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O CEO da Match, Raymond Whelan, beneficiado por uma liminar concedida na última terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona norte do Rio, às 14h40 desta quarta. Com os cabelos raspados - como é de praxe para todo preso no sistema carcerário do Rio -, o executivo inglês saiu do presídio acompanhado de advogados do escritório de seu defensor, Fernando Fernandes.

Whelan é acusado de ser o principal fornecedor do milionário esquema de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo desarticulado pela "Operação Jules Rimet", da polícia civil e do Ministério Público do Rio. Ele estava preso em Bangu desde 14 de julho, um dia após a final da Copa, quando se entregou após passar cinco dias foragido.

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Dos 12 acusados de envolvimento na quadrilha, dois agora estão soltos: Whelan e o advogado paulista (ex-empresário do jogador Elano) José Massih, que já respondia em liberdade. O franco-argelino Lamine Fofana, de 57 anos, apontado pela polícia como o líder da quadrilha, continua preso em Bangu.

Na decisão proferida de sua casa, em Brasília, às 10h30 de terça (mas divulgada somente à tarde pelo STF), o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirmou que o inglês deve permanecer no Rio e atender à Justiça sempre que solicitado. O passaporte do CEO da Match está detido no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

Como a decisão se trata de uma liminar, ainda cabe recurso, desde que o Ministério Público queira por exemplo entrar com um agravo contra a decisão. O MP-RJ ainda informou se pretende recorrer. O mérito do habeas corpus (conteúdo do pedido) ainda tem de ser analisado pela turma do STF, que só se reúne às terças-feiras - e nada garante que o caso seja incluído já na pauta da semana que vem.

A defesa de Whelan informou que vai trabalhar agora para conseguir o arquivamento das acusações. Na decisão que libertou o inglês, Mello afirmou que o risco de uma possível fuga do Brasil não justifica a manutenção da prisão preventiva. "As fronteiras são quilométricas, a inviabilizar fiscalização efetiva. Todavia, essa circunstância territorial não leva à prisão de todo e qualquer acusado. Há meios de requerer-se a estado estrangeiro a entrega de agente criminoso, ou até, em cooperação judicial, de executar-se título condenatório no país em que se encontre".

Claudio Bravo, o goleiro titular do Chile na Copa do Mundo de 2014, ainda não acredita como sua seleção deixou escapar a vitória contra o Brasil nas oitavas de final da competição, em confronto realizado no Mineirão, em Belo Horizonte.

"A sensação que tínhamos era de que poderíamos ter vencido aquele jogo contra o Brasil. O que faltou foi sorte. Por isso o grande sentimento de tristeza", declarou o jogador, em Genebra, ao responder perguntas da reportagem. Bravo, depois do Mundial, foi contratado pelo Barcelona e nesta quarta-feira joga na Suíça um amistoso diante do Napoli.

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O jogo entre Brasil e Chile terminou empatado por 1 a 1 e, nos pênaltis, a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari se classificou para a fase seguinte da Copa. Nos últimos minutos do segundo tempo da prorrogação, o Chile ainda acertou o travessão do Brasil, no que poderia ter sido um gol histórico.

"A sensação de tristeza era muito grande. A sensação que ainda tenho é de que poderíamos ter vencido aquele jogo", completou Bravo, que espera agora conseguir se firmar como goleiro titular do Barcelona.

Um dos lemas da Copa do Mundo do Brasil seria a luta contra a discriminação e o racismo, uma bandeira promovida pelo governo brasileiro e pela Fifa. Mas, segundo a principal entidade que monitora esses incidentes no mundo do esporte, a Fare, o torneio viu uma proliferação assustadora de casos de propaganda neonazista nos estádios brasileiros. A instituição, inclusive, acusa os organizadores do Mundial de terem "fechado os olhos" para o problema.

Um levantamento produzido pela Fare revelou que pelo menos 14 atos de racismo ou discriminação ocorreram nos estádios brasileiros durante as 64 partidas da Copa. Ainda assim, praticamente ninguém foi punido. Segundo a instituição, os incidentes incluíram "abusos homofóbicos e racismo". O mais frequente, no entanto, foi o registro de "propaganda da extrema-direita europeia".

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Na Europa, eleições em vários países nos últimos meses têm registrado o aumento de apoio a grupos xenófobos. O levantamento da Fare apontou que a exposição dos símbolos neonazistas chegou ao Brasil durante a Copa. Os casos foram notados desde o jogo de abertura, em que a seleção brasileira derrotou a Croácia. Na ocasião, torcedores croatas abriram no Itaquerão uma bandeira com uma saudação da organização fascista Ustashe, que atuou na Segunda Guerra Mundial e matou milhões de pessoas.

Em 16 de junho, na goleada da Alemanha sobre Portugal, na Arena Fonte Nova, em Salvador, um torcedor abriu a Reichskriegsflagge, a bandeira de guerra da Alemanha Imperial, usada entre 1867 e 1921. A bandeira é proibida em praticamente toda a Alemanha e é usada como símbolo de grupos de extrema-direita.

Um dia depois, na partida entre Rússia e Coreia do Sul, na Arena Pantanal, em Cuiabá, um cartaz com símbolos neonazistas foi visto no estádio. O cartaz trazia o crânio da SS-Totenkopf, uma cruz celta e a bandeira da Rússia Imperial, todos usados pela extrema-direita. O mesmo ocorreu na partida entre Argélia e Rússia, em 26 de junho.

A Fare apontou ainda que as manifestações neonazistas não se limitaram aos estádios. Alguns grupos chegaram a divulgar fotos em locais como o Cristo Redentor, no Rio.

Apesar de todos esses casos, a entidade lamentou que a Fifa não tenha monitorado e punido os responsáveis. "É uma vergonha que a Fifa pareça ter fechado os olhos para os incidentes", declarou Piara Powar, diretor executivo da entidade.

