Ramos, a jornalista e educadora sexual Julieta Jacob (Erosdita) e a professora de Cinema da UFPE, Cristina Texeira. Foram selecionados os curtas "Popoxexeca" (SP), de Ioanna Pappou e Ruth Steyer; "Yes, we fuck" (Espanha), de Antonio Centeno Ortiz e Raúl de la Morena; "Filme para poeta cego" (SP), de Gustavo Vinagre; "Sujo" (PE), de Anderson Almeida, Brenda Souza, Erlânia Nascimento, Everton Frederic Hermany e Sheila Pereira; "Eu queria ser arrebatada, amordaçada e nas minhas costas tatuada" (RJ), de Andy Malafaia; "Virgindade" (PE), de Chico Lacerda; "Um outro ensaio" (RJ), de Natara Ney; "Tubarão" (PE), de Leo Tabosa; "Messalina" (RS), de Cristiane Oliveira; e "Nova Dubai" (SP), de Gustavo Vinagre.

Oficinas

Além das exibições das películas,  a mostra também conta com duas oficinas gratuitas. A primeira,  de 'Legendagem descritiva', será realizada  na segunda (21), das 9h às 16h. Na aula, os participantes terão contato com uma abordagem teórica e prática dos princípios básicos da legendagem para surdos e ensurdecidos em produções audiovisuais, além da experimentação e elaboração de edição de legendas.

Na terça (22), das 9h às 11h e das 18h às 22h, será a vez da oficina de 'Audiodescrição no audiovisual', que será focada nos estudos da tradução audiovisual, envolvendo a audiodescrição como um recurso de acessibilidade cultural e educacional para produções audiovisuais. Além de conteúdos teóricos e uma análise das pesquisas realizadas no Brasil sobre o tema, os participantes receberão uma introdução à elaboração de roteiros de audiodescrição utilizando o software Subtitle Workshop. 

Serviço

Mostra erótica ‘Cine Às Escuras’

De 17 a 20 de março | 19h30

Cinema do Museu - Avenida Dezessete de Agosto - 2187 - Casa Forte - Recife

Entrada gratuita (ingressos são disponibilizados ao público às 18h30)

Oficina Legendagem Descritiva

Segunda (21), das 9h às 16h

Ministrada por Bruna Leão (Universidade Estadual do Ceará)

Carga horária de 6h

Oficina Audiodescrição no Audiovisual

Segunda (21), das 18h às 22h, e terça (22), das 9h às 11h

Ministrada por Klístenes Braga (Universidade Estadual do Ceará)

Carga horária de 6h

Nesta terça-feira (23), o Facebook foi lugar de divulgação de um ato de sensibilidade e solidariedade. Um motorista que fazia a linha Rio Doce/CDU recebeu um passageiro deficiente visual. Ao ver o homem ainda de pé depois de algum tempo, o motorista exigiu que alguém cedesse o lugar, ou o cego iria conduzir o ônibus. 

O fato foi compartilhado na rede social, nesta manhã, pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Bruno Nogueira, que estava presente no veículo. “Subiu um cego agora no Rio Doce CDU e quando o motorista percebeu que ele seguia em pé, parou o ônibus e disse: ‘se ninguém der o lugar, ele vai sentar aqui e dirigir o ônibus’”, comentou na postagem. O internauta contou que havia deixado a filha na escola e seguido para a UFPE.

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“O Rio Doce CDU sempre é bem lotado nessa hora, então pouca gente viu, só quem tava na área da frente. Eu estava esperando receber meu troco da passagem na hora que aconteceu”. O professor detalhou que “um senhor de cerca de uns 50 anos, cego, entrou no ônibus, nas imediações da Rosa e Silva. Daí o motorista percebeu que ele ainda estava em pé quando o ônibus seguiu e aíaconteceu isso que falei”.

Nogueira conta que o fato foi bem rápido e o senhor logo se sentou, mesmo descendo apenas quatro paradas depois. “O pessoal que viu na hora riu, não foi uma bronca. Só tinha idosos sentados e foi um senhor idoso que cedeu o lugar”.

