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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) adiou para o fim da tarde a representação que faria no Conselho de Ética contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS), para reunir reforço de outros partidos. "Uma das razões de termos adiado a representação foi aguardar mais tempo para ver se mais partidos a subscrevem", informou.

A entrega dos documentos, que estava marcada para 12h, foi adiada para 16h30. Ainda segundo Randolfe, um dos motivos é aguardar a chegada do líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), que ainda não está em Brasília. Randolfe afirmou que o PPS também vai subscrever o documento, mas que PSDB e outros partidos não estão confirmados.

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Segundo Randolfe, o texto da representação cita os autos da investigação contra Delcídio e argumenta a detenção como quebra de decoro. "A representação defende que a condição de um senador da República estar preso e as razões da detenção são incompatíveis com o decoro parlamentar."

O líder da Rede Sustentabilidade no Senado também negou que Marina Silva vá assinar a representação. De acordo com a Constituição, a representação pela suspensão ou cassação de mandato deve ser feita por partido político. Neste caso, o documento deveria ser assinado pelo presidente do partido, mas Randolfe argumenta que a Rede não possui um presidente e a tarefa caberia aos porta-vozes oficiais da legenda.

"A Marina é membro da Executiva, mas não é porta-voz. Quem tem que assinar oficialmente é quem tem o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas a decisão foi tomada em comum acordo com a Marina, ela está ciente", informou. De acordo com Randolfe, o documento será assinado pela porta-voz Gabriela Barbosa, do Distrito Federal.

Parentes e amigos de Delcídio Amaral (PT-MS) aconselharam o senador a negociar um acordo de delação premiada. Eles avaliam que esse seria o melhor caminho para tirar o petista da prisão ainda este ano, a tempo de passar o Natal com a família.

Em conversas reservadas nos últimos dois dias, o entorno mais próximo do senador considerou pequenas as chances de Delcídio conseguir um habeas corpus na Justiça após a divulgação da gravação feita por Bernardo Cerveró. Na conversa, Delcídio relata suposta pressão a ministros do Supremo Tribunal Federal em busca de um habeas corpus para o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, pai de Bernardo.

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A mulher de Delcídio, Maika, que visitaria o marido neste fim-de-semana na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para tratar do tema da delação premiada, era uma ferrenha defensora da estratégia e discutiu o assunto com o advogado do senador. Ela tem dito que o marido não pode pagar sozinho por erros cometidos pelo PT e pelo Planalto - Delcídio era líder do governo até ser preso pela PF na quarta-feira.

Na delação, Delcídio contaria o que sabe sobre o esquema de corrupção e desvios na Petrobrás em troca de benefícios concedidos pela Justiça.

No depoimento que prestou na quinta-feira à PF, Delcídio citou a presidente Dilma Rousseff, de maneira espontânea, pelo menos três vezes. "A então ministra (de Minas e Energia no governo Lula) Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul", afirmou o senador.

"Como a área de exploração de gás era bastante desenvolvida naquele Estado, havia contatos permanentes entre a Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás e a secretaria comandada pela Dilma Rousseff", disse.

O acordo de delação precisa ser acertado com a Procuradoria-Geral da República e, depois, homologado pelo STF.

O banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, disse em depoimento à Polícia Federal que nos últimos doze meses "teve no máximo cinco encontros pessoais" com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

"Esses encontros foram decorrentes de visitas do senador ao banco ou encontros em outros eventos", declarou Esteves à PF. "Pelo que se recorda a última vez que esteve com o senador foi há aproximadamente trinta dias na sede do banco em São Paulo. Foi tratado nesse encontro temas da atual conjuntura econômica brasileira."

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Esteves afirmou que "pelo que se recorda desta última vez foi iniciativa do senador ir ao encontro do declarante para obter uma análise de um presidente de um banco de investimentos sobre temas atuais que estão na pauta do governo como recriação da CPMF e projeto relativo a repatriação de ativos brasileiros no exterior".

O banqueiro, Delcídio e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, foram presos ontem por suspeita de envolvimento em uma trama para barrar a Lava Jato. A base da acusação contra o grupo é uma conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o senador petista ofereceu uma mesada de R$ 50 mil à família de Cerveró em troca de seu silêncio ou, se feita a colaboração, que o acordo poupasse Delcídio e o BTG. A verba seria financiada por André Esteves.

"Nunca tratou com o senador Delcídio do Amaral ou com quem quer que seja sobre colaboração premiada de Nestor Cerveró", disse André Esteves no depoimento de três páginas.

