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O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (1º), no Palácio do Planalto, um grupo de garimpeiros de Serra Pelada, região no sul do Pará rica em metais preciosos, que reivindica a ordenação da área para a exploração de ouro e outros minérios. Após a reunião, Bolsonaro saiu do gabinete e foi até a entrada do Palácio do Planalto para falar com um grupo maior que aguardava do lado de fora.

Aos garimpeiros, o presidente disse que designou que o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Mineração busquem alternativas para solucionar os problemas dos trabalhadores e que, se houver amparo legal, vai enviar as Forças Armadas para a região. Bolsonaro também criticou a exploração mineral de empresas privadas e voltou a citar a Amazônia.

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“Eu sei como a Vale do Rio Doce abocanhou, no governo FHC [Fernando Henrique Cardoso], o direito mineral no Brasil, um crime que aconteceu", afirmou o presidente. "O mundo falando e muitas vezes criticando garimpeiros, agora, a covardia que fazem com o meio ambiente, como empresas de vários países fazem dentro do Brasil, ninguém toca no assunto porque, pelo que parece, a propina corre solta”, disse.

O representante do grupo de garimpeiros, Jonas Andrade, contou que há uma área demarcada para que a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, a qual o grupo é associado, faça a exploração de minério, entretanto, ela não tem tecnologia para isso. “Nossa intenção é fazer uma parceria público-privada com a engenharia do Exército para tirar o ouro, porque assim evitaria a evasão de divisas e porque o ouro está em uma profundidade muito grande, precisa de maquinários de última geração e nenhuma empresa foi idônea para fazer o trabalho honesto com os garimpeiros”, disse.

De acordo com Andrade, a área destinada aos garimpeiros foi desmembrada de uma concessão da Vale do Rio Doce durante o último governo do regime militar, de João Figueiredo. A empresa, na época, foi reembolsada. Ele contou, entretanto, que a empresa Vale hoje explora uma área vizinha à dos garimpeiros e que pode estar invadindo ilegalmente o território da cooperativa através de túneis subterrâneos.

“Ela [a Vale] saiu mas está bem do lado fazendo um buraco que chama-se Projeto Serra Leste, está mandado para fora do Brasil falando que é ferro, só que ela está levando é ouro e não está sendo prestado conta. A Vale do Rio Doce coloca nos vagões terra, vai para o porto e vai direto para a China”, disse. “Por isso estamos pedindo ao Exército Brasileiro a demarcação de nossa terra. Queremos uma administração militar dentro de Serra Pelada”.

No início da década de 80, durante a chamada corrida pela ouro, Serra Pelada foi o maior garimpo a céu aberto do mundo.

A reportagem entrou em contato com a empresa Vale e aguarda o retorno.

 

Quem anda pelo bairro de Santo Antônio, no Recife, mais precisamente pelas ruas das Flores e Camboa do Carmo, provavelmente já precisou desviar das placas que anunciam compra e venda de ouro, ou então responder a alguma abordagem dos compradores. A quantidade de gente envolvida nessa atividade chama a atenção. As camisas de cores berrantes e as interpelações são marcas registradas. Há espaço para negociar prata, mas ouro é o principal.

O comércio é de longa data, focado principalmente em pequenos objetos como anéis e cordões. O local também abriga várias joalherias e, na grande maioria das vezes, o material comprado fica por lá mesmo, transformado em novas jóias. Nada de grandioso, como talvez a figura do ouro nos leve a imaginar. As décadas de negociações, porém, renderam algumas histórias tão valiosas quanto o metal dourado.

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Avaliação grátis

Naldinho Jamaica, como é mais conhecido, trabalha há quatro anos abordando pessoas interessadas em vender ouro. Ele leva uma comissão caso o negócio se concretize. Como um bom vendedor, ele não para quieto. "Eu fico de olho também em quem está na concorrência e tento pegar o cliente pra mim", conta, sem constrangimento algum. Capitalismo selvagem em seu estado mais bruto. A avaliação, apesar disso, não custa nada ao cliente.

