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A revista britânica The Economist publicou uma reportagem em avalia que fatores como a guerra da Ucrânia - que aumentou a exportação de grãos pelo país pela menor concorrência -, o fim das restrições da covid-19 pela China e a independência do Banco Central do País são alguns dos motivos que estão levando os investidores a se animarem com o Brasil.

Segundo a revista, apesar das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às decisões de juros do BC, ao manter uma taxa de juros de 13,75% por um período prolongado, a política monetária da instituição parece "ter valido a pena", com a desaceleração anual da inflação.

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Ainda, a The Economist aponta que economistas estão apostando no atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está por trás da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal, apontados pela matéria como "duas grandes reformas que poderiam colocar o Brasil em uma base mais estável". Entretanto, o otimismo deve ser "moderado", aponta.

No entanto, a revista aponta que a história do País adverte contra muito entusiasmo. "O Brasil tem um enorme potencial, mas tem consistentemente tombado sob seu peso", avalia, relembrando que a produtividade fora da agricultura não cresce há três décadas e apontando que a nação ainda fica atrás de países como China e Índia. "O cenário global e as proezas de Haddad estão aumentando o otimismo dos investidores agora. Mas será necessária uma boa e consistente política para reverter a tendência de longo prazo do Brasil".

Em sua sessão de opinião, a revista britânica The Economist publicou um artigo nesta terça-feira, 4, afirmando que "mais um mandato para o populista Jair Bolsonaro seria ruim para o Brasil e o mundo". Intitulado "Para ganhar a presidência do Brasil, Lula deve passar para o centro", o texto, refletindo a linha editorial do veículo, afirma que o candidato à reeleição Bolsonaro não "fez esforços para parar a destruição da Amazônia", teve uma atuação "desastrosa" na pandemia de covid-19, tem um "círculo que se sobrepõe ao crime organizado", enquanto mina "as instituições, da Suprema Corte à própria democracia".

A publicação chama o presidente de "populista trumpiano, que mente tão facilmente quanto respira e imagina conspirações em todos os lugares". A Economist ainda afirma que Bolsonaro "incita abertamente a violência", e, cita uma pesquisa recente, na qual "quase 70% dos brasileiros disseram temer danos físicos por causa de suas opiniões políticas". A revista pondera a condução econômica do governo, que chama de "justa". "A inflação está caindo, o crescimento está aumentando e o Estado distribuiu este ano ajuda extra para cerca de 20 milhões de famílias mais pobres", aponta a Economist.

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Sobre Lula, a publicação lembra que seu primeiro governo ocorreu em meio a um boom das commodities e avalia que houve pragmatismo. Agora, indica que, se eleito, o petista "começaria com condições fiscais mais duras do que enfrentou quando esteve no poder". Para a revista sua plataforma, "embora vaga, inclui traços preocupantes de esquerdismo antiquado". Entre as preocupações, a Economist avalia que o petista vê o Estado como o motor do crescimento e ele querer "abrasileirar" os preços da gasolina.

Para a revista, Lula deve "nomear publicamente um economista moderado como sua escolha para ministro das Finanças". O petista também deve garantir aos agricultores que não tolerará invasões de terras organizadas por movimentos sociais próximos ao seu partido. "Ele (Lula) deveria prometer não nacionalizar nenhuma indústria. Ele deveria parar de brincar com a ideia perigosa de interferir na liberdade de imprensa do Brasil", avalia ainda.

"Mas faça o que fizer, o próximo mês será tenso", afirma a publicação. Para a revista, se Bolsonaro perder, o presidente pode alegar que ganhou e incentivar seus apoiadores a irem às ruas. "Um segundo mandato para um homem assim seria ruim para o Brasil e para o mundo. Só Lula pode impedir. Reivindicar o campo central é a melhor maneira de fazê-lo, conclui".

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi destaque na capa da revista britânica The Economist divulgada nesta quinta-feira, 8. "The man who would be Trump", ou "O homem que queria ser Trump", traça um paralelo entre o chefe do Executivo brasileiro e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, seu ídolo político. Na ilustração, Bolsonaro posa de perfil com a faixa presidencial brasileira. Ao fundo, é possível ver a sombra de Trump. Abaixo, em um subtítulo, lê-se "Bolsonaro prepara sua Grande Mentira no Brasil".

A matéria que endossa a estampa da capa é intitulada "Ganhando ou perdendo, Jair Bolsonaro representa uma ameaça à democracia brasileira", junto com o subtítulo "Todos os sinais são de que ele vai perder uma eleição e dizer que ganhou".

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Foi exatamente o que Trump fez após ser derrotado por Joe Biden, em 2020, e que culminou com a invasão do Capitólio durante sessão do Congresso que confirmaria vitória de Biden, por aliados do ex-presidente, em 6 de janeiro de 2021, em que cinco pessoas foram mortas.

"Joe Biden estava falando sobre os Estados Unidos quando alertou, em 1º de setembro, que 'a democracia não pode sobreviver quando um lado acredita que há apenas dois resultados em uma eleição: ou vencem ou foram enganados'", inicia o texto, fazendo alusão a Trump. "Ele poderia muito bem estar falando sobre o Brasil", resume.

