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Um dos mais importantes festivais de cinema do Brasil corre o risco de não acontecer em 2019. No ano em que celebra duas décadas de história, o Festival do Rio teve que recorrer à uma campanha de financiamento coletivo para tentar levantar parte do valor necessário para promover o evento. A meta é arrecadar R$ 500 mil. 

Dificuldade financeira não é novidade para os realizadores. Em 2018, o evento também passou por problemas para viabilizar aquela edição, que quase não foi realizada. Este ano, o festival amarga a falta de patrocínios com a saída do apoio da Petrobrás e dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, proveniente da Agência Nacional do Cinema (Ancine). O orçamento do evento é de R$ 4,5 milhões, o mesmo da edição passada. Até o momento, há apenas R$ 500 mil garantidos através de patrocínio privado.

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Sendo assim, a organização do Festival do Rio lançou uma campanha de financiamento coletivo para tentar levantar outros R$ 500 mil. Já foram alcançados R$ 36.230 e a campanha segue até o dia 21 de outubro.

Segundo o colunista Ancelmo Gois, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, comprometeu-se a ajudar o evento mas como se dará esse apoio ainda está sendo estudado. O festival está programado para acontecer entre os dias sete e 17 de novembro. 

O Festival do Rio, evento de cinema que acontece durante 15 dias na capital fluminense, chegou ao fim na última quarta (12) anunciando seus vencedores. O longa pernambucano Sangue Azul, de Lírio Ferreira, foi o principal vencedor da noite, levando o prêmio de melhor longa de ficção na votação do júri profissional, melhor diretor de ficção e melhor ator coadjuvante (Rômulo Braga). Bianca Joy Porte, que atuou no filme Prometo um dia deixar essa cidade, conquistou o prêmio de melhor atriz.

Sangue Azul também está na programação da Mostra São Paulo, que começa no dia 15 de outubro e encerra a programação do Festival Janela Internacional de Cinema.

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Confira a lista dos vencedores abaixo:

Melhor longa de ficção: Sangue azul, de Lírio Ferreira

Melhor longa de documentário: À queima roupa, de Theresa Jessouroun

Melhor curta: Barqueiro, de José Menezes e Lucas Justiniano

Melhor diretor de ficção: Lírio Ferreira, por Sangue azul

Melhor diretor de documentário: Theresa Jessouroun, por À queima roupa

Melhor atriz: Bianca Joy Porte, por Prometo um dia deixar essa cidade

Melhor ator: Matheus Fagundes, por Ausência

Melhor atriz coadjuvante: Fernanda Rocha, por O último cine drive-in

Melhor ator coadjuvante: Rômulo Braga, por Sangue azul

Melhor fotografia: André Brandão, por Obra

Melhor montagem: Luisa Marques, por A vida privada dos hipopótamos

Melhor roteiro: Murilo Salles, por O fim e os meios

Prêmio especial do júri: Ausência, de Chico Teixeira

Prêmio pelo conjunto da obra: Othon Bastos

"A verdade é que a montagem de uma ópera tem muito do desfile de carnaval. No fundo, os dois espetáculos são muito parecidos", diz Matheus Nachtergaele em cena de Trinta, longa de Paulo Machline que, não por acaso, faz sua première mundial nesta quarta-feira, 1, às 20h30, no Festival do Rio, no inusitado cenário do Theatro Municipal. "O desfile de carnaval tem exatamente a estrutura de uma ópera erudita. A ópera tem o libreto, a escola de samba tem o enredo. A ópera tem uma orquestra; a escola tem a bateria. A ópera tem bailarinos que dançam, e não cantam", completa ele.

No filme, Matheus é Joãosinho Trinta, o artista que revolucionou o carnaval no Brasil nos anos 80. Mas, antes de ser tornar o Trinta, foi um jovem autodidata que cresceu no Maranhão ouvindo histórias do folclore, migrou para o Rio, onde se tornou bailarino do Theatro Municipal, e onde também descobriu seu talento para a arte da cenografia.

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Joãosinho passou uma vida no Municipal antes de ser levado pelo cenógrafo e carnavalesco Fernando Pamplona para trabalhar com ele no Salgueiro, onde assumiu o carnaval em 1973 e assinou sozinho seu primeiro desfile em 1974, com o enredo O Rei de França na Ilha da Assombração.

Desde então, Joãosinho e o carnaval nunca mais seriam os mesmos. E é exatamente este período único da vida do carnavalesco que Trinta revela. "Descobri a história do João em 2002, ao ler um artigo do Carlos Heitor Cony e fiquei fascinado. Me mudei para o Rio, comecei a acompanhar e registrar o dia a dia dele. Ele estava preparando o carnaval da Grande Rio e, como sempre fazia, já morava no barracão, de onde voltava para casa só no dia da apuração", conta o Machline, que passou seis meses com Joãosinho.

Mas, em vez de realizar uma biografia linear, o diretor decidiu contar o período da transição da vida de Joãosinho do cenário erudito para o popular do barracão. "Queria buscar o forte de sua história e contar o conflito entre estes universos, como nasceu sua persona. O momento em que nasce o super-herói Joãosinho Trinta", completa o diretor. "Ele passou 30 anos no Municipal, dirigiu óperas. Há uma montagem de Tosca (de Puccini) que ele dirigiu, cujo figurino e arte são inspirados em Picasso. Foi importante para o erudito", ressalta o diretor.

Nachtergaele, que incorpora Joãosinho com maestria, concorda com a escolha de Machline. "Depois que se abrem as portas do barracão, já sabemos da história, acompanhamos as decisões artístico-políticas dele. Este filme é uma homenagem bonita sobre o temperamento e a garra de um brasileiro com muita determinação, autodidata, imigrante, extremamente influenciado pela cultura popular brasileira, mas culto. É do choque desta cultura clássica com a verve nacional que muda o carnaval brasileiro para sempre", analisa o ator.

Se não é por acaso, portanto, que a visão de Joãosinho sobre o erudito e o popular seja tão particular, tampouco não é por acaso o local escolhido para a pré-estreia de Trinta hoje: o Theatro Municipal. A ideia de ocupar o templo da ópera surgiu naturalmente. "Eu e Ilda Santiago (diretora do Festival do Rio) estávamos pensando onde seria melhor. E então ela sugeriu o Municipal. Era perfeito! Há várias adaptações técnicas para se fazer, mas vai valer a pena. Joãosinho vai estar conosco hoje", comenta Joana Mariani, que, ao lado de Matias Mariani, assina a produção do filme. "Apesar de o trabalho de realizar uma sessão em um teatro requer ajustes técnicos, como no caso do som, vai valer a pena. O teatro também era sua casa", comenta Machline.

