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Começou às 9h42 a primeira sessão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, com a análise de conjuntura, que se estende pela tarde desta terça-feira (14) e também pela manhã da quarta-feira (15), conforme novo ritual iniciado em maio para dar mais "frescor" ao colegiado no dia da decisão de juros.

Na quarta à tarde, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 12,75% ao ano.

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A expectativa majoritária do mercado financeiro é de alta de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano, conforme 46 das 50 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast. Três casas esperam aumento de 0,75 ponto, a 13,50%, enquanto uma projeta a manutenção do ritmo de aperto monetário de maio, de 1,00 pp, para 13,75%.

A aposta quase unânime na elevação da Selic a 13,25% segue sinalização dada pelo Copom no último encontro, em maio. "Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude", disse.

Caso esse aumento seja confirmado, os juros básicos atingirão o maior patamar em cinco anos e meio, desde janeiro de 2017 (13,75%). Será a décima primeira alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que já é o mais longo da história do Copom.

Desde o primeiro movimento neste processo de aumento da Selic, em março de 2021, a taxa já subiu de 11,25 pontos porcentuais, o maior choque de juros desde 1999, quando, durante a crise cambial, o BC elevou a Selic em 20 pontos porcentuais de uma vez só.

Embora haja certo consenso sobre a decisão do BC nesta quarta, o mercado está bastante dividido sobre os próximos passos. De um lado, economistas defendem que o juro real já está bastante contracionista e que deve produzir seus efeitos no controle da inflação nos trimestres à frente. Outro grupo, porém, argumenta que a alta disseminada e persistente dos preços, assim como a desancoragem das expectativas de inflação demandam mais um ajuste em agosto.

Entram nessa conta também o pacote do governo para desonerar os combustíveis e as surpresas de inflacionárias no exterior, com expectativa de reação mais forte dos bancos centrais, especialmente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).

Grande parte dos analistas acredita que as investidas do Planalto para baixar os preços dos combustíveis podem ter efeito rebote e comprometer de vez a meta de 2023, que é o foco atual da política monetária, além de aumentar os riscos fiscais.

A este quadro se soma a falta de informações assertivas sobre as variáveis que o Copom vai usar para atualizar seus modelos de inflação, uma vez que não houve até o momento atualização do Boletim Focus com as estimativas do mercado financeiro da semana passada devido à greve dos servidores da autoridade monetária. Sem essa bússola, fica mais difícil o trabalho de tentar antecipar as sinalizações do BC.

"Digamos que não é uma tragédia, mas dificulta o trabalho. Ninguém vai dizer que não dá para entender a decisão do Copom, mas não ajuda na questão da transparência", avalia o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio de Souza Leal.

Na última Focus, na segunda-feira passada, 6, a mediana para o IPCA - índice oficial de inflação - de 2022 estava em 8,89%, já bem acima do teto da meta (5,0%), e de 2023 em 4,39%, mais próximo do limite de 4,75% do que do alvo central de 3,25%. Na pesquisa paralela divulgada pelo Projeções Broadcast na última sexta-feira, as estimativas estavam em 8,70% e 4,50%, respectivamente - ambas distantes das projeções do Copom em maio: 7,3% e 3,4%, nessa ordem.

O rendimento bruto da poupança subirá de 0,44% para 0,5% ao mês agora que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros a 9,25%. Apesar do rendimento mais alto, a poupança é uma das aplicações que trazem o menor retorno real ao investidor, ainda mais com a inflação projetada de 10,18% neste ano, segundo o Boletim Focus mais recente.

Conforme regra estabelecida pelo Banco Central (BC), a poupança rende 70% da Selic mais a taxa referencial (TR) quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano. Acima disso, o rendimento é de 0,5% ao mês mais a TR, que está zerada. "Se pegarmos 0,5% ao mês e levarmos a valor futuro daqui a 12 meses, a poupança vai apresentar uma rentabilidade de 6,17%", disse Rodrigo Beresca, analista de Soluções Financeiras da Ativa Investimentos.

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Nos cálculos do professor de Finanças da FGV Fabio Gallo, quem depositar R$ 1 mil hoje vai ter uma rentabilidade real negativa equivalente a R$ 43,64 daqui a 12 meses, considerando a inflação estimada. "Todos os investimentos em renda fixa terão retornos reais negativos porque o Banco Central ainda está correndo atrás da curva de inflação", disse.

Renda fixa

Os analistas preveem um ano muito volátil para a renda variável em 2022 por causa das eleições. Além disso, a alta da inflação estará presente tanto por fatores domésticos quanto internacionais. Não há perspectiva de melhora no câmbio também.

