Tópicos | Delcídio

O senador Telmário Mota (PDT) foi sorteado, na tarde desta quarta-feira, 2, o relator do processo contra Delcídio Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado. O senador é o atual vice-líder do governo, cargo que já ocupava quando Delcídio era o líder na Casa. Ele também foi um dos 13 senadores que votaram contra a manutenção da prisão do petista em novembro do ano passado.

Telmário negou que o cargo de vice-líder do governo possa interferir em sua atuação como relator. "O nosso trabalho de líderes é em prol do SenOado, não tínhamos cumplicidade de atos ou relações", afirmou. Quando questionado sobre sua relação com o senador Delcídio, ele respondeu apenas que mantinham uma relação de "respeito".

##RECOMENDA##

Ele também negou que o fato de ter votado pelo fim da prisão de Delcídio tenha relação com o julgamento que será feito agora no Conselho de Ética. "Eu entendi que a prisão dele não foi feita dentro da legalidade, porque, na época, nem investigado ele estava sendo. Agora é uma outra situação. O julgamento aqui não é do crime, mas se esse procedimento feriu o decoro", afirmou.

Telmário defendeu a agilidade do processo e discordou que o Senado precise esperar encaminhamentos do Supremo Tribunal Federal (STF). Como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo, este entendimento foi dado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na semana passada e se espalhou entre membros do Conselho. "Essa é opinião do presidente, a gente respeita. Mas a Casa vai andar, nós vamos dar uma resposta", defendeu Telmário.

O advogado de Delcídio, Gilson Dipp, também informou que o objetivo da defesa não era pedir o adiamento do processo. "Os argumentos foram colocados alegando que ele não pode ser cassado. Mas nós não queremos esperar, não pedimos nenhuma suspensão do processo. Queremos que seja julgado", afirmou.

Reviravolta na relatoria

O sorteio de Telmário aconteceu após o terceiro entendimento do colegiado sobre quem estaria apto a ser relator do processo. Depois de nova discussão, os senadores voltaram atrás e anunciaram que não participariam do sorteio os senadores do partido de Delcídio (PT) e dos partidos que assinaram ou apoiaram a representação contra ele (PPS, Rede e DEM), mas retiraram a limitação a blocos partidários. Desta forma, estariam aptos a ser relatores os senadores do PDT, PMDB, PSD, PSDB, PSB e PTB.

Apesar disso, os senadores do PSDB, PMDB e PSD se recusaram a participar do sorteio. Assim, apenas Telmário, Lasier Martins (PDT-RS) e João Capiberibe (PSB-AP) tiveram os nomes colocados na urna. O presidente do Conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA) negou que os senadores estivessem constrangidos em participar da relatoria e alegou que a decisão foi aceita por consenso.

Ainda no ano passado, o senador de oposição Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) havia sido sorteado relator. Ele foi impugnado após o pedido da defesa de Delcídio ser acatado pelos membros do Conselho. A defesa alegava que, pelo fato de o PSDB ter apoiado a representação contra Delcídio, integrantes do partido não deveriam concorrer à relatoria. O colegiado extrapolou o pedido da defesa e estendeu a restrição aos partidos que assinaram ou apoiaram a representação contra Delcídio, impedindo que senadores de oposição fossem relatores do caso.

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) formalizou na tarde desta terça-feira, 01, sua renúncia à presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Conforme antecipou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Delcídio tomou essa decisão em mais um lance para sair do foco das suspeitas que o envolvem. A medida abre espaço para que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) seja eleita na próxima semana para o comando do colegiado.

O pedido de exclusão de Delcídio da comissão, o segundo mais importante do Senado, foi lido em plenário pelo presidente em exercício da sessão, o senador José Medeiros (PPS-MT). "Considerando a necessidade de preparar meu retorno à base eleitoral que represento, concentrar-me na defesa junto ao Conselho de Ética e ao restabelecimento pleno da minha saúde, deixo a Presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, no Senado Federal. Sendo o que se apresenta para o momento, renovo os meus protestos de elevada estima e consideração", disse, no requerimento.

##RECOMENDA##

A cadeira de presidente da CAE estava vaga desde o final de novembro, após Delcídio ter sido preso preventivamente sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Ele foi solto há duas semanas, mas não reassumiu o comando do colegiado que, pela proporcionalidade das bancadas, é uma indicação do PT, o segundo maior partido na Casa.

Por enquanto, a CAE tem sido presidida pelo primeiro vice-presidente, o peemedebista Raimundo Lira (PB).

Alvo de um pedido de cassação em razão da Lava Jato, Delcídio tem submergido para evitar a perda do mandato parlamentar. Ele, que não apareceu no Senado desde que foi solto, está em licença médica.

O Senado pretende esperar o avanço dos inquéritos sobre Delcídio Amaral (PT-MS) no Supremo Tribunal Federal (STF) para dar continuidade ao processo contra o senador no Conselho de Ética da Casa. A estratégia para protelar o julgamento do petista no Legislativo, que poderia resultar em sua cassação, é alegar falta de informação sobre os casos em tramitação na corte suprema.

Delcídio, que está em licença médica desde a semana passada, foi preso preventivamente em novembro, acusado de tentar dificultar as investigações da Operação Lava Jato. Ele foi solto em 19 de fevereiro, mas responde a três inquéritos no STF por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobrás. As peças das investigações são mantidas em segredo de Justiça. Embora alegue falta de dados sobre os casos, o Senado não fez nenhum requerimento de informação desde que foi protocolada a representação contra o senador no Conselho de Ética, há três meses.