A Fifa afirmou que chegou a investigar alguns dos casos apontados pela Fare, mas julgou que não poderia aplicar nenhum tipo de multa ou penalizar as seleções envolvidas.

Jeff Webb, presidente da Concacaf e um dos líderes do movimento de combate ao racismo no futebol, também atacou a passividade da Fifa. "Existe uma desconexão entre o discurso e a execução. É lamentável", disse o dirigente das Ilhas Cayman.

A Copa do Mundo de Futebol, realizada entre junho e julho, teve uma influência negativa nas vendas dos supermercados mineiros no mês passado. Conforme dados da Associação Mineira de Supermercados (Amis), no mensal "Termômetro de Vendas", divulgado nesta terça-feira, 29, o faturamento dos estabelecimentos do Estado recuou 2,76% em junho na comparação com maio. Ante junho do ano passado, há alta de 1,15%. Os resultados já estão deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE.

A entidade explicou que não houve recuo direto dos gastos dos consumidores no período, mas as vendas foram influenciadas diretamente pelos dias em que as lojas foram fechadas mais cedo devido aos jogos. "Outro fator que pesou nesse resultado foi o número de dias de venda. Junho, com 30 dias, teve quatro finais de semana, enquanto em maio, além de 31 dias, teve cinco finais de semana, que são os melhores dias de vendas", afirmou a Amis, em nota.

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Ao mesmo tempo, conforme antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, as vendas de itens como bebidas e carnes aumentaram em mais de 20% nos supermercados mineiros, mas não foram suficientes para compensar a queda total do faturamento mensal.

De janeiro a junho, o faturamento do setor supermercadista de Minas Gerais cresceu 2,32% ante o mesmo período de 2013. A Amis reiterou o projeção para o ano de um crescimento no faturamento de 3,5% ante 2013. Os dados nacionais, compilados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), serão divulgados nesta quarta-feira, 30, a partir das 11 horas.

As análises feitas por especialistas de todo o mundo para explicar como a Alemanha chegou por quatro Copas do Mundo seguidas à semifinal nunca deixaram de citar o trabalho nas categorias de base dos clubes na última década. Agora é o capitão do tetracampeonato alemão, Philipp Lahm, quem exalta as mudanças passadas na raiz do futebol local.

"(Os jogadores campeões) fomos muito beneficiados pelos investimentos nas categorias de base na Alemanha ao longo dos últimos 10 ou 15 anos. Cada clube da Bundesliga (Campeonato Alemão) tem o seu centro de formação de jogadores, os treinamentos se tornaram mais intensos e mais profissionais e os clubes contam com treinadores com qualificação comprovada", avaliou Lahm, em entrevista publicada no site oficial da Fifa nesta sexta-feira.

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Talvez o jogador mais importante taticamente dentro do time de Joachim Löw, Lahm lembra que a equipe campeã mundial teve uma formação diferente na comparação com seleções alemãs mais antigas. "Em todas as gerações havia bons jogadores na Alemanha, mas nos últimos anos demos um salto também taticamente. O sucesso na Copa do Mundo foi um triunfo das estruturas que a Federação Alemã de Futebol implantou juntamente com os clubes."

As mudanças no futebol da Alemanha, porém, claramente não são exclusivamente táticas ou técnicas. Afinal, os alemães, sempre conhecidos pela postura rígida, muitas vezes frias, saíram da Copa do Mundo como uma das equipes mais carismáticas, num sinal de uma nova Alemanha. "Não sei se foi o país que mudou o futebol ou na verdade o futebol que mudou o país. Acredito que ambas as coisas andam de mãos dadas', comentou.

Na entrevista ao site da Fifa, Lahm mostrou uma serenidade ímpar. Capitão do time alemão, mostrou ser um jogador maduro, com profundo conhecimento de futebol e engajado em diversas causas. "Sou impulsionado por uma espécie de consciência do dever de fazer as coisas bem feitas. Não podemos deixar de nos posicionar, agir e tomar decisões. Toda pessoa que tem responsabilidade já viveu isso", comentou.

Pacificador, ergueu a taça da Copa do Mundo como um unânime capitão da Alemanha. "Tenho uma mentalidade de que é necessário evitar conflitos que não acrescentem nada a ninguém. Mas nunca tive dificuldades de formular o meu ponto de vista com clareza e nunca tive problema para aceitar compromissos. Porque acredito que não existe um caminho ideal, e sim que precisamos sempre nos comunicar uns com os outros", explicou.

A Copa do Mundo terminou há quase duas semanas, mas o presidente da Match, Jaime Byrom, continua no Brasil. No último fim de semana, ele até voltou à Inglaterra, onde mora e fica a sede da empresa, mas logo retornou ao Rio para acompanhar de perto a situação do cunhado e funcionário Raymond Whelan, acusado de ser o principal fornecedor do milionário esquema de venda ilegal de ingressos do Mundial que foi desarticulado pela operação policial "Jules Rimet".

Whelan ocupa o cargo de CEO da Match e é casado com a irmã de Jaime, Ivy Byrom. Depois de passar quatro dias foragido, ele se entregou à polícia em 14 de julho e, desde então, está preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Dos 12 acusados de participação no esquema de venda ilegal de ingressos da Copa, apenas um está solto, o advogado José Massih, que responde o processo em liberdade.