Nesse ambiente, os especialistas recomendam outras aplicações de renda fixa aos investidores que querem tirar proveito da alta da taxa básica de juros. Entre eles, estão especialmente os papéis atrelados a alguma taxa flutuante, como o CDI ou a Selic, para um prazo mais curto, ou ao IPCA+, para um prazo mais alongado. Já quem quer algo no curtíssimo prazo deve cogitar aplicações isentas de Imposto de Renda.

"É realmente um momento muito interessante para investir na renda fixa", diz Camilla Dolle, da XP. Apesar de ressaltar que o melhor investimento vai depender do perfil do investidor, ela aponta que, considerando a alta da Selic, o investimento mais indicado continua sendo nos títulos pós-fixados atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que acompanha o movimento da Selic.

Outra recomendação dos especialistas é investir em títulos indexados à inflação, que usam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esses papéis oferecem uma proteção contra a inflação para o investidor, desde que ele mantenha o papel até o prazo de vencimento.

"Um título indexado à inflação promete que, caso você leve até o vencimento, você terá essa proteção contra a inflação, mantendo seu poder de compra", diz João Beck, economista e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos. "No entanto, se resgatar antes do vencimento, você pode sair pior do que entrou, em alguns casos até com rendimento negativo", afirma.

Renda variável

Ontem, o Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,5%, a 108 mil pontos. As projeções de que a B3 fecharia o ano no nível dos 130 mil pontos não se concretizaram. A Bolsa acumula perdas de 9,18% em 2021 e de 5,01% em 12 meses. "Houve uma deterioração das expectativas na Bolsa, principalmente no segundo semestre. Tivemos a crise hídrica e o rompimento do teto de gastos", afirma Beck.

Já a carteira mensal recomendada pela Nova Futura Investimentos em renda variável aposta em ações de bancos, varejo, commodities e rodovias. "Até há uns meses, evitávamos setores elétricos, mas as chuvas provaram ser abundantes, o que melhorou o sistema energético. Ainda existe uma cautela, mas estamos voltando aos poucos", disse Bruno Tebaldi, analista de Risco da instituição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A segunda-feira pré-feriado começa com alta dos juros futuros, especialmente os médios e curtos, em meio à greve dos caminhoneiros e incertezas com o cenário fiscal em semana de votação da PEC dos Precatórios e divulgação da ata do Copom, ambos na quarta-feira.

Além disso, o relatório Focus trouxe nova piora nas projeções para IPCA, Selic e PIB. Na sexta-feira as taxas fecharam em queda.

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O dólar e juros dos Treasuries também avançam.

Às 9h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 migrava para 12,26%, mesma taxa do ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2025 subia para 12,29%, de 12,20%, e o para janeiro de 2023 ia para 12,24%, de 12,14% no ajuste de sexta-feira.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou, nesta terça-feira (22), que o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, levou em consideração a “persistência da pressão inflacionária” maior que a esperada, sobretudo entre os bens industriais. Apesar da persistência, o comitê identifica tendência de melhora na economia do país. Na última quarta-feira (16), o Copom elevou a Selic de 3,5% ao ano para 4,25% ao ano.

“Adicionalmente, a lentidão da normalização nas condições de oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação elevada no curto prazo, a despeito da recente apreciação do Real”, informou a autoridade monetária ao divulgar a ata da reunião realizada na semana passada pelo comitê.

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Apesar da persistência inflacionária apontada, o BC prevê uma “evolução mais positiva do que o esperado” para a economia brasileira, conforme vem sendo identificado nos indicadores recentes que mostram “revisões relevantes” nas projeções de crescimento. Com isso, acrescenta a ata, “os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente”.

No cenário externo, a ata registra que estímulos fiscais e monetários em alguns países desenvolvidos têm promovido ”uma recuperação robusta da atividade econômica”, o que corrobora para um cenário mais otimista nesses países.

“No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de US$/R$ 5,052, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,8% para 2021 e 3,5% para 2022”, diz a ata.

Levando em conta esse cenário, o Copom prevê uma trajetória de juros que se eleva para 6,25% ao ano em 2020 e para 6,5% ao ano, em 2022. “As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,7% para 2021 e 5,1% para 2022. Adota-se uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em ‘vermelha patamar 1’ em dezembro de cada ano-calendário”, complementa.

Na avaliação do BC, manifestada semana passada pelo Copom, foi dito que o cenário indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro, de forma a mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. “Não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, complementa a nota.