O banqueiro respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas pelo delegado da PF Fabrizio José Romano e o procurador da República Fábio Magrinelli Coimbra. O presidente do BTG Pactual foi preso no Rio. Ele consentiu por escrito aos agentes da PF que realizassem buscas em seus endereços.

Contato

O banqueiro afirmou que não conhece pessoalmente Nestor Cerveró e "nunca teve qualquer forma de contato com o mesmo". Na conversa gravada por Bernardo Cerveró, o senador afirma que André Esteves teria em seu poder cópia do acordo de delação premiada firmado pelo ex-diretor com a Procuradoria-Geral.

"Questionado se tinha conhecimento de que Nestor Cerveró estava em tratativas para a realização de colaboração premiada no interesse das investigações da Operação Lava Jato, respondeu que tinha conhecimento apenas do que saía pela imprensa e que não tinha conhecimento de que tal colaboração poderia mencionar o banco BTG e/ou sua pessoa", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou a prisão do senador Delcídio Amaral, flagrado tentando obstruir as investigações da operação Lava Jato, de "coisa louca". O ex-presidente participou de um debate na capital paulista, na noite desta quinta-feira, 26, para promover seu livro "Diários da Presidência" e falou sobre o cenário de crise política e econômica do País.

"Prenderam um senador da República e o senador disse o que disse, uma coisa louca", afirmou. Fernando Henrique defendeu a decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a prisão de Delcídio a partir da análise do áudio em que ele ajudava a planejar a fuga de Nestor Cerveró, em troca de não ter seu nome citado na delação do ex-diretor da Petrobras.

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"Tem uma instituição que parece ter vigor, que é o Judiciário, neste momento. A decisão, que não quero nem discutir se era constitucional ou não, tinha que ser tomada, algum ponto de amarração tem que ter o sistema político. Já que os políticos não tomam, eles (ministros do Supremo) tomaram uma decisão", afirmou FHC.

O tucano insistiu que o sistema político brasileiro está falido e citou como prova disso o "constrangimento" por qual o Senado Federal passou na noite desta quarta-feira ao decidir se o voto sobre a prisão de Delcídio seria aberto ou fechado. "Infelizmente, os elementos-chave do sistema político brasileiro estão sob questionamento. Nós vimos na televisão ontem o constrangimento de alguns terem que defender 'olha tem que ser secreto, se não eu caio'."

O ex-presidente criticou a presidente Dilma Rousseff por demorar em tomar a liderança e tirar o País do cenário de crise. "É preciso abrir o jogo e chamar as pessoas para conversar", disse. Segundo o tucano, o governo está "empurrando com a barriga". "Você tem duas forças fazendo o Brasil andar, Lava Jato e a crise, é dramático. E qual é a ação, a proposta de reorganização disso aí?"

FHC criticou ainda o fato de Dilma deixar o País após a prisão de Delcídio, que comprometeu a agenda de votações no Congresso, do ajuste fiscal e referentes à meta fiscal deste ano, tão fundamentais para o governo. Dilma vai participar da conferência do clima COP 21 em Paris. "A presidente vai viajar agora, vai passar nove dias fora do Brasil, eu não iria nessas circunstâncias."

"Se a presidente não pegar a rédea, alguém vai pegar", afirmou o ex-presidente ressaltando que não falava de golpe, mas de formas constitucionais de tirarem Dilma do comando. "Quando houve a crise do apagão, chamei todo mundo e disse ou saímos juntos desse negócio ou não saímos, a situação atual é a mesma", aconselhou.

E repetiu a tese de que Dilma poderia oferecer sua renúncia em troca da aprovação de "certas medidas" para tirar o País da crise. À plateia de admiradores, FHC completou em tom de brincadeira. "E se aprovarem, não precisa nem sair", arrancando gargalhadas do público.

Num comentário que postei, ontem, neste blog, criticando o voto do senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, favorável a soltura do senador Delcídio Amaral, seu companheiro de bancada representante do Mato Grosso do Sul e igualmente líder, desta feita do Governo, disse que ele havia dado um tiro no pé. Mas acho que foi mais além: cavou também a sua sepultura política.

Sinceramente, procurei uma só razão para entender a sua postura e não encontrei. Se ele tivesse votado por uma decisão partidária, tudo bem. Mas isso não ocorreu. Momentos antes da votação em sessão aberta do Senado, o PT abandonou Delcídio com um posicionamento público do seu presidente nacional, Rui Falcão. Isso não bastaria para Humberto seguir a maioria dos senadores, mantendo Delcídio na cadeia?