##RECOMENDA##

A estratégia para atrasar o andamento do processo foi dada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), logo após a primeira reunião do conselho, na última quarta-feira. "O Conselho de Ética não tem como inverter o processo e fazer um julgamento político sem saber o que acontece no processo judicial. É preciso conectar as coisas", defendeu. Segundo ele, a lógica do colegiado é avaliar como o processo político leva em conta o que está acontecendo no processo judicial. Por isso, alega, o acesso aos inquéritos seria essencial.

A interpretação de Renan segue um dos principais argumentos enviados ao Senado pelo advogado de defesa de Delcídio, Gilson Dipp, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dipp defende o direito à presunção de inocência, que admite que Delcídio não tem culpa até que seja condenado pela Justiça. A defesa caracteriza como "dano irreparável" qualquer punição no Senado, caso Delcídio seja inocentado posteriormente pelo Supremo.

Espera

Após a declaração de Renan, o posicionamento rapidamente se difundiu entre os demais senadores. Entre integrantes do conselho, predomina a avaliação de que o Senado não deve deliberar sobre a cassação de Delcídio antes de uma decisão do STF.

A ideia de alongar o processo contra Delcídio é pluripartidária. Tanto os senadores do PT quanto da oposição estão desconfortáveis com a situação de julgar um colega de trabalho. Delcídio teria ameaçado entregar outros senadores envolvidos em esquemas de corrupção em delação premiada - o que o senador desmentiu, em carta enviada aos pares. A cúpula do PMDB, que possui três senadores investigados pela Lava Jato, é a mais engajada em atrasar a tramitação do processo.

Não há consenso entre os senadores se é preciso aguardar eventual julgamento de Delcídio ou se somente uma possível denúncia do Ministério Público Federal à Justiça seria suficiente para fazer o processo no conselho andar com celeridade. O colegiado é uma instância diferente da Justiça e, ao avaliar outros casos, não atrelou suas atividades ao Judiciário.

Prazos

O presidente do conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), aliado de Renan, avalia que se trata de uma questão delicada. Ele não soube responder se será necessário esperar pela decisão do STF. "Vamos supor que se faça uma opção pela condenação de Delcídio agora e, mais tarde, o tribunal decida por inocentá-lo. Como fica?", questionou.

Não há previsão para que o STF dê encaminhamento às investigações sobre Delcídio. João Alberto, que previa que o processo fosse finalizado em até 60 dias, já avalia que a tramitação possa ser mais longa caso o relator julgue necessário receber mais informações do tribunal. "O único documento que temos é a degravação de uma conversa. Os senadores e o relator vão decidir se precisam solicitar mais documentos", explicou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira, 25, a ida do senador Delcídio Amaral (PT-MS) a São Paulo entre amanhã, 26, e o dia 7 de março para fazer exames médicos.

O senador saiu da cadeia na última sexta-feira, 19, depois de passar cinco meses preso preventivamente por suspeita de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Na decisão que revogou a prisão do parlamentar, Teori estabeleceu restrições ao petista, como o dever de recolhimento domiciliar no período noturno e a proibição de deixar o País.

##RECOMENDA##

A defesa do senador e ex-líder do governo pediu a autorização ao Supremo nesta quinta-feira. Ao acatar o pedido, Teori determinou que Delcídio apresente, num prazo não superior a cinco dias, a documentação que comprove as recomendações médicas e a razão pela qual os exames devem ser realizados em São Paulo.

A defesa do senador e ex-líder do governo Delcídio Amaral (PT-MS) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que o parlamentar vá a São Paulo a partir de amanhã, 26, até o dia 7 de março para realizar consultas e exames médicos. Delcídio foi preso em novembro suspeito de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e solto na última sexta-feira, 19.

Na decisão que revogou a prisão do parlamentar, o ministro Teori Zavascki, do STF, estabeleceu restrições ao petista, como o dever de recolhimento domiciliar no período noturno e a proibição de deixar o País. O ministro deve pedir parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de analisar o pedido feito pelos advogados do petista.

##RECOMENDA##

Na terça-feira, 15, Delcídio apresentou à Mesa Diretora do Senado pedido de licença do mandato Senado pelo prazo de 15 dias. O afastamento temporário é uma "licença saúde".

O petista terá de enfrentar uma denúncia oferecida pela PGR ao Supremo pela tentativa de atrapalhar as investigações da Lava Jato. Ele foi flagrado em conversas gravadas pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró negociando o silêncio do ex-dirigente da estatal em eventual acordo de delação premiada.

Delcídio é alvo ainda de uma representação no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar.

Solto desde a última sexta-feira (19), o senador e ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) apresentou no final da tarde desta terça-feira (23) pedido de licença do mandato pelo prazo de 15 dias. Em razão de ser um pedido de "licença saúde", o senador não terá descontado do rendimentos o período de afastamento.

O pedido foi protocolado na Mesa Diretora do Senado e deve ser publicado na próxima sexta-feira no Diário Oficial da Casa, após assinatura do primeiro vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC).

##RECOMENDA##

A possibilidade de Delcídio pedir afastamento temporário chegou a ser defendida por integrantes do PT do Senado como forma de evitar possíveis constrangimentos, com o retorno do senador à atividade.

Parlamentares da bancada chegaram a se reunir hoje com Delcídio, ocasião em que o tema também foi tratado. O petista, segundo relatos, informou que primeiramente iria consultar os advogados.