Para a próxima reunião, a expectativa é de “continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude”. O comitê, no entanto, ressalta que uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte “pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”.

Trajetória

Com a decisão, a Selic continua em um ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018.

Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19. Esse foi o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

O centro da meta inflacionária, definida pelo Conselho Monetário Nacional, está em 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Começou às 10h18 (de Brasília) a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça-feira (15), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta, eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3,50% ao ano.

Em meio aos efeitos da segunda onda da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa do mercado financeiro é de que a Selic aumentará mais 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano. Se confirmada, esta será a terceira elevação consecutiva da taxa básica.

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De um total de 54 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 53 esperam pela elevação da Selic em 0,75 ponto, para 4,25% ao ano. Apenas uma casa - a Sicredi Asset - aguarda aumento de 1,00 ponto porcentual, com a Selic chegando a 4,50%. Para o fim de 2021, as instituições projetam desde uma Selic em 5,00% até um aumento dos juros a 7,00% ao ano. A mediana é de 6,25%.

Desde a última reunião do comitê, em 4 e 5 de maio, existe a expectativa de que o BC elevará novamente a Selic para conter a inflação. Nas comunicações do último encontro, a autarquia afirmou que "antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude" - em outras palavras, novo aumento de 0,75 ponto porcentual.

Analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmam, no entanto, que o BC tende a retirar do comunicado da decisão desta semana a expressão "normalização parcial", diante do risco de disseminação da inflação para além de 2021. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA) elevaram as preocupações, após o IPCA - o índice oficial de preços - ter fechado maio em 0,83%.

No Relatório de Mercado Focus, que compila os cálculos do mercado financeiro, a projeção mediana para a inflação em 2021 está em 5,82%. Para 2022, a expectativa está em 3,78%. A projeção dos economistas para a inflação está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, e também acima do teto estabelecido pela margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).

Participam do encontro do Copom desta semana o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e sete diretores da instituição - e não oito, como de costume. Isso porque o cargo de diretor de Assuntos Internacionais segue vago, após a saída da economista Fernanda Nechio. A nova indicada para a função, a economista Fernanda Guardado, ainda não foi aprovada pelo Senado.

Na última quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, de 2% para 2,75%. De acordo com analistas, a estimativa era um aumento de 0,5%. A projeção é de que a taxa se estabeleça em 4,5% no final do ano, e em 5,5% em 2022. A elevação não acontecia desde julho de 2015, quando subiu de 13,75%, para 14,25%.

O Copom é um órgão do Banco Central (BC) que se reúne a cada 45 dias para definir o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Vários fatores são colocados em pauta para que a decisão seja tomada. Por conta disto, o Banco Central divulga um relatório sobre a inflação, que conta com uma análise do cenário econômico e traz perspectivas de como a definição da taxa pode influenciar nos próximos meses.

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A Selic exerce pressão sobre os preços de compra e venda no mercado, e assim conduz parte da economia no país. Em 2016, o Banco Central estabeleceu que a Selic que ficasse em 14,25%, mas, no decorrer dos anos, até outubro de 2020, foi registrado uma das maiores quedas da taxa, quando se estabeleceu em 2%. A pandemia também foi um dos agravantes para o resultado final da taxa.

Para investidores, a alta da taxa é vantajosa. A Selic rege a rentabilidade monetária do cidadão que decide investir em renda fixa, seja na poupança ou em algumas aplicações específicas de Certificado de Depósito Bancário (CDB) em bancos digitais e corretora de valores. A nova regra da poupança propõe que o dinheiro que for aplicado terá rentabilidade mensal de 70% da Selic, desde que a taxa esteja abaixo de 8,5% ao ano.

Começou às 11h01 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça-feira (8), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta-feira (9), eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 2,00% ao ano.

Em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa unânime do mercado financeiro é de que a Selic ficará estável. Se confirmada, esta será a terceira manutenção da taxa básica após nove reduções consecutivas.

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De um total de 47 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam manutenção da Selic em 2,00% ao ano. Para 2021, as casas esperam desde uma Selic estável em 2,0% até um aumento dos juros a 4,75% ao ano. A mediana é de 3,0%.

Desde a última reunião do comitê, em 28 de outubro, a permanência da incerteza fiscal, combinada às leituras de inflação mais pressionadas que o esperado, chegou a antecipar a aposta de algumas casas para o aumento da Selic. A mediana da pesquisa do Projeções Broadcast para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 subiu de 3,60% para 4,24%, acima do centro da meta, depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a decisão de retomar o sistema de bandeiras tarifárias este mês. Ontem, o Relatório de Mercado Focus indicou que a projeção para o IPCA em 2020 está em 4,25% - acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%.

