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A Secretaria do Audiovisual publicou, nesta sexta (3), no Diário Oficial da União (DOU), uma portaria que determina a devolução de R$ 2,2 milhões ao Fundo Nacional de Cultura usados na produção do filme pernambucano O Som ao Redor (2012), do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho. A cobrança já havia sido feita em 2018 e, agora, segundo publicação no DOU, o realizador tem até 30 dias para efetuar a devolução do valor.

De acordo com a determinação, a devolução do dinheiro se deve a irregularidades na captação do filme, em 2012. Kleber pode recorrer ao Tribunal de Contas da União (TCU) mas, caso perca nessa esfera, sua produtora ficará impossibilitada de participar de editais e programas de incentivos ligadas ao Ministério da Cidadania, ao qual pertence atualmente a Secretaria do Audiovisual. No último mês de abril, a secretaria negou o último dos três recursos apresentados pelo cineasta.

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A cobrança foi feita ao realizador pernambucano em 2018. Na ocasião, ele se manifestou através de uma carta aberta, publicada no Facebook, se dizendo surpreso e indignado com a situação: "O Som ao Redor custou R$ 1,700,000,00 - Um milhão e setecentos mil reais - no seu processo de produção, nos anos de 2010 e 2011. Em câmbio corrigido do dia de hoje, O Som ao Redor custou 465 mil (quatrocentos e sessenta e cinco mil) dólares. O MinC (extinto Ministério da Cultura) deveria premiar produtores que fazem tanto e que vão tão longe com orçamento de cinema tão reconhecidamente enxuto".

‘Bacurau’, nova produção do pernambucano Kleber Mendonça foi selecionado para competir no Festival de Cannes, que acontece de 14 a 25 de maio, na França. O autor de ‘Som ao Redor’ e ‘Aquários’, volta ao festival em busca da ‘Palma de Ouro’, premiação máxima da competição. Seu novo projeto tem direção conjunta de Juliano Dornelles.

Na descrição de seus diretores, “Bacurau é um filme de aventura ambientado no Brasil “daqui a alguns anos”. O longa foi rodado no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba e as filmagens duraram dois meses e três dias, com uma equipe de 150 pessoas. Assim como em ‘Aquarius’, a aclamada atriz Sônia Braga também faz parte do elenco.

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Para Kleber Mendonça Filho, “Esse é um trabalho de anos, feito com os colaboradores próximos de sempre e alguns outros novos. Creio que esse filme é o resultado da nossa relação com os filmes e as pessoas que amamos e que nos formaram, com Pernambuco, com o Brasil e com o mundo. E incrível poder voltar a exibir um filme no Palais em Cannes, três anos depois daquele momento sensacional com Aquarius!”.

‘Bacurau’ representa o Brasil na premiação máxima, junto com “O traidor”, de Marco Bellocchio, um thriller de máfia que tem coprodução do cinema brasileiro com a Itália.

*Com informações da assessoria

A 22ª edição de um dos mais importantes festivais de cinema do país, o Cine PE, teve início na mesma semana em que o cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho protagonizou um verdadeiro embate com o Ministério da Cultura (Minc). Após receber uma cobrança de mais de R$ 2 milhões por um suposto erro no edital que financiou o longa O Som ao Redor, Kleber se manifestou através de carta que pública que recebeu, quase que imediatamente, resposta também pública por parte do órgão. Neste sábado (2), durante a terceira noite do festival, a polêmica foi tema para realizadores do audiovisual brasileiro. 

A cineasta pernambucana Kátia Mesel, uma das homenageadas do 22º Cine PE no ano em que completa 50 anos de carreira, ponderou: "Eu acho que é preciso analisar com muito cuidado os editais, mas espero que acabe tudo bem para o Kleber". Ela elogiou o trabalho do colega e se mostrou esperançosa de que o problema se resolverá em breve.

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Para Marcelo Botta, produtor do documentário paulista Marcha Cega, a situação pode parecer um tanto assustadora. "A gente pensa, a princípio, que o Minc tem que estar a serviço dos realizadores. A forma que foi cobrada a multa, chegou um boleto de dois milhões, não faz sentido. Mesmo que tenha havido algum equívoco, essa não seria a forma justa de consertar". O produtor frisou que, apesar de ser um entre tantos outros realizadores que trabalham de forma independente, é de suma importância o apoio de órgãos como o Minc: "Isso pode afetar o cinema numa escala que a gente não imagina, a gente torce para que seja um caso isolado e que dê tudo certo porque é muito importante ter a Ancine (Agência Nacional de Cinema) e o Minc fomentando o cinema no Brasil, é fundamental". 