No encontro, o senador, que presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), até ser preso em novembro do ano passado, sob a acusação de atrapalhar as investigações da Lava Jato, informou que não pretende "brigar" pela sua permanência no comando do colegiado.

Delcídio foi solto na última sexta-feira após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

Conselho

O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), informou que vai colocar nesta quarta-feira, 24, em votação no colegiado a decisão de impugnar ou não o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) da relatoria do processo que tramita na comissão contra Delcídio Amaral, acusado de quebra de decoro parlamentar.

Na semana anterior, os advogados de Delcídio Amaral enviaram ao Senado, junto com sua defesa prévia, um pedido de impugnação de Ataídes Oliveira, alegando que sua atuação deve ser impedida por ele fazer parte de um dos partidos que assinaram a representação contra o senador.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira, 23, que o episódio que levou à prisão e soltura do senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi tão "fulminante" que chegou o momento de ouvi-lo. Delcídio, solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira, ainda não retomou as atividades parlamentares. Ele responde a um processo por quebra de decoro parlamentar sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

"O senador Delcídio vai exercer o mandato de senador na sua plenitude, na forma da Constituição. O que ele vai falar ou não vai falar é foro íntimo. Quando o Supremo decidiu a primeira vez, nós chancelamos. Agora novamente nós vamos chancelar a decisão do Supremo e ele exercerá o mandato. Acho que essa coisa foi tão rápida e tão fulminante, que ele não falou. Talvez é um caso raro de alguém que não falou. Então é hora de o Senado ouvi-lo e saber o que ele tem a dizer", disse o peemedebista, em entrevista.

##RECOMENDA##

Renan sinalizou que, até um eventual pronunciamento de Delcídio, não tomará qualquer decisão para impedir que retome suas funções. Ele, por exemplo, não fez a leitura em plenário do pedido feito pelo PT na semana passada para substituí-lo como integrante da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), da qual é presidente. "Se Delcídio vai falar, continuar na CAE ou não, vai depender dele", disse.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou nesta segunda-feira, 22, que tem uma "defesa consistente" e negou a intenção de fazer delação premiada, em troca de uma possível redução de pena, caso seja condenado. "Todo mundo que me conhece sabe que eu nunca chantageei nem ameacei ninguém e não vou mudar depois de velho", disse Delcídio ao Estado. "Eu posso ser tudo, menos chantagista. Isso não condiz com o comportamento que sempre tive".

Delcídio foi solto na sexta-feira, depois de 86 dias preso, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Ele ainda não retornou ao Senado e não sabe quando voltará. Disse que, nos próximos dias, pretende dar os últimos retoques no pronunciamento que fará no plenário.

##RECOMENDA##

"Vou fazer essas coisas com muita calma. Mas vou marcar posição. Minha defesa é muito consistente e eu estou confiante", afirmou o senador ao Estado. Questionado se teria cartas na manga para pressionar colegas a absolvê-lo no Conselho de Ética, o senador mostrou contrariedade. "Você acha que eu, dependendo do Conselho de Ética, vou para cima do Senado? O que é isso? Eu tenho responsabilidade."

O PT ameaça expulsar Delcídio, mas isso ainda pode demorar algum tempo. O caso será tratado na reunião do Diretório Nacional do partido, marcada para sexta-feira, no Rio de Janeiro, mas a tendência é que a sigla prolongue a suspensão do senador, sem decisão final sobre o seu destino. "Vou conversar agora com o partido, com tranquilidade", afirmou ele.

Diabético e com gastrite, o senador passou, nesta segunda, por uma consulta com um clínico geral. Ele deverá fazer novos exames médicos e ainda não sabe quando retomará suas atividades parlamentares. (Vera Rosa)

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou nesta segunda-feira, 22, que o partido não tem com o que se preocupar em relação a uma possível delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) no âmbito da Operação Lava Jato. O dirigente petista disse ainda que não conseguiu verificar, dentro do partido, o impacto em relação à soltura do parlamentar, ocorrida na última sexta-feira, 19.

"O PT não tem nada de se preocupar com possível delação (de Delcídio)", afirmou Falcão em rápida entrevista após apresentar o programa de TV da sigla que será veiculado nesta terça-feira, 23, em cadeia nacional.

##RECOMENDA##

Questionado sobre como andava o clima no PT após a saída de Delcídio da prisão, Falcão abriu um sorriso. "Não consegui tomar a temperatura ainda", observou ele. De acordo com o presidente do PT, o processo contra o senador será discutido na reunião do Diretório Nacional do partido, marcado para a próxima sexta-feira, dia 26, no Rio.

Na reunião, o Diretório analisará a decisão da Executiva Nacional do PT, que no início de dezembro suspendeu Delcídio por 60 dias. Foi, na prática, uma tentativa do partido de se desvincular da crise, depois que Delcídio foi preso, em 25 de novembro, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

À época, Falcão divulgou nota dizendo que o PT não se julgava obrigado a qualquer gesto de solidariedade com Delcídio porque nenhuma das tratativas do senador tinham relação com sua atividade partidária.

É provável que o comando do partido prorrogue a suspensão do senador por mais algum tempo, antes de decidir o seu destino. Até a soltura de Delcídio, na sexta-feira, a tendência era pela expulsão do senador.

De qualquer forma, caso o Diretório Nacional do PT confirme o parecer da Executiva, será criada uma comissão interna que dará dez dias para Delcídio se explicar. Falcão disse que o que essa comissão decidir será levado para votação do Diretório.