Na manhã de hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,89% em novembro, após ter avançado 0,86% em outubro. Este é o resultado mais alto para novembro desde 2015, quando ficou em 1,01%. Com isso, o acumulado em 12 meses ficou em 4,31% e ultrapassou o centro da meta perseguida pelo BC. No mês, destacam-se a alta de 2,54% do grupo Alimentação e Bebidas e o aumento de 1,33% do setor de Transportes. Esses dois grupos responderam por 89% da inflação em novembro.

No mercado financeiro, a leitura é de que o BC deve confirmar no Copom a continuidade do forward guidance (prescrição futura), a regra segundo a qual se compromete a não elevar juros enquanto as expectativas e projeções de inflação de seu cenário básico se mantiverem abaixo do centro da meta no horizonte relevante, desde que o regime fiscal seja mantido e as expectativas de longo prazo permaneçam ancoradas.

O Banco Central reconheceu nesta terça-feira (22) que a inflação ao consumidor "deve se elevar no curto prazo". De acordo com a instituição, contribuem para isso "o movimento de alta temporária nos preços dos alimentos" e a "normalização parcial dos preços de alguns serviços", na esteira da retomada da atividade e da redução do isolamento social.

Essas considerações foram feitas na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado manteve a Selic, a taxa básica de juros, em 2% ao ano, depois de nove cortes consecutivos.

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Da reunião do Copom de agosto para a de setembro, algumas pressões inflacionárias ficaram claras, como a verificada na alta do preço do arroz. No documento divulgado ontem, o Copom trata a pressão sobre os alimentos como "temporária".

Em 12 meses até agosto, o preço dos alimentos subiu 8,83%. Esse reajuste não tem apenas um alimento como responsável - a maioria está com preços recordes no campo.

Na ata, o colegiado também avaliou que os preços administrados devem apresentar "variação contida". Como exemplo, o BC citou "o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro".

No mais recente Relatório de Mercado Focus, publicado na última segunda-feira, os economistas do mercado financeiro projetaram alta de apenas 0,90% nos preços administrados no acumulado de 2020.

No caso de 2021, porém, a expectativa é por elevação de 3,84%.

Nível de atividade

Os integrantes do Copom avaliaram ainda que "dados recentes" sugerem uma "recuperação parcial da atividade econômica". "Os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento. Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas", acrescentou o Copom.

O documento diz, também, que a "pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e à necessária redução nos auxílios emergenciais a partir do final desse ano aumentam a incerteza sobre a velocidade de retomada da atividade econômica".

"O Comitê ponderou que esta imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual da economia", disse o Banco Central.

Com relação à economia internacional, o BC avaliou que a retomada da atividade nas principais economias tem resultado em um ambiente relativamente mais favorável para economias emergentes. Mas ponderou que há "bastante incerteza sobre a evolução desse cenário benigno".

"Uma possível redução abrupta e não organizada dos estímulos governamentais pode atrasar a recuperação da demanda por bens e o processo de recomposição de estoques", avaliou a instituição.

Juros

Sobre o nível da taxa básica de juros, o Copom informou entender que a "conjuntura econômica" continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado (taxas de juros baixas), mas reconhece que, devido a "questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária [novos cortes de juros], se houver, deve ser pequeno".

A instituição acrescentou que, se necessárias, "novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas".

O BC informou ainda que eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo (novos cortes de juros) ocorreriam com gradualismo adicional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-diretor de política monetária do Banco Central entre os anos de 1999 e 2003 e hoje presidente da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo diz que a instituição acelerou o passo com o corte de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros Selic. No entanto, para ele, há espaço para reduzir ainda mais. "Eu iria para próximo de 2% muito mais rapidamente. Mesmo sendo mais agressivo, o BC ainda está com uma postura mais cautelosa", afirma.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

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Como o sr, avalia esse novo corte da Selic?

Esse corte era mais do que esperado. Na verdade, hoje o mercado entende que precisamos de mais. Então, o que todos acreditam, e eu inclusive, é que virão novos cortes. Para dar uma ideia, a taxa de inflação no início do ano era projetada em 3,50%, 3,70%. Hoje, ela está muito mais para 1,5%. A nossa taxa de juros acabou ficando muito alta.

Qual é o espaço para novas quedas?