O diretor Leonardo Martinelli e o montador Pedro Aquino, ambos responsáveis pelo documentário Vidas Cinzas, do Rio de Janeiro, também falaram a respeito. Leonardo, que antes da exibição do seu filme declarou sua admiração por Kléber Mendonça, disse estar frustrado com o caso: "Existe uma enorme frustração de ver um realizador brasileiro contemporâneo que é aclamado nacionalmente e internacionalmente ter que estar passando por uma situação dessa quando ele deveria estar produzindo muito mais. Ele está na pós-produção do terceiro longa dele e provavelmente vai ter que adiar o filme por um estresse que claramente é oriundo de uma perseguição claramente política e que não é gratuita".

Martinelli também fez questionamentos: "O filme (O som ao redor) foi finalizado há quase 10 anos e denúncias, como ele (Kléber) mesmo disse na carta aberta, surgirem de maneira tão abrupta é no mínimo estranho. É no mínimo de se questionar o por quê disso agora". Já o montador Pedro Aquino disse tratar-se de um caso de censura, assim como o assinato da vereadora carioca Marielle Franco que, coincidentemente, aparece em Vidas Cinzas: "Eu entendo que são dois atos de censura e dentro desse cenário de censura acho que é muito importante a gente continuar fazendo coisas e mostrando coisas que tenham a ver com dar voz". 

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O 'imbróglio' entre o cineasta Kleber Mendonça Filho e o Ministério da Cultura parece estar apenas começando. Após divulgar uma carta aberta em que questionava uma cobrança do Minc no valor de R$ 2,2 milhões, pelo filme O som ao redor, o diretor recebeu resposta da instituição através de uma nota oficial publicada na internet nesta quarta (30). 

No site oficial do Minc, uma carta publicada pela assessoria de comunicação do órgão rejeitou as colocações de Kleber de que o fato se tratava de "perseguição política" e de que não conseguia entrar em diálogo com o ministério, uma vez que suas tentativas de falar ao ministro Sérgio Sá Leitão haviam sido frustradas. 

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Nesta quarta (30), o cineasta compartilhou em suas redes sociais um abaixo assinadopara tentar marcar uma audiência com o ministro da cultura. Alguns nomes de atores, atrizes e produtores como Wagner Moura, Monica Iozzi, Maeve Jenkins, Renata Sorrah, Jesuíta Barbosa e Dira Paes, entre outros, estavam na solicitação das assinaturas. 

Confira a nota do Minc na íntegra.

 Em relação à "carta aberta" publicada pelo cineasta Kleber Mendonça Filho em redes sociais e divulgada por alguns veículos de imprensa, o Ministério da Cultura vem a público esclarecer que:

- Segue com absoluto rigor os dispositivos constitucionais, as leis e as demais normas que regem a Administração Pública Federal, obedecendo a todas as exigências inerentes ao devido processo legal.

- Pauta sua atuação pelo princípio da impessoalidade, pelo respeito à coisa pública e pela busca do bem comum, tomando as providências cabíveis sempre que há uma denúncia em assunto afeito à sua área de atuação.

- O procedimento adotado no caso do filme "O Som ao Redor" foi, assim, um imperativo legal e ético; e teve motivação e tratamento estritamente técnicos, com o cumprimento fiel do rito administrativo aplicável.

- A questão tem sido tratada em âmbito administrativo, sob a responsabilidade da Secretaria do Audiovisual. Todos os encaminhamentos até agora se restringem a esta esfera. Não houve no Processo Administrativo em curso participação do ministro Sérgio Sá Leitão.

- Após receber,  em 23 de janeiro de 2017, denúncia sobre um suposto descumprimento por parte da empresa Cinemascópio de regras do Edital de Concurso 3 da Secretaria do Audiovisual, de 2009, o MinC instaurou Processo Administrativo.

- Técnicos da Secretaria do Audiovisual constataram que houve de fato o descumprimento de regras do Edital. Diversas cláusulas vedavam orçamento superior a R$ 1,3 milhão, mas houve a captação e o efetivo uso de um valor maior para a realização do filme.

- Cumprindo a determinação legal e o previsto no Edital, assim como respeitando as etapas e as normas do Processo Administrativo, o MinC notificou a empresa proponente instando-a a devolver os recursos recebidos à União, corrigidos na forma da legislação vigente.

- Trata-se de regra prevista no Termo de Compromisso do Edital, que foi assinado por representante legal da empresa proponente no dia 13 de outubro de 2009. Havia, portanto, prévio e pleno conhecimento das normas do Concurso.