Chinaglia

Para o deputado do PT de São Paulo Arlindo Chinaglia a situação de Delcídio é complicada. "A situação é difícil porque o caso ainda não foi transitado em julgado", afirmou.

"As gravações feitas são muito fortes. Existe um constrangimento (com a volta de Delcídio)? Sim, porque ele era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e não poderá continuar, era líder do governo e não pode continuar, por motivos óbvios. Então, não há nada a comemorar", completou o deputado.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, afirmou nesta segunda-feira, 22, que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) não tem "condições morais" de voltar a ocupar uma vaga no Senado. O petista permaneceu quase três meses preso por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato, mas foi solto na noite da última sexta-feira (19) por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O senador Delcídio deve ter acesso à ampla defesa e ao devido processo legal nas ações que pesam contra ele, mas não tem, neste momento, condições morais de ocupar uma vaga no Senado da República. Afastá-lo do poder que o mandato lhe confere também protege o bom andamento das investigações", afirmou o presidente da OAB, em nota.

##RECOMENDA##

Delcídio foi denunciado pela PGR ao Supremo pela tentativa de atrapalhar as investigações e é alvo de mais dois inquéritos no âmbito da Lava Jato. Em conversas gravadas pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o senador aparece negociando o silêncio do ex-diretor da estatal. Nas gravações, Delcídio sugere uma rota de fuga e dinheiro à família de Cerveró, para não ser mencionado em eventual acordo de delação premiada.

Para Lamachia, que assumiu a presidência da OAB no início do mês, as conversas gravadas são motivo para que o senador não retome o mandato. "As gravações tornadas públicas que mostram o teor da atuação do senador Delcídio do Amaral em favor de um dos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras são motivo para que ele não reassuma seu mandato", afirmou o presidente da entidade.

Pela decisão de Zavascki, Delcídio pode retomar os trabalhos no Senado, devendo manter-se recluso em sua residência no período noturno e nos finais de semana.

Adiamento

Delcídio não retomará atividades no Senado nesta terça-feira, 23, como chegou a ser divulgado, diz assessoria do petista. O senador deve permanecer reunido com equipe de advogados para avaliar algumas das restrições impostas pelo ministro Teori Zavascki.

Entre as dúvidas, segundo assessoria do senador, está a determinação do ministro para que Delcídio permaneça recolhido no período noturno. A princípio não foi estabelecido um horário para esse recolhimento, gerando incertezas a respeito da participação do senador em sessões do Senado que poderão ocorrer à noite.

"Os advogados vão solucionar todas as dúvidas nesta semana. Amanhã ele não vem", afirmou Eduardo Marzagão, o assessor do senador.

Inicialmente, estava previsto que Delcídio retomasse as atividades nesta terça-feira durante a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O colegiado era presidido pelo petista até ele ser preso em novembro do ano passado pela Polícia Federal, sob a acusação de que estaria atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato.

Substituição

Com a ausência de Delcídio das atividades no Senado nos últimos meses, integrantes da bancada do PT apresentaram na semana passada o nome da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para substituí-lo no comando da CAE.

Uma sessão para a eleição da senadora chegou a ser marcada para amanhã, mas foi cancelada por determinação do presidente em exercício da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB). Com a decisão, o colegiado terá amanhã apenas uma reunião deliberativa, com 30 itens na pauta. O primeiro deles é a Mensagem 71/2015, que contém a Programação Monetária do governo para o quarto trimestre de 2015.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse a interlocutores, no fim de semana, que não fará acordo de delação premiada com o Ministério Público. Solto na sexta-feira (19) por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, que revogou sua prisão preventiva, Delcídio destacou que só pretende se defender na Justiça e no Conselho de Ética do Senado.

"Vou reescrever minha história sem revanchismo", afirmou o senador a amigos. Delcídio era líder do governo até o dia 25 de novembro, quando foi preso sob acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. "Quero virar essa página", insistiu ele.

##RECOMENDA##

Nem mesmo a expulsão do PT, tida como certa, e as restrições impostas por Teori - como a obrigatoriedade de ficar em prisão domiciliar à noite e nos dias de folga - desanimam Delcídio. O que ele quer é manter o mandato e fará de tudo para isso. Como senador, Delcídio tem foro privilegiado e seu processo penal tramita no Supremo. Se perder o foro, o caso será transferido para a Justiça Federal do Paraná, onde está o juiz Sérgio Moro, que responde pelas ações da Lava Jato.

"Tudo o que o senador deseja é se concentrar na sua defesa", comentou o advogado Maurício Silva Leite. "Ele não fez acordo de delação e isso nem teria cabimento porque tal instituto é incompatível com a atividade parlamentar e com a defesa no Conselho de Ética. Esta hipótese é absurda", reforçou o advogado Luís Henrique Machado, que também o defende.

Renúncia

O PT vai pressionar Delcídio a renunciar à presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sob o argumento de que ele deve se concentrar na salvação de seu mandato e no processo penal que enfrenta. Na prática, porém, o partido e o Palácio do Planalto não desejam no comando de uma das principais comissões do Senado um político sob julgamento, denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

Mais da metade da bancada do PT subscreveu na semana passada um pedido de substituição de Delcídio por Gleisi Hoffmann (PR) na presidência da CAE. Entretanto, os petistas agem com cautela porque temem que, apesar das negativas, ele ainda possa fazer delação premiada e piorar ainda mais a crise do partido e do governo.