Não, em absoluto, ele não enxergou assim. Então, só dá para entender que Humberto fez um pacto com o satanás. Quando alguém está sendo puxado para a cova pelo diabo perde o bom senso e, sendo assim, é jogado na jaula do leão pelas garras do diabo. Com o voto para tirar Delcídio da cadeia, Humberto traiu todos os princípios de moralidade que pregou – se é que algum dia pregou – em praça pública.

Rasgou a ética, enxovalhou a sua vida pública. Como já foi citado no escândalo da Lava Jato, tendo já escapado de outro, o dos sanguessugas, Humberto votou com o fígado, esqueceu a cabeça. Com o seu voto pela salvação de Delcídio, imaginou que jogaria uma pá de terra em tudo que a Polícia Federal apurou e o Supremo Tribunal Federal se ancorou para pedir a prisão do líder do Governo.

Humberto cometeu, portanto, o maior erro da sua trajetória política. Não recaiam suspeitas sobre o acusado, no caso Delcídio Amaral, mas provas duras, contundentes, irrefutáveis. Tão fortes, aliás, que levaram a ampla maioria dos 81 senadores a referendar a decisão do Supremo.

Tenho dúvidas se com o seu voto, Humberto não deu também por encerrada a sua carreira pública, pois passará, a partir de agora, a vida inteira a se justificar por que só ele, entre os grandalhões do PT no Senado, carimbou a inocência de um corrupto na contramão da decência, dos princípios mais elementares da moralidade, da ética e do zelo pela coisa pública.

Virou, sabe ele sim, que não é bobo nem burro, um moribundo da política, um zumbi!

SOBRADINHO EM CRISE- A Chesf deverá desligar até o final deste mês as turbinas da usina de Sobradinho, que abriga o maior reservatório do Nordeste, prestes a alcançar o seu volume morto. Desde que começou a funcionar em novembro de 1970, esta é a primeira vez que a unidade deixará de produzir energia para priorizar o abastecimento humano, animal e a irrigação. A Chesf, porém, descarta o risco de um racionamento de energia na Região. A decisão foi tomada após a redução da vazão da usina dos atuais 900 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 800 m³/s a partir do dia 20 de dezembro.

Aécio não vai abrir o jogo– Embora fechado com a reeleição do prefeito Geraldo Júlio (PSB), o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, terá uma passagem discreta pelo Recife, hoje, no que se refere a posicionamentos sobre o quadro sucessório do ano que vem. A decisão do diretório pela manutenção da legenda na coligação do PSB na capital já está tomada e tem tudo a ver com o apoio que partido deu no Estado a Aécio no segundo turno das eleições presidenciais passadas.

Relato dramático– Na conversa com a presidente Dilma o governador Paulo Câmara contou que no enfrentamento ao crescimento assustador dos casos de microcefalia, está usando nove hospitais de referência para atender mães e bebês nas macrorregiões de Recife e de Caruaru, Petrolina e Serra Talhada. Lembrou que 72 unidades de saúde estão notificando os casos em 108 municípios. A notificação, segundo ele, passou a ser compulsória e imediata. Entre as ações, determinou que grávidas que apresentam manchas vermelhas na pele façam coleta de sangue para diagnóstico laboratorial e sejam submetidas a ultrassom quando estiverem entre a 32ª e a 35ª semana de gestação.

Pressão do PT – A nota divulgada pelo presidente do PT, Rui Falcão, na qual fica claro que o partido não pretende fazer a defesa do senador Delcídio Amaral, preso sob acusação de agir para obstruir a Justiça nas investigações da Operação Lava Jato, teve significativo peso para a decisão do Senado de manter a prisão do senador. O STF acolheu o pedido de prisão feito pelo Ministério Público, mas o Senado poderia aprovar o relaxamento da prisão ou manter a decisão do STF – o que acabou acontecendo.

No bom caminho – Empresário bem-sucedido em Caruaru, o senador Douglas Cintra (PTB), que assumiu a vaga com a ida de Armando Monteiro para o Ministério de Dilma, tem se revelado uma boa surpresa no Congresso Nacional. Embora o seu partido integre a base governista, seus votos e ações estão em sintonia com a sociedade. A prova mais cabal disso foi seu posicionamento firme e inflexível com o voto pela manutenção do senador Delcídio Amaral no xilindró.