- A empresa proponente até agora não exerceu o seu direito legal de recorrer da decisão de cobrança, comunicada em 29 de março de 2018. O prazo inicialmente estipulado para o pagamento venceu, sem que houvesse manifestação formal da parte. Nem pagamento.

- Jamais o MinC se recusou a dialogar com a empresa responsável pelo projeto. Em todas as etapas do Processo Administrativo tem sido respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa. A parte notificada não é o cineasta, mas a empresa Cinemascópio.

- O advogado da empresa foi recebido no dia 23 de maio de 2018 pelo Gabinete do Ministro e pela Consultoria Jurídica do MinC, a seu pedido, ocasião em que os esclarecimentos solicitados foram prestados e houve a indicação da possibilidade de recurso em âmbito administrativo.

- A fim de que não pairem dúvidas sobre o efetivo compromisso do MinC com os princípios do contraditório e da ampla defesa, a SAV está expedindo nova notificação à Cinemascópio, que terá um prazo de dez dias para recorrer da decisão ou efetuar o pagamento.

- Além do recurso mencionado, a empresa ainda poderá apresentar, caso persista o interesse, pedido de reconsideração e pedido de revisão, cumpridas as exigências legais. Trata-se de procedimento regular.

- Questões externas ao fato gerador da denúncia, como a relevância da obra ou o talento e o prestígio de seus realizadores, não podem influenciar a tomada de decisão no campo da Administração Pública. Se há constatação de irregularidade, providências devem ser tomadas, qualquer que seja a parte responsável.

- O MinC rejeita veementemente a insinuação irresponsável e sem base nos fatos de que haveria "perseguição política" e "atentado à liberdade de expressão" no caso. A instituição está apenas cumprido a sua obrigação legal e ética, de modo técnico e isento.

- Também rejeita, com igual veemência, a acusação de que estaria fechado ao diálogo. Não há registro no Gabinete do Ministro ou no celular funcional do ministro de pedido de audiência por parte de Kleber Mendonça Filho. Para que houvesse audiência, teria sido preciso pedir.

- Por que a Cinemascópio não exerceu o direito de recorrer da decisão? Por que, em vez do caminho legal, institucional e administrativo, optou por pessoalizar a questão e tratá-la em redes sociais, com insinuações? São perguntas que só seus sócios podem responder.

- A sociedade brasileira exige de seus governantes respeito máximo à coisa pública, à ética e ao estado de direito, assim como à verdade. É o que a gestão atual do MinC pratica diariamente, de modo incansável, em relação a este e aos demais assuntos da pasta. 

Assessoria de Comunicação

Ministério da Cultura

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O cineasta Kleber Mendonça Filho publicou uma carta aberta, nesta terça (29), em sua página do Facebook, falando sobre a cobrança do Ministério da Cultura (Minc) relacionada ao filme O som ao redor. A empresa de Kleber está sendo cobrada no valor de R$ 2,2 milhões sob a alegação de ter vencido um edital federal de forma irregular. 

Iniciando a carta, o cineasta fala sobre o susto que tomou ao receber a notificação do Minc no dia 29 de março: "Estávamos no Sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte, quando a comunicação do MinC nos informou que todo o dinheiro do Edital de Baixo Orçamento utilizado na realização de O Som ao Redor, meu primeiro longa metragem, realizado em 2010, teria de ser devolvido". Kleber também alegar ter tentado entrar em contato, desde então, com o ministro da cultura, Sérgio Sá Leitão e sua equipe, mas não obteve sucesso. 

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O cineasta pernambucano também apontou seu espanto por ter sido notificado após o referido filme ter sido indicado para representar o Brasil no Oscar, em 2013 e mencionou a atual situação do país: " No Brasil dos últimos tempos, a nossa capacidade de expressar indignação como cidadãos vem sendo diminuída, creio que por dormência". 

Em seguida, Kleber falou sobre os números envolvidos na produção do longa O som ao redor: "O Som ao Redor custou R$ 1,700,000,00 - Um milhão e setecentos mil reais - no seu processo de produção, nos anos de 2010 e 2011. Em câmbio corrigido do dia de hoje, O Som ao Redor custou 465 mil (quatrocentos e sessenta e cinco mil) dólares. O MinC deveria premiar produtores que fazem tanto e que vão tão longe com orçamento de cinema tão reconhecidamente enxuto".