Essa é primeira etapa do processo para quem quer se desfazer de algo de valor no bairro de Santo Antônio. Essas pessoas são chamadas de captadores. Os anos de experiência já até lhe credenciam a saber que peça vale a compra ou não. "Quando consigo um, levo lá em cima e fico esperando no que vai dá", afirma Jamaica. O "lá em cima" ao qual se refere é a sala do comprador para quem trabalha, que fica no edifício Solimões, na Rua da Flores.

O prédio abriga uma infinidade de joalherias e atravessadores que negociam ouro. No local, a movimentação é intensa. Quase todos, porém, discretos em falar abertamente sobre esse tipo de comércio, principalmente os compradores. Nenhum quis conceder entrevista à reportagem do LeiaJá, sob a justificativa de que a exposição não seria boa.

Garimpeiros urbanos

Já caído em desuso há muito tempo, os dentes de ouro ainda aparecem como artigo de negociação. "Até hoje vem coveiro. E é o melhor ouro, porque é de 22 quilates, que é pra não ter rejeição do corpo", explica o ourive Heriberto Rodrigues, 57 anos, sendo 40 deles negociando e fazendo jóias. "Quando tem a troca dos ossuários antigos, sempre sobra um dente ou outro. Ninguém reclama, eles pegam", diz, de forma descontraída.

Heriberto explica que sua primeira missão do dia é ver a cotação no jornal. Com o preço definido, ele recebe os interessados no negócio. A grama, atualmente, varia entre R$ 120 e R$ 125. "Aqui o que mais vêm são dois tipos de garimpeiros: os do mar, que mergulham atrás de jóias perdidas pelos banhistas, e os do asfalto, gente que vai de casa em casa, procurando peças para comprar e vender pra gente", afirma.

Carnaval

Os dias que sucedem a Folia de Momo aquecem o mercado por um simples motivo: o fim dos noivados, provocado por traições ou simplesmente ciúmes. Ronaldo Vieira, 44 anos de praça, aproveita essas crises amorosas. Ele é atravessador: compra para vender aos ourives. Às vezes, confessa, tem pena, e se o noivo(a) for rápido(a) e voltar lá depois de bater o arrependimento, ele devolve o anel. Porém, não sem antes lucrar. "Eu dou retorno, mas cobro. Se ele me vendeu por 200, por exemplo, vai voltar para mão dele por 250", crava.

Já Heriberto diz que os arrependidos não dão sorte com ele. "Quando volta alguém sempre é tarde, eu já tenho derretido. Derreto assim que compro. É triste, mas não posso fazer nada", defende-se. Entretanto, de acordo com ele, não são só os términos que movimentam as negociações da Camboa do Carmo, onde ele atua. "Se eu compro 10 alianças por dia, também vendo 10. É equivalente. De mesmo jeito que um monte de casamento acaba, outros tantos começam", comemora.

Corrida do ouro

Os anos do garimpo de Serra Pelada, há quase 40 anos, são apontados como a época dourada do comércio no Brasil. Apesar de ficar a mais de dois mil quilômetros do Recife, o ouro de lá do interior do Pará veio bater aqui. "Tinha gente que fugia dos impostos. Aí traziam para vender aqui para conseguir um preço melhor. Geralmente pepita ou em pó", recorda Heriberto.

Essa "fuga" acontecia porque, em 1980, o governo brasileiro interviu na área e todo metal encontrado deveria ser vendido apenas à Caixa Econômica. Mas esse ouro não era pra todo bolso. "Não cheguei a comprar nada de Serra Pelada, porque era coisa fina e eu não tinha capital. O que eu fazia era repassar e pegar comissão", lembra Ronaldo.

Segundo ele, as grandes negociações enriqueceram alguns, mas também trouxeram desgraça a outros. A "febre do ouro" fez até vítimas fatais na capital pernambucana. "Aconteceu de comprador se enganar e pegar mercadoria falsa. Conheci, inclusive, gente que se matou por causa do prejuízo", conta.

É consenso geral que o negócio caiu nos últimos anos. O motivo apontado é a grande quantidade de novos negociantes que surgiram. "Agora tá fraco demais. Eu mesmo estou há cinco dias sem nada. É muita concorrência. O desemprego fez o negócio aumentar", afirma Ronaldo. Para Heriberto a falta de conhecimento dos rivais também atrapalha. "É muita gente que nem entende direito do assunto. Isso faz o preço cair", reclama.