CURTAS

CONTAS– Em meio à recessão e às dificuldades do Governo para aumentar a arrecadação, as contas públicas continuam com resultado sofrível, segundo números divulgados, ontem, pela Secretaria do Tesouro Nacional. Em outubro, foi registrado um déficit primário de R$ 12,27 bilhões. É o pior resultado para este mês desde o início da série histórica, em 1997. Até então, o maior déficit para este mês havia sido registrado em 1998, no valor de R$ 1,46 bilhão.

PALESTRA– Convidado pelo meu amigo Braga Sá, presidente do Grupo Executivo do Recife (Gere), faço, hoje, durante almoço de adesão da instituição no Boi e Brasa, uma palestra sobre a crise nacional, sendo saudado antes pelo presidente da Folha de Pernambuco, Eduardo Monteiro. No final da tarde, cumpro agenda em Cumaru, para lançar meus livros no Clube Municipal, a partir das 19 horas.

Perguntar não ofende: Quem do PT vai sobrar para contar a história se Delcídio Amaral abrir o bico?

Em almoço com dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT nesta quinta-feira, 26, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "uma grande burrada" a tentativa do senador Delcídio Amaral (PT-MS) de tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.

Lula foi provocado durante o almoço na sede da CUT, em São Paulo, a comentar o assunto, mas tentou se esquivar do tema. Se limitava a dar respostas curtas como "é um absurdo" ou "que loucura". Diante da insistência disse que "foi uma grande burrada, ou alguma palavra parecida", segundo um dos participantes do almoço.

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O ex-presidente disse ter ficado surpreso quando soube dos detalhes da gravação que levou Delcídio à cadeia. Para Lula, o senador é um político experiente, sofisticado, que não poderia ter se deixado gravar de forma simples como foi feito por Bernardo Cerveró.

Embora não tenha o hábito de abandonar os companheiros pelo caminho, Lula não deve sair em defesa de Delcídio, ao menos que o senador apresente uma defesa consistente sobre o ocorrido. Segundo pessoas próximas, Lula condenou a ação de Delcídio contra a Lava Jato e considera que a atuação do senador preso causou constrangimento para o governo e para o PT.

O ex-presidente foi consultado pelo presidente do PT, Rui Falcão, antes da divulgação da nota na qual o dirigente petista diz que o partido não deve solidariedade a Delcídio. Apesar disso, Lula ainda não se posicionou sobre a possível expulsão do senador pelo PT.

Na manhã desta quinta-feira, durante o evento sobre redução da desigualdade social promovido pelo Instituto Lula, CUT e Fundação Friedrich Ebert, o ex-presidente preferiu ficar calado, apesar da insistência de outros participantes para que tomasse a palavra e do tema, sobre o qual costuma proferir longos discursos.

Desde a reforma ministerial que o Palácio do Planalto começou a ensaiar uma reação para a crise política sem precedentes que se instaurou no governo Dilma Rousseff. Parecia que a situação melhoraria pra Dilma e seus aliados e a agenda negativa que permeou praticamente todo o ano de 2015 em torno do governo, mudaria de mãos e de alvo, ficando em cima do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

O noticiário acuou Cunha e fez com que ele se aproximasse cada vez mais do Palácio do Planalto. Até então a tese do impeachment tinha perdido força e validade, mas o cenário político conturbado voltou a pairar sobre o governo Dilma, primeiro anteontem com a prisão do empresário José Carlos Bumlai, muito próximo do ex-presidente Lula. Ontem a situação se agravou com a prisão do senador Delcídio Amaral (PT/MS), líder do governo no Senado, por tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, viabilizando uma quantia financeira que pudesse pagar pelo silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Delcídio na condição de líder do governo não poderia falar exclusivamente como "pessoa física", mas sim como representante do governo federal. Se ele estava propondo um plano de fuga para Cerveró era porque tinha o lastro e o aval do Palácio do Planalto pra poder viabilizar a situação. Qurrer dissociar o fato ocorrido ontem com o senador do Palácio do Planalto e do Partido dos Trabalhadores, como tentou o presidente nacional do PT Rui Falcão, é uma tarefa praticamente impossível de ser executada, haja vista que Delcídio não era um senador qualquer, mas sim um dos grandes elos do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, não só pela condição de líder do governo, mas sobretudo pelo excelente trânsito que tinha com seus pares.

