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O Ministério da Agricultura confirmou neste sábado, 4, a existência de dois casos do chamado "mal da vaca louca", como é conhecida a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). Além das notificações protocolares, o governo decidiu pela suspensão das exportações de carne bovina para a China, seguindo o compromisso de protocolo sanitário firmado entre os dois países.

De acordo com a Secretaria de Defesa Agropecuária, estes são o quarto e o quinto casos de EEB atípica registrados em 23 anos de vigilância para a doença - o Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica.

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A EEB atípica, segundo o ministério, ocorre de maneira espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. É verificada uma mutação em um único animal. Já a do tipo clássico está relacionada à contaminação por alimentação, quando há a possibilidade de afetar uma maior quantidade de animais do rebanho - como aconteceu entre 1992 e 1993 no Reino Unido.

A China é o maior parceiro comercial do País. Junto com Hong Kong, o país asiático respondeu por uma fatia de 59% da receita e do volume exportado pelo Brasil em carne bovina (in natura e processada) desde o início do ano, de acordo com dados divulgados no sábado pela Associação Brasileira de Frigoríficos.

"Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal", diz a pasta em nota. Os casos foram detectados durante inspeção "ante-mortem", procedimento usado para animais que apresentam idade avançada.

O ministério afirmou ainda que obteve a confirmação na sexta-feira e que, na sequência, informou oficialmente a OIE. A suspensão das vendas para a China seguirá até que as autoridades do país asiático concluam a avaliação das informações repassadas sobre os casos. Há dois anos, quando o Brasil também registrou um caso atípico do mal da vaca louca, as exportações para China ficaram suspensas por quase 15 dias.

"A OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país", diz o ministério. Desta forma, conforme o governo, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, o que não justificaria qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.

Solução rápida

Segundo o pecuarista Pedro de Camargo Neto, consultor em agronegócio e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, a suspensão tende a ser algo momentâneo, visto que os casos são atípicos, ou seja, não existe nada generalizado.

O especialista aponta que a decisão do Ministério da Agricultura de suspender a exportação é uma forma de se antecipar ao problema. Casos semelhantes já ocorreram no passado, inclusive em outros países, frisa.

Agora, o foco será a realização de exames para se provar que os casos são de fato atípicos, e, com a documentação em mãos, abre-se novamente as exportações.

A vantagem com essa medida, segundo Camargo Neto, é que o Brasil passa a ter maior controle da situação, evitando, dessa forma, que a decisão de suspensão de negócios venha da China.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer aproveitou o sábado, 27, para discutir a crise política com ministros do PSDB e com o ex-presidente da República, José Sarney, no Palácio do Jaburu, residência oficial. Temer também se encontrou, no fim do dia, com o ministro da secretaria-geral da Presidência da República, o peemedebista Moreira Franco.

O primeiro encontro promovido pelo presidente foi um almoço com os ministros tucanos Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Bruno Araújo (Cidades) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e com o general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Aloysio Nunes e o general chegaram ao Jaburu acompanhados de suas mulheres, que foram recebidas pela primeira-dama Marcela Temer.

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Pressionados por parte dos deputados do partido da Câmara, o PSDB, de Imbassahy, Araújo e Nunes, ensaia desembarcar da base aliada do governo peemedebista. Enquanto os tucanos almoçavam com o presidente, outro cacique do partido, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), em São Paulo, voltou a defender que o compromisso do PSDB não é com o governo, mas com o País.

"Nosso compromisso é com o Brasil, com as reformas, que são necessárias para retomar a atividade econômica. E não mudou a nossa posição em relação ao governo Temer, pelo contrário, diante da instabilidade estamos e ficaremos ajudando e aguardando os desdobramentos", disse o governador. "Muitas coisas não dependem de nós".

Sarney. No final da tarde, Temer ainda recebeu o ex-presidente José Sarney. O peemedebista chegou à residência oficial por volta das 16h30. A assessoria do Palácio do Planalto não informou o motivo do encontro. Enquanto Sarney e Temer ainda estavam reunidos, o ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência da República, Moreira Franco, também apareceu no Jaburu. Após duas horas de conversa com Temer, por volta das 18h30, Sarney (PMDB) também deixou o local.

Mesmo após fechar 2014 com um rombo superior a R$ 50 bilhões, a Previdência Social não passará por uma grande reformulação nos próximos anos, afirmou nesta sexta-feira (2), o novo ministro, Carlos Gabas. "Não defendemos uma grande reforma da Previdência. Precisamos fazer alguns ajustes, mas de acordo com a evolução demográfica", disse, logo após a cerimônia de transmissão de cargo, uma das mais concorridas em Brasília.

Para sanar os problemas de curto prazo, as regras mais rígidas para a concessão de pensão por morte e auxílio-doença são suficientes neste momento, defendeu o novo ministro. Até então secretário-executivo do ministério, Gabas afirmou que não há hoje a possibilidade de risco de quebra da Previdência. "Mas é preciso fazer ajustes."