O diretor também destacou pontos do edital do Concurso de Apoio à Produção de Longas Metragens de Baixo Orçamento do ano de 2009, que contemplou o filme e questionou: "Como fica impactada a produção cultural brasileira atual, com sentimento de vulnerabilidade incompatível com um pensamento democrático, a partir de um incidente como este? Não trata-se de uma questão privada, mas de liberdade de expressão". Finalizando, Kleber declarou que seguirá fazendo cinema: " seguiremos dignos. Foi por isso que filmei O Som ao Redor, Aquarius e agora Bacurau, com personagens que interagem com o Brasil, mas o fazem entendendo o quanto são dignos".

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O cineasta Kleber Mendonça Filho está sendo cobrado pelo Ministério da Cultura a devolver uma verba captada para o filme "O Som ao Redor" (2013). Segundo o MinC, o longa do pernambucano venceu irregularmente um edital federal de 2009 que visava patrocinar produções de baixo orçamento. O valor atualizado pelo ministério chega a R$ 2,2 milhões, e pagamento deveria ter sido efetuado até o último dia 9 de maio.

 De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Fabiano Machado da Rosa, advogado do diretor, disse que a decisão do MinC é “uma medida desproporcional, injusta e excessiva”. Fabiano afirma que o filme foi entregue no prazo, contestando a penalidade.

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O edital do MinC determinou na época que seriam aceitos apenas projetos que chegassem a aproximadamente R$ 1,3 milhão. A Agência Nacional de Cinema (Ancine) recebeu da produtora do filme um orçamento de R$ R$ 1.494.991, 15% maior que a quantia estipulada pelo órgão público federal, redimensionando esse valor para R$ 1.949.690.  

A divergência foi identificada pela área técnica da Ancine e direcionada, em 2010, à Secretaria do Audiovisual, do MinC. A cotação foi ignorada e "O Som ao Redor" conseguiu captar R$ 1.709.978.

 Em abril de 2017, a empresa de Kleber Mendonça e da esposa Emilie Lasclaux foi notificada pelo Ministério da Cultura a pagar R$ 2.162.052,68, restante total referente ao que foi alcançado através do recurso público para realizar a obra cinematográfica. O casal deveria ter pago a quantia no prazo de 10 dias, desde o recebimento da pena, mas nada foi feito. 

Mendonça Filho, durante o processo, disse à Secretaria do Audiovisual que o projeto não ultrapassou o recurso de R$ 1,3 milhão, sendo que R$ 1 milhão foi do ministério e R$ 300 mil da Petrobrás.

Além do teto determinado pelo órgão, os R$ 410 mil captados para o filme foram recebidos através de outro edital, do governo de Pernambuco.  O acúmulo das fontes, segundo o cineasta, recebeu a aprovação da Ancine. 

O LeiaJá tentou contato por telefone com o diretor Kleber Mendonça Filho, mas ele não atendeu às nossas ligações.

Diretor dos premiados longas O Som ao Redor e Aquarius, Kléber Mendonça Filho foi anunciado nesta segunda-feira (5) como novo curador de cinema do Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro e agora em São Paulo também. O anúncio foi feito durante a apresentação do projeto da nova sede, que ficará localizada na Avenida Paulista, e será inaugurada até julho de 2017. O cineasta pernambucano assume o posto de José Carlos Avellar, falecido em março deste ano.

Por meio da sua página no Facebook, Kléber se disse honrado ao receber a oportunidade de cuidar da curadoria do instituto. “O IMS é uma instituição que sempre admirei impressionado e agora poder trabalhar com eles é uma honra grande, em especial num novo espaço 'state of the art', na cidade de São Paulo. Mostrar, trazer, compartilhar filmes de todos os tipos e formatos e surpreender o publico da melhor forma possível, numa experiência coletiva de sala de cinema, é algo que adoro fazer tanto quanto filmar. E há outras ideias para além da sala escura”, escreveu em agradecimento.

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Até outubro deste ano, o cineasta fazia a curadoria do cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, o qual pediu exoneração após 18 anos colocando como motivo a dificuldade de conciliar as atividades na instituição com as suas produções cinematográficas. A demissão aconteceu em meio à polêmica envolvendo o protesto da equipe de 'Aquarius' em Cannes e a reação do governo.

Ainda em sua página, Kleber declarou que acredita que o novo trabalho será um prosseguimento do que já vinha fazendo em Pernambuco. “Vejo aqui uma continuidade diferente do trabalho que fiz com muito amor por 18 anos na Fundação Joaquim Nabuco, no Cinema da Fundação, algo que, acredito, deixou alguma marca na cultura da minha cidade”, complementou.