A prisão do senador pela Polícia Federal deve trazer vários desdobramentos, dentre eles uma abertura de um processo por quebra de decoro parlamentar que pode culminar na cassação do seu mandato, mas muito mais do que custar o mandato de Delcídio, o fato ocorrido ontem trouxe à estaca zero qualquer possibilidade de reação do Palácio do Planalto desse processo de letargia que tomou conta do país.

Foco - A prisão de Delcídio Amaral ocorrida ontem era tudo o que o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) precisava. Com Delcídio no noticiário nacional, o que deve durar por baixo duas semanas, Cunha sai do olho do furacão e ganha tempo pra terminar o ano na presidência da Câmara Baixa.

Agilidade - Depois de pedir ontem uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para tratar dos casos de microcefalia que estão se alastrando por todo o Nordeste, o governador Paulo Câmara teve seu pleito atendido com uma agilidade fora do comum. Hoje mesmo será recebido pela presidente para tratar do assunto que é extremamente delicado.

Empegos - Num cenário de crise econômica cada vez mais consistente e imprevisível, o prefeito Elias Gomes tem conseguido viabilizar ações que contribuem para Jaboatão dos Guararapes driblar a crise. Ontem o prefeito anunciou a chegada da empresa de tecnologia Tivit, que vai se instalar na Estrada da Batalha e terá um investimento na ordem de R$ 30 milhões somente com obras e equipamentos. A expectativa é que a empresa possa gerar cerca de quatro mil empregos, dos quais metade ainda em 2015.

Humberto Costa - O senador Humberto Costa na condição de líder do PT no Senado tem cavado dia após dia a sua sepultura política. Quando orientou a bancada a optar pelo voto secreto na decisão sobre o relaxamento da pena de Delcídio Amaral e depois na apreciação do mérito do relaxamento da prisão do senador. Com isso Humberto caminha para virar um político sem qualquer respaldo social. Hoje não teria a menor condição de se reeleger senador e ainda corre riscos significativos se tentar um mandato na Câmara Federal.

RÁPIDAS

Encontro - Será realizado hoje num restaurante de Caruaru um encontro promovido pelos eleitores e amigos do deputado Tony Gel. O evento contará com as presenças do vice-governador Raul Henry e do deputado federal Jarbas Vasconcelos, e será uma espécie de pontapé inicial pela candidatura de Tony Gel a prefeito de Caruaru nas eleições do ano que vem.

Ipojuca - O perfeito Carlos Santana, que se elegeu exclusivamente por conta do prestígio do então governador Eduardo Campos, vem enfrentando uma situação dificilima no município por escassez de recursos e o êxodo das empresas que decidiram investir em Suape na época do boom econômico. Santana não consegue se encontrar na gestão e sofrerá para conseguir a reeleição.

Inocente quer saber - Depois das prisões de José Carlos Bumlai e Delcídio Amaral, o ex-presidente Lula corre o risco de ver o sol nascer quadrado? 

A prisão na quarta-feira (25) do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (MS), provocou abalo imediato no ajuste fiscal e colocou a equipe econômica em estado de alerta, aumentando a apreensão em relação à velocidade de retomada do crescimento da economia.

Sob impacto da prisão do senador - responsável por ter ajudado a melhorar a relação do governo da presidente Dilma Rousseff com o Senado -, o governo não conseguiu que fosse votado ontem pelo Congresso o projeto que altera a meta fiscal de 2015 - uma das mais importantes batalhas do ano - para um déficit primário.

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O adiamento traz riscos legais para o governo. A presidente ficou diante de um problema dramático, cuja definição pode provocar ainda mais embaraços para seu governo até o fim do ano com o Tribunal de Contas da União (TCU).

Ao adiar para o dia 3 de dezembro a sessão do Congresso prevista para ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou Dilma diante de uma escolha difícil. Ela tem até o dia 30 para o editar o próximo decreto de programação orçamentária - ainda sem a nova meta fiscal aprovada.

A escolha de Dilma será entre uma posição que pode "paralisar completamente" o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada e que permite um rombo de até R$ 119,9 bilhões nas contas públicas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, demonstrou grande preocupação em contatos com parlamentares com a possibilidade de o ajuste fiscal desandar. Ele voltou a pedir urgência na aprovação dos projetos.

Numa conversa com um parlamentar por telefone, Levy mostrou-se perplexo com a prisão de Delcídio. Mas, pragmático, destacou ao interlocutor a necessidade de se encontrar logo um relator para substituí-lo para não haver prejuízo para o ajuste. O petista seria designado o relator do projeto de repatriação de recursos de brasileiros no exterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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