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Segundo Jaime Byrom, não partiu da Match a ordem para que Whelan deixasse o Copacabana Palace, onde estava hospedado, pela porta de serviço - saiu do local 18 minutos após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça e sete minutos antes da chegada dos policiais ao hotel. "Eu não estava presente, mas posso te dizer que não foi a Match. Acredito que ele foi aconselhado por seu advogado a ir com ele para mais orientações", afirmou o presidente da empresa, em entrevista exclusiva nesta quinta-feira. O delegado que investiga o caso, Fábio Barucke, da 18ª DP (Praça da Bandeira), já afirmou que pretende indiciar o advogado de Whelan, Fernando Fernandes, por favorecimento pessoal.

"Não sou advogado e peço que leve isso em conta, mas meu entendimento é que os termos do habeas corpus que libertou originalmente Ray simplesmente o impediam de deixar o Rio por mais de oito dias seguidos ou deixar o País. Não acredito que os termos do habeas corpus eram de que ele deveria ficar especificamente no Copacabana Palace", afirmou Byrom.

O presidente da Match disse ainda não saber onde Whelan passou o fim de semana em que ficou foragido - antes de se entregar, ele foi procurado em pelo menos 15 lugares diferentes, até no Maracanã no dia da decisão da Copa do Mundo, por policiais da 18ª DP.

Byrom também reforçou o posicionamento da Match até agora: Whelan é inocente e não cometeu nenhum ato ilegal. Para ele, as leis brasileiras (como o Estatuto do Torcedor) proíbem a venda de ingressos por preços acima do chamado "valor de face", mas não dos pacotes de "Hospitalidade" da Fifa, que são negociados pela Match.

Os 21 principais aeroportos brasileiros, que concentraram o fluxo de torcedores durante a Copa do Mundo, receberam 17,8 milhões de passageiros entre os dias 10 de junho e 15 de julho. Esse intervalo de tempo compreende o período entre dois dias antes e dois dias depois do final do mundial. O número é quase 13% maior que em igual período do ano passado, quando esses mesmos terminais receberam 15,8 milhões de pessoas. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira, 23, pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC-PR).

Guarulhos foi o aeroporto que mais movimentou passageiros durante a Copa, com 4,1 milhões de passageiros. O aeroporto do Galeão registrou fluxo de 1,92 milhão de passageiros. Em Brasília, foram 1,77 milhão de passageiros no período. O aeroporto de Congonhas, na capital paulista, registrou 1,41 milhão de passageiros. Em Confins (MG) foi registrada movimentação de 1,12 milhão de passageiros.

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O recorde de movimento nos aeroportos brasileiros foi registrado em 14 de julho, dia seguinte à final entre Alemanha e Argentina, um dos maiores picos de movimentação do ano, se considerada toda a malha: 560 mil passageiros. A SAC destaca que cada aeroporto teve o próprio dia de maior movimento.

Em Salvador, por exemplo, a Copa atraiu mais gente para o aeroporto do que o Carnaval, o principal evento anual do calendário turístico. Foram 36,7 mil pessoas no dia 14 de junho, 15% a mais do que no dia de maior movimento do Carnaval deste ano, cita a SAC.

No Rio de Janeiro, o dia 14 deste mês bateu recorde histórico de movimentação nos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, com foram 101,5 mil pessoas transitando pelos terminais, destaca a SAC. Isso significa cerca de 5% mais do que as 95,6 mil pessoas que passaram pelos dois terminais no dia seguinte à final da Copa das Confederações.

No dia 9 de julho, o aeroporto de Guarulhos bateu seu recorde de movimentação na Copa, com 1.040 voos. Nesse dia, em média, um voo pousou ou decolou no aeroporto a cada 1 minuto e 23 segundos, ou seja, 43 movimentos por hora.

"Graças ao planejamento rigoroso e aos investimentos realizados desde 2011 na ampliação e reforma dos aeroportos, pudemos operar essa estrutura e manejar esse pico de demanda com alto grau de pontualidade", afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.

O índice médio de atrasos superiores a 30 minutos nas partidas foi de 6,94% entre 10 de junho e 15 de julho. A SAC cita que na União Europeia, os atrasos com mais de 30 minutos em todo o ano de 2013 representaram 7,6% do total.

O tempo médio de restituição de bagagem nos nossos aeroportos durante a Copa foi de 8 minutos e 36 segundos para os voos domésticos e de 28 minutos e 18 segundos nos internacionais. O check-in doméstico demorou, em média, menos de 11 minutos. E a emigração ocorreu em 5 a 7 minutos, cita o balanço divulgado hoje.

A SAC argumenta que os principais aeroportos que atenderam as cidades-sede da Copa de 2014 receberam quatro vezes mais pessoas que os principais aeroportos da África do Sul durante a Copa de 2010. Segundo a Secretaria, passaram pelos terminais de passageiros sul-africanos cerca de 4 milhões e meio de pessoas entre 1º de junho e 17 de julho de 2010. Como comparação, a SAC cita que no Brasil, Guarulhos movimentou sozinho mais de 4 milhões de pessoas durante a Copa 2014.

Único país sul-americano eliminado na primeira fase da Copa de 2014, o Equador resolveu trocar de técnico. O presidente da Federação Equatoriana de Futebol (FEF), Luis Chiriboga, oficializou a saída do colombiano Reinaldo Rueda e já confirmou Sixto Vizuete como substituto para o cargo.

O dirigente informou que a entidade optou por não renovar o contrato do treinador, assim como firmou um acordo de curto prazo com Vizuete, equatoriano que assinou compromisso para dirigir a seleção do país apenas até janeiro de 2015. Essa, porém, será a sua segunda passagem pelo comando da equipe nacional, dirigida por ele anteriormente entre 2007 e 2010.

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Chiriboga agradeceu Rueda pelo trabalho realizado no comando do Equador, que ao menos conseguiu assegurar uma vaga na Copa disputada no Brasil. "A diretoria agradece tudo que o professor (técnico) fez pelo futebol equatoriano: a classificação ao Mundial, a oportunidade que deu a muitos jogadores para que se consolidassem na seleção equatoriana. Por tudo isso, enviamos uma carta de agradecimento a Rueda e à sua equipe de trabalho", afirmou o dirigente.