"O sistema de votação eletrônica do Brasil é bem administrado e difícil de adulterar. Mas aqui está o problema: Bolsonaro continua dizendo que as pesquisas estão erradas e que ele está a caminho de vencer. Ele continua insinuando, também, que a eleição pode de alguma forma ser manipulada contra ele", diz o texto da The Economist, estabelecendo um comparativo entre Bolsonaro e Trump, que adotou comportamento similar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2020, em que foi derrotado pelo atual presidente Joe Biden.

Após a crise estadunidense, o chefe do Executivo brasileiro passa a desacreditar o sistema eleitoral nacional e, principalmente, defender o voto impresso, espelhando os movimentos do ex-presidente americano. No Brasil, há um ano, episódio similar ocorreu. Nas comemorações do mesmo feriado de 7 de setembro, bolsonaristas invadiram a Esplanada dos Ministérios, que havia sido bloqueada pela Polícia do Distrito Federal, e demandaram a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o governo do Distrito Federal ordenou reforço da segurança no local a fim de prevenir possíveis ataques.

"Os brasileiros temem que ele Bolsonaro possa incitar uma insurreição, talvez como a que a América sofreu quando uma multidão de apoiadores de Donald Trump invadiu o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 - ou talvez até pior", diz o texto.

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O enfraquecimento do teto de gastos é uma prova de que o presidente Jair Bolsonaro é ruim não apenas para o meio ambiente, os direitos humanos e a democracia, mas também para a economia do Brasil, destaca artigo da revista britânica The Economist em edição que circula a partir deste sábado (13).

O texto, crítico à atuação do presidente e do ministro da Economia, Paulo Guedes, destaca principalmente as promessas de ajuste fiscal em contraponto às recentes movimentações para inflar os gastos públicos, em especial emendas parlamentares e o pagamento do Auxílio Brasil.

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De acordo com a revista, Bolsonaro e Guedes estão promovendo um retorno à "incontinência fiscal" e a outros males que perseguem o País, como inflação ascendente, juros altos e fraco crescimento. O texto também critica o apoio do governo à PEC dos Precatórios, descrito como "tentativa, por baixo dos panos, de contornar o limite constitucional para gastos públicos" -, apesar de declarações anteriores do ministro a favor de reformas radicais.

A opinião da The Economist segue a linha do Financial Times, jornal de finanças britânico que em 1º de novembro publicou um duro editorial afirmando que os erros do presidente brasileiro "vão muito além da pandemia".

Em uma longa sequência de 23 postagens, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) usou sua conta no Twitter para atacar uma reportagem da revista britânica "The Economist" na noite deste domingo (6).

Na publicação, a matéria critica a gestão do governo federal, seja no combate à pandemia de Covid-19, no cuidado com a Amazônia ou na economia. A capa mostra o Cristo Redentor usando um equipamento para conseguir respirar. A imagem é uma espécie de sequência de outras capas usadas pela "bíblia liberal" para falar do Brasil desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Um dos primeiros tuítes, no entanto, tem um erro crasso de tradução. A revista fala que Bolsonaro não pode continuar à frente do país por mais um governo e que "a prioridade é derrotá-lo nas urnas". A Secom traduziu como "a prioridade é eliminá-lo" e questionou se o artigo estaria fazendo "uma assustadora apologia ao homicídio do presidente".

A Secom, que deveria ser um órgão de Estado e não de governo, segue atacando tanto o texto, que fala em "panfletarismo juvenil" como os autores, chamando-os de "militantes". Para a Secretaria, Bolsonaro e seu governo estão fazendo um "excelente trabalho".

"Claro está que, com sua retórica insana, a revista busca desmerecer todo o incontestável trabalho de defesa da vida e de preservação do emprego, das liberdades e da dignidade dos brasileiros. Sob o disfarce de crítica ao Presidente, a The Economist ataca a Nação Brasileira", diz uma das postagens.

Apesar das reclamações, a matéria da "The Economist" traz números sobre o aumento do desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos que, conforme dados do próprio governo, está muito acima da média.

Já a gestão da pandemia é uma das piores do mundo. O Brasil é o terceiro em número total de casos, com quase 17 milhões de infectados, e o segundo em mortes, com mais de 473,4 mil. Ainda conforme dados da Universidade Johns Hopkins, o país é o 11º no índice de mortalidade - que calcula a quantidade de vítimas em relação ao tamanho da população - com 223,9 mortes a cada 100 mil habitantes.

Da Ansa

A revista britânica The Economist, uma das mais conceituadas publicações do mundo, traz nesta semana uma edição especial sobre o Brasil com uma série de críticas ao governo Jair Bolsonaro. Como em outras vezes que se referiu ao País, a revista traz na capa uma nova ilustração do Cristo Redentor, desta vez respirando com uma máscara de oxigênio.

No especial, que é capa da revista sob o título 'A década sombria do Brasil', a revista descreve o presidente brasileiro como um homem que quer "destruir as instituições, não reformá-las", "esmagou todas as tentativas" de uma exploração sustentável da Amazônia e revelou serem "falsos" todos os votos favoráveis à renovação política.