Em família

Delcídio passou o fim de semana com a mulher, Maika, duas de suas três filhas e a mãe, Rosely, em Brasília. "O que eu mais quero é ficar quieto, com minha família", disse.

Abatido, rabiscou algumas linhas do pronunciamento que pretende fazer amanhã na tribuna do Senado, no qual dirá que foi vítima de uma gravação feita "sorrateiramente" por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Esta também foi a linha da defesa apresentada ao Conselho de Ética, onde PPS e Rede pedem a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

Para o senador, Bernardo só gravou o diálogo porque viu ali a chance de conseguir um acordo de delação premiada para o pai. Na manifestação enviada ao Conselho de Ética, Delcídio disse que menções feitas sobre sua influência política no Supremo não passaram de bravata.

A defesa de Delcídio estuda ainda entrar com novo recurso ao Supremo pedindo explicações sobre "detalhes" da decisão de Teori, como a proibição imposta ao senador de conversar com outros investigados e a obrigatoriedade de recolhimento noturno. Na avaliação de advogados, a decisão pode prejudicar atos inerentes ao mandato, uma vez que o Senado abriga outros 13 parlamentares investigados na Lava Jato, entre os quais o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e há votações até tarde da noite.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) deixou a prisão por volta das 20h30 desta sexta-feira, dia 19. Após assinar um termo de compromisso, o senador saiu do Batalhão de Policiamento de Trânsito, em Brasília.

O advogado de Delcídio, Luiz Henrique Machado, confirmou que o senador dormirá esta noite em Brasília, onde permanecerá para "exercer o seu cargo de senador" já na próxima semana.

##RECOMENDA##

Algumas questões não ficaram esclarecidas, como se o senador poderá sair no período noturno. Machado também não confirmou se Delcídio poderá ou não manter contato com outros investigados. De acordo com ele, isso poderia interferir em sua atividade parlamentar.

O ex-líder do governo Dilma Roussef no Senado ficou detido durante 86 dias, sob acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O senador Delcídio Amaral (PT-SP) chorou muito nesta sexta-feira, 19, ao saber que o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki havia revogado sua prisão. Ex-líder do governo Dilma no Senado, Delcídio ficou detido durante 86 dias, sob acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Da rotina frenética de um homem que participou das principais negociações políticas do governo e tinha livre acesso ao gabinete presidencial, Delcídio foi abandonado até mesmo por seu partido, o PT, que deve expulsá-lo em breve. Na prisão, ele leu a Bíblia e vários livros, como A Origem do Estado Islâmico, de Patrick Cockburn, e a autobiografia de Ron Wood, guitarrista da banda de rock Rolling Stones.

##RECOMENDA##

Delcídio passou o aniversário dele - de 61 anos, completados no último dia 8 -, o da mulher, Maika, e o de duas filhas, além do Natal e do Ano Novo, recluso na Superintendência da Polícia Federal e no Batalhão de Policiamento de Trânsito.

O advogado Luiz Henrique Machado, um dos defensores do senador, garantiu que ele não fará delação premiada. "Isso está totalmente fora de cogitação. Nem passa pela cabeça dele", disse Machado.

O inferno de Delcídio começou depois que o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró gravou uma conversa na qual o senador prometia procurar ministros do Supremo para libertar o antigo amigo. Na gravação, Delcídio chegou a sugerir um plano de fuga para Cerveró e uma mesada de R$ 50 mil mensais para a família, o que foi interpretado como uma tentativa de negociar o silêncio do ex-diretor da Petrobras.

Agora, o ex-líder do governo no Senado poderá voltar a exercer o mandato parlamentar, mas responde a processo penal, além de uma ação movida pelos partidos Rede e PPS no Conselho de Ética, com o objetivo de cassar o seu mandato. Isso sem contar o processo disciplinar no PT.

"Ele vai se defender pessoalmente no Conselho de Ética", afirmou o assessor Eduardo Marzagão. "O senador terá de se recolher todos os dias à noite e não poderá sair do País. Terá de entregar o passaporte e comparecer a cada 15 dias à Justiça para prestar termo de justificação das atividades", comentou o advogado Machado.

No início deste mês, a defesa de Delcídio entrou com recurso no Supremo pedindo a revogação da prisão do senador, alegando que, naquelas condições, o julgamento político do Conselho de Ética ficava prejudicado. "(...) Deve-se, no mínimo, impedir que o senador seja julgado perante o Senado Federal de forma constrangedora, completamente estereotipada, com prejuízo inevitável ao direito de defesa e à imparcialidade", afirmaram os advogados na manifestação.

Advogados da representação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) protocolaram na tarde desta quinta-feira, dia 18, a defesa prévia ao processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, que pode levar à cassação de seu mandato. A defesa argumenta irregularidade em sua prisão preventiva e direito à presunção de inocência.

Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, a defesa critica o que chama de "intromissão" do Supremo Tribunal Federal e defende a independência dos Poderes e a autonomia do Senado.

##RECOMENDA##

A defesa é baseada em cinco argumentos que alegam inconstitucionalidade da prisão preventiva do senador, ilegalidade da prova produzida, suposta irregularidade praticada fora do exercício de mandato e presunção de inocência, além de relativizar a menção aos nomes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O processo por quebra de decoro parlamentar de Delcídio argumenta a incoerência e ineditismo de se ter um senador preso, o que justificaria, segundo alegação, que seu mandato fosse cassado.