Segundo Matias, a escolha do local não só é simbólica como faz justiça ao Municipal. "Se não fosse o Theatro, se ele não fosse apaixonado por balé, pelo erudito, jamais teria vindo para o Rio e feito sua história aqui", diz o produtor.

Para que o universo do carnaval fosse retratado com fidelidade na tela, a produção cuidou de cada detalhe. Sob a direção de arte de Daniel Flaksman, profissionais do carnaval trabalharam como se estivessem construindo o desfile de 1974. "Trabalhamos com o pessoal de escolas de samba, reproduzimos com fidelidade e fizemos uma pesquisa muito detalhista. Era como ver o Trinta trabalhando de novo", conta Joana.

O resultado é como ver mais um sonho de Joãosinho se concretizar. "Ele também queria fazer a ‘ópera do povo’: misturar a ópera com um desfile e botar na avenida", conta Machline. Ao saber da escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016, ele decidiu que seria esse o momento. Infelizmente, não teve tempo. Joãosinho morreu sem realizá-lo, em dezembro de 2011. "Seria incrível. Tenho certeza que ele conseguiria. Como o Pamplona dizia, quando decidia algo, ele convencia qualquer um que seria possível."

O Rio de Janeiro se transforma na capital do cinema mundial a partir desta quarta-feira (24). A programação do Festival do Rio segue até dia 8 de outubro, com centenas de filmes de mais de 60 países e tradicionais mostras, como a Panorama, Expectativa, Première Brasil, Midnight e Première Latina.

O evento também recebe diretores, roteiristas e atores de diversos países. 350 filmes de mais de 60 países serão exibidos em cerca de 30 locais da cidade. O Rio Market, evento ligado ao festival, recebe profissionais de cinema e TV para palestras e workshops.

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Entre os diretores confirmados estão Daniel Burman, que recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim por Esperando o messias, apresentando seu novo longa El Misterio de La felicidad (Premiere Latina). É destaque também Anahí Berneri, vencedora do Teddy Award no Festival de Berlim por Un año sin amor e que no Festival do Rio 2014 exibe Aire Libre (Premiere Latina). 

O RioMarket terá a presença dos roteiristas Gale Anne Hurd (The Walking Dead, Exterminador do Futuro e Alien) e Marc Halsey (The Carrie Diaries). No dia 24 de setembro, Gale vai conversar sobre fatos e curiosidades de suas produções, enquanto Halsey ministra workshop no mesmo dia.

Diversidade

Pela primeira vez em sua história, o festival irá premiar o melhor filme do universo gay. Dos 350 filmes que serão apresentados, 44 participam do prêmio. Serão levados em conta as melhores narrativas, em documentário e ficção. Ou seja, o prêmio quer reconhecer os filmes que tenham mais qualidade, não os mais gays. A premiação será no dia 06 de outubro.

O nome 'Félix' não se refere ao personagem de novela e sim ao seu significado em latim: “feliz”, “afortunado”, “alegre”.

Pernambuco

Alguns cineastas de Pernambuco estarão participando do evento. Entre eles Alceu Valença, com o seu filme A Luneta Mágica; Daniel Aragão, com Prometo um dia deixar essa cidade e Pedro Severien com seu curta, Loja de répteis.

Conheça a programação completa no link.

Foi divulgado nessa quinta-feira (11) o teaser de Prometo Um Dia Deixar Essa Cidade, novo longa de Daniel Aragão. O filme estreia competindo na Premiere Brasil do Festival do Rio 2014, que começa no dia 24 de setembro e vai até 8 de outubro. Esse é o segundo longa do diretor pernambucano e conta com os atores Bianca Joy Porte, Zé Carlos Machado e Sergio Marone no elenco. Daniel já dirigiu o longa Boa Sorte, Meu AmorCandango de Melhor Filme no Festival de Brasília em 2012.

O filme mostra um triângulo amoroso entre um político (Zécarlos), a filha dele (Bianca) e seu assessor (Sergio). Depois de uma longa ausência numa clínica de reabilitação, Jolie (personagem de Bianca) volto ao convívio familiar e isso traz conflitos e sentimentos diversos.

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Assista ao teaser e conheça o cartaz do filme abaixo:



 

‘Amazônia’ chega aos cinemas brasileiros em 3D nesta quinta (26). Dirigido pelo francês Thierry Ragobert, o filme conta a história do macaco-prego Castanha, criado na cidade do Rio de Janeiro. Tudo começa a mudar quando ele é vendido a um circo e, durante a viagem, o avião cai na Floresta Amazônica.

A partir daí, o macaquinho urbano vai ter que aprender a viver de um jeito diferente. Com sentimento de pertencimento ainda à cidade grande, o macaco passa por dificuldades na floresta até conseguir se acostumar com seu novo habitat. O macaco-prego, que antes assistia a filmes e documentários na TV, aprende, agora, como se defender dos outros animais, seja fugindo ou se camuflando, e como formar sua casa. Nessa jornada, Castanha, dublado por Lúcio Mauro Filho, encontra a macaquinha Gaia, cuja voz é cedida por Isabella Drummond.

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Com sentimentos muito particulares aos seres humanos, como o medo da solidão, a luta para conseguir espaço dentro de um grupo e a vontade de formar uma família, o longa gera uma relação próxima entre Castanha - que é também narrador da história -  e o telespectador. A evolução do protagonista pode ser percebida em alguns momentos. Uma criança perdida e insegura ao chegar à Floresta; um adolescente que precisa da conquistar seu espaço no mundo e a saída escondida para encontrar a namoradinha; e o desafio de ser adulto e montar uma família enfrentando, inclusive, a ação devastadora do homem ao meio ambiente.

Para registrar os animais em seu habitat natural, foram necessárias 45 toneladas de equipamentos, que seguiram de avião para Manaus e, de lá, em barcos e caminhões, para o meio da selva. Tudo isso contribuiu para a riqueza de detalhes em 3D. Mais de cem espécies de animais aparecem em cena.

O longa-metragem já estreou na França, além de ter sido foi o filme de abertura no último Festival do Rio e ter participado dos festivais de Veneza – onde recebeu o prêmio WWF de Ambiente – e de Toronto.