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Ao citar o apoio dos militares a seu governo, a revista diz que os generais que se aliaram a ele "esperavam fazer avançar a agenda do Exército" mas, "em vez disso, prejudicaram suas reputações" e afirma que, "sob Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde parecia uma 'boca de fumo' (escrito em português e traduzido) para hidroxicloroquina".

O especial termina com uma reportagem intitulada "Hora de ir", que afirma que o futuro do País depende do resultado de 2022. O texto destaca o apoio dos militares ao atual presidente, mas destaca o ônus aos generais em apoiar o presidente e os riscos de o presidente, e seus apoiadores cada vez mais armados, não aceitarem um resultado adverso nas urnas. Em março de 2016, a revista deu a foto da então presidente Dilma Rousseff na capa, também com o mesmo título, "Hora de ir".

A reportagem aborda a dificuldade dos partidos de centro em encontrar um nome em comum para a disputa do pleito e, ao citar Lula, que lidera as pesquisas eleitorais, afirma que o ex-presidente "precisa mostrar como o manejo da pandemia custou vidas e formas de sustento, e como Bolsonaro governou para sua família e não para o Brasil". Para a Economist, "o ex-presidente deve oferecer soluções, não 'saudades' (escrita em português e traduzida como nostalgia)" dos anos em que governou o País.

Para a revista, "para voltar aos trilhos, o Brasil deve lidar com velhos problemas", citando favorecimentos fiscais para a indústria e para funcionários públicos e leis tributárias e trabalhistas que distorcem ou desencorajam o investimento.

A reportagem foi a locais como Camaçari, na Bahia, para mostrar o "sonho adiado" das pessoas que ascenderam à classe C ao longo dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva mas que, depois de uma série de problemas listados pela publicação (em especial as medidas econômicas adotadas no governo Dilma Rousseff), passaram a viver em um contexto de desemprego e queda de renda. O retrato é Vinícius Rabelo, um neto de plantadores de mandioca que trabalhou na fábrica (recém-fechada) da Ford na cidade e que, hoje, vive como motorista de Uber.

Na edição desta semana, a revista britânica The Economist declarou apoio a Joe Biden na corrida pela presidência dos Estados Unidos. A poucos dias do pleito, a revista estampou em sua capa uma bandeira americana desgastada, com seu título em defesa do candidato democrata. No editorial, publicado nesta quinta-feira, 29, a revista diz que "o país que elegeu Donald Trump em 2016 estava infeliz e dividido", e que "o país para o qual ele pede a reeleição está mais infeliz e dividido". "Muito disso é obra de Trump, e sua vitória em 3 de novembro endossaria tudo", diz o texto.

Nesse cenário, a publicação afirma que Joe Biden não seria uma "cura milagrosa" para as aflições da nação, mas sim "um bom homem que restauraria a estabilidade e a civilidade na Casa Branca". "Ele está equipado para começar a longa e difícil tarefa de reconstruir um país dividido. É por isso que, se tivéssemos um voto, iria para Joe", completa.

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A revista critica políticas adotadas pela gestão republicana na Casa Branca, diz que o presidente promoveu cortes tributários de caráter regressivo (que prejudicam relativamente mais os mais pobres), prejudicou o meio ambiente com medidas de desregulamentação e separou "cruelmente" crianças migrantes de seus pais, entre outros.

O foco dos questionamentos, porém, é outro. "Nossa maior disputa com Trump é sobre algo mais fundamental", diz a revista. "Nos últimos quatro anos, ele profanou repetidamente os valores, princípios e práticas que fizeram dos EUA um paraíso para seu próprio povo e um farol para o mundo", segue o texto, que diz que não se pode acreditar em nada do que o presidente diz - e que ele "nunca procurou representar" os americanos que não votaram nele.

"O partidarismo e a mentira minam as normas e instituições", diz a publicação, que também foca na crise do novo coronavírus. "Incapaz de ver além de sua própria reeleição, ele (Trump) continuou a deturpar a verdade evidente sobre a epidemia e suas consequências. O país tem muitos dos melhores cientistas do mundo. E também uma das taxas de mortalidade covid-19 mais altas".

Nesse cenário, a revista avalia que Biden "poderia começar a traçar um caminho para a reconciliação" nacional, buscando mais saúde, educação, e permitindo mais imigração. "Sua política de mudança climática iria investir em pesquisa e tecnologia para aumentar o emprego", diz o texto, que o caracteriza como "mais propositivo" que Trump. Nesta eleição, conclui a revista, os Estados Unidos enfrentam "uma escolha fatídica" - "em jogo está a natureza de sua democracia."

A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge afirmou nesta quinta-feira, 24, que mantém a convicção de que deveria ser mantida a interpretação de que a prisão em segunda instância é possível, como manifestou no segundo parecer do processo sobre a prisão em segunda instância, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao ser questionada após a participação no evento "Brazil Summit 2019" sobre o voto da ministra Rosa Weber, que abriu caminho para mudança no entendimento da corte, Dodge disse que no segundo grau encerra-se o juízo se há prova de que o acusado é culpado ou não.

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"Acho que uma solução desta fomenta a percepção da população de que o sistema de Justiça funciona com a rapidez necessária, o mais rápido possível da data do fato."

Segundo ela, o impedimento da execução da pena em segunda instância deverá levar o Parlamento refletir se é necessário mudar alguma regra para se estabelecer mais clareza sobre o tema.