Rueda, por sua vez, escreveu uma carta de agradecimento à FEF, na qual destacou a "generosidade, apoio e lealdade em todos os momentos" enquanto esteve à frente do time nacional. Ele também agradeceu o apoio dado pelo presidente do Equador, Rafael Correa, e por todos "equatorianos de coração" em sua despedida.

O Equador será adversário da seleção brasileira em amistoso marcada para 9 de setembro, nos Estados Unidos, onde o time agora comandado por Dunga também irá encarar a Colômbia, quatro dias antes. A seleção equatoriana integrou o Grupo E do último Mundial, no qual caiu por 2 a 1 diante da Suíça, venceu Honduras por 2 a 1 e depois foi eliminada ao empatar por 0 a 0 com a França.

Cerca de 19 mil passageiros utilizaram ônibus fretados para viajar entre diversos países e o Brasil durante a Copa do Mundo. Os argentinos lideraram com 67% das 365 das viagens realizadas, ou 244 ao todo, informou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O principal destino dos torcedores do país vizinho foi o Rio de Janeiro, com 172 viagens. Os uruguaios fretaram 63 e os chilenos, 51.

Os fretamentos internos somaram 6.869 viagens com destino às cidades-sede, o que representa 32% do total de deslocamentos interestaduais realizados no período do Mundial. Esse volume foi responsável pelo transporte de 235.664 passageiros. São Paulo foi o principal destino dos fretamentos interestaduais com 3.986 viagens, ou 58% do total.

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Aproximadamente 3,4 milhões de pessoas viajaram para as cidades-sede da Copa em linhas regulares de transporte rodoviário interestadual entre 10 de junho e 14 de julho, segundo a ANTT. Neste período foram 2.653 viagens extras e 2.077 delas envolveram alguma sede do torneio. Brasília e Rio de Janeiro foram os principais destinos de viagens extras, com 596 e 553 solicitações, respectivamente.

A agência informou, ainda, ter fiscalizado 10.490 veículos com destinos nacionais e internacionais durante a Copa do Mundo, com 1.447 autos lavrados.

O primeiro dos nove investigados da segunda fase da operação "Jules Rimet" - que em sua primeira parte desarticulou um esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo e acusou 12 pessoas, entre elas o CEO da Match, Raymond Whelan - foi ouvido nesta quinta-feira pela Polícia Civil do Rio. Ex-empresário de jogadores como Edilson, Denilson e Júnior Baiano, Luiz Antonio Vianna de Souza, de 48 anos, prestou depoimento por quase duas horas na 18ª DP (Praça da Bandeira), que investiga o caso.

Segundo a polícia, ele contou ter pessoalmente visto o franco-argelino Lamine Fofana, preso desde o dia 1º de julho e acusado de ser o líder da quadrilha, receber cerca de US$ 100 mil em espécie por vendas de ingressos e de camarotes, em diferentes ocasiões e locais, que os policiais não quiseram detalhar.

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Para o promotor Marcos Kac, que participa da operação junto com a polícia, a quantia vista por somente um dos investigados mostra o quão grandioso era o volume de dinheiro movimentado pela quadrilha. A polícia estima em pelo menos R$ 200 milhões.

Nesta quinta-feira, além do novo depoimento, teve início a tentativa de rastreamento do dinheiro da quadrilha, com o apoio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da polícia. Até o momento, os investigadores ainda não conseguiram descobrir as contas bancárias de Fofana - só dos integrantes brasileiros do grupo. "Queremos saber para onde foi o dinheiro", disse o promotor Marcos Kac.

Nesta sexta-feira, um outro empresário ligado ao franco-argelino tem depoimento marcado na 18ª DP. Os policiais não revelaram seu nome, disseram apenas que ele também está entre os nove investigados na segunda fase da operação.

Em ligações telefônicas interceptadas pela polícia, Luiz Antonio Vianna de Souza foi flagrado pedindo ingressos para o franco-argelino. No depoimento e também em entrevista aos jornalistas, na saída da delegacia, ele negou ter comprado ou revendido as entradas, mas admitiu ter longa relação com Fofana. "Eu ajudava ele nos deslocamentos, procurava casa para alugar. Ajudei em muitos negócios, sim, porque tinha muito interesse comercial no Lamine. Ele é empresário de futebol e eu 'vendo' jogadores", afirmou.

O empresário contou ter conhecido Fofana há quatro anos, quando tentou uma transferência do atacante Adriano para Dubai, sem sucesso. Com base nas gravações telefônicas e em outros indícios, a polícia quer averiguar qual era a ligação de Luiz Antonio Vianna de Souza com o franco-argelino e a quadrilha.

O empresário admitiu ter sido o responsável por convidar os campeões mundiais de 1970 para a festa que Fofana promoveu dias antes de ser preso, no restaurante Palaphita, na Lagoa, zona sul do Rio. Luiz Antonio Vianna de Souza foi fotografado na festa pelas duas agentes infiltradas da 18ª DP ao lado de nomes como Jairzinho e Mozer.

Quem pagou a conta daquela festa, segundo Luiz Antonio Vianna de Souza, foi Fofana. O empresário revelou também que muitos dos presentes na ocasião - ele inclusive - foram levados de graça pelo franco-argelino para camarotes no Maracanã em dois jogos da Copa: Argentina x Bósnia e França x Equador.

EXECUTIVO - A defesa de Raymond Whelan, CEO da Match que continua preso no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, informou nesta quinta-feira que entrou com novo habeas corpus pedindo a liberdade do inglês, desta vez no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Outro pedido de habeas corpus está na segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e será analisado pela desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal.

