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O Supremo Tribunal Federal (STF) validou nesta quinta-feira, 17, os grampos telefônicos autorizados pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, quando ele ainda era juiz federal no Paraná, em 2004, antes da Operação Lava Jato. Por 6 votos a 4, os ministros reconheceram a legalidade das renovações sucessivas das escutas autorizadas por Moro, a pedido do ex-procurador Deltan Dallagnol.

O caso analisado pelo Supremo trata de uma investigação conduzida pela dupla Moro e Dallagnol contra os empresários uruguaios Isidoro Rozenblum Trosman e Rolando Rozenblum Elpern, pai e filho, respectivamente, acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, entre outros.

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Foram mais de dois anos de vigilância dos réus, por causa das prorrogações do prazo de interceptação telefônica. Eles foram grampeados a pedido do Ministério Público Federal (MPF), entre 2004 e 2006, na chamada Operação Pôr do Sol, que apurou envio de dinheiro ao exterior, irregularidades na concessão de financiamento do BNDES e dívidas fiscais superiores a R$ 150 milhões. O caso gerou mais de trinta inquéritos. Dez pessoas foram condenadas à prisão, em 2006.

Embora a investigação tenha comprovado os crimes, os ministros da 6.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consideraram abusivas as interceptações telefônicas autorizadas por Moro, a pedido de Dallagnol e do procurador Orlando Martello Júnior, por causa do tempo em que os grampos ficaram ativos, sem haver uma "motivação válida". As provas haviam sido anuladas, mas o MPF recorreu da decisão no Supremo.

No Supremo, o resultado favorável ao trabalho do ex-juiz só foi alcançado graças ao voto de André Mendonça, seu sucessor no cargo de ministro da Justiça no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O magistrado mudou de posição em relação ao voto proferido na primeira sessão de julgamento, na tarde desta quarta-feira, 16, quando acompanhou o relator Gilmar Mendes na avaliação de que as prorrogações autorizadas por Moro não possuíam fundamentação suficiente e feriam o direito à privacidade do investigado. A decisão do Supremo derruba o que decidiu anteriormente o STJ.

Decano do Supremo, Gilmar Mendes argumentou que as autorizações expedidas por Moro "foram padronizadas, basicamente reproduções de modelos genéricos, que não podem ser consideradas como legítimas a embasar a restrição de direito fundamental (privacidade) por sucessivas renovações". O relator foi seguido pelos ministros Kassio Nunes Marques, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.

A divergência foi aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, que disse ser impossível exigir dos juízes a apresentação das provas coletadas, assim como fundamentações detalhadas dos desdobramentos da investigação que justificassem a necessidade de prosseguir com as escutas telefônicas. Para o ministro, as autorizações de prorrogação do prazo autorizadas por Moro não foram excessivas, tampouco irregulares.

A avaliação sobre a atuação de Moro foi feita em um julgamento mais amplo, em caráter de repercussão geral - ou seja, com validade para todas as ações semelhantes -, que discute a possibilidade de renovações sucessivas do prazo de interceptação telefônica. Neste quesito, o Supremo decidiu, por unanimidade, que é possível renovar os grampos pelo período necessário para o sucesso da investigação, desde que o juiz do caso fundamente devidamente a necessidade da prorrogação.

A decisão do Supremo torna ilegal as motivações padronizadas ou reproduções de modelos genéricos sem relação direta com o caso concreto, como teriam sido as de Moro, segundo o STJ. Além disso, é necessário que o juiz apresente elementos e justificativas legítimas, ainda que breves, para embasar a continuidade das investigações.

O presidente da OAB, Claudio Lamachia, criticou, neste sábado (23), a sugestão do ministro da Defesa, Raul Jungmann, de gravar advogados de presidiários, em visitas a seus clientes. Para o chefe da entidade máxima da Advocacia, o Estado é o "principal responsável pela crise de Segurança Pública no Rio de Janeiro" e está "jogando para os outros a responsabilidade da criminalidade".

Jungmann se reuniu nesta sexta-feira, 22, com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e declarou que é necessário limitar a comunicação entre presos e visitantes, que, segundo ele, faz das cadeias o "home office do crime". As declarações foram dadas em meio à guerra entre facções criminosas pelo controle da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, que se instaurou no último domingo. O Exército ocupa a comunidade pelo segundo dia, neste sábado, 23.

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"A procuradora-geral deu uma sugestão que é colocar parlatórios dentro dos presídios e espero que seja seguido pelos Estados", disse. O ministro informou que o contato dos presos com advogados e familiares livremente faz com que eles consigam comandar de dentro da prisão o crime nas ruas.

"A relação de um advogado e uma pessoa que cometeu crime é uma coisa. Mas advogado de um bando pode ser ameaçado e chantageado. Não quero criminalizar os advogados, estou dizendo que temos casos diferentes", destacou. Segundo ele, a sugestão será levada ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em reação, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, afirma que "o Estado Brasileiro" é o "responsável principal pelo descalabro" na Segurança Pública do Rio, e "ao invés de buscar soluções eficazes, faz o que sempre fez: joga para os outros a responsabilidade da criminalidade".

"Face a incapacidade em utilizar de métodos de inteligência investigativa, algo elementar na abordagem moderna de combate ao crime, mira a advocacia, como se dela fosse a culpa pela existência das quadrilhas que comandam as prisões", afirma.

Para Lamachia, a "ideia de gravar as conversas entre a advocacia e seus clientes confunde a sociedade, dando a entender que os profissionais são responsáveis pelo avanço da violência". "A gravação de qualquer comunicação entre advogadas ou advogados e clientes é crime, prática que jamais deveria ser defendida por quem quer que seja, especialmente por aqueles que fazem parte do sistema de Justiça".