Em relação à possibilidade de que condenados em segunda instância sejam soltos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-PGR disse que as defesas devem fazer os pedidos à Justiça e de que "certamente haverá uma solução condizente com a decisão do STF, soltando os condenados".

Em relação à reação da sociedade, Dodge disse que a sociedade entende que as instituições devem funcionar condizentemente. "Creio que o STF está dizendo à sociedade brasileira que essa é a regra, devemos respeitar."

Medo

A ex-PGR disse ainda que a justiça não tem sido igual para todos pela forma que ela vem sendo aplicada. De acordo com ela, as pessoas olham para a Justiça e sentem medo de a Justiça não funcionar para elas como funciona para outras pessoas. De acordo com Dodge, "as pessoas pensam que se não têm muito dinheiro, a Justiça não vai funcionar para elas".

Janot

Questionada sobre a imagem da promotoria após as declarações de seu antecessor, Rodrigo Janot, que disse que pensou em matar o ministro do STF Gilmar Mendes, Dodge disse que é um "fato lamentável, mas isolado".

A mais nova edição da revista britânica "The Economist", em matéria publicada nesta quinta-feira, 28, voltou a fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de "aprendiz de presidente", e afirmou que o mandato dele pode ser curto "a menos que ele pare de provocar e aprenda a governar".

Bolsonaro já havia sido alvo de críticas por parte da revista no ano passado. "Bolsonaro ainda não mostrou que entende seu novo emprego. Ele dissipou o capital político em seus preconceitos, por exemplo, pedindo que as Forças Armadas comemorassem o aniversário, em 31 de março, do golpe militar de 1964", trouxe a reportagem.

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De acordo com a "Economist", "muitos supunham que a chegada do governo de Bolsonaro por si só daria vida à economia. Mas, três meses depois, ela continua tão moribunda quanto sempre". A revista apontou que os investidores estão começando a perceber que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "enfrenta uma tarefa difícil" para fazer com que o Congresso aprove a reforma da Previdência e enfatizou que "o próprio Bolsonaro não está ajudando".

Mesmo assim, a reportagem também indicou que a reforma previdenciária "não é suficiente" para fazer com que o País apresente um crescimento econômico robusto e listou outras mudanças, como uma reforma tributária e outras medidas, para fazer com que a competitividade aumente.

A revista também trouxe, na reportagem, a recente tensão entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e apontou que essa crise deve fazer com que a reforma da Previdência sofra "atrasos e diluição". Além disso, a "Economist" também lembrou que o filósofo Olavo de Carvalho, apontado como ideólogo do governo Bolsonaro, chamou de "idiota" o vice-presidente Hamilton Mourão, que, de acordo com a revista, "tentou impor alguma disciplina política", embora esteja "frequentemente em desacordo com a família Bolsonaro". A ligação entre a família Bolsonaro com ex-policiais do Rio acusados de matar Marielle Franco também esteve presente na reportagem da "Economist".

A nova edição da revista britânica "The Economist" traz na capa o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, que é tratado como "a ameaça mais recente da América Latina".

A publicação, um ícone da direita liberal no mundo, afirma que o deputado federal seria um presidente "desastroso". Segundo a revista, uma eventual vitória de Bolsonaro arriscaria piorar o atual cenário do Brasil.

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"Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias, promete salvação; na verdade, ele é uma ameaça para o Brasil e para a América Latina", diz a "Economist", que o coloca como um novo membro do "clube dos populistas", ao lado de nomes como o norte-americano Donald Trump e o italiano Matteo Salvini.

A avaliação negativa não é aliviada nem mesmo pela indicação de que o ultraliberal Paulo Guedes comandaria a economia em um eventual governo Bolsonaro. A revista diz que o candidato flerta com a ditadura e alerta para o eleitor não acreditar nas promessas de um político "perigoso".

O Brasil é personagem frequente nas capas da "Economist", como na célebre edição de 2009 em que o Cristo Redentor aparece "decolando". Nos anos seguintes, no entanto, o otimismo deu lugar ao pessimismo com a crise política e econômica do governo Dilma Rousseff.

Em uma edição de 2016, o mesmo Cristo Redentor aparece na revista pedindo "socorro".

Da Ansa

Baseada em modelos estatísticos, a revista britânica The Economist trouxe em seu site na manhã deste sábado a previsão de que o Brasil será o vencedor da Copa do Mundo de Futebol, que ocorre na Rússia. "Quatro anos depois de perder para a Alemanha, prevemos que o Brasil tem mais chances de ganhar, com 27% de probabilidade de levantar o troféu", concluiu, lembrando da histórica derrota nacional por 7 a 1 contra o país europeu, em casa, em 2014. O primeiro jogo do Brasil em 2018 está marcado para amanhã, contra a Suíça. Os dois países fazem parte do Grupo E.

O site da revista explica que o modelo estatístico criado teve como objetivo tentar descobrir o que faz um país ser bom no futebol. "Vasculhamos dados históricos e analisamos dezenas de fatores que contribuem para o sucesso de uma equipe nacional", explicou. Num vídeo que tem um tom divertido, o semanário disse que um dos pontos analisados foi o de quantos jogadores potenciais um país tem. A justificativa é a de quanto mais jogadores, maior a quantidade de talentos a serem escolhidos para suas equipes. Neste quesito, a liderança coube à Alemanha, com mais de 16 milhões de jogadores potenciais, enquanto a Islândia ficou na lanterna, com apenas 32 mil jogadores.