O longa Tatuagem, do pernambucano Hilton Lacerda, que esse ano já havia levado o prêmio de melhor filme no Festival de Gramado, conquistou nesta quinta (10) cinco trófeus no Festival do Rio: melhor filme (voto popular), prêmio especial do júri (ficção), melhor ator para Jesuíta Barbosa, melhor ator coadjuvante para Rodrigo García e prêmio da Federação Internacional dos Críticos de Cinema.

Estrelado por Irandhir Santos (Febre do Rato), o filme se passa em meio a ditadura e retrata confrontos e reflexões que envolvem um tórrido relacionamento entre Clécio Wanderley (Irandhir), líder da trupe teatral Chão de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez e o jovem Fininha (Jesuíta Barbosa), que é militar.

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Tatuagem tem estreia nacional marcada para o dia 15 de novembro, mas terá uma sessão especial no Recife, na sexta edição do Janela Internacional de Cinema do Recife, que acontece nessa sexta (11). 

O festival ainda premiou dois longas na categoria de melhor filme: De menor, de Caru Alves de Souza e O lobo atrás da Porta, de Fernando Coimbra. Confira a lista completa  de vencedores. 

Melhor filme (júri oficial) - "De Menor", de Caru Alves de Souza, e "O Lobo atrás da Porta", de Fernando Coimbra

Melhor filme (voto popular) - "Tatuagem", de Hilton Lacerda

Melhor documentário (júri oficial) - "Histórias de Arcanjo - Um Documentário sobre Tim Lopes", de Guilherme Azevedo

Melhor documentário (voto popular) - "Fla x Flu", de Renato Terra

Prêmio especial do júri (ficção) - "Tatuagem", de Hilton Lacerda

Prêmio especial do júri (documentário) - "A Farra do Circo", de Roberto Berliner e Pedro Bronz

Menção honrosa do júri (documentário) - "Cativas - Presas pelo Coração", de Joana Nin, e "Damas do Samba", de Susanna Lira

Melhor diretor - Cao Guimarães e Marcelo Gomes ("O Homem das Multidões")

Melhor ator - Jesuíta Barbosa ("Tatuagem")

Melhor atriz - Leandra Leal ("O Lobo atrás da Porta")

Melhor ator coadjuvante - Rodrigo García ("Tatuagem")

Melhor atriz coadjuvante - Martha Nowill ("Entre Nós")

Menção honrosa do júri (ator) - Francisco Gaspar ("Estrada 47")

Menção honrosa do júri (ator coadjuvante) - Silvio Guindane ("Jogo das Decapitações") e Julio Andrade ("Entre Nós")

Melhor roteiro - Paulo Morelli ("Entre Nós")

Melhor fotografia - Pedro Urano ("Quase Samba")

Melhor montagem - Mair Tavares ("Estrada 47")

Melhor curta-metragem (júri oficial) - "Contratempo", de Bruno Jorge

Melhor curta-metragem (voto popular) - "Jessy", de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge

Prêmio da Federação Internacional dos Críticos de Cinema (Fipresci) - "Tatuagem", de Hilton Lacerda

Mostra Novos Rumos

Melhor filme - "Tão Longe É Aqui", de Eliza Capai

Menção honrosa do júri (filme) - "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu

Melhor curta - "Todos Esses Dias em que Sou Estrangeiro", de Eduardo Morotó

Menção honrosa do júri (curta) - "Lição de Esqui", de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro 

Deu empate na premiação do Festival do Rio 2013. Pela primeira vez na história, dois longas levaram para casa o troféu Redentor. "O Lobo Atrás da Porta", de Fernando Coimbra, e "De Menor", de Caru Alves de Souza, foram eleitos Melhor Filme pelo júri oficial. Mais que o ineditismo, a premiação, que ocorreu na noite desta quinta-feira, 10, sinaliza uma nova safra de jovens realizadores. Tanto Coimbra quanto Caru assinam seus primeiros longas-metragens.

Outro grande vencedor da noite, "Tatuagem", que já chegou ao Rio com o Kikito de Melhor Filme em Gramado na mala, marca a estreia na direção do roteirista Hilton Lacerda. O filme levou o Prêmio Especial do Júri, Melhor Ator Coadjuvante para Rodrigo García, Prêmio do Público, Melhor Longa Latino-Americano segundo a Fripresci e Melhor Ator para Jesuíta Barbosa. Esta categoria também teve premiação dupla e deu Menção Honrosa para Francisco Gaspar e sua cativante atuação como o soldado Piauí de "A Estrada 47", de Vicente Ferraz. A saga dos pracinhas na campanha da Segunda Guerra Mundial levou ainda a Melhor Montagem (para Mair Tavares).

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Já na categoria Melhor Atriz não houve dúvidas nem divisões. Leandra Leal, que neste ano estava em quatro filmes do festival, foi eleita a Melhor Atriz por sua ótima atuação em "O Lobo Atrás da Porta". O longa de estreia de Coimbra narra a história de uma jovem (Leandra), que se apaixona por um homem casado (Milhem Cortaz, também em ótima forma, em um de seus melhores papéis).

Já na direção, o Redentor foi para a ousadia estética e narrativa de Marcelo Gomes e Cao Guimarães, que fizeram de "O Homem das Multidões" o primeiro filme no formato Instagram da história. "É um filme incomum, que precisa de tempo e disposição para ser apreciado, mas que foi muito interessante de fazer", comentou Gomes na sessão do longa na Première Brasil.

O júri do Rio, ainda reconheceu mais dois talentos na categoria Melhor Ator Coadjuvante. Além de García, por "Tatuagem", Júlio Andrade foi premiado com uma Menção Honrosa por "Entre Nós" e Silvio Guindane, por "Jogo das decapitações".

Entre os documentários, o contundente "Histórias de Arcanjo - Um documentário sobre Tim Lopes", de Guilherme Azevedo, foi eleito o melhor pelo júri oficial. Mais que um filme, é um documento importante sobre a história do jornalismo brasileiro. E faz, por vezes, a plateia ter saudade de quando o jornalismo vivia tempos muito mais de 'ir a campo' e fazer com que o leitor ou o espectador de fato se sentisse na cena retratada. Tim é símbolo de um jornalismo que não se rende ao corporativo e à produção de conteúdo fria. Sempre se colocando na pele de seus personagens, ele encarnava a reportagem em sua essência.