A taxa de juros deveria ir para perto de 2% neste ano. Na minha visão, o BC acelerou o passo acertadamente. E deixou a porta aberta para outro corte e, já na próxima, pode vir novo corte de 0,75 ponto porcentual, indo já para 2,25%.

A crise política influenciou a decisão?

Parece que não. A decisão do Copom já estava tomada antes dessa crise política, da saída do Sérgio Moro do governo. O BC se preocupa com a questão política só na dimensão em que isso tem impacto nas reformas fiscais que, no final, acabam tendo impacto na inflação lá na frente. É nessa direção que ele olha. Não é um fato ou outro que vá mudar a postura do Banco Central, mas um conjunto de coisas. De certa forma, essa crise política, que não chega a ser nova, já estava incorporada nas decisões.

Por que, na opinião do sr., o BC não foi ainda mais agressivo?

O Banco Central tem primado por ser cauteloso. Eu iria para próximo de 2% muito mais rapidamente, mas essa é um pouco a maneira segundo a qual o nosso Banco Central tem preferido atuar. Mesmo sendo mais agressivo, ele ainda está com uma postura mais cautelosa. E até difere de muitos bancos centrais pelo mundo, inclusive de países emergentes.

Essa queda acentuada deve aumentar a pressão sobre o dólar, que já se valorizou quase 42% frente ao real neste ano?

Essa é uma questão que todos os analistas têm levantado. Na prática, o câmbio tem ficado muito pressionado. Nossa moeda é, talvez, a pior do mundo em 2020. A nossa moeda foi por muitos anos dependente de uma taxa de juros mais alta. Hoje, essa dependência caiu brutalmente. O que tem afetado mais a nossa moeda tem sido esse próprio barulho político e o receio de que a política fiscal no futuro não seja responsável. Isso tem impactado no câmbio muito mais do que os juros mais baixos.

O BC tem conseguido responder com eficiência ao desafio que se apresenta desde a escalada da covid-19?

Com relação às questões de liquidez e de segurança do sistema financeiro, o BC está agindo muito bem, minha nota é muito alta com relação a isso. Não só pelo tamanho da expansão, que é da ordem de R$ 1,2 trilhões, mas porque o BC está fazendo de uma maneira inteligente para que não sejam desperdiçados recursos. Já na política monetária, mesmo com o passo de agora, eu acho que estamos muito lentos, dada a magnitude da queda de atividade e de demanda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a atividade econômica em forte retração no Brasil, o Banco Central surpreendeu boa parte do mercado financeiro e anunciou na quarta-feira (6) um corte de juros maior que o esperado. Em decisão unânime, os dirigentes da autarquia cortaram em 0,75 ponto porcentual a Selic (a taxa básica de juros), de 3,75% para 3% ao ano. Esta foi a sétima redução consecutiva e a taxa atingiu o menor patamar da história.

A decisão do BC foi motivada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que colocou em isolamento social uma parcela considerável da população brasileira, com reflexos sobre a economia.

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No comunicado que acompanhou a decisão de quarta, o BC avaliou que a contração econômica no Brasil será "significativamente superior" à prevista pela instituição em sua decisão anterior, em março. Para dirigentes do BC, a atual conjuntura prescreve juros "extraordinariamente" baixos.

Esta visão mais pessimista sobre a atividade econômica surpreendeu uma parte do mercado financeiro. De um total de 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 48 esperavam um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 3,25% ao ano. A minoria - dez casas - aguardavam pela redução de 0,75 ponto, para 3,00% ao ano.

Além de citar perspectiva de retração econômica ainda maior este ano, o BC já sinalizou que em seu próximo encontro de política monetária, entre 16 e 17 de junho, a Selic deve sofrer novo corte, de até 0,75 ponto porcentual. Se isso ocorrer, a taxa básica atingirá o piso recorde de 2,25% ao ano.

As preocupações dentro do BC com o mergulho da atividade ficaram claras. Isso porque dois dos oito dirigentes que tomaram a decisão sobre a Selic chegaram a defender que o corte previsto para junho fosse feito na quarta, de uma só vez. Assim, a Selic já ficaria abaixo dos 3,00% ao ano. Mas, por cautela, a decisão final foi por voltar a reduzir a Selic mais à frente.

Efetividade

Apesar do esforço do BC para segurar a atividade, a consultora econômica Zeina Latif afirma que o movimento de corte de juros ocorreu em um momento em que a política monetária (a calibragem da taxa de juros) não tem efetividade. "Não é a política monetária, não é a Selic. Quando olhamos as taxas de juros de um ano, que são as mais longas e definem o custo do dinheiro no mercado, a pressão é fruto do ambiente global de incertezas e dos riscos internos do Brasil", diz.