Kléber ainda coordenará o lançamento da coleção de DVDs do IMS. Segundo o superintendente da instituição, Flávio Pinheiro, a experiência cinematográfica do pernambucano contribuirá muito para a curadoria. “O Kleber vai trazer sua expertise como programador no Recife. Contratamos não o cineasta, mas o cinéfilo”, declarou durante a coletiva.

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O filme 'O Som ao Redor', do pernambucano Kleber Mendonça Filho, ganhou na noite desta terça-feira (26) o prêmio de Melhor Roteiro Original no 13º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. A premiação foi realizada no Theatro Municipal, no Centro do Rio de Janeiro e o diretor Domingos de Oliveira foi o homenageado desta edição.

O filme 'Faroeste Caboclo', de René Sampaio, foi o grande vencedor da noite e levou sete troféus Grande Otelo, incluindo o de melhor longa-metragem de ficção. Ao todo, foram 26 troféus Grande Otelo distribuídos – 23 escolhidos exclusivamente pelos membros da Academia Brasileira de Cinema. O prêmio de Melhor Longa-metragem de Comédia fez sua estreia este ano e o filme 'Cine Holliúdy' foi o vencedor dessa categoria.

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O diretor e dramaturgo carioca Domingos Oliveira foi o homenageado na noite.  Os apresentadores Caio Blat e Maria Ribeiro ajustaram e intercalaram a apresentação da premiação atuando em cenas de 'Todas as mulheres dos mundo' (1966), clássico de Domingos. 

Durante a premiação, houve um momento destinado a um tributo aos nomes do cinema que morreram recentemente. José Wilker, Eduardo Coutinho, Virgínia Lane, Roberto Bakker e Arduino Colasanti foram lembrados na noite.

Histórico (O Som ao Redor) - O longa já foi premiado com o Fundo Hubert Bals, do Festival de Roterdã, além de ganhar o prêmio de melhor filme na 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no Prêmio Itamaraty, no Festival do Rio, no Festival de Cinema da Polônia, no Copenhagen International Film Festival, no Festival de Cinema da Sérvia, no 3º Prêmio Cinema Tropical e na Associaçção de Críticos de Toronto. No Festival de Gramado, O Som ao redor venceu os prêmios de Melhor Filme, melhor Som e Filme da Crítica.

Veja a lista completa de vencedores do 13º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Melhor longa-metragem documentário

'A luz do Tom', de Nelson Pereira dos Santos

Melhor longa-metragem de animação

'Meu pé de laranja lima', de Marcos Bernstein

Melhor longa-metragem de comédia

'Cine Holliúdy', de Halder Gomes

Melhor direção

Bruno Barreto, por 'Flores raras'

Melhor atriz

Gloria Pires como Lota de Macedo Soares, por 'Flores raras'

Melhor ator

Fabrício Boliveira, como João de Santo Cristo, por 'Faroeste caboclo'

Melhor atriz coadjuvante

Bianca Comparato, como Carmem Tereza, por 'Somos tão jovens'

Melhor ator coadjuvante

Gustavo Habda, por 'Faroeste Caboclo'

Melhor direção de arte

José Joaquim Salles, por 'Flores raras'

Melhor figurino

Marcelo Pies, por 'Flores raras'

Melhor maquiagem

Siva Rama Terra, por 'Serra Pelada'

Melhor efeito visual

Daniel Greco e Bruno Monteiro, por 'Uma história de amor e fúria'

Robson Sartori, por 'Serra Pelada'

Melhor roteiro original

Kleber Mendonça Filho, por 'O som ao redor'

Melhor roteiro adaptado

Marcos Bernstein e Victor Atherino, por 'Faroeste caboclo'

Melhor montagem (ficção)

Marcio Hashimoto, por 'Faroeste caboclo'

Melhor montagem (documentário)

Marília Moraes e Tina Baz, por 'Elena'

Melhor som

Leandro Lima, Miriam Biderman, ABC, Ricardo Chuí e Paulo Gama por 'Faroeste caboclo'

Melhor trilha sonora

Paulo Jobim, por 'A Luz do Tom'

Melhor trilha sonora original

Phillipe Seabra, por 'Faroeste caboclo'

Melhor curta-metragem de ficção

'Flerte', de Hsu Chien

Melhor curta-metragem documentário

'A guerra dos gibis', de Thiago Brandimarte Mendonça e Rafael Terpins

 