No pedido apresentado ao STJ, o advogado Fernando Fernandes quer "suspender os pedidos de prisão" até que o outro habeas corpus seja julgado pela desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto. Nesta semana, a magistrada já negou pedido de extensão do habeas corpus de terça-feira da semana passada, que libertou o inglês, para o novo pedido de prisão (de quinta), que o levou novamente a ser detido.

As vendas do comércio brasileiro durante o período de 31 dias da Copa do Mundo, entre 12 de junho e 13 de julho, caíram 11,3% ante período imediatamente anterior, entre 11 de maio e 11 de junho, segundo levantamento da Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). De acordo com Flávio Calife, economista da empresa, a pesquisa não avaliou serviços e hotelaria, que foram beneficiados com o campeonato.

O levantamento fez um recorte apenas do comércio a partir da base de dados nacional da Boa Vista, com consultas feitas pelos comerciantes de todo o varejo no período e contabilizou os jogos do Brasil como feriados, o que fez com que o período avaliado tivesse 14 dias úteis, ante 19 dias úteis no período anterior.

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"Os dias de jogos do Brasil foram nulos para o varejo e pode ser que as compras que seriam feitas no período sejam feitas nos próximos meses. Mas, se olharmos o movimento comércio para o ano, ele deve ser menor que em 2013", disse Calife.

No entanto, o levantamento apontou que, mesmo com a redução em 2014, o movimento do comércio cresceu 2,6% no período da Copa do Mundo do Brasil se comparado ao mesmo período de 2013.

Das ocorrências policiais registradas durante a Copa do Mundo no Rio de Janeiro, 74% foram furtos, informou a Secretaria de Estado de Segurança. O órgão não divulga o número absoluto de casos no período, mas informa que ficou abaixo do registrado na Jornada Mundial da Juventude (23 a 28 de julho de 2013) e Copa das Confederações (15 a 30 de junho de 2013).

Os dados levam em conta os registros feitos a partir de 23 de maio e a contabilização final será feita depois de 31 de julho. De acordo com a assessoria de Imprensa da secretaria, foram registrados, em média, 260 furtos por dia na capital. Até 13 de julho, data da final, o número de furtos teria alcançado 13 mil.

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A assessoria informou ainda que os dados absolutos não são sigilosos, mas que não foram informados pelo Instituto de Segurança Pública, o que só acontecerá no mês que vem.

"Registramos muitos casos sem violência, a maioria furto. Estrangeiros têm outros hábitos, às vezes até ingênuos. Deixam a mochila e vão dar uma volta, um mergulho. E, muitas vezes, os furtos não foram cometidos por brasileiros, não. Houve muitos casos de turista contra turista. Autuamos colombianos, mexicanos", contou a delegada Thaiane Moraes, da 12.ª Delegacia de Polícia (Copacabana).

O bairro da zona sul, que sediou a Fifa Fan Fest, registrou o maior número de ocorrências, com 57,8% dos casos. Em seguida vieram Maracanã (13,7%) e Lapa com 5,5%. As vítimas, na maioria, foram moradores do Rio de Janeiro (19,7%), seguidos por argentinos (12,6%), ingleses (6,1%) e chilenos (5,2%). Mais de 60 estrangeiros foram autuados pelo crime de cambismo, que respondeu a 5,2% dos registros. A secretaria não informou quantos turistas foram presos por outros crimes.

A desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), negou o pedido dos advogados do CEO da Match, Raymond Whelan, de extensão do habeas corpus que libertou o inglês antes de ter sido feito um novo pedido de prisão, na última quinta-feira, que o levou novamente a ser detido. De acordo com a assessoria de imprensa do TJ-RJ, não se trata do novo pedido de habeas corpus da defesa, que ainda não foi julgado.

Com isso, o executivo, que é acusado de ser o principal fornecedor do esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo, continua preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, onde está detido desde que se entregou à polícia na última segunda-feira, após ficar quatro dias foragido.

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O advogado de Whelan, Fernando Fernandes, considerava que o primeiro habeas corpus que libertou o CEO da Match, concedido na madrugada de terça-feira da semana passada, deveria continuar valendo. O defensor chegou a chamar de "ilegal" a decisão que, na última quinta, expediu novo mandado de prisão para o executivo inglês, desta vez preventiva, proferida pela juíza Joana Cortes, titular em exercício do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos.

O habeas corpus que libertou Whelan cerca de 12 horas após ser preso na semana passada foi concedido pela então responsável pelo plantão judiciário, desembargadora Marilia de Castro Neves Vieira. A nova prisão foi decretada na quinta-feira e, no mesmo dia, o primeiro habeas corpus foi negado no plantão judiciário por outra desembargadora, Flavia Romano de Resende.

Na decisão, pesou contra o acusado o fato de estar foragido. Naquele mesmo dia, Whelan foi flagrado fugindo pela porta de serviço do Hotel Copacabana Palace, menos de 20 minutos após ter a nova prisão decretada - e sete minutos antes da chegada da polícia ao local -, acompanhado de seu advogado, Fernando Fernandes.

O novo habeas corpus apresentado pela defesa do CEO da Match ainda será analisado pela desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto.

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira (16) que a presidente Dilma Rousseff (PT) tentou surfar "no sucesso da seleção" brasileira de futebol durante a Copa do Mundo. "Vi uma tentativa desesperada do governo tirar proveito do evento", afirmou. Segundo ele, depois, com a derrota história de 7 x 1 para a Alemanha, a presidente tentou descolar sua imagem da seleção.

Questionado, em sabatina promovida na capital paulista pelo jornal Folha de S.Paulo, sobre sua ida aos estádios sem avisar a imprensa, Aécio afirmou que foi como torcedor, não como candidato. Ele minimizou também as relações que têm com dirigentes como o atual presidente da CBF, José Maria Marin, e o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira. "Tenho boas relações com muita gente."