O filme Faroeste Caboclo, de Rene Sampaio, foi o grande vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, entregue nesta terça-feira (26), à noite, no Teatro Municipal do Rio. O longa, inspirado na música homônima de Renato Russo, ganhou sete troféus, incluindo o principal, de melhor filme; depois dele vieram Flores Raras, de Bruno Barreto, com quatro, e Serra Pelada, de Heitor Dhalia, com três.

O prêmio é realizado desde 2002 pela Academia Brasileira de Cinema e é considerado o Oscar brasileiro. Curiosamente, numa noite que tinha um prêmio novo e especial só para comédias, nenhum dos três se enquadra na categoria.

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As escolhas foram feitas por 200 sócios, representantes da indústria e críticos. O público votou para escolher melhor filme nacional, estrangeiro e documentário: ganharam Cine Holliúdy, Django Livre e Elena.

A noite foi de homenagem ao cineasta Domingos Oliveira, cujo primeiro filme, Todas as Mulheres do Mundo, de 1966, norteou o roteiro. Ele foi aplaudido de pé pelo Municipal ao fim da cerimônia e agradeceu dizendo que "tem recebido homenagens desproporcionais". "Não admito que ninguém diga que tem uma vida melhor do que a minha", brincou.

Para o espectador que não assistiu ao filme Serra Pelada e até para quem o viu nos cinemas -, a transformação do longa em minissérie de quatro capítulos, a partir desta terça-feira, 21, poderá produzir um choque. Imagine o telespectador médio, aquele que assiste a Amor à Vida e, na sequência, ao BBB. Félix, muito provavelmente, estará advertindo seu carneirinho contra as más intenções de Amarilys, Aline vai tentar se livrar de César e do amante, interpretado pelo mesmo Juliano Cazarré que estrela Serra Pelada - A Saga do Ouro.

Nenhum espectador que se ligue nas histórias dos gays de Walcyr Carrasco estará preparado para as ‘marias’ do garimpo de Heitor Dhalia. São tinhosas. E a remontagem para a televisão puxa logo para o primeiro episódio, no segundo bloco, o impactante episódio de Wagner Moura no boteco. Prepare-se.

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Embora seja muito bom, Serra Pelada não correspondeu, nos cinemas, à expectativa. Com custo de R$ 12 milhões, o longa era um projeto grandioso, que Dhalia executou com paixão, mas o público rejeitou. Com 450 mil espectadores, não foi um fiasco e seria uma plateia honrosa para um filme médio. Mas era um filme grande. José Alvarenga garante que agora Dhalia vai à forra. Mesmo que não atinja os picos de 40 pontos de audiência de Amores Roubados, na semana passada, o público de Serra Pelada - A Saga do Ouro - pela emissora, a Globo, pelo horário - será de milhões.

Alvarenga foi parceiro de Dhalia desde a primeira hora, quando ele lhe apresentou o projeto de Serra Pelada. Contribuiu para que a Globo Filmes embarcasse na aventura. Já desde aquela época, havia o compromisso de transformar o longa em minissérie, o que ocorre agora. Alvarenga acompanhou a montagem do longa na versão para cinema, palpitando com Dhalia. Ele agora fez a montagem para televisão, e com Dhalia. A parceria não é só profissional. Virou uma grande amizade, produto de admiração mútua. Os dois gravam uma série - o drama criminal O Caçador, com Cauã Reymond -, que com certeza vai dar o que falar, quando for ao ar, em abril.

"Heitor fez um trabalho muito bacana no Serra. Tinha muito material e um controle grande sobre ele. Sua montagem foi enxuta. O que fizemos agora foi deixar esse material respirar. O filme ganhou mais cenas, coisas que haviam ficado fora da montagem. Mas o grande desafio é que, além de distender as cenas, tínhamos de trabalhar criando ganchos - para o próximo bloco, o próximo capítulo", explica Alvarenga. E acrescenta. "O foco continua na relação entre os personagem do Juliano (Cazarré) e do Júlio (Andrade), e entre eles e o garimpo. Só para citar um exemplo. Joaquim, o personagem de Andrade, vive advertindo o Juliano que o garimpo piora as pessoas. E o Juliano, depois de matar pela primeira vez, diz que gostou. A frase estava no filme, mas na TV tem uma pausa, a cena é distendida e o efeito é mais forte. Não é a mesma coisa do cinema."