Segundo a economista, o benefício de um juro mais baixo agora no mercado de crédito é próximo de zero. "É pouco, porque o que está limitando o mercado de crédito agora certamente não é a Selic", diz. "Está havendo melhoras no crédito por causa dessas medidas todas (ações governamentais emergenciais), mas tem restrições por causa do risco do crédito ser muito alto", explicou a economista.

Contaminado

Sinal dos tempos, o novo coronavírus atingiu o próprio núcleo de decisão do BC. Na semana passada, o presidente Roberto Campos Neto e os oito diretores da autarquia fizeram teste para detectar covid-19. Isso porque, tradicionalmente, as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) são sempre presenciais, na sede de Brasília.

O exame do diretor de Organização do Sistema Financeiro, João Manoel Pinho de Mello, deu positivo. Numa segunda testagem, Mello recebeu resultado negativo. Como não havia tempo hábil para um terceiro teste, ele ficou fora das discussões e não votou sobre a Selic. / COLABOROU FRANCISCO CARLOS DE ASSIS

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Terminou às 12h14 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O encontro havia começado às 10h06. Participaram o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição. À tarde, ocorre a reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

Amanhã, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3,75% ao ano.

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Considerando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa majoritária do mercado financeiro é de que a Selic passará por corte de 0,50 ponto porcentual. Se confirmada, esta será a sétima redução consecutiva no atual ciclo de baixa da taxa básica.

De um total de 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 48 esperam por um corte de 0,50 ponto, para 3,25% ao ano. Dez casas aguardam pela redução da taxa básica em 0,75 ponto, para 3,00% ao ano.

Começou às 10h06 desta terça-feira (5) a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom. Na quarta-feira (6), eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3,75% ao ano.

Considerando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira, a expectativa majoritária do mercado financeiro é de que a Selic passará por corte de 0,50 ponto porcentual. Se confirmada, esta será a sétima redução consecutiva no atual ciclo de baixa da taxa básica.

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De um total de 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 48 esperam por um corte de 0,50 ponto, para 3,25% ao ano. Dez casas aguardam pela redução da taxa básica em 0,75 ponto, para 3,00% ao ano.

A avaliação das instituições é de que o corte da Selic não deve parar em maio. É quase unânime a perspectiva de pelo menos mais um corte, na reunião de junho. Somente 6 de 52 instituições esperam fim do ciclo no Copom desta semana. Para o fim de 2020, as 53 projeções variam de 1,0% a 3,25%, sendo que 29 apontam taxa abaixo de 3,0% - a mediana é de 2,75%.

Para 2021, a maioria das casas consultadas prevê alguma normalização dos juros, embora não sejam poucas as apostas de continuidade da taxa no menor nível da história por bastante tempo. O intervalo vai de 2,0% a 5,75%, com mediana de 3,50%.

Em março, o Copom cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 4,25% para 3,75% ao ano. No comunicado sobre a decisão, o BC disse que "a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária e, neste momento, vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar". "No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos".

A avaliação de boa parte das instituições financeiras é a de que, desde maio, com a piora da economia em função da covid-19, aumentaram as chances de a Selic cair ainda mais. Mesmo porque as projeções de inflação estão em forte queda.

O Relatório de Mercado Focus, publicado na última segunda-feira, mostra que o mercado financeiro projeta atualmente inflação de apenas 1,97% em 2020 - bem abaixo da meta de 4,00% para o ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica da economia) de 5,00% para 4,50% ao ano. Este é o quarto corte da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

Com a economia ainda em recuperação e a inflação em níveis controlados, a expectativa majoritária do mercado financeiro era de que a Selic passasse por um novo corte. De um total de 60 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 59 esperavam por um corte de 0,50 ponto, para 4,50% ao ano. Apenas uma casa - a GO Associados - esperava por corte de 0,25 ponto porcentual, para 4,75% ao ano.

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Ao justificar a decisão de hoje, o BC avaliou que a decisão é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020 e, em grau menor, o de 2021. O Copom reiterou ainda que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2019 de 3,4% para 4,0%. No caso de 2020, a expectativa passou de 3,6% para 3,5% e, em relação a 2021, foi de 3,5% para 3,4%.

O BC também atualizou seu cenário híbrido com câmbio constante a R$ 4,20 e juros conforme o relatório Focus. Neste caso, a projeção para o IPCA de 2019 passou de 3,4% para 4,0%. Já a inflação projetada para 2020 continuou em 3,7% e, para 2021, de 3,6% para 3,7%.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).