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O candidato voltou a criticar a eventual interferência do governo no futebol brasileiro, argumentando que é preciso ter uma lei de responsabilidade para o esporte, "mas não intervenção estatal". "Se ela (Dilma) criasse a Futebras, seria a 14ª empresa criada na gestão do PT", ironizou.

Estatização

Aécio afirmou que, se vencer as eleições, vai "reestatizar as empresas que foram usadas pelo governo petista de forma espúria", citando a Petrobras, e entregá-las a quem "pertencem de direito, que é o povo brasileiro".

Disse também que sua marca será a previsibilidade, as regras claras. As pessoas "saberão o que irá acontecer com os preços" e administrará o País "sem viés ideológico". Acrescentou ainda que vai estudar o atual modelo de concessão para definir o que fazer no setor, com participação da sociedade.

Campanha

Como parte das ações para engajar militantes de todo o Brasil em sua campanha, o candidato tucano vai participar de um jantar "motivacional" com a bancada de deputados federais na noite de hoje, em Brasília.

O evento está sendo organizado pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), e tem como objetivo convencer os parlamentares da importância de realizar a propaganda casada, programar visitas aos Estados e se reaproximar dos colegas de Legislativo.

Por enquanto, o encontro reunirá apenas tucanos. Mas o coordenador nacional da campanha, senador José Agripino (DEM-RN), deve fazer uma breve fala. (colaborou Débora Bergamasco)

A Operação Jules Rimet, deflagrada pela Polícia Civil do Rio, identificou o nigeriano Amos Adamu, homem forte do futebol africano e que durante anos teve acesso livre à sede da Fifa, em Zurique, como o responsável direto pela Pamodzi, uma das empresas que operava como cambista na Copa. Para camuflar a sua ação, Adamu usou como "laranja" Mike Itemuagbor, gerente da sua companhia.

Segunda a polícia, a Pamodzi revendia entradas que adquiria e inundava o mercado negro com ingressos a preços elevados para o Mundial. A Fifa e a Match, empresa que negocia pacotes, anunciaram depois das prisões que os acordos com a Pamodzi seriam suspensos.

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Mas a reportagem apurou que a empresa tinha uma relação mais que estreita com dirigentes que fizeram parte da Fifa e seus executivos continuam mandando no futebol africano. Na Nigéria, a companhia é gerenciada por Mike Itemuagbor, o sócio e intermediário de Amos Adamu.

Adamu foi o organizador do Mundial Sub-21 na Nigéria em 1999, da Copa das Nações em 2000 e fez parte do comitê organizador da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Ele ainda ocupou cargos no governo nigeriano por mais de uma década e chegou a ser presidente da União de Futebol da África do Oeste.

Em uma investigação sobre a corrupção do futebol nigeriano em 2008, um depoimento no Senado do país acusou Adamu de desvios de dinheiro. Apesar das alegações de corrupção em seu país, o dirigente seria escolhido em 2009 para ocupar um dos 24 lugares no Comitê Executivo da Fifa, em Zurique.

Mas em 2010 Adamu foi pego em uma gravação negociando seu voto para escolher a sede da Copa do Mundo de 2022 em troca de 500 mil libras esterlinas (R$ 1,9 milhão). Forçada a atuar diante das evidências, a Fifa acabou suspendendo o nigeriano.

Em outubro de 2013, sua suspensão acabou e, quase imediatamente, ele voltou à ativa. Na Copa, a Nigéria foi sancionada pela Fifa diante da intervenção do estado na Federação Nacional. Adamu, porém, foi quem liderou a delegação africana para tentar reverter a suspensão, recebido pelos dirigentes da Fifa.

Laranja - Se Adamu é um personagem conhecido da Fifa, seu "sócio" Mike Itemuagbor também faz parte da família do futebol. Na Nigéria, a "Padmozi Limited" é a empresa que, misteriosamente, ganha todos os contratos de marketing da Federação Nigeriana.

Itemuagbor chegou a viajar ao Brasil. Em dezembro de 2013, ele fez parte da comitiva da Nigéria que esteve na Bahia para o sorteio do Mundial. Há poucos dias, o executivo foi um dos que assinaram uma carta ao governo da Nigéria pedindo o fim da intervenção do estado na federação de futebol.

A psicóloga Regina Brandão, convocada pelo ex-técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, para ajudar os jogadores após o episódio de aparente descontrole emocional depois do jogo contra o Chile, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, declarou na noite de segunda-feira (14) que o grupo inteiro sofria demais com a pressão de torcedores e até da própria comissão técnica. Durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, Regina chegou a dizer que o próprio Felipão reconheceu a cobrança excessiva.

"O pós-jogo do Chile foi um momento único por ter se tratado de uma partida extremamente difícil e isso foi aumentando ainda mais a tensão dos jogadores para os próximos jogos", detalhou a psicóloga, se referindo ao confronto definido apenas na disputa de pênaltis. "Apesar de mostrar muitas qualidades, o elenco tinha pouca experiência para enfrentar tanta cobrança."

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Para a profissional, a falta de tempo hábil para trabalhar a maturidade emocional dos atletas contribuiu para que o grupo passasse a imagem de descontrole. "O trabalho foi limitado, sem dúvida. Não houve tempo para fazer um treinamento mental com os jogadores. A psicologia no esporte tem de ser trabalhada dentro de um tempo e sabe-se que uma competição dessas atinge uma intensidade máxima emocional", explicou.