"Não se combate o crime cometendo outros crimes e não será com soluções simplistas que o quadro atual será superado", ressalta.

Lamachia ainda diz que a "OAB agirá com rigor e punirá todo e qualquer profissional que incorrer em atos ilegais, mas jamais defenderá ou apoiará qualquer tipo de ato que esteja fora das normas constitucionais e da legislação vigente".

O juiz Sérgio Moro rebateu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), na qual afirma que não usurpou competência da Corte ao não invalidar grampos telefônicos que pegaram o petista. As gravações, de março de 2016, foram realizadas na Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato, e capturaram conversas de Lula com políticos que na época tinham foro privilegiado.

Em Reclamação ao Supremo, no dia 5 de julho, os advogados do ex-presidente afirmam que Moro autorizou investigação sobre autoridades com foro especial perante a Corte máxima ao reativar o inquérito contra o petista - investigado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na suposta compra do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e no tríplex 164-A, do Condomínio Solaris, do Guarujá.

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Na manifestação à Corte, Moro é taxativo. "Em nenhum momento, há qualquer autorização deste Juízo, ao contrário do que parece sugerir o Reclamante, para investigação de autoridades com foro por prerrogativa de função."

O caso envolvendo Lula voltou às mãos de Moro por ordem do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. O ministro ordenou que fosse tornada inválida a ligação telefônica da presidente Dilma Rousseff para Lula no dia 16 de março - 12 dias depois que o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela PF - às 13h32.

Neste diálogo, Dilma comunica Lula sobre o mensageiro 'Bessias', que iria entregar termo de posse ao ex-presidente, então nomeado ministro da Casa Civil. A Operação Aletheia pegou Lula conversando com políticos que na ocasião ocupavam cargos no governo Dilma, entre eles, Jaques Wagner.

Ainda na manifestação ao Supremo, Moro esclareceu. "Quanto aos diálogos interceptados do ex-presidente com autoridades com prerrogativa de função, é evidente que somente serão utilizados se tiverem relevância probatória na investigação ou na eventual imputação em relação ao ex-presidente, mas é evidente que, nesse caso, somente em relação ao ex-presidente e associados sem foro por prerrogativa de função. É prematura afirmação de que serão de fato utilizados, já que dependerá da análise de relevância do Ministério Público e da autoridade policial."

Moro anotou. "Jamais serão eles (grampos) utilizados em relação às autoridades com foro por prerrogativa de função, já que quanto a estas, mesmo se os diálogos tiverem eventualmente relevância criminal para elas, caberá eventual decisão ao eminente ministro Teori Zavascki, ao qual a questão já foi submetida."

Moro fulmina a pretensão do ex-presidente de levar novamente a investigação contra si para o Supremo. "Enfim a pretensão aparente do Reclamante de que este Supremo Tribunal Federal novamente avoque o processo de interceptação 5006205-98.2016.4.04.7000 e finalmente invalide os diálogos interceptados do ex-presidente com autoridades com foro privilegiado não é, portanto, consistente com a decisão já tomada pelo ministro Teori Zavascki em 13 de junho de 2016 na Reclamação 23.457, que não invalidou essa prova e que devolveu o processo a este Juízo, e que está sendo cumprida estritamente por este Juízo."

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, divulgou nota no início da tarde desta sexta-feira (18), repudiando a divulgação de uma conversa telefônica entre ele e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e afirmou que vai solicitar investigação sobre a existência de grampos em telefones da Presidência da República.

"Considero muito estranha a divulgação de gravação de conversa privada que mantive com o Presidente do PT, Rui Falcão, e ainda mais a tentativa de gerar interpretação desvirtuada de minhas palavras e do diálogo mantido. Ao contrário do que dizem os que buscam distorcer o diálogo, jamais defendi ambiente de conflito e confronto social", diz o ex-ministro da Casa Civil.

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Diálogos interceptados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato mostram uma conversa entre os dois logo após o Ministério Público de São Paulo pedir a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na conversa, Falcão se mostra preocupado com a possibilidade de Lula ser preso e pergunta a Wagner o que aconteceria se Lula já fosse nomeado ministro. O então ministro da Casa Civil diz que não sabe e Falcão pede para que ele consultasse alguém no governo para esclarecer o assunto. Falcão também pede alguém do governo fosse para São Paulo, "pra se mexer aqui também".

Em outro trecho, Wagner diz acreditar que é preciso "ficar cercado em torno do prédio dele (de Lula) e sair na porrada". O presidente do PT, em seguida, pediu que a presidente Dilma Rousseff fosse avisada: "Alerta a presidente, toma a decisão de Estado Maior aí, e mantém a gente informado".

O ministro disse que "é imprescindível" ressaltar que a gravação foi baseada em um grampo ilegal, "uma vez que nem o presidente do PT e nem eu somos alvos de investigação".

Ele reforça ainda que além de pedir investigação sobre a existência de grampos em telefones da Presidência da República, ele vai solicitar que se apure "autorização de divulgação de diálogos privados gravados de forma ilegal", "Um claro desrespeito à Constituição, às liberdades individuais e ao Estado de Direito Democrático", disse.

A revista britânica The Economist afirma que o "confronto entre o governo do Brasil e o sistema Judiciário acaba de ficar mais estranho e mais implacável". Em reportagem publicada na página na internet, a publicação diz que o debate tem girado em torno de "sutilezas legais" e, ao comentar a divulgação de grampos telefônicos, a Economist cita que o juiz Sérgio Moro pode ter "ido longo demais".