Começou às 10h10 a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na tarde desta terça-feira (10), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

Na quarta-feira (11), eles têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 5,00% ao ano.

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Em meio ao atual estágio da atividade e aos índices mais recentes de inflação, a expectativa majoritária do mercado financeiro é de que a Selic passe por um novo corte de 0,50 ponto porcentual - o quarto no atual ciclo de baixa da taxa básica.

De um total de 60 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 59 esperam por um corte de 0,50 ponto, para 4,50% ao ano. Apenas uma casa - a GO Associados - espera por corte de 0,25 ponto porcentual, para 4,75% ao ano.

Em outubro, o Copom cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,50% para 5,00% ao ano. Foi a terceira redução consecutiva da taxa básica.

No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que "a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude". Esta mensagem vem sendo repetida pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, desde então.

Para o início de 2020, porém, há dúvidas no mercado financeiro sobre se haverá nova redução ou se a taxa básica ficará estável. No Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira, a projeção mediana é de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic em janeiro, para 4,25% ao ano.

As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 3,4% em 2019 e 3,6% em 2020 - dentro das metas estabelecidas para os anos. Estes porcentuais, no entanto, serão atualizados na quarta-feira, após a reunião do Copom. No Relatório de Mercado Focus, as projeções para o IPCA estão em 3,84% e 3,60%, respectivamente.

Entre os dados de atividade mais recentes no Brasil, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) mostrou elevação de 0,44% em setembro. No acumulado do terceiro trimestre de 2019, o indicador apresentou alta de 0,91%.

Já o IPCA - o índice oficial de inflação - acelerou em novembro, em função principalmente dos reajustes mais recentes nos preços das carnes. O índice de novembro indicou inflação de 0,51%. Em 12 meses até novembro, a taxa acumulada é positiva, de 3,27%.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira, 2, que a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 5% ao ano, deve chegar a 4,5%. A declaração de Bolsonaro foi feita antes de evento da Caixa sobre inclusão de pessoas com deficiência (PcD), quando o presidente respondia perguntas da plateia. "Eu não entendo de economia, não. Aquela que entendia está pagando uma conta altíssima, (no) sistema elétrico, né. Redução na canetada", disse Bolsonaro, em alusão a decisões da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) que acabaram elevando tarifas de luz.

Na sequência, Bolsonaro tratou da Selic: "Também naquela época, o pessoal reduziu taxa de juros na canetada. Hoje sem canetada está em 5%. Deve chegar a 4,5%."

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Responsável por definir a taxa, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos próximos dias 10 e 11. O órgão é formado pelo presidente do Banco Central e seus diretores. Bolsonaro não participa das discussões.

Durante o evento, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o governo deve anunciar redução em taxas de juros do cheque especial e do rotativo, "entre outras", caso a Selic volte a cair.

Ao discursar, Bolsonaro afirmou que Guimarães faz um trabalho excepcional na Caixa, "obrigando outros bancos a seguirem seus exemplos de administração sob risco de perder mais do que clientes, perder lucro".

Bolsonaro disse que a redução de juros, como do cheque especial, faz a Caixa se tornar mais atrativa, ganhar clientes, reduzir a inadimplência e subir lucros.

No evento, Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, abriram uma conta corrente na Caixa. O presidente também recebeu crachá simbólico de funcionário do banco.

Guimarães afirmou que a Caixa deve estar presente até março de 2020 em todos os municípios do País, seja por meio de agências, lotéricas ou correspondentes.

O criminalista Fabio Tofic Simantob, que defende o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, disse, em nota, que o também ex-ministro Antônio Palocci juntou "fatos aleatórios" e criou uma "narrativa falsa" no que diz respeito às acusações de vazamento da taxa Selic para o banqueiro André Esteves.

Tofic argumentou que "nem o Ministério Público Federal caiu na ladainha de Palocci", em alusão à resistência dos procuradores em aceitar a delação do ex-ministro.

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"Palocci fez um admirável feito. Conseguiu juntar fatos aleatórios, sem qualquer relação uns com os outros, para criar uma narrativa falsa mas que fosse capaz de seduzir a polícia, já que nem o MPF caiu na sua ladainha", disse o advogado, em nota.

O Itaú Unibanco anunciou uma redução nas taxas de juros de suas linhas de crédito. O banco vai repassar integralmente o corte de 0,50 ponto porcentual anunciado nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.