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A popularidade do esporte foi outro fator que entrou no modelo da The Economist, que usou a ferramenta de buscas do Google para identificar o número de pesquisas relacionadas ao futebol. Isso contribuiu para o modelo ao mostrar a paixão de um país pelo "belo jogo". Os países africanos ficaram no topo da análise neste quesito, enquanto Índia e Paquistão, nos últimos lugares. Recursos financeiros foram também um ponto analisado. "Quanto mais dinheiro um país tem para gastar em instalações e treinadores, melhores serão as suas chances na Copa do Mundo", explicou a revista, indicando que Alemanha, Inglaterra e Suíça saem na dianteira da Copa do Mundo deste ano.

A publicação também comentou que existem alguns pontos fora da curva em seu modelo, como Croácia, Costa do Marfim e Uruguai. "A Croácia e o Uruguai têm populações pequenas e a Costa do Marfim não é um país rico. Então, o que os torna bons no futebol?", questionou. Primeiro, o veículo britânico citou que os três países incentivam jovens jogadores a serem criativos. Em segundo lugar, que as extensas redes de olheiros capturam jogadores talentosos. Em terceiro, que eles exploram a rede global de know-how do futebol, tanto exportando jogadores para a Europa como trazendo os principais técnicos.

A revista britânica The Economist que chega neste fim de semana às bancas diz que o presidente em exercício, Michel Temer, conseguiu renovar os ânimos na economia "apenas por não ser a senhora Rousseff". A publicação, no entanto, afirma também que o governo interino aumentou os gastos e aliviou dívidas dos Estados. "Assessores dizem que essa generosidade vai comprar apoio político para as reformas fiscais", diz a reportagem.

A reportagem da publicação sobre o Brasil intitulada "O único caminho é para cima" diz que a recessão continua no País, mas que a economia começa a dar alguns sinais de reação. "O mercado tem melhorado desde que ele assumiu o comando. Mais pró-negócios que a presidente de esquerda e mais astuto em lidar com o Congresso, o senhor Temer promete reformas para aumentar a confiança", diz a revista.

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A publicação destaca o esforço reformista do presidente em exercício, mas aponta para uma contradição: o relaxamento das condições fiscais. "O senhor Temer quer alterar a Constituição para congelar os gastos do governo em termos reais e para reformar as pensões generosas demais. Até agora, porém, ele aumentou gastos", diz a revista, ao lembrar que o rombo fiscal previsto pelo governo interino é maior que o previsto por Dilma Rousseff e que o governo Temer aumentou os salários dos servidores públicos e também aliviou a dívida de Estados.

"Assessores do senhor Temer dizem que essa generosidade vai agora comprar apoio político para as reformas fiscais uma vez que a senhora Rousseff for afastada do cargo. Os mercados acreditam nisso e o custo do seguro contra calote dos títulos do governo caiu. Mas esses aplausos acabarão a não ser que o senhor Temer consiga superar esse elevado desafio que ele colocou para si e para o País", diz a revista.

Enquanto a economia espera a execução das reformas, a publicação cita alguns sinais incipientes de reação da atividade como o aumento de 18% na importação de bens de capital, aumento da produção industrial pelo quarto mês seguido, queda dos estoques e estabilização no movimento nas estradas. Apesar desses sinais, a reportagem diz que "a economia ainda não está em boa forma". O texto nota que indicadores como o desemprego devem piorar ainda mais nos próximos meses e investidores têm demonstrado cautela como, por exemplo, no leilão frustrado da Celg.

A revista britânica The Economist avalia que Michel Temer tem ideias melhores que Dilma Rousseff para a economia. Isso, porém, não quer dizer que o peemedebista será bem sucedido na Presidência da República. Para a publicação, "as coisas podem facilmente dar errado" para o novo ocupante do Palácio do Planalto.

Na edição impressa que começa a ser distribuída nesta sexta-feira, a Economist publica uma reportagem sobre o presidente em exercício brasileiro e destaca positivamente a pauta econômica sugerida pelo PMDB. Ainda que reclame pela falta de detalhes, a revista diz que o documento "Ponte para o Futuro" "defende uma série de medidas sensatas da privatização e livre comércio até as reformas do mais que generoso sistema de previdência pública, das leis trabalhistas esclerosadas e do sistema tributário bizantino" do Brasil.

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"A julgar pelos ministros que o senhor Temer deve anunciar, ele pretende executar algumas dessas ideias", diz a revista, ao citar nomes como Henrique Meirelles, Eliseu Padilha e Romero Jucá, além da maior proximidade com o PSDB.

A revista cita que Temer pode avançar com reformas estruturais, cortar gastos públicos e, a despeito da recessão, aumentar a confiança, reduzir a inflação e permitir ao Banco Central começar a reduzir o juro.

Apesar do otimismo, a The Economist alerta que "as coisas podem facilmente dar errado". O primeiro problema é a proximidade entre o PMDB e o escândalo de corrupção na Petrobras. "Seis dos congressistas do PMDB, incluindo o senhor Jucá, estão sob investigação", lembra a revista.

