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Ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Dilma Rousseff, o deputado federal Celso Pansera vai deixar o MDB para se filiar ao PT. A migração deve ocorrer em março, durante a janela que permite parlamentares trocarem livremente de partido sem risco de perda de mandato ou outras punições.

"Só falta assinar a filiação", disse Pansera ao Estadão/Broadcast Político. O parlamentar fluminense, que já foi filiado ao PT, PSTU e PSB, foi um dos seis deputados do MDB punidos em agosto com suspensão de 60 dias das atividades partidárias por terem votado pela aceitação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer.

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Além de Pansera, o MDB espera perder outros três deputados durante a "janela": Laura Carneiro (RJ) e Rodrigo Pacheco (MG), que negociam filiação ao DEM, e Veneziano Vital do Rêgo (PB). Nesse período, porém, a legenda, que tem a maior bancada na Câmara, com 61 deputados, prevê filiar outros cinco deputados.

Entre os parlamentares que devem se filiar ao MDB está o deputado Beto Mansur (PRB-SP). O parlamentar é um dos vice-líderes do governo na Câmara e integrante da chamada "tropa de choque" do presidente Michel Temer na Casa.

Em uma nova investida contra os ministros que têm descumprido decisão do diretório nacional do PMDB pelo rompimento com o governo, os presidentes dos diretórios da legenda em Santa Catarina, deputado Mauro Mariani, e no Acre, deputado Flaviano Melo, apresentaram pedido de expulsão do ministro Celso Pansera (Ciência e Tecnologia).

O processos foram encaminhados à presidência do PMDB que, após análise, deverá distribuí-los para o Conselho de Ética da legenda.

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"Teve uma decisão do diretório pelo desembarque. Penso que os filiados do partido que se negarem a cumprir uma decisão dessa magnitude, têm que ir embora, simples assim. Se não o partido fica desmoralizado", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado federal e presidente estadual do PMDB de SC, Mauro Mariani.

Além do ministério de Ciência e Tecnologia, o PMDB comanda hoje as pastas de Minas e Energia, Saúde, Agricultura, Aviação Civil e Portos.

O presidente estadual da Bahia e primeiro-secretário nacional da legenda, Geddel Vieira Lima, informou ontem que também ingressará no Conselho de Ética do PMDB nesta terça-feira, 5, com pedido de expulsão da ministra Kátia Abreu (Agricultura).

"Além de ela descumprir uma decisão do diretório nacional, ela tem tido um comportamento provocativo, desafiador, em relação ao partido. É um comportamento inapropriado", afirmou Geddel ao jornal. Segundo ele, o processo será acompanhado de uma liminar com pedido de suspensão imediata da ministra.

A fosfoetanolamina não é tóxica e deve ser legalizada como suplemento alimentar até que os testes clínicos comprovem sua real eficácia contra o câncer, concluiu o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), após realizar uma série de estudos em parceria com universidades federais. A sugestão será encaminhada para avaliação dos parlamentares e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em resposta a demandas judiciais, o composto tem sido distribuído pela Universidade de São Paulo (USP) em três cápsulas diárias para cada paciente. "Isso significa que as pessoas estão absorvendo, por dia, em torno de 1g dessa substância. Nessa quantidade, está comprovado que não é tóxico. Temos certeza", assegurou o ministro Celso Pansera.

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Ele considera que legalizar a fosfoetanolamina é "o mais rápido caminho" para eliminar o mercado clandestino e desjudicializar o acesso à substância, que ganhou o apelido de "pílula do câncer" desde o ano passado, quando virou centro de polêmica.

Pacientes terminais conseguiram na Justiça o direito de receber as cápsulas, produzidas pela USP há 20 anos, apesar da falta de estudos científicos que comprovem a eficácia e a segurança do produto para a saúde humana.

"Como suplemento alimentar, o composto pode ganhar as farmácias e as lojas especializadas, com rótulos e orientações claras de que seu uso não substitui nenhum acompanhamento médico ou tratamentos que já têm eficiência conhecida", disse Pansera.

O MCTI informou que verificará com uma pequena empresa de São Paulo - que já tem sintetizado a fosfoetanolamina para fins de pesquisa - e com laboratórios de instituições públicas o interesse em solicitar a patente do produto. Caberá à Anvisa, então, apreciar sua regulamentação como suplemento.