Melhor curta-metragem de animação

'O menino que sabia voar', de Douglas Alves Ferreira

Melhor longa-metragem estrangeiro

'Django livre', de Quentin Tarantino. Distribuição: Sony Pictures

 

Os filmes pernambucanos Tatuagem e O Som ao Redor irão concorrer a mais um prêmio, o 13° Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que será realizado no dia 26 de agosto. Os longas contam com oito indicações cada, incluindo Melhor Longa de Ficção, Melhor Diretor e Melhor Ator - com Irandhir Santor concorrendo pelos dois filmes. Quem lidera a lista de indicações são os filmes Faroeste Caboclo e Serra Pelada, com 13 menções cada. Logo atrás estão Flores Raras e Cine Holliúdy, concorrendo em 12 e 10 categorias respectivamente.

Nesta edição, que terá como homenageado o diretor e dramaturgo Domingo Oliveira, a premiação vem com novidade – serão premiados pela primeira vez filmes de comédia. Entre os concorrentes está Meu Passado Me Condena, que tem como ator principal o humorista Fábio Porchat.

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O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro também conta com uma votação popular, abrindo espaço para que o público possa escolher. Quem quiser, poderá participar da escolha em apenas três categorias – Melhor Longa Metragem de Ficção, Melhor Longa Metragem Documentário e Melhor Longa Metragem Estrangeiro. A votação é feita pelo site oficial da Academia Brasileira de Cinema. Lá também está a lista completa com todas as produções indicadas.

O Som ao Redor, filme do pernambucano Kleber Mendonça Filho, levou sete estatuetas no 40º Sesc Melhores do Ano, festival paulista que premia e exibe filmes brasileiros e estrangeiros. Já o pernambucano Irandhir Santos foi eleito o Melhor Ator de 2013, tanto pelo público quanto pela crítica, pela sua atuação em Tatuagem, de Hilton Lacerda. 

O Som ao Redor levou prêmios pela escolha do público e pela crítica. Na categoria Melhor Fotografia, Pedro Sotero e Fabrício Tadeu (O Som ao Redor) foram premiados pela crítica. O filme pernambucano também foi escolhido nas categorias Melhor Roteiro (público e crítica), Melhor Diretor Brasileiro (público e crítica), Melhor Filme Brasileiro 2013 (público e crítica).

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O diretor Kleber Mendonça Filho não compareceu à competição, mas agradeceu os prêmios em seu facebook. “Eu não pude ir, mas Pedro Sotero e Fabrício Tadeu foram e agradeceram por mim. O Cine Sesc é uma das minhas casas em SP desde os anos 90. O SOM AO REDOR foi descoberto por muita gente nesta sala durante a Mostra de SP e ser destacado dessa forma lá é especial. Obrigado a todos!”, escreveu Kleber.

Festival Sesc Melhores Filmes

O festival é o mais antigo da cidade de São Paulo. Criada em 1974, a competição exibe em sua 40ª edição 366 lançamentos nacionais e estrangeiros. A eleição é formada por um júri de críticos de cinema de todo o Brasil, além do público. As exibições no Cine Sesc contam com audiodescrição e legendas open caption.

Um grande filme às vezes demora a fazer seu caminho. "O Som ao Redor" começou recusado por um festival (Brasília) e perdeu o prêmio principal para um concorrente apenas simpático em Gramado, até vencer a Première Brasil no Festival do Rio de 2012. Teve ótima carreira internacional em festivais alternativos e caiu na graça da imprensa cinematográfica. Foi incluído pelo "New York Times" entre os dez melhores filmes de 2012. Não sem motivos, críticos o consideram o mais importante filme nacional dos últimos anos. Para quem não o viu, ou deseja revê-lo, "O Som ao Redor" sai agora em edição bastante completa, com dois DVDs. A coleção de extras inclui a versão comentada do filme pelo próprio diretor, Kléber Mendonça Filho, além de making of e cenas não utilizadas na montagem final. Traz algumas entrevistas concedidas pelo cineasta e gravações de debates dos quais participou. Por fim, inclui curtas-metragens do cineasta, como "Vinil Verde", "Eletrodoméstica" e "Recife Frio", entre outros. Vendo-se os curtas, acompanha-se o processo de depuração estética do diretor e seu caminho rumo ao longa de estreia na ficção.

O filme abre com uma exposição de fotos em preto e branco que evocam um Pernambuco rural e arcaico. Corta, de maneira abrupta, para o Recife contemporâneo, no qual algumas crianças brincam na área de lazer do condomínio. Esse corte anuncia algo que estará presente ao longo de toda a história - o confronto entre passado e presente. Ou melhor, de que maneira o passado não desaparece, como se pensa ingenuamente, mas se recicla em presente. O Som ao Redor é, em todas as medidas, um filme que toma o pulso da História e, portanto, da política.