O segundo risco relatado pela Economist é que o novo presidente pode ter dificuldades em avançar com as reformas no Congresso. A revista cita que parlamentares são relutantes em votar a favor do corte de gastos e aumento de impostos. Além disso, o presidente em exercício tem que correr porque a atenção dos parlamentares rapidamente mudará para a Olimpíada no Rio e as eleições municipais.

Após a mais famosa estátua do Rio de Janeiro simbolizar a decolagem e depois a derrocada do Brasil, agora é a vez de o Cristo Redentor pedir socorro na capa da nova edição da revista The Economist. A publicação britânica traz a imagem do Cristo segurando um cartaz com a inscrição "SOS". Em editorial, a revista diz que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade sobre o fracasso econômico, mas que os que trabalham para tirá-la do cargo "são, em muitos aspectos, piores" e cita Eduardo Cunha como exemplo. "No curto prazo, o impeachment não vai resolver isso". Por isso, a revista defende novas eleições gerais.

O editorial diz que "Dilma Rousseff levou o País para baixo, mas toda a classe política também". "O fracasso não foi feito apenas pela senhora Rousseff. Toda a classe política tem levado o País para baixo através de uma combinação de negligência e corrupção. Os líderes do Brasil não ganharão o respeito de volta de seus cidadãos ou superarão os problemas econômicos a não ser que haja uma limpeza completa".

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A revista diz que Dilma tem responsabilidade sobre a situação porque houve incompetência do atual governo na condução da economia, o Partido dos Trabalhadores se envolveu no esquema de corrupção da Petrobras e a presidente tentou proteger p ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva das investigações. As acusações contra a presidente, porém, são relativizadas quando comparadas com as existentes contra os nomes que lideram o processo de impeachment.

"O que é alarmante é que aqueles que estão trabalhando para o seu afastamento são, em muitos aspectos, piores", cita o editorial que lembra que o vice-presidente Michel Temer é filiado ao PMDB. "O PMDB também está perdidamente comprometido. Um dos seus líderes é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que presidiu o espetáculo do impeachment de seis horas no domingo. Ele é acusado pelo Tribunal Superior Federal de aceitar suborno da Petrobras", diz a revista.

Para a Economist, "não há maneiras rápidas" de resolver a situação. As raízes dos problemas políticos viriam, segundo a revista, da economia baseada no trabalho escravo do século XIX, a ditadura do século XX e o sistema eleitoral em vigor. "No curto prazo, impeachment não vai consertar isso", diz a revista.

O editorial diz que a acusação da manipulação contábil de Dilma parece "tão pequena que apenas um punhado de deputados se preocupou em mencionar isso em seus dez segundos" na votação. A revista avalia que, se Dilma for deposta por uma razão técnica, "o senhor Temer vai lutar para ser visto como um presidente legítimo pela grande maioria dos brasileiros que ainda apoiam a senhora Rousseff".

Por isso, a revista defende que uma maneira de contornar a situação seria a realização de novas eleições que elegeriam um presidente com apoio popular para executar reformas. "Os eleitores também merecem uma chance de se livrar de todo o Congresso infestado de corrupção. Apenas novos líderes e novos legisladores podem realizar as reformas fundamentais que o Brasil necessita", diz a revista.

A revista reconhece, porém, que o caminho para novas eleições não é fácil no Congresso. "Assim, há uma boa chance de que o Brasil ser condenado à confusão sob a atual geração de políticos desacreditados. Os eleitores não devem se esquecer deste momento. Porque, no fim, eles terão a chance de ir às urnas - e devem usá-la para votar em algo melhor".

A revista britânica The Economist afirma que o "confronto entre o governo do Brasil e o sistema Judiciário acaba de ficar mais estranho e mais implacável". Em reportagem publicada na página na internet, a publicação diz que o debate tem girado em torno de "sutilezas legais" e, ao comentar a divulgação de grampos telefônicos, a Economist cita que o juiz Sérgio Moro pode ter "ido longo demais".

Com o título "Aborto do retorno de Lula ao governo espalha novos protestos e suspeitas", a reportagem afirma que a crise política no Brasil está "mais profunda e estranha". A Economist relembra os últimos desdobramentos da crise com o anúncio da nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro, a divulgação de gravações entre o ex-presidente e a presidente Dilma Rousseff e a reversão da nomeação de Lula pela Justiça do Distrito Federal.

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A Economist ressalta que o governo reagiu especialmente à divulgação das gravações que envolvem a presidente Dilma. O texto diz que, enquanto o governo diz que houve "flagrante violação da lei e da Constituição", o juiz Sérgio Moro argumenta que as gravações "têm interesse público".

"Mas liberar uma gravação de conversa em que uma das partes, não menos que a presidente, que não está formalmente sob investigação e goza de forte proteção constitucional parece com uma violação da sua privacidade", diz a Economist.

"No passado, o senhor Moro já pareceu algumas vezes ter ido longe demais na sua perseguição obstinada contra a corrupção", completa o texto que argumenta que "vários membros do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, acham que a detenção de Lula para interrogatório, que foi determinada pelo senhor Moro, foi injustificada".