Na competição oficial de curtas, "Contratempo", de Bruno Jorge levou o Redentor.

Confira a lista completa dos vencedores no site www.festivaldorio.com.br

Depois do encerramento oficial com a gala de Serra Pelada, de Heitor Dhalia, na quarta à noite, o 15.º Festival do Rio faz nesta quinta a festa de premiação da mostra competitiva Première Brasil. Quem vai levar o troféu Redentor? Onze entre dez críticos apostam que Leandra Leal vai bisar o prêmio de melhor atriz, que recebeu no ano passado por Éden, de Bruno Safadi, e agora merece repetir por Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra. Se o júri, integrado, entre outros, por Helena Ignez e Lázaro Ramos, achar demais dar a Leandra seu segundo prêmio sucessivo, existem alternativas, e ninguém vai reclamar se Martha Nowill for a vencedora, por Entre Nós, de Paulo e Pedro Morelli.

Martha, por sinal, também pode aspirar ao prêmio de atriz como de coadjuvante, já que o longa dos Morelli não tem um claro protagonista, seja masculino ou feminino. A crônica de um grupo de amigos contempla a todos, embora o personagem de Caio Blat e seu segredo sejam pivotais na trama. O prêmio de melhor ator também poderia ir para Milhem Cortaz, pelo Lobo, mas seria muito bem-vindo se o júri radicalizasse premiando Paulo André, ator mineiro do Grupo Galpão, por O Homem das Multidões, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes, ou o Jean-Claude Bernardet de Periscópio, de Kiko Goifman. O crítico que virou ator tem aparecido com frequência frente às câmeras - e está em três filmes do festival -, mas nunca foi mais 'ator' do que na provocação de Goifman.

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Mas a grande curiosidade é pelos Redentores de filme e direção. Quem leva? O festival viveu uma polarização, na Première Brasil, entre filmes de um perfil mais narrativo e outros de uma linguagem mais poética ou investigativa. Lobo Atrás da Porta e De Menor, de Caru Alves de Souza, de um lado, e O Homem das Multidões e Periscópio, de outro. E não se pode esquecer do melhor 'híbrido'. No debate sobre A Gente, o diretor Aly Muritiba disse que gostaria de ver o 'gênero' reconhecido. Seu filme, embora selecionado como documentário, também tem muito de ficção, até pelo fato de que cenas importantes foram encenadas, embora não ensaiadas.

Uma livre adaptação de Edgar Alan Poe (O Homem das Multidões); um estudo de personagens, à Samuel Beckett, sobre dois homens numa casa e um periscópio que surge para catalisar os conflitos; a história do sequestro de uma criança que expõe o mau funcionamento de um casal, de toda uma sociedade (Lobo Atrás da Porta); a defensora pública que se envolve com um adolescente no Fórum de Santos (De Menor). E ainda houve A Gente, sobre um agente carcerário (Jefferson Walkiu) que chega com novas ideias a um sistema essencialmente burocrático. Independentemente do que votar o júri, A Gente terá sido - é - o filme brasileiro mais político de uma seleção marcada pela política das ruas, e por manifestações que interferiram na própria dinâmica do evento.

Foi o festival dos fotógrafos, e o conceito e a execução das fotografias deram o tom da mise-en-scène nos melhores filmes. A tela quadrada de Ivo Lopes Araújo em O Homem das Multidões; a tela retangular de Gustavo Hadba em Entre Nós; a câmera na mão de Lula Carvalho em Lobo Atrás da Porta; e a câmera de Júlia Zakia, acuada entre as quatro paredes de Periscópio. Histórias de solidão. A arte de grandes fotógrafos, mas só um deles poderá ganhar.

Repescagem

Houve nesta quarta o tapete vermelho de Serra Pelada no Cine Lagoon. O longa de Heitor Dhalia encerrou o Festival do Rio em alto estilo, mas o evento, após a premiação desta quinta (10), ainda prossegue com a repescagem. Durante uma semana, o público poderá (re)ver parte dos 370 longas da programação no Odeon e em dois espaços culturais da cidade - o Centro Cultural Banco do Brasil e o Instituto Moreira Salles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nem só de estreias vivem os grandes festivais, e até Cannes, a maior vitrine de novos filmes do mundo, tem espaço para a recuperação, o restauro, de clássicos. O Rio também exibiu suas relíquias - "Dr. Mabuse", 1 e 2, mostrando como Fritz Lang já era bom em suas origens. Mas, na quarta-feira, o tapete vermelho foi para a restauração de um clássico nacional.

No sábado, em plena feijoada do Festival do Rio, Alice Gonzaga comemorava o sucesso da restauração do filme famoso de Oduvaldo Vianna, em 1936. Alice é filha do pioneiro Adhemar Gonzaga, da Cinédia, e o lendário estúdio produziu a história inicialmente prevista para Carmem Miranda. Quando a pequena notável, presa a outros compromissos, desistiu do papel, Gilda de Abreu o assumiu e outro roteiro foi formatado para ela.

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Com Carmem, o filme teria sido outro com certeza, mas o curioso é que a "Bonequinha" de Oduvaldo Vianna - pai de Vianinha, o ator e autor de teatro e TV - antecipa em quase 20 anos um clássico romântico de Billy Wilder. Lembram-se de "Sabrina", com Audrey Hepburn? A filha do motorista da família de milionários que volta sofisticada de Paris, a ponto de seduzir os patrões que desconheciam sua existência?

A bonequinha é Marilda, que também volta mudada de Paris. Todos se perguntam quem é essa mulher que dita a moda - que as mulheres invejam e os homens desejam? Marilda é uma ficção de si mesma, pois, de repente, explode a revelação. Ela nunca esteve na França. A interrogação fica mais forte ainda - quem é Marilda? O restauro digital de "Bonequinha de Seda" é uma parceria da Cinédia com o Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro de Myrna Brandão. A Petrobras tem sido parceira de outros restauros do CPCB, e, aqui, como em outras iniciativas do gênero, o papel de Hernani Heffner é fundamental. É o curador do acervo da Cinédia e uma autoridade mundial em restauração.