Outro Exemplo

"O personagem do Wagner (Moura), pela lógica da história, não precisava ser apresentado no primeiro capítulo, mas o puxamos porque, enfim, é o Wagner e o que ele faz é impactante. De cara situa o espectador no universo violento de Serra Pelada."

Como o filme, a minissérie não é só um estudo de personagens. Por meio do garimpo, conta-se a história do Brasil sob os militares, nos anos 1980. Sempre houve uma preferência pelo Juliano como personagem dos tempos fortes, da ação. "O Joaquim era mais reflexivo, até irritante. Ele cresce. A minissérie desenvolve mais sua história com a mulher que ficou em São Paulo. Não é só a solidão dele. É a dela. Existe espaço para mostrar a mulher do Joaquim como ela não era vista no cinema."

É tudo uma questão de tempo, e a TV, veículo que trabalha com a urgência, paradoxalmente fornece essa pausa, para que os personagens respirem. "Sophie (Charlotte) havia ficado triste porque cenas de que gostava muito foram editadas. Como o horário permite, Juliano e ela têm cenas de sexo que não apareciam na outra versão. Particularmente gosto muito da imagem dela vestida de noiva, e toda ensanguentada por causa da morte na porta da igreja." Pela descrição que Alvarenga faz, o repórter lembra-se de Kill Bill, de Quentin Tarantino, com Uma Thurman. "Sem dúvida. Acompanhei todo o processo e posso garantir que Tarantino e o Paul Thomas Anderson de Ouro Negro foram as grandes referências para o Heitor (Dhalia)."

Alvarenga nega que tenha caído de paraquedas para fazer a remontagem de Serra Pelada. "Não coloquei minha alma no filme, como o Heitor fez, mas o projeto foi todo movido a paixão. Era uma equipe tão motivada que todo mundo se achava meio dono do filme. Não eram só os autores. O diretor, os roteiristas. Era o aderecista, o diretor de arte, o cara da água. Serra Pelada também era meu. Estamos, eu estou muito feliz com a sobrevida que poderá ter na TV." E Alvarenga arremata - "É mais um ponto importante na parceria entre cinema e televisão. Amores Roubados teve fotografia de Walter Carvalho e um roteiro sólido (de George Moura). Não é só o cuidado com o visual, é com a dramaturgia. A TV tem um lado industrial. As coisas são feitas rapidamente. É bom que existam esses produtos mais sofisticados. A minissérie não é uma tentativa de salvar um filme que ficou aquém da expectativa (de público). Serra Pelada já nasceu para virar também minissérie, e é o que fazemos, com o cuidado que o material merece."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o sucesso de Amores Roubados, a minissérie Serra Pelada- A Saga do Ouro estreia na Globo nesta terça-feira (21). A trama conta a história de dois garimpeiros que vão ao campo de exploração de ouro na Amazônia em busca de riqueza.

A minissérie é uma adaptação televisiva do filme lançado em 2013. Quem viu o filme terá a oportunidade de ver cenas inéditas, que foram cortadas durante a montagem do longa. No elenco, consagram-se os atores Juliano Cazarré, Mateus Nachtergaele, Wagner Moura, Sophie Charlotte e o pernambucano Jesuíta Barbosa, que ganhou destaque na televisão ao interpretar Fortunato, em Amores Roubados

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Wagner Moura interpreta o vilão da história. Já Sophie Charlotte vive a prostituta Tereza, papel pelo qual a atriz foi bastante elogiada. Serra Pelada estreia logo após a exibição do BBB 14.