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Nesse quarteirão do Recife (filmado no bairro Setúbal), quase todos os imóveis pertencem ao patriarca, Francisco (W.J. Solha), senhor de engenho que requenta o capital rural no mercado imobiliário. Seu neto, João (Gustavo Jahn), ajuda a vender e a alugar os apartamentos, embora deteste o trabalho. Ele começa a namorar Sofia (Irma Brown) e o romance dos dois engata como linha afetiva a costurar a trama. Outros personagens se apresentam: Bia (Maeve Jinkings) é a dona de casa estressada que obriga os filhos a aprender mandarim e fuma maconha para conseguir dormir à noite. Anco é filho de Francisco e mora numa das últimas casas da região, como outras no Recife (e em todas as metrópoles do País), devastada pela especulação imobiliária.

Em poucas palavras: "O Som ao Redor" cria, nesses primeiros movimentos, um microcosmo da sociedade brasileira, no qual a elite econômica (seu Francisco e parentes) convive com a classe média (Bia e outros) e, ambas, com os "serviçais" - empregadas domésticas, porteiros, vigias noturnos, lavadores de carros, entregadores de água, etc. As relações de classe insinuam-se e mesclam-se, num tom de clara sutileza. A elite trata seus empregados de maneira bonachona, paternal, mas, apenas com uma entonação de voz, ou um olhar, repõe a distância intransponível que existe entre eles. Menos segura de si, a classe média mostra-se mais brutal e estabelece as diferenças no grito, como faz Bia com sua empregada. Nesse delicado mecanismo de relojoaria cinematográfica, vemos em funcionamento o tempestuoso relacionamento de classes à brasileira. O filme é dividido em capítulos. Este primeiro, apresentação dos personagens, tem por título Cães de Guarda.

No segundo, Guardas Noturnos, vemos a ascensão de outras figuras que chegam ao pedaço. São chefiadas por um certo Clodoaldo (Irandhir Santos), melífluo agente de segurança que oferece seus serviços para garantir a tranquilidade do bairro. A composição de Irandhir é brilhante. Clodoaldo é gentil e mesmo servil; na contraluz de suas palavras, sente-se a ameaça, como um ruído de fundo. Melhor comprar a "segurança" e não ter dores de cabeça. Seu encontro com o patriarca é de antologia. Francisco fala direto, como convém a um senhor de engenho acostumado a mandar. O outro responde nas entrelinhas.

De qualquer forma, o quarteirão passa a conviver com Clodoaldo e sua equipe, instalados sob uma tenda em uma das esquinas do bairro. Eles tudo veem e tudo controlam. A passagem para o terceiro capítulo, chamado Guarda Costas, será mera decorrência da lógica da história, com uma surpresa embutida no enredo e que só se desvenda nos últimos minutos.

O fato de a trama se fechar como um mecanismo de precisão não esconde sua vocação fragmentária. As linhas de ação se desenvolvem em paralelo e algumas têm perfis notadamente anticlimáticos, como a da dona de casa Bia, às voltas com o marido nulo, seus filhos, a carência sexual, os latidos de cão que não a deixam dormir. Assim também é o romance intermitente entre João e Sofia, e o cotidiano dos seguranças. Há pequenas pérolas, aparentemente descosidas, como a reunião de condomínio convocada para despedir o porteiro, e que traça, em pinceladas rápidas, a mentalidade de classe média expondo sua relação utilitária com os empregados.

"O Som ao Redor" possui um andamento tranquilo, dando-se tempo necessário para que todas essas tramas sejam desenvolvidas. Necessita desse ritmo alongado para incorporar elementos em seu projeto ambicioso. Por exemplo, para mostrar como a estrutura senhorial permanece no presente, leva os namorados João e Sofia para um passeio ao engenho do avô, em Bonito. Há um momento em que o casal visita a senzala, situada abaixo da casa grande, e ouve os passos de Francisco, caminhando acima. Tudo está nessa cena. Inclusive a referência ao grande clássico da sociologia brasileira, "Casa Grande & Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre. Também na fazenda, quando Sofia, João e Francisco tomam banho de cachoeira, por um instante as águas se toldam de vermelho. Há um passado de sangue na estrutura de classes da sociedade brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filme O Som ao Redor ficou de fora da lista dos pré-selecionados para disputar o Oscar 2014 na categoria de Melhor filme Estrangeiro, anunciada nesta sexta-feira (20) pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. A cerimônia do Oscar acontece no dia 2 de março e a lista dos cinco indicados será divulgada no dia 16 de janeiro.