A grande questão é - o Festival do Rio tem exibido obras restauradas (filmes brasileiros) que, após a gala no Odeon, circulam por outros eventos de cinema, mas não voltam ao circuito. "Bonequinha de Seda", como "O Ébrio", de Gilda de Abreu, que terás novo restauro, poderiam quebrar essa escrita. "Bonequinha" foi um fenômeno brasileiros dos anos 1930. Chegou a ser exportado para exibições em outros países. Conhecer a obra pode ajudar no debate e compreensão da produção brasileira dos anos 1930. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tudo começou como um suvenir de infância. Garoto, em Pernambuco, nos anos 1980, Heitor Dhalia ouvia na TV as histórias de Serra Pelada, um lugar mítico - Eldorado? - em que se misturavam homens rudes em busca do ouro e mulheres gostosas como Rita Cadillac. Com o garimpo, enterrou-se a ditadura e hoje, com o distanciamento provocado pelo tempo e pela reflexão, o diretor pode dizer que ali, naquele buraco gigantesco, foram lançados os fundamentos do Brasil moderno. Depois de duas experiências internacionais, À Deriva e Gone, e disposto a retomar suas origens brasileiras, Serra Pelada se impôs como tema, como paisagem, como sonho.

Foram cinco anos de trabalho intenso, insano, duro, mas a miríade está completa. Serra Pelada encerra oficialmente, depois de amanhã, 8, o 15.º Festival do Rio. No dia seguinte ocorre a cerimônia de premiação, com a entrega dos prêmios aos vencedores do troféu Redentor. E uma semana mais tarde, no dia 18, será o lançamento, grande como o próprio filme. Não se pode pensar pequeno a propósito de Serra Pelada, mas Dhalia, que já pensava grande, não tinha a dimensão de como seria difícil viabilizar a história que queria contar.

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"Desde o início era uma história de amizade, de Juliano e Joaquim, dois amigos que partem em busca do Eldorado e conhecem o inferno", explica o diretor. Ele teve uma parceira decisiva no processo - a roteirista (e também diretora, embora não aqui) Vera Egito, que encarou com Dhalia o desafio de concentrar em duas horas todos os excessos de Serra Pelada.

Sexo e poder, ouro, violência. E, ao mesmo, contando a história de Serra Pelada, o filme dá conta do Brasil, do que ocorria no regime militar, de como o País via o garimpo, com os olhos do Jornal Nacional, da Globo. Encontrada a maior pepita do mundo - e a cada anúncio, mais gente partia em busca do ouro. Criou-se um formigueiro humano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Destaque do Festival do Rio com seu longa A Grande Beleza - que terá sessão nesta quinta-feira, 3 -, Paolo Sorrentino passou os dois últimos dias na correria, filmando seu episódio de Rio, Eu Te Amo em Grumari. A praia selvagem, paraíso dos surfistas, virou o cenário para o episódio do autor italiano, que aborda a crise de um casal. "É um thriller psicológico e noir sobre um vínculo que se desfaz. Seria difícil contar essa história como longa, e é mais difícil ainda resumir uma relação em duas cenas."

O repórter foi o único a visitar o set e a entrevistar a atriz Emily Mortimer. Ela admitiu, brincando, que é louca. "Vir ao Brasil durante apenas dois dias para ter uma cena de piscina, na qual estou instalada numa boia e fico balançando o tempo todo, e depois outra cena no mar revolto, é coisa de louco, sim." Para complicar ainda mais, a personagem fuma compulsivamente na piscina e termina vomitando. Apesar do desconforto, Emily está feliz da vida. "Esse lugar é deslumbrante (ela aponta para a praia). Vou mandar as imagens para meu marido só para ele ficar morrendo de inveja."

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Bem que ela gostaria de ficar no Rio para desfrutar da beleza da cidade, mas ontem mesmo já embarcou para Londres, para participar do festival da capital inglesa. Atriz de Woody Allen (Match Point) e Martin Scorsese, Emily coloca Sorrentino no mesmo plano dos autores norte-americanos. "Paolo possui um universo instigante. Você viu Il Divo? É magnífico. E La Grande Bellezza? Ele diz que não se inspirou em (Federico) Fellini, mas a energia e a intensidade visual são similares", diz. E acrescenta: "Gosto de diretores que são autores, que possuem um universo e têm consciência disso. Gosto de ser conduzida no set. Não me importo de ser uma marionete desses puppet masters".

Função. Sorrentino escolheu a praia e a casa do seu casal a partir de fotos enviadas pela equipe da Conspiração Filmes. No set, é extremamente compenetrado. "A equipe toda está encantada porque ele sabe o que quer e é solícito", diz Leonardo Barros, da empresa produtora. Sorrentino faz anotações e desenhos rápidos que lhe servem de orientação. "Estou fazendo a minha função", ele explica. O repórter provoca - em Cannes, parte da crítica reclamou do excesso de virtuosismo do relato de A Grande Beleza. "Há mais virtuosismo da câmera em Il Divo", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Festival do Rio, teu nome é gigantismo. O evento de cinema que começa amanhã, 26, e se prolonga até 10 de outubro, com a entrega do troféu Redentor aos vencedores das Premières Brasil e Latina, vai apresentar, ao longo das duas próximas semanas, 350 filmes de 60 países.

Distribuídos em 30 seções, serão exibidos em 30 pontos do Rio. E o festival ainda realiza oficinas, promove palestras e seminários, traz convidados importantes. Apesar de tudo isso, a diretora artística Ilda Santiago adverte - o gigantismo do festival está no conteúdo, na qualidade do que vai exibir. "Foi duro, mas conseguimos reduzir um pouco o número de filmes em relação ao ano passado."

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Como Cannes, o convite para a abertura, amanhã, 26, à noite, no Cine Odeon, em plena Cinelândia, exige ‘tenue de soirée’ ou pelo menos traje social completo, mas no Rio é mais fácil driblar o protocolo e ter acesso ao tapete vermelho com trajes mais informais. Luz, câmera, ação!

Como já virou tradição, o Festival abre-se com uma produção brasileira, desta vez uma coprodução - Amazônia é uma parceria da Gullane Filmes com a França, realizada pelo francês Thierry Ragobert, mas escrita pelo brasileiro Luiz Bolognesi. Depois de encerrar o Festival de Veneza, a saga do macaquinho domesticado para sobreviver na Amazônia ganha a tela do Rio - para mostrar quão estreitos podem ser os limites entre documentário e ficção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor espanhol Fernando Trueba, cujo filme "O artista e sua modelo", exibido no Festival do Rio, estreia este fim de semana nos Estados Unidos, diz que prefere deixar seu trabalho falar por si mesmo. O cineasta, de 58 anos, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1994 por "Belle Époque", declarou que o "O artista e sua modelo" era uma dívida que tinha consigo e com o cinema francês.