A principal argumentação da defesa do senador, entretanto, defende que ele não deveria estar preso pela ausência de flagrante, única situação em que deputados e senadores podem ser detidos, de acordo com a Constituição Federal. "Se não há situação de flagrância, resta inviabilizada a decretação da prisão do senador", diz o documento.

Outro argumento contrário à cassação de Delcídio, com o qual os advogados finalizam a defesa, é o de que o senador ainda não foi condenado e, caso absolvido das acusações, a cassação seria um dano "irreparável" a sua pessoa.

"Pior cenário para o Senado não haverá, se o senador comprovar futuramente sua inocência perante o Supremo, colocando, assim, em xeque a reputação e a credibilidade dos julgamentos no âmbito do Congresso Nacional", assinam os advogados Gilson Dipp, Luís Henrique Machado e Raul Amaral Júnior.

Além da defesa, os advogados também protocolaram outro documento, que pede o afastamento do relator do caso, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), por pertencer ao bloco de oposição que entrou com a representação contra Delcídio.

O Código de Ética do Senado, entretanto, prevê que não pode ser relator do processo o senador que pertencer ao partido do representado ou do representante, mas não menciona blocos partidários. A representação foi assinada pela Rede e PPS e levou como anexo uma carta de apoio assinada por líderes de DEM e PSDB.

A defesa prévia do senador Delcídio Amaral (PT-MS) ao Conselho de Ética do Senado critica a "intromissão" do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao decoro parlamentar, defende a independência dos Poderes e pede que o colegiado "resgate sua autonomia", corrigindo uma "injustiça" contra o petista. Em manifestação que será entregue nesta quinta-feira (18) os advogados afirmam que o senador não feriu a ética nem o decoro no exercício do mandato e que a representação apresentada pelos partidos Rede e PPS apenas copia denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Delcídio foi detido em 25 de novembro, quando ainda era líder do governo Dilma no Senado, sob acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A prisão ocorreu por ordem do ministro do STF Teori Zavascki e foi referendada pelo plenário do Senado no mesmo dia.

##RECOMENDA##

"O Senado mandou homologar o flagrante, mas não decretar prisão preventiva nem dizer se o crime era inafiançável", afirmou à reportagem o jurista Gilson Dipp, ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que coordena a defesa de Delcídio no Conselho de Ética. "E o Supremo não pode aferir o conteúdo da decisão do Senado no processo administrativo de ética." Para Dipp, o processo penal a que responde o senador não tem qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar.

"As acusações de conduta ofensiva a ética só podem ser fundadas em pretensas condutas criminosas se e quando essas condutas estiverem suficientemente descritas, evidenciadas e amparadas por indícios claros, certos e objetivos e que deveriam estar claramente provados no momento correspondente ao cabo do processo legítimo", diz um dos trechos da manifestação que será protocolada nesta quinta-feira. "A atividade parlamentar não pode estar dissociada das venturas e desventuras da política nacional".

O Conselho de Ética tem poder para recomendar a cassação do mandato do senador, como pedem a Rede e o PPS, com apoio do PSDB e do DEM.

O inferno de Delcídio começou depois que o filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, gravou uma conversa com o então líder do governo no Senado na qual ele prometia conversar com ministros do Supremo para libertar o antigo amigo, que ameaçava fazer acordo de delação premiada. Na gravação, Delcídio chegou a sugerir um plano de fuga para Cerveró e uma mesada de R$ 50 mil mensais para a família.

"O propósito desta gravação ilícita e ilegal foi produzir prova contra o senador e isso está se discutindo perante o Supremo, onde ele está se defendendo", argumentou Dipp. Ao Conselho de Ética, a defesa prévia de Delcídio observa que, "sem que esses fatos sejam adequadamente esclarecidos por outra modalidade de prova (...), devem se situar com severa cautela, sob pena de adiantar juízos depreciativos".

Afastamento do relator

Além dessa manifestação, os advogados de Delcídio ingressarão nesta quinta-feira com uma petição solicitando a mudança do relator do caso no Conselho de Ética, senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO). O argumento é que Oliveira integra o bloco de oposição e, além disso, o PSDB e o DEM apoiam a representação contra Delcídio. "Não é nada pessoal contra o senador Ataídes, mas falta aí isenção", ponderou Dipp. Ataídes, por sua vez, afirmou não haver qualquer impedimento para exercer a relatoria.

Na prática, se o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), acatar o pedido, poderá haver sorteio para escolha de novo relator.

Em outra frente, no recurso que os advogados Maurício Silva Leite, Luiz Henrique Alves, Patrícia Rios de Oliveira e Raul Amaral Junior impetraram no Supremo para pedir a revogação da prisão provisória de Delcídio, no início deste mês, a alegação da defesa é que a atual situação do senador prejudica o julgamento político do Conselho de Ética. "(...) Deve-se, no mínimo, impedir que o senador seja julgado perante o Senado Federal de forma constrangedora, completamente estereotipada, com prejuízo inevitável ao direito de defesa e à imparcialidade", afirmam os advogados no agravo regimental.

A bancada do PT no Senado se reuniu nesta quarta-feira (3) para debater posicionamentos e definir representações do partido em 2016. Mas ainda não há um nome para a liderança do governo no Senado, que segue com um líder interino há mais de dois meses, quando Delcídio Amaral (PT-MS) foi preso preventivamente pela Polícia Federal.