Com o título "Aborto do retorno de Lula ao governo espalha novos protestos e suspeitas", a reportagem afirma que a crise política no Brasil está "mais profunda e estranha". A Economist relembra os últimos desdobramentos da crise com o anúncio da nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro, a divulgação de gravações entre o ex-presidente e a presidente Dilma Rousseff e a reversão da nomeação de Lula pela Justiça do Distrito Federal.

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A Economist ressalta que o governo reagiu especialmente à divulgação das gravações que envolvem a presidente Dilma. O texto diz que, enquanto o governo diz que houve "flagrante violação da lei e da Constituição", o juiz Sérgio Moro argumenta que as gravações "têm interesse público".

"Mas liberar uma gravação de conversa em que uma das partes, não menos que a presidente, que não está formalmente sob investigação e goza de forte proteção constitucional parece com uma violação da sua privacidade", diz a Economist.

"No passado, o senhor Moro já pareceu algumas vezes ter ido longe demais na sua perseguição obstinada contra a corrupção", completa o texto que argumenta que "vários membros do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, acham que a detenção de Lula para interrogatório, que foi determinada pelo senhor Moro, foi injustificada".

Apesar da guerra de argumentos jurídicos, a Economist nota que o cenário político é que pode determinar o futuro do governo Dilma Rousseff. "Cada nova revelação afasta alguns dos aliados centristas remanescentes no Congresso", cita o texto.

A Economist diz que em maio, quando o processo de impeachment pode ser avaliado pelo Congresso, "a presidente pode ter poucos e preciosos amigos da esquerda".

A Polícia Federal enviou petição ao juiz federal Sérgio Moro em que afirma que até esta quinta-feira, 17, os grampos da Operação Aletheia referentes aos terminais telefônicos vinculados à Operadora OI 'não haviam sido interrompidos'. Aletheia pegou conversas entre o ex-presidente Lula, alvo de investigação por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, e a presidente Dilma.

"Na data de hoje, após verificação da interrupção dos monitoramentos, identificou-se que as interceptações dos terminais vinculados à empresa OI não haviam sido interrompidas", informou a PF em relatório a Moro nesta quinta. "Foi enviado e-mail contendo novamente o ofício judicial que solicita a interrupção e solicitando imediato cumprimento. Em paralelo, foram realizadas incontáveis tentativas de contato telefônico através do canal disponível para alertar a empresa OI o atraso no cumprimento do referido ofício judicial de interrupção."

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Em outro trecho do documento, a PF assinala. "Todavia, somente às 11:55 do dia 17 de março de 2016, quase 24 horas após o recebimento da ordem judicial pela Operadora OI, houve resposta por e-mail da companhia informando que havia cumprido a ordem judicial."

Por meio desse ofício, á PF busca esclarecer ao juiz da Operação Lava Jato os procedimentos de interrupção dos grampos da Aletheia 'informando o efetivo término de tais diligências'.

Um diálogo entre Lula e Dilma foi grampeado algumas horas após a ordem de Moro para interrupção da quebra do sigilo telefônico do ex-presidente, na quarta-feira, 16. Esse diálogo faz parte de uma série de conversas gravadas pela PF e tornadas públicas na Lava Jato.

Moro mandou interromper os grampos da Aletheia às 11h12 da quarta, 16, poucas horas antes de a presidente Dilma anunciar sua escolha por Lula para comandar a Casa Civil - dando ao petista foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

Quando a determinação de Moro já havia sido lançada o grampo pegou Lula recebendo ligação na qual Dilma o informava que já estava mandando o documento da posse de ministro da Casa Civil ao ex-presidente. Nesta quinta a presidente rechaçou em seu discurso qualquer insinuação de que o diálogo teria conteúdo 'não republicano'. Ela afirmou que o documento encaminhado a Lula não tinha a assinatura dela e, portanto, não configuraria a posse, o que foi efetivado nesta manhã de quinta.

O documento de cinco páginas subscrito pela equipe de análise da Lava Jato explica as 'diferenças entre os prazos de início e término de cada um dos monitoramentos'.

"Cabe informar que não existe a possibilidade de que a Polícia Federal interrompa um monitoramento, pois somente a operadora tem essa ferramenta", informa o documento.

A equipe da Lava Jato montou, na petição, duas tabelas. Uma com o número dos ofícios enviados às operadoras, 'bem como data e hora, sistema utilizado para o envio e qual o funcionário da companhia telefônica que fez a confirmação, via telefônica, do recebimento' e outra com data e hora aproximadas da interrupção do monitoramento.

Segundo a petição, todos os ofícios são enviados simultaneamente, 'na medida em que são disponibilizados pelo juízo, para as operadoras, porém, o prazo de 15 dias de interceptação somente começa a contar a partir da efetiva implementação por parte da operadora'.

"Em razão de que cada operadora implementa seus monitoramentos em um determinado prazo, sendo que algumas o fazem imediatamente, e outras levam horas, senão dias para o fazê-lo, as datas referentes aos 15 dias desses monitoramentos perdem o sincronismo entre si. Assim sendo, a data que é considerada como de início do monitoramento é de fato a data em que a operadora implementa o desvio, e não a data da expedição do ofício judicial. Desta forma, o monitoramento de dois terminais, enviados simultaneamente para duas operadoras diferentes, pode ter seus períodos de 15 dias não coincidentes. A mesma diferença entre a velocidade de implementação dos ofícios ocorre quando é solicitado a interrupção", destaca o documento.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República divulgou nota, nesta quarta-feira (16), em que condena o vazamento de conversa entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente e ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Em que pese o teor republicano da conversa, repudia com veemência sua divulgação que afronta direitos e garantias da Presidência da República”, diz o texto.