"Eu sempre fui muito afrancesado, eu devo muito a língua francesa, ao cinema francês. Leio muito em francês e sempre pensei em fazer um filme francês, entre aspas", disse à AFP.

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Filmado na França e em francês, apresenta Jean Rochefort no papel de um velho escultor que reencontra a sua inspiração em uma jovem modelo espanhola (Aida Folch).

"O artista e a modelo", embora seja uma reflexão sobre a arte e o processo de criação, não é, de acordo com seu autor, um trabalho estritamente autobiográfico.

No entanto, "também tem muito de mim e as pessoas que me conhecem dizem que me veem por trás desse personagem", confessou.

De acordo com Trueba, o personagem principal é baseado em seu irmão, o escultor Máximo Trueba, que morreu em 1996, aos 42 anos, em um acidente de carro.

O filme deve a Máximo "uma dívida mais secreta e mais profunda", afirmou o cineasta, cujo filme "Chico & Rita" foi indicado em 2011 ao Oscar de melhor filme de animação.

"Meu irmão não era um homem de palavras. Era um homem de trabalho. Não gostava de falar e não gostava nem mesmo de dar nome a suas esculturas. Grande parte de suas esculturas foram intituladas" com 'Sem título", contou.

"Ele acreditava no trabalho com as próprias mãos, em seu estúdio, em esculpir em pedra, modelar a argila, mas não acreditava em toda a literatura que normalmente acompanha as artes plásticas, no blá-blá-blá. E isso, essa atitude, essa relação que teve com a arte, como o trabalho físico, foi muito importante para mim no filme".

Com uma filmografia eclética que navega entre a ficção, música e animação (o documentário "Calle 54" fala sobre os ícones do jazz latino e "Chico & Rita" é uma homenagem ao bolero cubano), Trueba compartilha com seu falecido irmão uma visão semelhante da criação artística.

O cineasta espanhol diz que, apesar da sofisticação do mundo de hoje, a arte não mudou muito desde a Vênus de Willendorf dos tempos pré-históricos, nem a relação física entre o homem e a matéria com a qual este interpreta a natureza.

--- Mais fora do que dentro ---

O diretor também assegura que não pretende descobrir a si mesmo, mas sim suas histórias.

"Quando faço um filme, não olho para mim. Na verdade, eu tento não focar em mim mesmo. Nunca conheci um psicanalista ou um psiquiatra, talvez me faça falta ou me faria bem. Mas eu sou uma pessoa que olha mais para fora do que dentro", disse ele.

"Então, quando eu estou fazendo um filme, não procuro descobrir coisas sobre mim, mas procuro descobrir coisas sobre os personagens e a história que eu quero contar", acrescentou.

"Apesar de todos os que que contam histórias, seja através do cinema ou da literatura, acabam deixando um pouco de si, experiências, sentimentos, ideias, sensações", admitiu.

"Eu não tenho muito interesse em mim", continuou, "exceto em viver o melhor possível e tanto quanto possível. Mas não (necessito) me conhecer melhor. Conheço-me muito bem."

Depois de levar quatro Kikitos no Festival de Gramado deste ano, O Som ao Redor, primeiro longa-metragem de ficção do pernambucano Kléber Mendonça Filho, conquistou o Troféu Redentor de Melhor Filme pelo júri no Festival do Rio. A consagração pernambucana ainda se deu com o prêmio de Melhor Roteiro para Kléber Mendonça e o Troféu Novos Rumos de Melhor Curta-Metragem pelo júri para Canção para minha irmã de Pedro Severien. A cerimônia de encerramento aconteceu na última quinta-feira (13) no Cine Odeon. O título de Melhor Documentário de longa-metragem ficou com Hélio Oiticica, dirigido pelo sobrinho do artista plástico, César Oiticica.

O Som ao Redor mostra uma rua de classe média na Zona Sul do Recife, onde quase todos os imóveis pertencem a mesma família. No enredo, Francisco (W.J. Solha), o patriarca da família é praticamente um senhor de engenho urbano que abre espaço para a chegada de Clodoaldo (Irandhir Santos), um homem que vem oferecer serviços privados de segurança aos moradores. O filme já acumula prêmios e elogiadas críticas nos festivais de Roterdã, Polônia e Dinamarca.

Confira a lista dos premiados no Festival do Rio:

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Troféu Redentor

Melhor Longa-Metragem de Ficção

O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho

Melhor Longa-Metragem Documentário

Hélio Oiticica,  de César Oiticica Filho

Melhor Curta-Metragem

Realejo, de Marcus Vinicius Vasconcelos

Melhor Direção

Eryk Rocha, por Jards

Melhor Ator

OTÁVIO Müller, por sua atuação em O Gorila

Melhor Atriz

Leandra Leal, por sua atuação em Éden

Melhor Atriz Coadjuvante

Alessandra Negrini, por sua atuação em O Gorila

Melhor Ator Coadjuvante

Caco Ciocler, por sua atuação em Disparos

Melhor Roteiro

Kléber Mendonça Filho, por O Som ao Redor

Melhor Montagem

Pedro Bronz e Marília Moraes por Disparos

Melhor Fotografia

Gustavo Hadba, por Disparos

Prêmio Especial de Júri

Antonio Venâncio, pelo trabalho de pesquisa nos filmes Hélio Oiticica, Dossiê Jango, Sobral O homem que não tinha preço e O dia que durou 21 anos, mas também pela extensa presença em documentários brasileiros recentes como Palavra Encantada, Vinícius, O homem que engarrafava nuvens, Raul, o início, o fim e o meio, Uma noite em 67, A música segundo Tom Jobim, entre muitos outros.
Júri Oficial: Lucy Barreto (produtora), Marcos Prado (produtor e diretor), Renato Falcão (diretor e cinematógrafo), Rajendra Roy (diretor do departamento de cinema do MoMA)

Novos Rumos

Melhor Longa-Metragem

Super Nada, de Rubens Rewald  e A Batalha do Passinho, de Emílio Domingos

Melhor Curta-Metragem

Canção para minha irmã, de Pedro Severien

Homenagem Especial do Juri para Jair Rodrigues, em Super nada e Gambá, em A Batalha do Passinho

Júri: Roberto Berliner (diretor e produtor), Eduardo Nunes (diretor) e Maria Ribeiro (atriz e diretora)

Premio Fipresci

Melhor filme da América Latina

A Beleza (Argentina)

Personalidades Latino Americanas do Ano

Lucy e Luiz Carlos Barreto

Voto popular

Os filmes escolhidos foram: A Busca, de Luciano Moura (longa ficção), Dossiê Jango, de Paulo Henrique Fontenelle (documentário longa) e Zéfiro Explícito, de Sergio Duran e Gabriela Temer (curta).