A decisão cabe ao Palácio do Planalto, mas, segundo os senadores da bancada petista, não houve nenhuma sinalização. O líder do governo não precisa, necessariamente, ser do PT e a vaga pode ficar com outro nome da base de apoio, o que aumenta o leque de possibilidades.

##RECOMENDA##

"O governo vai procurar encontrar alguém que possa ter trânsito em toda a base de sustentação do governo, que tenha diálogo com a oposição", afirmou o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PT-PE). Atualmente, o cargo é exercido interinamente pelo senador José Pimentel (PT-CE), que acumula também o posto de líder do governo no Congresso Nacional.

Quando Delcídio foi afastado, alguns nomes foram apontados, como o do senador Blairo Maggi (PMDB-PR), que possui bom diálogo com parlamentares da base e da oposição. Ele afirmou já ter sido procurado por ministros do Planalto, mas negou interesse. "Eu acredito que será fácil encontrar um nome que possa desempenhar esse papel que vinha sendo bem desempenhado", opinou Humberto Costa.

Entretanto, o cargo não parece atrativo, já que o líder terá de lidar com divergências entre o governo e a própria bancada do PT, além de defender a aprovação de matérias do interesse da presidente que não são do agrado dos parlamentares, como a CPMF. Da última vez, o governo gastou 5 meses para encontrar um senador disposto a assumir o cargo.

Comissão de Assuntos Econômicos

Delcídio também era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Para substituí-lo, a bancada do PT na Casa indicou nesta quarta-feira a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Como a presidência da comissão é um cargo eletivo, senadores ainda não sabem como Delcídio pode ser afastado definitivamente do cargo.

"Nós apresentamos o nome da senadora Gleisi Hoffmann para presidir a comissão e agora vamos nos sentar com os demais partidos, especialmente com o PMDB, para construirmos a eleição dela na comissão", explica Humberto Costa. Como o cargo é eletivo, os senadores acreditam que a melhor solução para substituir Delcídio é por meio de outra eleição.

A comissão se encontra diante de um impasse regimental. Preso, Delcídio está impossibilitado de exercer o cargo. Ele pode ser substituído na comissão por um suplente, enquanto a presidência é exercida interinamente pelo vice, Raimundo Lira (PMDB-PB).

Ao mesmo tempo, pela divisão proporcional da bancada, a presidência deve ser exercida por um senador do PT, o que impede Lira de seguir à frente da comissão. Como Delcídio foi eleito para o cargo, ele teria de se afastar voluntariamente. "Temos de ver regimentalmente como faremos a substituição", afirmou Humberto Costa.

Delcídio

Enquanto isso, correm os prazos para Delcídio se defender da representação apresentada contra ele no Conselho de Ética do Senado, processo que pode levar a sua cassação. Ele deve apresentar sua defesa ainda em fevereiro, após o carnaval. Segundo o líder do PT, a bancada respeita o direito de defesa do senador.

"Vemos o Delcídio como vemos todos que fazem parte do PT e são objeto de investigação, como alguém que tem o direito de se defender. É uma posição de não prejulgar, mas também de não blindar ou proteger", afirmou Humberto Costa.

Preso há exatos dois meses, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) trabalha com seus advogados na preparação de recursos a serem apresentados a partir da próxima semana, na volta do recesso forense. Na tentativa de deixar a cadeia, o petista já deu aval para que seus advogados proponham ao ministro Teori Zavascki, relator do seu caso no Supremo Tribunal Federal (STF), um novo pedido de liberdade. A possibilidade de uma delação premiada estaria fora do radar, segundo pessoas próximas ao senador.

O advogado Antonio Figueiredo Basto adiantou ao Broadcast Político que a peça a ser apresentada ao STF está praticamente pronta. Segundo o defensor, um dos principais argumentos é que não há motivos para a manutenção da prisão preventiva do senador, uma vez que a instrução processual contra Delcídio já foi concluída. Ele citou ainda o fato de que a delação premiada feita pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró já foi homologada e aceita pela Justiça.

##RECOMENDA##

O STF decretou a prisão do senador - a primeira de um parlamentar no exercício do mandato - pelo fato de, segundo o Ministério Público Federal, Delcídio ter atuado para impedir Cerveró de fazer delação. "Não há mais fatos para justificar a prisão do senador", disse Basto, ao destacar que, conforme o Código de Processo Penal, não existe mais os elementos para mantê-lo detido preventivamente.

Se o recurso diretamente ao relator não for acatado, a defesa de Delcídio deverá impetrar um novo habeas corpus para ser analisado pelo plenário do STF. Na volta do recesso, os advogados do senador também vão apresentar a defesa preliminar à denúncia oferecida pelo procurador-geral da República contra o petista pelos crimes de impedir e embaraçar a investigação criminal contra organização criminosa, patrocínio infiel e exploração de prestígio.

Assessores que visitaram o senador nos últimos dias relataram que o petista está otimista com os recursos que serão apresentados ao Supremo. "Ele está confiante em sua defesa", disse um deles. "Ele vai dar a volta por cima", disse outro. A família, que praticamente se mudou para Brasília na virada do ano, também está esperançosa com a estratégia da defesa do senador.

Partido

Ao menos em outra frente, Delcídio deve ter um alívio temporário. A Executiva Nacional do PT não vai discutir nesta terça-feira, 26, o processo do petista. No dia 4 de dezembro, por sugestão da bancada do Senado, o partido havia suspendido por 60 dias a filiação dele, abrindo processo que pode culminar na expulsão do partido.