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Medidas impopulares costumam ser apresentadas nos primeiros anos de todos os governos, quando ainda há uma lua-de-mel entre o Executivo e o Legislativo. Não desta vez. Se uma grande reforma não foi desenhada no primeiro mandato de Dilma Rousseff, agora o quadro está mais complicado, já que a base parlamentar governista é menor do que há quatro anos. Como a medida provisória com as novas regras de concessão precisa ser apreciada pelo Congresso, Gabas pediu a colaboração de seu antecessor no cargo, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), para aprovar as mudanças.

Idade

Um dos ministros mais próximos da presidente Dilma Rousseff, Carlos Gabas também garantiu não haver qualquer estudo sobre uma mudança na idade mínima para aposentadoria e afirmou que os direitos adquiridos por aposentados e beneficiados não serão retirados. Haverá apenas, de acordo com ele, algumas alterações para fortalecer a Previdência. O discurso é idêntico ao adotado pelo Palácio do Planalto.

Não é justo, na avaliação do novo ministro, conceder benefícios permanentes e no teto máximo da Previdência por pensão de morte, por exemplo, a pessoas que não contribuíram ou que fizeram apenas uma contribuição. "Hoje, a lei permite isso, mas não é justo com quem contribuiu durante anos e precisamos que a Previdência seja mais justa e sustentável", argumentou. E também disse ser contrário ao fato de benefícios temporários gerarem mais regalias do que os permanentes. "Não pode haver distorções, precisamos acabar com elas".

O paulista Gabas, funcionário de carreira, começou a trabalhar em Brasília no primeiro ano do governo Lula, levado pelo novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. A solenidade de posse foi uma das cerimônias mais concorridas da Esplanada, com a presença de ministros do primeiro e segundo mandato de Dilma. Até o antecessor Garibaldi Alves, conhecido pelas tiradas, brincou com a presença de tantas autoridades no local. "Aqui tem mais cacique do que índio, tem mais autoridades do que nunca", disse, levando os presentes às gargalhadas. "São tantas as autoridades, que a gente deveria esperar um pouco pela presidenta Dilma."

O ex-ministro Garibaldi atropelou seu sucessor e anunciou que a substituta de Lindolfo Sales na presidência do INSS será Elisete Berchiol da Silva Iwai, que era braço direito de Gabas como secretária-executiva adjunta da Previdência. O novo ministro confirmou a mudança e disse que ela começaria no novo posto na próxima segunda.

Numa decisão totalmente inesperada, o Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros, para 11,25% ao ano, na primeira ação depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff. Desde abril, a Selic estava em 11,00% ao ano. No comunicado que se seguiu à decisão, a diretoria da instituição avaliou que seria oportuno ajustar as condições monetárias para garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016.

Com a surpresa, os economistas já vão amanhã cedo refazer os cálculos para as projeções de vários indicadores e também definir as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o início de dezembro. Até porque havia unanimidade entre os analistas do mercado financeiro de que a taxa seria mantida hoje em 11,00% ao ano.

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Um fator que será fundamental para o BC nas próximas decisões de política monetária é o comportamento do dólar. Principalmente depois que o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) anunciou na tarde de hoje que não irá mais continuar com seu programa de compra de ativos. Embora amplamente esperado, o encerramento pressiona as moedas de países emergentes, como o real.

Além disso, a divulgação é vista como um prenúncio de que a alta dos juros por lá está mais próxima. O anúncio se deu antes do início da segunda parte da reunião do Copom e se encaixa no teor do alerta feito pela diretoria do BC no Relatório Trimestral de Inflação de setembro sobre a aversão ao risco que se instalou no mercado internacional.

Do lado doméstico, a elevação da taxa nesta quarta-feira se deu em meio a indefinições sobre a permanência dos membros do Copom em seus cargos. Apesar de haver um consenso no mercado sobre a permanência de Alexandre Tombini à frente do BC, aguarda-se a oficialização dessa expectativa pela presidente Dilma. Se a estabilidade da Selic já era bola cantada, os diretores tiveram que lidar com um fator exógeno na reunião, que são os rumores sobre os possíveis desligamentos de seus cargos. Muitos estão "incomodados" com essa situação de indefinição.

Há um consenso, no entanto, de que nenhum deles baterá o martelo sobre o rumo de suas carreiras antes da definição na alta cúpula da instituição. Antes disso, é aguardado o novo nome do Ministério da Fazenda, que hoje tem como titular Guido Mantega. Vale lembrar que o BC é subordinado à Pasta e que em casos como o de um possível descumprimento da meta de inflação, por exemplo - que pode ocorrer este ano -, o presidente da instituição tem que dar satisfação ao ministro da Fazenda.