Segundo Regina, o momento abre espaço para discutir as mudanças que podem ser feitas dentro dos clubes brasileiros, com a intensificação de trabalhos psicológicos. "A seleção alemã, por exemplo, teve 10 anos de preparo emocional. O Benfica, de Portugal, trabalha com o mesmo psicólogo há 18 anos. É uma mudança que tem de ser feita de cima para baixo, partindo das direções dos clubes. Torço para que isso não caia no esquecimento."

O fim da Copa do Mundo não significa refresco para as novas arenas. Das 12 casas do Mundial, nove serão utilizadas entre esta terça-feira (15) e domingo (20), com as Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Algumas ainda estarão passando por fase de adaptação, casos de Itaquerão e da Fonte Nova, que desmontam as arquibancadas móveis, mas mesmo assim, vão hospedar jogos normalmente. O Maracanã, palco da decisão entre Alemanha e Argentina só volta à cena no próximo dia 27 com clássico entre Flamengo e Botafogo.

Ameaça maior ao lado da Arena Amazônia, em Manaus, de se transformar em um "elefante branco", a Arena Pantanal, em Cuiabá, já tem programação para os próximos três meses. Em parceria do Governo com a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), ficou acordado a realização do jogo do Vasco contra o Santa Cruz, nesta terça, às 21h50, pela Série B, com expectativa de 35 mil pessoas no estádio. No domingo, o Cuiabá-MT receberá o Paysandu-PA pela Série C.

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Os clubes mato-grossenses, por sinal, serão os responsáveis por não deixar a arena "parada". E a iniciativa para que as arquibancadas tenham bom público foi a realização de rodadas duplas. Serão quatro jornadas entre agosto e setembro, com Luverdense (Série B), Cuiabá (C) e Operário (D) em campo. Negociações ainda visam levar outros times da elite à Arena Pantanal. Depois, o estádio será repassado à iniciativa privada. O processo de concessão deve ter início durante este mês.

Dois outros estádios recebem duelos da Série B nesta terça. A Arena Pernambuco, no Recife, será palco de Náutico x Sampaio Correa. O clube da casa, por sinal, é o único do estado confirmado como mandante no local - já jogou por lá em 2013. Mas há negociação com o Sport para, eventualmente, o time rubro-negro também usá-lo como a sua casa.

Às 21h50, a Arena das Dunas, em Natal, reabre as suas portas para América-RN x Bragantino. Foi feita uma promoção para captação de público, com ingressos por R$ 15. O time potiguar mandará todos os seus jogos da segunda divisão nacional no estádio, que ainda será aberto para eventos ou shows.

A Arena Castelão, em Fortaleza, inicialmente hospedará jogos do Ceará na Série B. O primeiro jogo acontece no sábado, às 16h20, diante do Icasa.

SÉRIE A DOMINA - Os jogos da elite é que dominarão a maioria das arenas - com Corinthians, no Itaquerão, Cruzeiro, no Mineirão, Internacional, no Beira-Rio, Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, Flamengo, Fluminense e Botafogo, no Maracanã, e Bahia, na Fonte Nova. Deles, apenas o Maracanã não abre as portas de imediato - passa por adaptações pós-Copa. Os demais já terão seus times em ação agora.

Outra a realizar promoção na venda de ingressos, a Arena Fonte Nova espera "casa cheia" nesta quarta, quando o Bahia apresentará a sua renovada equipe no duelo contra o São Paulo. Bilhetes mais baratos foram vendidos por 20 reais e a expectativa é "que o público seja semelhante ao da Copa".

A confiança é geral em estádios cheios na volta dos clubes aos gramados. O Corinthians, por exemplo, confia em 40 mil nesta quinta diante do Internacional. Até esta segunda, 20 mil ingressos já haviam sido comercializados.

Mesmo com o desmonte das arquibancadas provisórias e a realização de outras obras, a casa corintiana vai hospedar o time até o fim do ano sem intervenções. "As obras serão realizadas por Odebrecht e Fast e vamos ter os jogos normalmente", afirmou Lúcio Blanco, diretor de arrecadação do clube.

O líder Cruzeiro faz uma semana que "convoca" seus torcedores para o duelo contra o Vitória, também na quinta. O pedido da diretoria vem sob convite para realização de "uma grande festa para o líder" no Mineirão, em Belo Horizonte. O Internacional e o Atlético Paranaense jogam fora na semana. Mas também querem realizar festa no domingo no retorno ao lar.

O Mané Garrincha, casa dos cariocas e do Santos em 2013, e Arena da Amazônia ainda buscam jogos para o segundo semestre. O estádio de Manaus recebeu solicitação de eventos variados e também de jogos, mas até o momento teve confirmado apenas um show. Enquanto não fecha jogos, a arena passa por obras da desmontagem das estruturas complementares usadas no Mundial. A situação do estádio em Brasília é parecida, com negociações de shows, jogos e eventos ainda sem data definidas.

A seleção da Alemanha passará a terça-feira celebrando o título mundial nas ruas de Berlim, mas Joachim Löw e seus companheiros de comissão técnica já pensam no futuro. E o treinador sabe que não terá muitas dificuldades para manter o estilo técnico e ofensivo apresentado na Copa do Mundo porque há vários jovens talentosos pedindo passagem na seleção.

Assim que acabarem os festejos pelo tetracampeonato mundial, Löw começará a fazer planos para as Eliminatórias para a Eurocopa de 2016, que vão começar em setembro - o contrato do treinador com a Federação Alemã terminará ao fim da competição na França. É evidente que ele vai manter a base da equipe que foi campeã no último domingo, até porque alguns de seus principais integrantes são jovens. É o caso de Müller, Kroos, Özil, Götze e Khedira. Mas há no país garotos bons de bola que já mostram potencial para fazer parte dessa turma em pouco tempo.