Mostra Geração

A Morte do Super Herói foi eleito o melhor filme pelo voto popular

Mais vistos

César Deve Morrer, dos irmãos Vittorio e Paolo Taviani, foi o campeão de bilheteria desta edição do Festival do Rio. Os dez mais foram: Moonrise Kingdom, Great Expectations, Holy Motors, Elefante Branco, Pietá, Nós e Eu, Indomável Sonhadora, Rub Sparks – A Namorada Perfeita e Magic Mike.

Fernando Trueba já perdeu a conta das vezes em que esteve no Brasil, mostrando seus filmes. São documentários musicais, animações, dramas premiados como "Belle Époque", que passou aqui como "Sedução" (e ganhou o Oscar de filme estrangeiro). O novo filme que traz o diretor ao Festival do Rio é "O Artista e a Modelo". Começou a nascer em 1996, há 16 anos. Naquela época, Trueba escreveu a sinopse sobre um velho artista desiludido dos homens e das guerras. A ação situa-se em 1943. A mulher e ele acolhem na casa - e escondem - uma jovem que vira sua modelo. Ele retoma o gosto pela arte e pela vida.

"Inspirei-me em muitos artistas, de Picasso a Henry Miller, embora meu protagonista seja um escultor. É curioso, mas carregava esse filme comigo há muito tempo, só achava que não estava preparado para viajar na intimidade deste velho. Não se trata de uma comédia, mas de algo mais profundo, uma investigação. Sobre o quê? Não queria fazer um filme cheio de frases feitas sobre a arte. Queria mostrar meu artista com as mãos na massa, sujas de barro."

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Ele conta que Jean Rochefort foi sua primeira escolha para o papel. "Tinha dois ou três nomes assinalados, mas Jean sempre foi o número um." Suas mãos foram dubladas por Michel Brigand, um escultor francês. "Jean brincava porque ele era alguns meses mais novo - dizia que era um menino." A jovem é Aida Folch, bela e talentosa. Claudia Cardinale tem um papel destacado. "Claudia é maravilhosa. E tem estado muito ativa nos últimos tempos. Saiu do meu set diretamente para o novo Manoel de Oliveira, O Gibão e a Sombra (NR: que estará na Mostra de São Paulo). Claudia filmou com todos aqueles grandes diretores. Luchino Visconti, Federico Fellini, Mauro Bolognini, Mario Monicelli, mas também Henry Hathaway e Richard Brooks. É uma grande contadora de histórias. Você pergunta por Hathaway em Madri, com quem filmou aquela história sobre o circo e ela desanda a falar. Sobre Visconti, tem histórias maravilhosas. E é um encanto de pessoa."

O velho que reaprende a viver é um personagem que não é novo. "Não precisa ser o sexo, às vezes é o neto que estimula um idoso ou uma idosa a viver. As pessoas só precisam de estímulos." O filme ganhou o prêmio de direção em San Sebastian. "Tive ótimas críticas, mas vou lhe dizer. Não filmo por prêmios. O que me interessa são as pessoas, seus sentimentos." E a diversidade de gêneros e estilos? "Não é premeditado. Não digo vou fazer desse jeito, ou aquele filme. Eu me adapto sempre ao que me parece a melhor maneira de contar a história. Alguém dirá que não tenho estilo, mas sei por que filmo e o que filmo, e há coerência em meu trabalho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com um total de 32 filmes, a mostra Imagens de Portugal é uma das atrações da edição 2012 do Festival do Rio. Com o filme Tabu, do diretor Miguel Gomes, a programação foi aberta oficialmente na noite de quarta (3), em sessão de gala, no Cine Odeon Petrobras, na Cinelândia, no centro da capital fluminense. Vencedor dos prêmios de inovação e crítica do Festival de Berlim 2012, o filme é um drama ambientado em Portugal e Moçambique, que desvenda o passado de uma mulher que viveu em uma fazenda do país africano.

A mostra está dividida em quatro nichos: a produção recente do país, uma seleção de curta-metragens do festival de Vila do Conde, e retrospectivas da obra dos dois mais importantes cineastas portugueses, Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues. Entre as produções lusas dos últimos anos estão dois filmes que abordam a literatura lusitana: Filme do Desassossego, de João Botelho, drama inspirado no Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, e Os Amores de Florbela Espanca, cinebiografia da poeta Florbela Espanca.

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Na atual situação de crise econômica vivida por Portugal, a coprodução com o Brasil está sendo encarada como uma importante alternativa para o cinema do país europeu, segundo o diretor de Tabu, Miguel Gomes, e o produtor de Filme do Desassossego, Alexandre Oliveira. “Temos a língua em comum e a possibilidade de juntos alargarmos a busca por recursos, mas o cinema português tem que ser feito em Portugal”, disse Gomes. Oliveira declarou esperar ter o Brasil como parceiro em seu projeto de levar para o cinema o romance Os Maias, de Eça de Queiroz.

Desde ontem (2) o Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio de Janeiro abriga uma das mais importantes mostras especiais da edição 2012 do Festival do Rio: a homenagem a Alberto Cavalcanti, o primeiro cineasta brasileiro a fazer carreira internacional.

Até o próximo dia 11, serão exibidos na sala de cinema do IMS, no bairro da Gávea, zona sul do Rio, dez filmes – sete longa-metragens e três curtas – do diretor nascido no Rio de Janeiro em 1897 e morto em Paris em 1982. Embora tenha iniciado a carreira na capital francesa, foi na Inglaterra que ele se destacou, nas décadas de 1930 e 1940, como realizador de diversos gêneros do cinema, de documentários a filmes de horror.

Produzido na França em 1931, o documentário Au Pays du Scalp abre a retrospectiva, que também exibe Pett and Pott, curta realizado no Reino Unido em 1934. O primeiro registra a viagem do explorador belga Marquis de Wavrin pela Floresta Amazônica, nos anos 1920, e o segundo aborda o uso do telefone. O filme é ambientado em um subúrbio inglês.