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“Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República,  cometida pelo juiz autor do vazamento”, completa a nota.

De acordo com a nota, a posse do novo ministro da Casa Civil acontecerá na manhã desta quinta-feira (17).

Leia o texto, na íntegra:

“Nota à imprensa

Tendo em vista a divulgação pública de diálogo mantido entre a Presidenta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre esclarecer que:

1 – O ex-Presidente Lula foi nomeado no dia de hoje Ministro-Chefe da Casa Civil, em ato já publicado no Diário Oficial e publicamente anunciado em entrevista coletiva;

2 – A cerimônia de posse do novo Ministro está marcada para amanhã às 10 horas, no Palácio do Planalto, em ato conjunto quando tomarão posse os novos Ministros Eugênio Aragão, Ministro da Justiça; Mauro Lopes, Secretaria de Aviação Civil; e Jaques Wagner, Ministro-Chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República;

3 – Uma vez que o novo ministro, Luiz Inácio Lula da Silva, não sabia ainda se compareceria à cerimônia de posse coletiva, a Presidenta da República encaminhou para sua assinatura o devido termo de posse. Este só seria utilizado caso confirmada a ausência do ministro.

4 – Assim, em que pese o teor republicano da conversa, repudia com veemência sua divulgação que afronta direitos e garantias da Presidência da República.

5  – Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República,  cometida pelo juiz autor do vazamento.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

O programa americano Prism de monitoramento de comunicações de estrangeiros na Internet é legal e útil na luta contra o terrorismo, concluiu uma comissão independente cujo relatório foi publicado nesta terça-feira. "A comissão conclui que o programa Prism está claramente autorizado pela lei", destaca o relatório preliminar de 196 páginas da Privacy and Civil Liberties Oversight Board (PCLOB).

A comissão, composta por cinco membros, recebeu a missão do Congresso e do presidente americano, Barack Obama, de investigar a legalidade e a constitucionalidade de vários programas de vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA), encarregada de monitorar as comunicações do planeta.

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A investigação foi realizada após o escândalo provocado, há um ano, pelas revelações do ex-analista de Inteligência Edward Snowden sobre "grampos" contra diversos dirigentes de países aliados dos Estados Unidos.

O programa Prism permite à NSA ter acesso a servidores de gigantes da Internet como Facebook, Google, Microsoft, Apple, AOL, Skype e Yahoo, segundo documentos divulgados por Snowden.

O Prism opera amparado no artigo 702 da lei sobre atividades de espionagem do governo americano no estrangeiro adotada em 2008. "O programa se revelou útil no trabalho do Estado para combater o terrorismo, assim como em outros âmbitos de Inteligência", segundo os especialistas.

A comissão avaliza todos os métodos de espionagem da NSA na Internet, especialmente a operação conhecida como "upstream", que atua diretamente nos canais de telecomunicações por onde transitam os dados eletrônicos e telefônicos.

Em janeiro passado, a mesma comissão concluiu pela ilegalidade do programa de monitoramento de dados telefônicos nos Estados Unidos, que atinge diretamente os cidadãos americanos.

No universo da internet, estamos todos sujeitos às leis dos Estados Unidos. Essa é a conclusão do perito forense e advogado especializado em tecnologia da informação José Antônio Milagre sobre as denúncias de que órgãos de segurança norte-americanos têm acesso aos servidores de empresas de telefonia e de internet sediadas no país.

Para o especialista, se as denúncias forem confirmadas, a quebra da privacidade dos internautas pode configurar “uma absurda agressão a um direito humano internacionalmente reconhecido”.

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A extensão dos grampos ainda é desconhecida. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já admitiu que o Congresso autorizou a execução do programa de vigilância das comunicações chamado Prism (em português, Métodos Sustentáveis de Integração de Projetos), mas alegou que “ninguém ouve” as chamadas telefônicas dos cidadãos norte-americanos.

“Sempre imaginamos a internet como um patrimônio mundial. Só que ela necessita de servidores que armazenem e suportem os serviços e as interações proporcionadas pela rede mundial de computadores. E basta mapearmos a estrutura física [da web] para constatarmos a grande dependência da infraestrutura norte-americana”, disse o advogado à Agência Brasil.

Na quarta-feira (12), ao revelar que o governo está preocupado com o tema, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu a necessidade de mudanças na legislação brasileira e a construção de centros de processamentos de dados (data centers) no país. Para o ministro, isso permitiria que as informações dos internautas brasileiros fossem armazenadas no país e ficassem submetidas à legislação brasileira.

“Os principais serviços, como as redes sociais, são oferecidos por empresas sediadas em solo norte-americano. Além de estarem, portanto, sujeitas às leis dos Estados Unidos, elas nos impõem termos de uso em consonância com a legislação norte-americana”, comentou o advogado, destacando a “pouca maturidade” da maioria dos brasileiros com o tema da privacidade na rede mundial de computadores.

De acordo com o advogado, as redes sociais não oferecem opção aos usuários. “Até porque, não há escolha. Ou a pessoa aceita os termos de uso, ou se desliga da internet. Por isso, as pessoas cedem parcelas de sua privacidade. A questão é que, até hoje, a maioria dos usuários acreditava que suas informações pessoais estariam seguras e não seriam intercambiadas. Esse episódio apenas reforça [a tese de] que a proteção aos dados de estrangeiros não é tão robusta quanto muitos imaginavam”, ponderou o especialista.

José Antônio Milagre aponta que as matérias dos jornais The Guardian (britânico) e The Washington Post (norte-americano), escritas a partir das revelações feitas por Edward Snowden, ex-agente da CIA, a agência de inteligência norte-americana, indicam que os dados de internautas de todo o mundo eram coletados pelas empresas e compartilhados com o governo norte-americano sem qualquer autorização, com a justificativa de proteger os cidadãos norte-americanos e os Estados Unidos.

“Na medida em que as autoridades coletam essas informações sem o conhecimento dos usuários ou de uma autorização judicial, há, evidentemente, uma violação de tratados, garantias e direitos reconhecidos internacionalmente”, disse o especialista, defendendo a necessidade de novos mecanismos para evitar a violação de dados, salvo em casos excepcionais, com ordem judicial.

“Esse episódio vai contribuir para uma reflexão sobre a necessidade de diretrizes ou normativas internacionais a respeito da preservação da privacidade das informações pessoais. Ainda tratamos a privacidade com o olhar de 40 anos atrás”, acrescentou.

O advogado lembrou que vários países já adotam ou discutem mecanismos jurídicos semelhantes ao Patriot Act, lei criada após os ataques do 11 de Setembro de 2001, com a justificativa de combater o terrorismo. De acordo com José Antônio Milagre, o próprio Brasil também tem um acordo com os Estados Unidos, o Tratado de Assistência Legal Mútua, “uma ferramenta importante para o enfrentamento dos crimes eletrônicos em casos em que as autoridades necessitam de dados que não estão armazenados no país de origem da investigação”.

Um grampo da Polícia Federal revela que o empresário Paulo Vieira, apontado como chefe da quadrilha, conversou com um homem identificado pelo nome de César sobre reunião com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A conversa foi no dia 23 de maio, às 11h07. "A agenda do Alípio com o ministro do Desenvolvimento foi marcada pro dia 6 de junho, eu preciso falar com o Alípio urgente pra falar da agenda", disse Vieira.

O diálogo reforça a suspeita de tráfico de influência de Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Para a PF, anotações na agenda de Rosemary - conhecida como Rose - mostram que ela se empenhou em promover reuniões de integrantes da organização criminosa com autoridades, "valendo-se do cargo de chefe de gabinete regional da Presidência".

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No documento, a ex-assessora, que fora indicada para o cargo pelo ex-presidente Lula, escreveu um lembrete: "Agendamento de reunião com min. Pimentel no interesse de Alípio Gusmão - Bracelpa." Gusmão é conselheiro da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa).

Campanha

Em outra interceptação, a PF flagrou conversa entre Vieira e seu irmão, Rubens, também no dia 23 de maio, às 15h32. Eles falam da campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo. O diálogo mostra prestígio de Rosemary em questões internas do partido.

"É o seguinte, Rubens, o PT deve pedir pra Rose uma pessoa pra fazer parte da Comissão do Programa de Governo na área de controle, transparência, essas coisas", disse Vieira. "Certo", respondeu Rubens.

"O candidato natural seria eu, porque eu vim da CGU (Controladoria-Geral da União), mas é que eles não sabem", prosseguiu Vieira. "Mas eu não vou fazer parte de comissão pro Fernando Haddad nem aqui nem na China. Aí eu falei pra Rose que o nome ideal seria você." "Mas de controle?", indagou Rubens. "Claro! Controle é direito administrativo", incentivou Vieira.

"Eu vou montar um e-mail pra ela explicar lá. Eu vou dizer que você conhece muito porque foi da área de controle por muito tempo como corregedor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A polícia britânica prendeu nesta quinta-feira mais um jornalista envolvido no escândalo de grampos telefônicos que chocou o país. O homem de 30 anos não foi identificado. Ele é suspeito de participar de uma conspiração para furtar dados de celulares roubados.

O jornalista é a 14ª pessoa presa na Operação Tuleta, uma das três investigações paralelas sobre o caso. Ele foi detido em sua residência, prestou depoimento em uma delegacia de Londres e depois foi solto sob fiança.

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O escândalo veio a publico quando ocorreu a revelação de que repórteres do News of the World rotineiramente invadiam a caixa de mensagens de celebridades e outras figuras públicas. O tabloide fazia parte do conglomerado News Corp., de propriedade do magnata Rupert Murdoch, e foi fechado.

Dezenas foram presos por má conduta e corrupção durante os inquéritos. Acusações criminais foram levantadas contra Rebekah Brooks, ex-chefe das operações britânicas da News Corp., e Andy Coulsoun, ex-editor da publicação e ex-chefe de comunicação do primeiro-ministro David Cameron. As informações são da Associated Press.

Autoridades do Reino Unido acusaram formalmente nesta terça-feira oito pessoas envolvidas no escândalo dos grampos telefônicos feitos por jornalistas do tabloide News of the World, de propriedade do magnata Rupert Murdoch. Entre eles estão o ex-integrante do governo do primeiro-ministro David Cameron, Andy Coulson, e a protegida de Murdoch, Rebekah Brooks.

A promotora Alison Levitt disse à repórteres que Coulson e Brooks, ambos ex-editores do News of the World, estão sendo acusados pelo papel que desempenharam na interceptação ilegal da comunicação de mais de 600 pessoas. Entre as vítimas da espionagem estão personalidades como os atores Brad Pitt e Angelina Jolie, o jogador de futebol Wayne Rooney e o ex-beatle Paul McCartney. "Existem evidências suficientes para um prospecto realista de condenação", disse a promotora.

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O anúncio foi um importante acontecimento na saga que mobilizou e às vezes horrorizou os britânicos - e que não dá sinais de terminar. Um oficial de polícia graduado disse no inicio da semana que sua força está investigando mais de 100 denúncias, que incluem ação de hackers e acesso ilegal à registros médicos.

Após deixar o News of the World, Coulson foi trabalhar como chefe de comunicação de Cameron. Brooks era a executiva-chefe do News International, também de propriedade de Murdoch. Outros sendo acusados são os jornalistas Stuart Kuttner, Greg Miskiw, Neville Thurlbeck, James Weatherup e Ian Edmondson.

Coulson, Brooks e Kuttner são acusados de conspirar para invadir correio de voz da garota Milly Dowler, de 13 anos, cujo desaparecimento em 2002 emocionou a Inglaterra. Dowler foi encontrada morta, e a revelação de que o News of the World grampeou seu telefone revoltou o país. Os três negam as acusações.

Miskiw e Weatherup são acusados de interceptar mensagens dos atores Jude Law e Sadie Frost; Edmondson e Weatherup de espionar Paul McCartney, sua ex-esposa Heather Mills, e políticos incluindo o vice-primeiro-ministro John Prescott; Thurlbeck and Weatherup de grampear Jolie e Pitt. As informações são da Associated Press.

O aguardado depoimento do primeiro-ministro David Cameron ainda não trouxe muitas novidades para o inquérito que investiga práticas ilegais adotadas pela mídia do Reino Unido. O líder do Partido Conservador fez apenas observações corriqueiras e disse que regulamentação da imprensa precisa ser aprimorada no país.

O inquérito foi aberto após revelações que jornalistas do News of the World, tabloide do bilionário Rupert Murdoch que foi fechado após o escândalo, grampeavam telefones para produzirem suas reportagens. O caso resultou em 40 prisões e na renúncia dos principais executivos da controladora do jornal, a News Corp., e levantou suspeitas de que políticos estariam protegendo as empresas de Murdoch.

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Cameron disse que o relacionamento entre os políticos britânicos e a imprensa tomou um rumo errado nas últimas décadas e precisa ser repensado. "Eu acredito que os políticos acham que a imprensa está sempre errada. E grande parte da imprensa acha que os políticos só se preocupam consigo mesmos, não são guiados pelas razões certas. Isso virou um relacionamento ruim", disse ele.

Entretanto, o primeiro-ministro não especificou que mudanças na regulação da mídia ele sugeriria. As relações com o império de mídia de Murdoch têm sido um problema para Cameron. Seu governo é criticado pela forma como negociou a proposta de Murdoch para assumir o controle do canal de televisão por assinatura British Sky Broadcasting.

A ligação de Cameron com Murdoch foi questionada quando o premiê escolheu um ex-editor do News of the World, Andy Coulson, para ser seu chefe de comunicação, e por sua amizade com a principal editora do tabloide, Rebekah Brooks. Coulson é acusado de ter dado testemunho falso durante a investigação sobre os grampos, mas Cameron defendeu sua nomeação. Ele também admitiu ter pedido conselhos a Brooks, que pode até mesmo ser condenada à prisão perpétua, por ter prejudicado as investigações.

Cameron afirmou que suas conversas com Murdoch eram sobre grandes questões internacionais e não assuntos comerciais e disse que nunca "negociou" decisões políticas em troca de apoio editorial. O depoimento deve durar o dia inteiro. As informações são da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha, John Major, disse nesta terça-feira que o magnata da mídia Rupert Murdoch tentou influenciar os acordos do governo com a União Europeia (UE), até mesmo ao insinuar que o premiê poderia perder apoio dos jornais do tycoon midiático se ele não mudasse o rumo político. Major foi primeiro-ministro do Reino Unido entre 1990 e 1997. Ele liderou o Partido Conservador após Margareth Thatcher.

Major deu seu testemunho nesta terça-feira à investigação britânica sobre ética na mídia, que foi convocada após ter sido mostrado que o tabloide News of the World, de Murdoch, grampeava chamadas telefônicas de autoridades, de personalidades e de fontes do jornal. O tabloide foi fechado no ano passado, mas desde então o escândalo cresceu e envolveu líderes políticos criticados por terem relações muito próximas a Murdoch.

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Major afirma que Murdoch lhe fez essas declarações em fevereiro de 1997, três meses antes das eleições gerais, que os conservadores perderam para os trabalhistas. Mas Major também afirmou que Murdoch não lhe disse diretamente para mudar a política do governo, embora "tenha deixado claro que ele não gostava da minha política europeia e que gostaria que ela fosse mudada".

Murdoch disse então que seus jornais não podiam apoiar mais o governo conservador, a menos que ele mudasse sua política, afirmou Major. "Tanto quanto eu consigo me lembrar, ele não fez menção à independência editorial, mas referiu-se a todos os jornais dele como 'nós'", afirmou Major.

O período de governo de Major foi dominado pelo tema Europa na Grã-Bretanha - a libra britânica sofreu um ataque especulativo em 1992, o país deixou o mecanismo europeu da taxa de câmbio (que existiu antes criação do euro em 1999) e Major frequentemente teve que lutar com seu partido sobre o quanto envolvida a Grã-Bretanha deveria estar com a União Europeia.

Logo após o jantar, os dois maiores jornais de Murdoch, o News of the World e o The Sun, apoiaram Tony Blair nas eleições gerais de 1997, que acabaram com o governo conservador. Major enfrentaria de qualquer maneira uma disputa eleitoral muito difícil contra Blair, um jovem político cuja estrela estava em ascensão, mas a perda do então influente The Sun ajudou a selar seu destino político.

Tony Blair e seu sucessor trabalhista, Gordon Brown, também testemunharam na investigação sobre os grampos e a relação que tinham com o império midiático de Murdoch. Brown disse na segunda-feira que os jornais de Murdoch ajudaram a minar o esforço de guerra britânico no Afeganistão, uma década após Major. As investigações sobre os grampos feitos por jornalistas e executivos do agora defunto News of the World já resultaram em três investigações criminais que levaram a mais de 40 prisões no Reino Unido.

As informações são da Associated Press.

Andy Coulson, ex-diretor de comunicação do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, foi detido nesta quarta-feira sob suspeita de falso testemunho no julgamento de um ex-parlamentar escocês, no mais recente caso ligado às denúncias de irregularidades dos tabloides britânicos. Coulson foi formalmente indiciado por perjúrio antes de ser solto em regime de liberdade condicional, informa a emissora pública britânica BBC em sua página na internet.

Coulson, de 44 anos, foi preso pela polícia da Escócia na residência dele em Londres sob a acusação relacionada ao depoimento que prestou em um caso de grande repercussão na Alta Corte de Glasgow, em 2010, quando o político Tommy Sheridan foi condenado por falso testemunho. De Londres, Coulson foi levado para Glasgow.

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Sheridan havia vencido um processo contra o agora extinto tabloide News of the World, alegando que ele fora envolvido em um escândalo de sexo e drogas. Porém, mais tarde ele foi preso por três anos após um júri em 2010 determinar que Sheridan cometeu perjúrio quando processou o jornal.

Coulson era o editor do tabloide quando as histórias sobre Sheridan foram publicadas e trabalhou como diretor de comunicação de Cameron quando prestou depoimento no julgamento. Ele saiu do News of the World em 2007, após um repórter e um investigador privado serem presos em relação a crimes de grampos telefônicos.

No entanto, no mesmo ano, Coulson foi nomeado como diretor de comunicação de Cameron, que na época era o líder da oposição no Reino Unido. Ele deixou o cargo em janeiro do ano passado em meio a novas revelações sobre a extensão dos grampos telefônicos no tabloide. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foi interrogado nesta segunda-feira durante um inquérito sobre o escândalo dos grampos telefônicos relacionados à News Corp., o grande conglomerado de mídia de Rupert Murdoch.

Blair, que foi primeiro-ministro entre 1997 e 2007, é padrinho de um dos filhos do magnata. Além disso, seu governo trabalhista é descrito por vários colegas como tendo sido muito próximo de Murdoch e de seu império de mídia.

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Blair afirmou que era "inevitável" haver uma "interação próxima" entre altos políticos e pessoas ligadas à mídia. "Sempre foi assim e sempre será", disse ele. De acordo com o ex-premiê "seria estranho se graduados políticos e importantes jornalistas não tivessem tais interações".

O comparecimento de Blair à comissão de ética dá início a uma semana importante para o inquérito.

Vários políticos importantes foram envolvidos na investigação, iniciada no ano passado, após o escândalo dos grampos telefônicos, quando surgiram informações de que repórteres do tabloide News of the World, de propriedade de Murdoch, rotineiramente grampeavam telefones de figuras públicas e de vítimas de crimes.

O juiz Brian Leveson avalia se políticos britânicos fracassaram em interromper as atividades do jornal porque eram muito próximos a ele ou se tinham medo do poder da mídia.

Ministros do atual governo, dentre eles o secretário de Cultura Jeremy Hunt, o ministro da Educação Michael Gove e a secretária do Interior Theresa May também comparecerão perante a comissão nesta semana. As informações são da Associated Press.

Grampos da Polícia Federal, obtidos na Operação Monte Carlo, flagraram o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e seus aliados falando em pagamentos ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e integrantes do primeiro escalão do governo em troca de vantagens em negócios públicos. As conversas, que citam diretamente o nome do governador, complicam ainda mais a situação do tucano, que deve ser alvo de investigação da CPI instalada no Congresso.

De acordo com as gravações, obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a organização do contraventor, acusado de chefiar um esquema de jogos ilegais no País, se valia dos repasses para emplacar nomeações, abocanhar obras e vencer licitações tocadas pelo governo estadual em diversas áreas. Os diálogos mostram que Cachoeira "emprestou" R$ 600 mil ao presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, um dos principais aliados de Perillo, ex-tesoureiro de sua campanha em 2010. A assessoria do governador não quis comentar o caso.

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O pagamento é relatado pelo próprio Cachoeira numa ligação de 1.º de agosto de 2011. Do outro lado da linha, o então diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, responde que é preciso "tirar proveito da situação", conforme relatos que constam na investigação da PF.

Onze dias depois, Abreu diz a Cachoeira que está em segundo lugar em três licitações e que, se Wladimir Garcez - ex-vereador do PSDB que, segundo a PF, atuava como elo entre a quadrilha e o governo - negociasse com sucesso a saída de concorrentes melhor colocados do páreo, ganharia recompensa. "Quero o lote 18. Se o Wladimir conseguir com o Marconi e com Jayme que o cara arranque a proposta dele e eu entre com a minha proposta, assino o contrato e eu dou R$ 50 mil pra ele", promete.

Em outra conversa, fica claro que o empréstimo de R$ 600 mil a Rincón teria rendido ao grupo de Cachoeira a nomeação de um parente na Agetop.

Em outro telefonema, interceptado pela PF em 27 de abril do ano passado, Cachoeira se mostra irritado com Garcez. Ele reclama do desempenho do secretário de Infraestrutura, Wilder Morais, ao nomear desafetos para cargos no Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO).

"Um bosta consegue emplacar um cara que a gente estava boicotando! Vai falar que é competência de quem? Dele, né? Porque não deu um centavo para o Marconi", queixa-se o contraventor ao ex-vereador.

Os grampos mostram o apetite da organização por obras de outras áreas. Em 26 de abril de 2011, Cachoeira ouve de um aliado, identificado como "Júlio", que Perillo construiria escolas. Em seguida, o interlocutor diz que o titular da Secretaria de Educação facilitaria a entrada no negócio: "É o Thiago Peixoto. É nosso, 100% nosso. Precisa ligar para o Marconi, não. Wladimir vai falar com ele". Em nove de julho de 2011, Garcez fala para Cachoeira sobre recapeamento asfáltico: "É aquilo que o Marconi, você lembra que falou lá na casa do Edivaldo (Cardoso ex-chefe do Detran) para nós dois?", questiona. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grampos da Polícia Federal indicam que um integrante do governo Agnelo Queiroz (PT) participou de uma operação para direcionar um contrato milionário, que vai girar até R$ 60 milhões por mês ao grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal.

Diálogos interceptados na Operação Monte Carlo evidenciam que Milton Martins de Lima Junior, diretor financeiro e administrativo do DFTrans, órgão que gerencia o transporte público do governo do Distrito Federal, negociou com os contraventores para que a organização obtivesse a concessão para a bilhetagem eletrônica dos ônibus. A PF suspeita de eventual pagamento de propina. O diretor nega.

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As conversas, gravadas em junho de 2011, mostram Carlinhos Cachoeira orientando um de seus principais aliados, Gleyb Ferreira da Cruz, a negociar o contrato com o governo do DF.

O objetivo do contraventor era firmar uma sociedade com a Delta Construções, empresa suspeita de participação no esquema, para explorar o serviço. Dias antes, o governo do DF havia assumido a bilhetagem eletrônica, antes a cargo dos empresários do setor, e buscava um novo parceiro privado para operá-la.

Ao ouvir do parceiro que o negócio pode render, conforme estimativa, o equivalente a R$ 60 milhões por mês, Cachoeira se anima e avisa que acionará outro emissário para negociar com o diretor do DFTrans: "Pois é, porra! Tem que fazer contratar direto a Delta... tem que por o Cláudio amanhã com o Milton, entendeu?"

Em duas situações, o chefe do esquema pergunta a Gleyb quem é Milton, ouvindo que se trata do diretor que foi nomeado para organizar o DFTrans e detalhes de sua vida pregressa, como a atuação na Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). "Pois é, agora nós temos que pegar o negócio, então, nós temos que fazer o edital, uai", anima-se Cachoeira na conversa gravada. Ao ouvir que o governo do DF tinha urgência no serviço, ele sugere que o contrato seja feito sem licitação, em caráter emergencial.

Em conversa gravada no dia 14 de junho, Gleyb diz ao chefe, por volta das 19h30, que está aguardando Milton para um jantar. "Tem que chamar o cara, porque esse cara tem que tá junto... Fala assim, ó, não, a Delta tem interesse...", comenta Cachoeira. "A gente puxa o negócio lá e a Delta é que faz o serviço", responde Gleyb.

Por volta das 22h45, após o horário do encontro, o contraventor ouve de seu emissário o que seria o resultado da negociação: "O Milton, ele topa, num tem problema, não, agora tem que ver... a porcentagem que eu falei com ele... que eu falei pra gente fazer gestão cinquenta cinquenta e a gente usaria a nossa empresa usando a tecnologia da EB no negócio".

Esquema

No dia seguinte, por volta do meio-dia, Carlinhos Cachoeira pede a Cláudio (que não é identificado) que converse com o diretor da DFTrans e diz que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, avaliará se entra no negócio, que poderá ser firmado sem licitação.

"Nós temos que pegar pra tocar e contratar, porque eles estão apaixonados no sistema dos coreanos. A gente contrata o sistema e faz o negócio do DFTrans. Rapaz, é um negócio de sessenta pau por mês, e dá pra aumentar trinta por cento, quer dizer, se a gente pegar um porcentual do aumento na licitação", explica.

O DFTrans ainda não definiu qual será a nova parceira para a bilhetagem. Segundo a empresa, a contratação ainda deve ser feita, possivelmente no mês que vem e em caráter emergencial, após a licitação para a escolha das novas concessionárias do transporte público, recém-lançada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parlamentares britânicos disseram nesta segunda-feira que vão interrogar James Murdoch, filho do magnata da mídia Rupert Murdoch, sobre o caso dos grampos telefônicos no extinto tabloide News of the World, pela segunda vez no mês que vem.

James negou ter ciência da escala dos delitos quando pagou cerca de 250 mil libras (US$ 400 mil) a um repórter condenado por escutas ilegais.

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O comitê de Cultura, Mídia e Esportes da Câmara dos Comuns disse que James Murdoch deve testemunhar em 10 de novembro. Rupert Murdoch fechou o News of the World, que tinha 168 anos, em julho após as acusações de que o jornal havia grampeado ilegalmente os correios de voz de celebridades, políticos e até mesmo vítima de crimes em busca de furos jornalísticos.

Pai e filho negaram ter ciência da abrangência dos crimes quando compareceram perante o painel de legisladores também em julho.

Desde então, ex-funcionários do tabloide levantaram dúvidas sobre os testemunhos de Rupert e James. O ex-advogado da empresa, Jonathan Chapman, rejeitou a ideia de que os dois não foram informados pelos subordinados, afirmando que suas declarações continham "sérias imprecisões". As informações são da Associated Press.

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