Tudo começou como um suvenir de infância. Garoto, em Pernambuco, nos anos 1980, Heitor Dhalia ouvia na TV as histórias de Serra Pelada, um lugar mítico - Eldorado? - em que se misturavam homens rudes em busca do ouro e mulheres gostosas como Rita Cadillac. Com o garimpo, enterrou-se a ditadura e hoje, com o distanciamento provocado pelo tempo e pela reflexão, o diretor pode dizer que ali, naquele buraco gigantesco, foram lançados os fundamentos do Brasil moderno. Depois de duas experiências internacionais, À Deriva e Gone, e disposto a retomar suas origens brasileiras, Serra Pelada se impôs como tema, como paisagem, como sonho.

Foram cinco anos de trabalho intenso, insano, duro, mas a miríade está completa. Serra Pelada encerra oficialmente, depois de amanhã, 8, o 15.º Festival do Rio. No dia seguinte ocorre a cerimônia de premiação, com a entrega dos prêmios aos vencedores do troféu Redentor. E uma semana mais tarde, no dia 18, será o lançamento, grande como o próprio filme. Não se pode pensar pequeno a propósito de Serra Pelada, mas Dhalia, que já pensava grande, não tinha a dimensão de como seria difícil viabilizar a história que queria contar.

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"Desde o início era uma história de amizade, de Juliano e Joaquim, dois amigos que partem em busca do Eldorado e conhecem o inferno", explica o diretor. Ele teve uma parceira decisiva no processo - a roteirista (e também diretora, embora não aqui) Vera Egito, que encarou com Dhalia o desafio de concentrar em duas horas todos os excessos de Serra Pelada.

Sexo e poder, ouro, violência. E, ao mesmo, contando a história de Serra Pelada, o filme dá conta do Brasil, do que ocorria no regime militar, de como o País via o garimpo, com os olhos do Jornal Nacional, da Globo. Encontrada a maior pepita do mundo - e a cada anúncio, mais gente partia em busca do ouro. Criou-se um formigueiro humano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Serra Pelada (PA) - Quase 20 anos depois de o governo fechar aquela que foi a maior mina de ouro a céu aberto do mundo, a exploração de Serra Pelada, no Pará, será agora toda mecanizada. A empresa de mineração canadense Colossus Minerals Inc., associada à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), conquistou a permissão para explorar a área.

Os primeiros levantamentos feitos em uma parte do terreno de 100 hectares com permissão para ser explorada indicou a presença de, pelo menos, 50 toneladas do metal. Esse número deve ser atualizado pela empresa em janeiro, e a expectativa dos ex-garimpeiros é que o volume seja bem maior, já que a própria mineradora informou que o potencial de novas descobertas na propriedade é elevado.

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"É basicamente ouro amarelo, paládio - que é um ouro branco -, prata e platina. Sendo que a incidência menor é de platina, mas, em compensação, o preço é dobrado em relação ao preço do ouro", explicou Antônio Ferreira Milhomem, diretor da cooperativa.

A antiga mina, que na década de 1980, foi alvo da maior corrida a metais preciosos da história da
América Latina, chegou a ser conhecida como “formigueiro humano”, com mais de 80 mil garimpeiros trabalhando ao mesmo tempo. O ouro retirado deveria ser vendido exclusivamente à Caixa Econômica Federal. Na época, foram extraídas cerca de 40 toneladas do metal precioso, sem contar o que foi vendido clandestinamente. O grande buraco que os trabalhadores cavaram é hoje um lago com mais de 100 metros de profundidade.

Até a entrada em operação, a multinacional canadense terá investido R$ 320 milhões na construção da mina subterrânea, batizada de Nova Serra Pelada. O lucro, no entanto, será contado em bilhões de reais. Segundo o acordo feito entre a Colossus e a Coomigasp, que levou à criação da Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), 25% do lucro serão repartidos com os mais de 38 mil ex-garimpeiros da região associados à cooperativa e o restante ficará com a multinacional.

Para esses trabalhadores, que depois do fechamento da mina, há duas décadas, passaram a viver de bicos ou da renda que conseguiram com a venda do ouro, a retomada da produção em grande escala em Serra Pelada é a esperança de uma vida mais tranquila financeiramente. Pouquíssimos conseguiram enriquecer na época e, entre eles, raros souberam investir o que ganharam. Agora, organizados em cooperativa, esperam ganhar o suficiente para viver melhor.

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