Para os próximos dias estão programados o documentário Coal Face, de 1935, a comédia Champagne Charlie, de 1944, os dramas Nicholas Nickleby (1946), Nas Garras da Fatalidade (1947) e O Transgressor (1948), o suspense 48 horas (1942) e o terror Na Solidão da Noite, de 1945. São todos filmes da fase inglesa de Cavalcanti, que retornou ao Brasil em 1949 para ser um dos organizadores, em São Paulo, da Companhia Cinematográfica Vera Cruz.

Dois anos depois, Alberto Cavalcanti deixou a Vera Cruz e passou a produzir filmes para outros estúdios, entre eles O Canto do Mar, de 1953, que completa a retrospectiva apresentada agora no Festival do Rio. Nesse período, ele também participou da elaboração do projeto do Instituto Nacional do Cinema (INC). Em 1954, o cineasta retornou à Europa, onde dirigiu mais cinco filmes até 1967, entre eles O Senhor Puntila e Seu Criado Matti, baseado na peça do mesmo nome do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

Três décadas após a morte de Cavalcanti, o Brasil tem hoje vários cineastas dirigindo filmes no exterior, trabalhando tanto para Hollywood, nos Estados Unidos, como para o cinema europeu. São nomes como Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha, entre outros. O mais novo da lista é o também ator Márcio Garcia, que lança hoje (2), às 22h, em sessão de gala no Cine Espaço Sesc Rio 1, dentro da programação do festival, o longa-metragem Open Road. Do gênero filme de ação, o longa tem produção norte-americana e traz no elenco o cubano Andy Garcia e a brasileira Christiane Torloni.

Os dias e horários dos filmes da retrospectiva de Alberto Cavalcanti podem ser conferidos nos sites do IMS e do Festival do Rio.

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Na noite de abertura do Festival do Rio, a diretora artística do evento, Ilda Santiago, havia agradecido antecipadamente ao esforço de sua equipe, dizendo que a maioria das sessões seria em digital e todos os cuidados estavam sendo tomados para garantir a excelência técnica. Pelo visto, os cuidados não foram suficientes e, em apenas dois dias de Première Brasil, na sexta-feira e no sábado, pelo menos três exibições foram interrompidas para ajustar imagem e som. É um problema que extrapola o Festival do Rio. Diz respeito ao mercado como um todo, que se aparelha para o que já é irreversível - dentro de um par de anos, garantem especialistas, todas as projeções serão em digital. O mercado brasileiro está aparelhado para isso?

Maior vitrine da produção brasileira, a Première Brasil bate o próprio recorde e este ano apresenta 73 títulos divididos em diferentes seções e formatos - curtas e longas, ficções e documentários, retratos e música. No sábado à noite, passou o melhor filme até agora - "Meu Pé de Laranja Lima", que Marcos Bernstein adaptou do livro famoso de José Mauro de Vasconcelos. Ator de Walter Hugo Khouri (em "A Garganta do Diabo"), José Mauro virou um autor de muito sucesso nos anos 1960, cujos livros, e especialmente "O Meu Pé de Laranja Lima", vendem bem até hoje. Os críticos quase sempre foram duros com ele, deplorando menos a estrutura melodramática do que o apelo ao sentimentalismo.

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"Meu Pé de Laranja Lima" foi filmado por Aurélio Teixeira e deu origem a duas novelas de televisão. Marcos Bernstein, roteirista de "Central do Brasil" (com João Emmanuel Carneiro) e diretor de "Do Outro Lado da Rua", demorou uma década - dez anos! - para concretizar o projeto. No palco do Cine Odeon BR, cercado pela equipe, ele disse que seu filme mudou muito ao longos dos anos. De narrativa de época virou drama contemporâneo, a verba encurtou, foram muitos percalços, mas o que não mudou foi a dedicação de atores e técnicos que deram o melhor de si.

O filme recria o básico do livro - a história do garoto sofredor, que apanha do pai e conversa com a árvore do título -, mas resulta em outra coisa na tela. Por mais que José Mauro de Vasconcelos dissesse que Zezé, o pequeno protagonista de "Meu Pé de Laranja Lima", não era ele, havia elementos autobiográficos na história, sim, e a adaptação de Bernstein os realça. O filme é sobre esse garoto que tem uma imaginação muito fértil e que vira escritor. Ele ganha de um amigo, o Portuga, a caneta com a qual escreve sua primeira história. Realiza o rito de passagem numa cena memorável - que não está no livro nem no filme antigo -, correndo contra o trem num desejo de superação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fernanda Montenegro não vai à exibição de A Dama do Estácio no Festival do Rio, pois está no interior do Rio Grande do Sul gravando um especial da TV Globo. Nelson Xavier - Timbira, o vendedor de caixões que se casa com a prostituta barata - e Joel Barcellos - seu companheiro de trabalho - são presenças aguardadas.

Os dois também eram do elenco do filme de Leon Hirszman. Eduardo Ades chegou até eles depois de acertar com Fernanda, o que, acredita, foi determinante para que participassem.

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A Falecida foi o primeiro filme não só de Fernanda, mas também o longa inaugural da carreira de Leon Hirszman (1937-1987), então com 27 anos (até 1965 ele tinha feito apenas curtas e assistências de direção).

Restaurado, o filme, hoje um clássico disponível em DVD, integrou uma mostra no Instituto Moreira Salles, onde Ades trabalhava. O contato com Fernanda se deu quando ela foi ao centro cultural, no Rio, para prestigiar o evento.

A peça de Nelson Rodrigues, que estreou em 1953, teve elenco encabeçado por Sônia Oiticica (Zulmira) e Sérgio Cardoso (Tuninho, seu marido, a quem ela, mulher de classe média baixa do subúrbio carioca, adúltera e obsessiva, atormenta com a ideia de ser enterrada com pompa).

A produção foi do filho de Nelson Joffre Rodrigues. Sua ideia inicial era adaptar para o cinema Senhora dos Afogados (1947), e entregá-lo a Glauber Rocha, na época já diretor de Barravento e Deus e o Diabo na Terra do Sol.

Mas Glauber não quis trabalhar com o dramaturgo identificado com a direita, e, por conta dessas diferenças políticas, o projeto mudou. O roteiro ficou com Hirszman e Eduardo Coutinho; a música, com Radamés Gnatalli. Fernanda e o filme receberam prêmios no Rio, em São Paulo e Brasília.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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