A agência já se manifestou "preocupada" com a aprovação pelos deputados, semana passada, do projeto de lei que autoriza o uso da substância como medicamento, sem que tenha sido testada "de acordo com as metodologias científicas internacionalmente utilizadas". Afirmou, porém, que, se qualquer grupo de pesquisa protocolar solicitação para a realização de estudos clínicos, isso será feito "com presteza e rapidez".

As pesquisas pré-clínicas e clínicas devem seguir sendo conduzidas em animais para avaliar a eficácia contra o câncer, disse Pansera: "É um processo longo e lento, que demanda anos".

Os próximos passos são os testes em um pequeno grupo de pessoas e, depois, em um grande grupo. Os cientistas, vinculados ao MCTI por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), trabalham sobre as reações de células de câncer de pâncreas e de pele à fosfoetanolamina.

"Isso já deveria ter sido feito lá atrás. Foi uma opção dos pesquisadores não fazer. Por conta da polêmica, decidimos fazer o roteiro correto", disse o ministro. Novos resultados devem ser apresentados até a segunda semana de abril.

Pansera afirmou que a sugestão de legalizar a "fosfo" como suplemento considera uma "realidade estabelecida": a de que as pessoas estão consumindo a substância, mesmo de forma ilegal.

"Isso está mitificando o composto. Existem defesas apaixonadas, favoráveis e contrárias. Não tem outra saída senão jogar a luz da ciência sobre esse fato", afirmou.

Ele se disse, ainda, "pessoalmente convencido" de que se trata da "melhor opção" para mitigar a polêmica: "É preciso orientar o consumo para que as pessoas parem de adquirir o produto em feiras livres, porque aí sim existe risco tremendo para a saúde. Temos de trabalhar com responsabilidade".

O ministério não informou se o suplemento poderá ser vendido sem prescrição médica nem se doses maiores que 1g por dia podem ser tóxicas ao organismo. "É uma decisão individual. Nenhum remédio tem garantia de que será consumido apenas na quantidade recomendada pelo médico. Não temos como entrar neste nível de controle", disse Pansera.

Com dois ministros na lista dos investigados pela nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (15), o governo federal emitiu uma nota afirmando esperar que os fatos expostos nessa etapa sejam "esclarecidos o mais breve possível". A Operação Catilinárias, desdobramento da Lava Jato, cumpriu mandados de busca e apreensão contra os ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB. 

"O Governo Federal espera que todos os fatos investigados na nova fase da Operação Lava Jato envolvendo Ministros de Estado e outras autoridades sejam esclarecidos o mais breve possível, e que a verdade se estabeleça", diz o texto, assinado pela Secretaria de Imprensa e Divulgação do Palácio do Planalto, por orientação da presidente Dilma Rousseff (PT), que está em Minas Gerais para uma agenda oficial. 

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A nota diz ainda que a expectativa da gestão federal é de que "todos os investigados possam apresentar suas defesas dentro do princípio do contraditório, e que esse processo fortaleça as instituições brasileiras". Não há confirmações de que a presidente deve substituir os ministros investigados. 

A Operação Catilinárias cumpre 53 mandados de busca e apreensão pelo país. Dois deles, inclusive, são na casa e no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Nomeado em outubro durante a mais recente reforma ministerial, o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB), disse nesta sexta-feira, 11, que, apesar da destituição do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), aliado da presidente Dilma Rousseff (PT), a bancada de deputados peemedebistas é majoritariamente contra o impeachment. Segundo Pansera, a saída de Picciani é fruto de uma disputa interna, mas não reflete uma tendência pelo afastamento da presidente Dilma.

"O PMDB é um partido grande, de centro, sofre pressão da esquerda e da direita e é natural algum tipo de instabilidade. Mas o partido tem, na bancada da Câmara, maioria anti-impeachment. A votação (para a escolha do líder) não reflete o voto no impeachment, reflete uma votação estanque de uma disputa interna", afirmou Pansera.

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Segundo o ministro, o novo líder, Leonardo Quintão (MG), será recebido na próxima terça-feira, 15, pela presidente Dilma Rousseff, em encontro que terá também a presença do vice-presidente Michel Temer, presidente nacional do PMDB. "Acredito que haverá uma conversa franca, que tudo se estabilize normalmente", disse.

O titular da Ciência e Tecnologia, no entanto, não descartou a hipótese de Picciani conseguir formar maioria na bancada e retomar a liderança. "Não descarto nada, a bancada fez sua opção, pode fazer outra", afirmou. O ministro negou que o governo esteja atuando para permitir que Picciani volte à liderança, com a filiação de deputados ao PMDB.

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