Apesar da guerra de argumentos jurídicos, a Economist nota que o cenário político é que pode determinar o futuro do governo Dilma Rousseff. "Cada nova revelação afasta alguns dos aliados centristas remanescentes no Congresso", cita o texto.

A Economist diz que em maio, quando o processo de impeachment pode ser avaliado pelo Congresso, "a presidente pode ter poucos e preciosos amigos da esquerda".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vive o renascimento de sua reputação, na avaliação da revista britânica "The Economist" em reportagem divulgada pelas redes sociais da publicação nesta terça-feira (10). Segundo a revista, no momento em que o País vive "o que pode ser sua pior crise desde a recessão de 1930", o papel do tucano como pensador é "mais importante do que nunca".

Em conversa com a publicação na sede de seu instituto em São Paulo, a propósito do lançamento do primeiro volume de "Diários da Presidência" e do livro "A Miséria da Política - Crônicas do Lulopetismo e outros Escritos", FHC admitiu desfrutar atualmente de uma "grande influência política e intelectual", mas descartou qualquer ambição política. Ainda assim, o tucano é classificado pela reportagem como o "líder não oficial da oposição".

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A revista cita ainda as investigações da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a reportagem, "enquanto a força-tarefa está cada vez mais perto de Lula, FHC é visto com respeito como um "velho estadista". Apesar disso, a Economist diz que o PSDB não soube tirar proveito da queda de popularidade do governo Dilma Rousseff e que, para os críticos do ex-presidente, ele teria falhado em estimular uma renovação no partido. Para FHC, o ponto fundamental é que o Brasil precisaria de "um novo foco e um novo líder".

A mais recente edição da revista inglesa The Economist traz um artigo crítico sobre a gestão da presidente Dilma Rousseff, classificando a petista como "O Fantasma do Planalto". O texto fala das recentes manifestações de rua contra a presidente e o PT, frisando que os que foram para as vias públicas já ganharam mais do que imaginam, pois em menos de quatro meses após o início de seu segundo mandato consecutivo Dilma continua em seu cargo, mas para muitos efeitos práticos, não está mais no poder.

Quem comanda a economia é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o PMDB detém as rédeas da política. Além disso, o seu partido, o PT, não toma mais as decisões em Brasília. O texto destaca as dificuldades de Dilma se manter no poder, citando que a incendiária combinação da deterioração da economia com o grande escândalo de corrupção na Petrobras contribuiu para derrubar seu índice de popularidade.

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E lembra a pesquisa Datafolha, divulgada no dia 11 de abril, na qual 63% dos entrevistados se dizem favoráveis ao impeachment da presidente. Ao falar sobre o tema, a revista diz que a oposição busca pareceres jurídicos para saber se ela pode ser acusada em razão do escândalo da Petrobras ou pela violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O texto diz que a situação atual é um grande revés para o PT, que durante anos dominou a política brasileira graças ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E que o mais dramático "nessa hemorragia do poder presidencial" é que Dilma tem ainda pela frente quase quatro anos de mandato.

"Nesse tempo a economia vai certamente piorar antes de melhorar", diz a publicação, indagando se ela sobreviverá. Em outro trecho, o artigo faz um contraponto de que como ex-guerrilheira que já sobreviveu à tortura, dificilmente pode-se esperar que Dilma renuncie.

Apesar das duras críticas, a revista diz que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, classificado de líder intelectual da oposição, tem razão ao advertir que o impeachment neste momento seria uma temeridade. E argumenta que os movimentos sociais, por trás dos protestos de rua, poderiam gastar o seu tempo nos próximos três anos promovendo a reforma política, pressionando a Justiça para punir os responsáveis no caso do petrolão e reinventando a moribunda oposição. No final do texto, a The Economist questiona se Dilma Rousseff, "quase sem amigos" e com um longo e desanimador trabalho pela frente terá a coragem necessária para tentar recuperar o poder que perdeu.

A revista britânica The Economist publica um novo editorial sobre o Brasil na edição que chega às bancas neste fim de semana. Com o título "Lidando com Dilma", a publicação diz reconhecer os motivos que deixam brasileiros "fartos" da presidente Dilma Rousseff. Para a Economist, Dilma mentiu na campanha e os eleitores estão percebendo que foram vítimas de um "estelionato eleitoral". "Mas um impeachment seria uma má ideia", diz a revista.

"Não é difícil ver por que os eleitores estão com raiva", afirma a publicação ao comentar recente pesquisa que revelou que 60% dos brasileiros apoiam eventual impeachment da presidente. "Ela presidiu o conselho da Petrobras entre 2003 e 2010, quando os promotores acreditam que mais de US$ 800 milhões foram roubados em propinas e canalizados para os políticos do PT e aliados", diz o editorial.

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Além disso, a revista alega que Dilma venceu as eleições presidenciais de outubro "vendendo uma mentira". "De fato, como muitos eleitores estão percebendo agora, Dilma vendeu uma mentira", diz o texto. A The Economist argumenta que erros cometidos no primeiro mandato de Dilma é que teriam levado o Brasil à situação atual que exige corte de gastos públicos e aumento de impostos e juros.