Apesar do marasmo da economia, pesou na decisão sobre os juros, segundo as primeiras análises de economistas, a tendência altista dos preços. A inflação oficial do País escapou do teto da meta de 6,5% - em 12 meses até setembro, o IPCA estava 6,75%. Há ainda uma expectativa de redução da taxa até o final do ano, mas convergência para o centro da meta de 4,5% mesmo, como até o BC admite, só em 2016. O BC já deve ter incorporado em sua decisão de hoje a informação também de que a política fiscal não tem contribuído para a administração da política monetária ao longo deste ano, com reflexos em 2015.

Um índio morto e 8 policiais feridos, além da destruição da sede da Fazenda Buriti, incendiada pelos indígenas, foi o saldo da operação realizada por 250 policiais militares e contingente da Polícia Federal, cujo número de agentes não foi informado. O palco das ações foram as fazendas Cambará e Buriti, alvos de operação de reintegração de posse com força policial determinada pela Justiça Federal. Os índios deixaram o local e voltaram para a Aldeia Córrego do Meio, também situada no município de Sidrolândia.

O corpo do índio morto foi levado para a aldeia. O sepultamento será nesta sexta-feira. Segundo os líderes da invasão, além de um morto, 5 índios terenas foram feridos por arma de fogo. Eles afirmaram que os policiais utilizaram munição normal e não balas de borracha.

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O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), no entanto, negou o uso dessa munição. "A tropa que prestou apoio é a Cigcoe - Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais - especializada em atuar nessas condições, o que inclui a utilização dos equipamentos adequados para proteção do policial e o emprego de armas com munição unicamente do tipo elastômero (balas de borracha), não sendo utilizada pelos policiais armas de fogo nestas situações", disse.

O governador ressaltou ainda que o comando da PM recebeu da Polícia Federal informação de que os índios teriam usado armas de fogo contra os policiais.

Em visita à favela Santa Marta, em Botafogo (zona sul), primeira comunidade do Rio a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o vice-presidente americano, Joe Biden, disse que os Estados Unidos também buscam caminhos para melhorar a vida das comunidades carentes. Biden passou 45 minutos na favela, mas não foi até o alto do morro. Conversou com policiais em um destacamento da UPP localizado na entrada da comunidade, circulou por algumas vielas e visitou a associação de moradores. Biden surpreendeu os moradores ao entrar em uma mercearia e comprar um pacote de biscoitos.

"Não há país no mundo, incluindo os Estados Unidos, que não tenha algumas partes que precisam de assistência adicional. Algumas partes do meu país são deterioradas, nas cidades do interior. Estamos trabalhando muito duro para descobrir como lidar com isso", afirmou Biden, depois de ouvir uma explicação detalhada do processo de pacificação, em 2008, e dos programas de saneamento, urbanização e ampliação de serviços à população.

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"O Brasil está tentando lidar com isso. Eles transformaram o que era uma área extremamente deteriorada em uma local que atrai milhares de turistas, com o patrocínio do governo", elogiou. O vice-presidente foi recebido pela major Pricila Azevedo, ex-comandante da UPP que, em 2012, recebeu o prêmio Mulher Coragem das mãos da primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama.

"Eu disse à major que nenhuma das coisas que encontramos pelo mundo é o que podemos chamar de polícia comunitária. Quando a polícia passa a conhecer os moradores, tudo muda. Antes das mudanças, a polícia era vista como inimiga. Seja aqui, na Índia ou nos Estados Unidos, percebemos que a polícia ser vista como amiga torna as coisas mais difíceis para o crime", afirmou Joe Biden.

A Polícia Federal e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) reforçaram a segurança na favela pacificada, durante a passagem do vice-presidente. Desde o início da manhã os agentes ocuparam vários pontos do morro.

Joe Biden visitou a favela em um dia difícil para os moradores, que ficaram sem os bondinhos do plano inclinado, parado por causa de uma greve dos condutores, que reivindicam pagamento de horas extras. As pessoas que vivem na parte mais alta do morro tinham que subir e descer a pé pelas escadas e ruas. Dois bondinhos estavam de prontidão para o caso de Joe Biden querer conhecer o cume do morro, onde fica a sede da UPP, mas o vice-presidente ficou apenas na parte baixa da comunidade.

Biden posou para fotos e atraiu a atenção dos moradores, embora tenha causado muito menos frisson que as visitas de astros como Michael Jackson e Madonna à mesma favela. "Ele é muito simpático, comprou até um biscoito wafer aí na frente. Fiz uma foto com ele e vou botar no Facebook", contou Cleo Regina Misquita, secretária da associação de moradores.

Ao se despedir, Joe Biden reforço os elogios à política de pacificação do Estado. "Passei aqui apenas 45 minutos. Não sou um especialista, mas o que vi foi encorajador", afirmou Biden. "Não importa em que parte do mundo eu fui, mas o que vi é que, quando o governo mostra respeito e reconhece a dignidade das pessoas, se elas vivem em um bairro, em uma favela ou em uma boa vizinhança, as coisas começam a mudar. É o que vejo aqui", afirmou.

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