A análise do caso do petista só ocorrerá no dia 26 de fevereiro em encontro do Diretório Nacional do partido marcado para o Rio de Janeiro (RJ). O presidente do PT, Rui Falcão, tem defendido nos bastidores que ele deixe a legenda. Segundo pessoas próximas, o foco de Delcídio tem sido garantir sua liberdade. Até o momento, não recebeu nenhuma visita de colegas da bancada no Batalhão da Polícia Militar em Brasília. "Ele (Delcídio) nem comenta do partido", disse uma das pessoas que o visitaram.

O senador ainda é alvo de uma representação no Conselho de Ética do Senado que pode levá-lo à perda do mandato. Ele foi beneficiado pelo fato de ter sido notificado do pedido na véspera do início do recesso parlamentar. Somente a partir de 2 de fevereiro ele terá dez dias úteis para apresentar a sua defesa. A partir daí, começam a correr prazos para o relator do caso, senador Ataídes Oliveira (TO), e o colegiado apreciar o caso.

Senadores do PT e do PMDB, contudo, consideram reservadamente que a perda de mandato dele é uma questão de tempo. A avaliação é que o petista foi no mínimo imprevidente ao ter alardeado, em gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, que tinha influência para retirar da prisão do ex-diretor da Petrobras.

A fala grampeada por Bernardo serviu de base para a prisão de Delcídio. A demora para o processo dele seguir adiante no Conselho de Ética faz parte de um cálculo político de influentes parlamentares, uma vez que há 13 senadores envolvidos na operação, entre eles o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O procurador-geral da República Rodrigo Janot chamou o senador Delcídio Amaral (PT/MS) de 'agente criminoso'. Em manifestação enviada na semana passada ao Supremo Tribunal Federal, na qual pediu a permanência na prisão do ex-líder do Governo no Senado, o chefe do Ministério Público Federal sustentou que Delcídio 'se trata de agente que não mede as consequências de suas ações para atingir seus fins espúrios e ilícitos'. Os argumentos de Janot foram acolhidos no último dia 17 pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, que manteve de pé o decreto de prisão preventiva do senador.

Delcídio Amaral foi preso dia 25 de novembro pela Polícia Federal sob suspeita de tramar contra a Lava Jato. O senador planejou a fuga - que não ocorreu - de Nestor Cerveró com medo da delação premiada que o ex-diretor da área Internacional da Petrobras estava para fechar com a Procuradoria - o acordo foi assinado no dia 18 de novembro. Segundo os investigadores, aliado ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, Delcídio pretendia financiar as despesas de Cerveró e de sua família. O ex-diretor foi preso em janeiro por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema instalado na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.

##RECOMENDA##

A manifestação de Rodrigo Janot foi dada nos autos do requerimento da defesa de Delcídio que pedia a revogação da prisão cautelar do senador. "Há se compreender que este tipo de agente criminoso, violando de forma grave as funções relevantíssimas que lhe foram confiadas pelo voto popular, não media esforços para atingir os fins ilícitos."

Para o procurador-geral da República, em liberdade Delcídio continuará na linha do crime. "Certamente assim continuará, já deixou bem claro seu modo de atuação."

Janot alertou para a 'ganância (de Delcídio) em ter recursos desviados dos cofres públicos para interesses exclusivamente privados'.

O procurador apontou, ainda, para a 'influência direta' de Delcídio na Petrobras. "Os documentos apreendidos em seu poder comprovam que ele tinha ingerência nos quadros respectivos. Foram encontradas diversas anotações referentes a pessoas que deveriam ou não deveriam ocupar cargos na estatal, além de diversos documentos relativos à sua reestruturação"

Ao indeferir o requerimento de revogação da prisão provisória de Delcídio, em decisão do dia 17, o ministro Teori Zavascki ressaltou. "Nesse contexto não há motivo suficiente a alterar os fundamentos do decreto prisional ou apto a justificar a revogação da prisão decretada em 24 de novembro de 2015. Ao contrário, foram encontradas na posse do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral anotações que corroboram os indícios probatórios já existentes, assim como estavam em seu poder cópias das colaborações premiadas de Fernando Falcão Soares e Nestor Cerveró, cobertas por sigilo legal."

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência do senador Delcídio Amaral (PT-MS) da carceragem da superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para o quartel da Polícia Militar do Distrito Federal.

O pedido foi feito pela defesa do senador e teve parecer favorável por parte da Procuradoria-Geral da República.

##RECOMENDA##

O senador e ex-líder do governo está preso há mais de duas semanas, acusado de obstruir as investigações da operação Lava Jato.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (1º), a abertura de mais um inquérito para investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada por tentativa de obstruir as investigações da Lava Jato. Este é o terceiro inquérito contra o parlamentar solicitado pela Procuradoria.

O novo pedido de inquérito, assim como as investigações contra Delcídio já abertas, é mantido sob sigilo na Corte. Cabe ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Tribunal, autorizar as novas investigações contra o senador. A abertura das investigações é considerada praxe no STF.

##RECOMENDA##

Atualmente, o STF já tem 35 inquéritos abertos relativos à Operação Lava Jato, com 68 investigados, sendo 14 senadores. A lista inclui os dois inquéritos que foram abertos hoje por Zavascki.

No primeiro, serão investigados Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo, Renan, Jader e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como um emissário do presidente do Senado. Antes da prisão, o Supremo também havia autorizado uma investigação contra Delcídio pela tentativa de atrapalhar a investigações.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando