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O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve decidir ainda no mês de agosto se irá participar do julgamento dos chamados planos econômicos na corte. Se ele se declarar impedido de julgar o caso, o Tribunal irá continuar sem quórum para discutir o tema.

Desde 2014, com a aposentadoria de Joaquim Barbosa, o julgamento está parado por falta de quórum mínimo. Isso porque o Supremo precisa de ao menos oito ministros para julgar a questão, que é constitucional, mas três já se declararam impedidos.

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Nesta quarta-feira, 1, após deixar a sessão de encerramento do semestre no STF, Fachin afirmou que usará o recesso de julho para firmar sua decisão. "Tomarei (a decisão) até meados de agosto. Vou aproveitar o mês de julho para firmar o restinho da convicção que falta", disse o ministro.

Integrantes do Supremo já admitem a possibilidade de a corte deixar de julgar a constitucionalidade dos planos econômicos das décadas de 80 e 90, que teriam provocado perdas no rendimento financeiro dos poupadores, se Fachin se declarar impedido. No período em que a 11ª cadeira do STF esteve vaga, a corte poderia aguardar a nomeação do novo integrante. Com a casa completa e ainda assim sem quórum mínimo, o tribunal precisará aguardar a saída de um dos integrantes impedidos ou encontrar uma solução interna no regimento.

O julgamento preocupa a área econômica do governo e o Banco Central em razão do impacto no sistema financeiro. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, já indicou que deve pautar o tema com brevidade. Ele aguardava a posse de Fachin e, agora, o período de adaptação do ministro mais novo ao tribunal.

Nesta semana, Fachin já se declarou suspeito - impedido de analisar por motivos de foro íntimo - de relatar um caso polêmico que foi encaminhado ao seu gabinete. Ele abriu mão da relatoria de um inquérito sigiloso derivado das investigações do mensalão que tramita na corte. Com a decisão, o inquérito foi redistribuído para o ministro Dias Toffoli. O inquérito corre sob segredo de justiça e é um desmembramento das investigações que resultaram no processo principal do mensalão.

Em meio a críticas da oposição e elogios do governo em relação ao indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT) à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado aprovou o nome do jurista Luiz Edson Fachin como o novo ministro do órgão. Além da opinião de políticos, principalmente dos que integram à base, o escolhido também é aceito no meio da Justiça. 

Segundo o juiz da 13ª Vara Cível da Capital, Ruy Patu Júnior, a expectativa de atuação do novo ministro é a melhor possível. “Todos os tribunais e os juízes tem uma visão de Fachin como competente, de bom preparo intelectual, boa conduta moral e ilibada. Ele preenche todas as condições para este cargo de ministro do STF”, avaliou.

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Para o magistrado a ligação do novo presidente do STF com o Partido dos Trabalhadores anteriormente não interfere na sua competência profissional. “Ele teve uma atuação ligada ao PT no passado, mas isso não desmerece ele. Todos os magistrados têm suas ideologias e preferências políticas, o que não se pode é exercer atividades político-partidária no exercício da legislatura”, destacou. 

O juiz pernambucano também comentou a sabatina realizada a Fachin no Senado. Para ele, os questionamentos foram um desaforo. “Querer ideologizar a escolha de um juiz através de um processo de sabatina é uma temeridade. A sabatina é para ver as condições para o exercício da magistratura. O fato de ele ter apoiado Dilma ou continuar ideologicamente vinculado a um partido isso não tira dele os méritos de ter uma atuação como juiz”, pontuou. 

Joaquim Barbosa – Durante a entrevista ao Portal LeiaJá, o magistrado analisou a atuação do ex-ministro do STF e destacou qualidades e defeitos. “Essa marca de Joaquim Barbosa teve um lado positivo: a forma corajosa, diligente e implacável com relação à corrupção. Agora, o aspecto que eu diria negativo foi uma excessiva exposição dele em algumas ações de descortesia e descontrole emocional”, cravou Patu. 

O magistrado fez ressalvas em relação à atuação de Barbosa. “Como juiz e figura pública ele não deveria jamais ter atuado de forma a causar tantos constrangimentos, isso só demonstra uma certa falta de educação. Não é indicado isso a um juiz”, considerou, elogiando outros aspectos do advogado e desejando sucesso a Fachin. “Fora esses detalhes comportamentais ele é um modelo de juiz. Foi um marco no que tange o combate à corrupção. Não tenho duvida de que Fachin será este marco também e terá uma boa atuação”, completou o juiz. 

*Com informações de Giselly Santos

A aprovação do Senado Federal nesta terça-feira (19) do nome do professor Luiz Edson Fachin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado pela presidenta Dilma Rousseff (PT), foi comemorada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa. O petista festejou a aprovação do plenário, do nome do jurista, que venceu por 11 votos a mais que os 41 necessários. No total, 52 senadores foram favoráveis e 27 contrários. 

“É uma vitória para o Brasil e para a própria Suprema Corte. Fachin é praticamente uma unanimidade no meio acadêmico e jurídico do país. Com vasta experiência, apresenta, ainda, como determina a Constituição Federal, notório saber jurídico e reputação ilibada”, avaliou Humberto. Durante todo o dia, o líder do PT esteve em contato permanente com os colegas para assegurar a vitória do novo ministro em plenário.

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A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado já havia aprovado o nome de Fachin para compor o STF no último dia 12. A sabatina realizada na Casa durou quase 11 horas de questionamento. Ao final, foram 20 votos a favor e 7 contra.

O líder do PT acredita que a forma como Fachin se portou nas últimas semanas, esclarecendo as arguições feitas pelos senadores e por cidadãos nas redes sociais, foi fundamental para a sua aprovação.  Além de parlamentares do PT e de partidos da base aliada, integrantes da oposição - como o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), relator do nome da mensagem de Dilma sobre o nome de Fachin - aplaudiram o resultado da apreciação no plenário. Fachin substitui o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa. 

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