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Quando Löw pensa em reforçar a sua já poderosa seleção, o primeiro nome que lhe vem à cabeça é Marco Reus. Não se trata de um garoto porque o meia do Borussia Dortmund tem 25 anos, mas é um dos melhores jogadores revelados pela Alemanha nos últimos anos e só não veio ao Mundial porque sofreu uma lesão grave no último amistoso antes do torneio. Reus, que seria titular da equipe na Copa, é habilidoso, tem facilidade para conduzir a bola em alta velocidade e faz muitos gols.

Na mesma situação está o volante Gundogan, também do time de Dortmund. Ele não esteve no Brasil por causa de uma lesão, mas certamente voltará a ser parte importante da seleção. É um volante que joga de área a área e tem visão de jogo privilegiada, além de bater muito bem na bola.

No elenco campeão do mundo havia alguns jogadores jovens que deverão ganhar muito espaço até a Eurocopa. Um deles é Julian Draxler, meia do Schalke 04. Dono de ótima técnica e capaz de fazer belas jogadas individuais, o jogador de 20 anos é visto em seu país como alguém capaz de chegar ao nível de Götze, herói do título mundial, ou até ultrapassá-lo.

O volante Kramer, de 23 anos, é mais um produto da nova cultura alemã de privilegiar a técnica no meio de campo. O jogador do Borussia Mönchengladbach foi titular na final da Copa do Mundo por causa da lesão de Khedira, mas teve de sair do jogo no primeiro tempo por ter levado uma pancada na cabeça.

Também no meio de campo, começa a se destacar Emre Cam, que acabou de trocar o Bayer Leverkusen pelo Liverpool. É um jogador que ainda não foi convocado por Löw para a seleção, mas fez boa trajetória nos times de base da Alemanha. Assim como Sami Khedira, é um volante dinâmico, que desarma, cria jogadas de ataque e ainda aparece na área adversária.

SATISFAÇÃO - Com tantos jogadores talentosos prontos para tornar ainda mais forte o time campeão do mundo, é evidente que Joachim Löw está muito empolgado com o futuro da seleção. "O título certamente dará um empurrão ao futebol da Alemanha", comentou o treinador. "Temos muitos jogadores jovens no país, jogadores de muito talento. Temos Reus, Khedira, Kroos só tem 23 anos... E temos ainda muitos outros jogadores jovens que certamente podem fazer muita coisa em suas carreiras".

Pelas contas de Löw, dos 23 campeões do mundo, apenas Klose, de 36 anos, não poderá disputar a próxima Copa. E é aí que mora o maior problema do técnico: encontrar um grande centroavante para a Alemanha. O maior concorrente de Klose nos últimos anos, Mario Gómez, nunca foi a solução ideal e já tem 29 anos. Uma aposta dos dirigentes alemães é Samed Yesil, do Liverpool. O garoto de 20 anos fez muitos gols pelas seleções de base do país, mas precisa começar a ganhar espaço no clube inglês para poder ser levado em conta por Löw.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, deu nesta segunda-feira, durante entrevista coletiva no Rio, a nota 9,25 ao Brasil pela organização da Copa do Mundo, assim como apontou que a qualidade do jogo em campo foi "excepcional".

Na África do Sul, palco do Mundial de 2010, Blatter deu nota 9 para o evento. Agora, ele destacou: "Passamos a noite debatendo a nota e chegamos à conclusão que o Brasil tirou nota 9,25". Em seguida, ele usou bom humor ao comentar o número atribuído aos brasileiros. "A perfeição não existe. Quem tira 10 teve algum tipo de acordo com o professor", disse, para depois completar: "Mas o Brasil melhorou a Copa em relação ao que vimos na África do Sul".

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Blatter também enfatizou que o alto nível técnico das partidas e a boa organização do Mundial fará a Rússia ter uma missão dura na organização da próxima edição da competição, pois terá o bom desempenho do Brasil como organizador como referência.

"Essa Copa, no campo, foi excepcional. Acho que a próxima Copa terá um padrão alto a ser superado", indicou o dirigente. "Foi minha décima Copa. O que a faz tão especial é o futebol e a qualidade do futebol. Foi uma Copa especial. Começou o torneio com um futebol ofensivo. Antes, eles se observaram. Desta vez, vimos 'boom, boom'", afirmou o suíço, ao lembrar da coragem exibida pelas seleções de buscar o ataque.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou no início da noite desta segunda-feira (14) que um total de 7.055 dos turistas que foram aos estádios durante a Copa do Mundo passaram por algum tipo de atendimento médico. "Isso significa apenas 0,2% dos turistas da Copa. As estimativas dão conta de que 1% a 2% (dos turistas em outros grandes eventos) necessitam de algum atendimento", comparou.

O ministro disse ainda que desse total das arenas, 192 pessoas precisaram ser removidas dos estádios para atendimento, sendo que 99,4% delas deixaram os hospitais depois de receber medicamento. Esses 7.055 são parte do total de 17.042 atendimentos de outras áreas envolvendo a Copa, como as Fanfest.

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Chioro destacou, ainda, que 532 ambulâncias foram entregues aos Samu das 12 cidades-sede da Copa e que foram realizados 3,5 mil testes de HIV e a distribuição de 3 milhões de camisinhas. "Havia certo terror de que viveríamos uma epidemia de dengue, que teríamos casos de ebola, acidentes com escorpião, cobra. Não registramos nenhum caso", disse.

Já o ministro das Cidades, Gilberto Ochi, lamentou a morte de duas pessoas no desabamento de uma ponte em Belo Horizonte. "Infelizmente faleceram duas pessoas e o governo federal lamenta essas mortes, mas de maneira pronta e rápida cobrou da prefeitura as providências imediatas da apuração da causa e trouxe a necessidade de se apurar efetivamente o que ocorreu, responsabilizando aquele que deu causa a esse lamentável acidente", afirmou.

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