Por conta da atitude, em poucas horas, a história teve mais de 5.200 compartilhamentos e muitos elogios ao condutor do transporte. Nogueira afirmou que se surpreendeu com a grande quantidade de compartilhamentos. “Nem entendi porque teve tanto [compartilhamento] assim. Isso nunca aconteceu antes. Às vezes eu posto algo que chega a 150 likes, mas nunca assim”, explica. 

Motorista identificado

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), o motorista foi identificado. O profissional Willington Manuel Marques é motorista há três anos e participou dos treinamentos de qualidade no atendimento e comportamental para o BRT. O órgão ainda afirma que o condutor explicou que fatos como este acontecem com frequência na sua profissão. 

Em janeiro deste ano, uma notícia entristeceu os amantes do brega funk pernambucano. A dupla de Mc´s Metal e Cego chegou ao fim, por meio de uma declaração do Metal, o Leonardo Correia Souza. Apesar do anúncio, os artistas tentaram retomar o trabalho graças à mobilização dos fãs, entretanto, nessa terça-feira-feira (4), o empresário dos artistas, Oscar Junior, tornou público que a dupla não continuará.

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De acordo com fãs, Metal estava deixando de comparecer a alguns shows. Oscar Junior, em sua página no Facebook, afirmou que ele e Cego tentaram ajudar o Metal, porém, “não foi o suficiente”.

O brega funk agora fica nas mãos do Mc Cego Abusado, que seguirá em carreira solo. Veja abaixo a postagem de Oscar Junior na íntegra:

"Mc Metal durante todos esses anos, tentamos mas tentamos tanto te ajudar, te ver pra frente, te ver feliz.Mas infelizmente tudo o que fizemos ainda não foi o suficiente pra vc, porque pra nós te ajudarmos, tínhamos que ter à sua força de vontade, à sua ajuda.Mas não estávamos tendo, nosso pensamento foi de jamais te abandonar, mas infelizmente vc mudou tudo isso! Só fazíamos e não tínhamos retorno nenhum, não falamos em dinheiro, mas sim de compreensão , de profissionalismo de respeito aos que tanto fizeram por vc. Queríamos que soubesse que pode contar conosco pra tudo, pôs temos um imenso carinho por vc, e vamos ter sempre, vc é um cara inteligente , tem tudo pra ser feliz, mas infelizmente vc deixou com que essa (-----) tomasse conta de vc, vc deixou com que ela acabasse com sua vida, e à nossa também. Só temos à te agradecer por todos os anos que convivemos, por todas às coisas que conquistamos.Mas tudo que começa um dia acaba, e decidimos que não da mas pra continuar do jeito que estamos, vc sem cumprir seus compromissos e sua vida do jeito que está, Só temos uma coisa à lhe dizer se ame, ame sua família à quem te quer bem, e principalmente ame à Deus pôs só ele pode te salvar.Tenha fé , lute seja firme, só o que temos à lhe desejar , pôs queremos muito seu bem, Fica com Deus.

Agora o trabalho continua Mc Cego Abusado!" 

A Secretária Municipal da Educação abriu apuração nesta quinta-feira para averiguar a possível agressão que uma professora teria cometido contra um aluno de seis anos de idade e deficiente visual, na saída da escola localizada na Rua São José do Rio Preto, no Grajaú, zona sul de São Paulo.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), a professora foi vista pelo motorista da van escolar, que transportava o menino de seis anos, maltratando a criança. O motorista afirma que a mulher teria agredido o menino, que é deficiente visual.

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Ainda segundo informou o motorista, ela disse que aquilo seria o castigo pelo menino não ter se comportado na sala de aula. A professora ainda teria ameaçado dizendo que se isso se repetisse, ela iria bater nele com o cinto.

O caso foi registrado no 85º Distrito Policial de Jardim Mirna como maus tratos. Em nota, a Diretoria Regional de Educação (DRE) Capela do Socorro afirmou que vai averiguar os fatos envolvendo aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Bento Alves de Lima Neto e está à disposição para auxiliar a polícia no que for necessário.

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