Em nota, o banco informa que para pessoa física, a redução será no empréstimo pessoal e, no caso de pessoa jurídica, no capital de giro. Conforme o Itaú, os valores, que passam a valer a partir de sexta-feira (20), variam de acordo com o perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco.

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O Itaú também reduzirá a taxa mínima da linha de crédito imobiliário e passa a oferecer o financiamento de imóveis com juros a partir de 8,1% ao ano + TR a partir de segunda-feira (23). Antes, as taxas iniciavam em 8,3% ao ano + TR.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros da economia) de 6,00% para 5,50% ao ano. Este é o segundo corte da taxa no atual ciclo, após um período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está agora em um novo piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

Em meio à fraqueza da economia e aos índices controlados de inflação, a expectativa majoritária do mercado financeiro era de que a Selic passasse por um novo corte. De um total de 55 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam por um corte de 0,50 ponto, para 5,50% ao ano.

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Ao justificar a decisão, o BC avaliou que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve ajuste no grau de estímulo monetário. Para o colegiado, o corte de 0,50 ponto é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020.

Ao mesmo tempo, o BC sinalizou que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo. Ainda assim, o Copom novamente ponderou que essa avaliação não restringe a decisão na próxima reunião, marcada para os dias 29 e 30 de outubro.

"Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", reiterou o comunicado.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2019 de 3,6% para 3,3%. No caso de 2020, a expectativa passou de 3,9% para 3,6%.

No cenário de referência, em que o BC utilizou nos cálculos uma Selic fixa a 6,00% e um dólar a R$ 4,05, a projeção para o IPCA em 2019 passou de 3,6% para 3,4%. No caso de 2020, o índice projetado se manteve em 3,6%.

Pela primeira vez, o comunicado da decisão do Copom também trouxe um cenário híbrido, com câmbio constante e taxa de juros conforme as expectativas do mercado, no relatório Focus. Nesse cenário, a inflação projetada para 2019 passou de 3,6% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho para 3,4%. Para 2020, a estimativa passou de 3,9% para 3,8%.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).

O mercado de juros acompanha a recuperação global, após o nervosismo de ontem, e as taxas recuam, em sintonia com o dólar ante o real. Além disso, a ata do Copom divulgada há pouco reforçou a percepção de que há espaço para a Selic cair mais 0,50 ponto porcentual em setembro, como no comunicado, embora esse documento pese menos hoje no movimento dos juros do que o exterior, segundo operadores de renda fixa. "O BC deixa explícito na ata que deve cortar juro em mais 0,5000 em setembro", avalia o economista-chefe da Quantitas Asset, Ivo Chermont, em entrevista mais cedo ao Broadcast. "A piora da guerra comercial não invalida espaço para novos cortes da Selic", explica. O documento, no entanto, não deu pistas sobre o ciclo total de cortes, segundo ele.

Às 9h13, a taxa do contrato interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 marcava 5,52%, na mínima, de 5,56% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 exibia 5,53%, de 5,56%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 marcava 6,46%, de 6,54% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 exibia 6,97%, de 7,05% on ajuste de ontem.

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Juro futuro

Pela terceira sessão consecutiva, os investidores estrangeiros no mercado de juro futuro reduziram as posições líquidas compradas em taxas/vendidas em PU (aposta na alta da taxa), que passaram para 1.498.973 contratos em aberto, de 1.606.368, uma redução de 107.395. Os dados são da B3.

Os investidores locais também diminuíram as posições líquidas vendidas em taxa, em 153.146 para 3.630.732 contratos em aberto.

Na contraparte, os bancos reduziram a posição líquida tomada para 2.007.348 contratos em aberto, 2.048.233 anteriormente, uma redução de 40.885 contratos.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a comemorar pelas redes sociais a queda da taxa Selic, que caiu na quarta-feira (31) para o menor nível desde o início da série histórica, em 1996.

"O Brasil indo para frente, a taxa Selic 6%. Para quem tem papéis do governo não é muito bom não, vão receber menos", afirmou o presidente durante a transmissão ao vivo semanal que faz pelo Facebook.

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Na sequência, Bolsonaro apresentou os motivos que, segundo ele, levaram à baixa dos juros.

"Por que isso daí? A inflação caindo, o Parlamento aí - um abraço ao Rodrigo Maia e o Davi Alcolumbre com toda certeza, que vai agora pegar a Previdência - dando sinalizações positivas no tocante à Previdência, não é só o Rodrigo Maia não, são todos os parlamentares que tiveram a consciência de votar favorável à nova Previdência, e uma coisa muito importante, o Brasil tá recuperando a confiança aí fora", disse o presidente.

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