"Some-se a isso o fato de que a campanha de reeleição pode ter sido parcialmente financiada pelo dinheiro roubado da Petrobras. Os brasileiros têm todos os motivos para sentirem que eles foram vítimas de um equivalente político do estelionato", diz o texto.

Apesar das palavras duras, o editorial da The Economist afirma que o impeachment pode ser "um exagero emocional". "A legislação brasileira considera que presidentes podem ser acusados apenas por atos cometidos durante o atual mandato", diz o texto. "E, ainda que muitos políticos brasileiros achem que a presidente é dogmática ou incompetente, ninguém acredita seriamente que ela enriqueceu. Contraste com Fernando Collor que embolsou o dinheiro".

O editorial também reconhece que as instituições estão trabalhando para punir os criminosos. "Um impeachment iria se transformar em uma caça às bruxas que enfraqueceria as instituições, que ficariam politizadas", diz o texto, que pede que Dilma e o PT assumam as responsabilidades "pela confusão que ela fez no primeiro mandato, em vez de se tornarem mártires do impeachment". "Ter Dilma no gabinete fará com que os brasileiros estejam mais propensos a entender que as velhas políticas é que são as culpadas, não as novas".

A onda de protestos populares do domingo, 15, no Brasil é o principal destaque da editoria "Américas" da revista The Economist que chega às bancas. Com o título "Sabedoria das multidões", a reportagem afirma que após o domingo Dilma Rousseff luta para relançar a presidência no terceiro mês após tomar posse do segundo mandato.

"Ninguém, incluindo os organizadores, imaginava que seria tão grande. A polícia estima que 2,2 milhões de pessoas saíram às ruas em dezenas de cidades em todos os 27 Estados brasileiros", diz a reportagem ao lembrar que o montante superou o volume de manifestantes vistos em junho de 2013.

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A The Economist diz que após "queixas difusas em 2013", os protestos de 2015 "são direcionados a Dilma Rousseff e ao PT". A reportagem cita que o escândalo na estatal Petrobras é um tema recorrente da insatisfação e também há reclamação crescente com a inflação e a chance crescente de recessão no Brasil em 2015. "Uma pequena parcela pedia intervenção militar, mas foram vaiados", diz a revista.

Impeachment

Apesar de parte dos manifestantes pedir, a revista diz que o processo de impeachment de Dilma Rousseff é "improvável". "Um presidente só pode ser removido do cargo por crimes cometidos durante o atual mandato. O foco das investigações na Petrobras é um suposto esquema de suborno que ocorreu bem antes que Dilma começasse o segundo mandato em 1º de janeiro", diz o texto.

A revista ainda lembra que, mesmo entre os apoiadores do governo federal - como nas manifestações vistas na sexta-feira passada, há reclamações contra o Palácio do Planalto. A reportagem cita especialmente o esforço para melhorar as contas públicas. "Manifestantes pró-Dilma protestaram contra cortes e chamaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como um 'infiltrado liberal'", diz a reportagem.

Após os protestos, a revista diz que Dilma tenta "relançar o governo" e mudou o discurso. "Na entrevista à imprensa em 16 de março, ela prometeu 'humildade' (nove vezes) e 'diálogo' (12 vezes)", diz o texto que lembra que os movimentos já estão articulando novo protesto em 12 de abril.

A revista britânica The Economist acompanhou a mobilização de eleitores de Aécio Neves (PSDB) ontem à noite na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Mesmo após ter anunciado apoio ao candidato tucano nas eleições presidenciais brasileiras, a publicação não perdeu a fleuma e classificou o movimento como a "Revolução da Cashmere" - em referência à lã macia usada em roupas que não costumam ser baratas.

O texto publicado no blog sobre as Américas da The Economist diz que "barões dos negócios e financistas não são conhecidos por tomar as ruas". "No entanto, em 22 de outubro milhares deles acabaram no centro de São Paulo em apoio a Aécio Neves", diz o texto que explica aos leitores que a Faria Lima é "uma via convenientemente localizada perto de muitos de seus escritórios".

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Ao descrever a passeata que atraiu cerca de 10 mil pessoas pelos cálculos da Polícia Militar, a Economist diz que "foi um espetáculo talvez sem precedentes na história das eleições e não apenas do Brasil". "Vestidos com camisas com iniciais bordadas e bem passadas empunhavam bandeiras de Aécio. Socialites bem vestidas protegidas com pashminas para se proteger do frio fora de época entoavam frases anti-PT", diz o texto.

"Todos tiravam selfies com iPhones caros (a maioria das manifestações brasileiras são assuntos para Samsungs mais baratos)", diz a Economist. "A única coisa que faltou nessa 'Revolução da Cashmere' foram as taças de champagne - e o próprio senhor Aécio Neves que estava em campanha em Minas Gerais", conclui.

O texto lembra que a campanha de Dilma Rousseff (PT) explorou muito a ideia de que Aécio Neves é um representante da elite e também cita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou o tucano aos nazistas. "Os revolucionários de cashmere parecem não se incomodar. Eles estão fartos de intervencionismo de Dilma e muitos avaliam as políticas macroeconômicas como irresponsáveis e responsáveis por levar o Brasil para o baixo crescimento e a alta inflação. A maioria está desesperada para ver Dilma pelas costas", diz o texto.

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