O Som ao Redor é o primeiro longa de ficção do crítico e cineasta Kléber Mendonça Filho e havia sido escolhido para representar o Brasil. O filme recebeu R$ 284 mil da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e do Ministério da Cultura para sua campanha de divulgação internacional.

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Kléber Mendonça Filho publicou uma nota de agradecimento em seu Facebook:

"Para agradecer aos amigos e muita gente que eu não conheço pessoalmente, e aos muitos admiradores desse trabalho, e que apoiaram, incentivaram e gostavam da idéia de O SOM AO REDOR ter uma indicação ao Oscar. Saiu a lista há pouco, o filme Não foi incluído. Faz parte. Por mais que eu visse esse processo como mais um momento como tantos outros que O SOM AO REDOR já teve, a expectativa das pessoas parecia dar uma carga maior para essa mesma etapa, o que é compreensível. No mais, fiz o melhor trabalho que poderia ter sido feito, no Brasil e em Los Angeles para divulgar o filme, sempre ele (o filme) indo na frente e eu tentando acompanhar atrás. Obrigado ao Ministério da Cultura, Ancine, Ministério das Relações Exteriores, Vitrine Filmes, Silvia Cruz, Emilie Lesclaux, Dora Amorim, Steven Raphael e MJ Peckos. Próximo passo para O SOM AO REDOR: Lançamento na França. Em Fevereiro."

Veja a lista dos 9 pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro:

Bélgica, The Broken Circle Breakdown, de Felix van Groeningen

Bósnia, An Episode in the Life of an Iron Picker, de Danis Tanovic

Camboja, The Missing Picture, de Rithy Panh

Dinamarca, The Hunt, de Thomas Vinterberg

Alemanha, Two Lives, de Georg Maas

Hong Kong, The Grandmaster, de Wong Kar-wai

Hungria, The Notebook, de Janos Szasz

Itália, The Great Beauty, de Paolo Sorrentino

Palestina, Omar, de Hany Abu-Assad

O longa nacional Gonzaga - de Pai para Filho foi eleito o melhor filme da 6ª Mostra de Cinema Brasileiro na Rússia. O filme foi o que recebeu maior quantidade de votos 'Excelente' pelo público russo na mostra que aconteceu entre 9 e 15 de outubro, em São Petersburgo. O melhor filme brasileiro da mostra conta a a vida de um dos ícones da música brasileira, o rei do baião Luiz Gonzaga.

A Mostra de Cinema Brasileiro exibiu nove produções lançadas recentemente no país. Além de Gonzaga – de Pai para Filho, a curadoria selecionou também filmes premiados e comédias que encheram as salas dos cinemas no Brasil. Um deles foi o O Som ao Redor, do pernambucano Kleber Mendonça Filho, que participou de dezenas de festivais e foi indicado a concorrer como Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2014.

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As comédias Vendo ou Alugo, Até que a Sorte nos Separe e De Pernas pro Ar 2 também foram exibidas, além dos dramas À Beira do Caminho e Paraísos Artificiais. Pela primeira vez, a Mostra de Cinema Brasileiro na Rússia levou uma animação brasileira que ganhou destaque internacional, com o Prêmio Cristal de Annecy, considerado um dos principais do mundo na categoria: Uma História de Amor e Fúria, de Luiz Bolognesi.

Nesta terça-feira (15) um grande número de pessoas foi ao Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, para assistir à segunda sessão do longa Tatuagem, de Hilton Lacerda, durante a programação do 6º Janela Internacional de Cinema do Recife. Além da exibição, que atraiu muita gente pra fila bem antes das portas abrirem às 18h, aconteceu também um debate sobre o filme pernambucano, mostra competitiva de longas e a exibição de A lira do delírio (1978), de Walter Lima Jr.

Tatuagem, que teve exibição no Cine São Luiz na sexta-feira passada (11), na abertura do festival, se passa no Recife de 1978, período de grande provocação artística e repressão política no Brasil. “Este trabalho é como se fosse uma grande metáfora sobre os dias de hoje, sobre as intolerâncias, de que forma os governos têm se comportado diante da população, e de que forma a sociedade tem se visto”, revelou Hilton Lacerda ao Portal LeiaJá. Quando a exibição no cinema da Fundaj acabou, o público aplaudiu bastante.

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“Eu estou satisfeito com meu primeiro filme como diretor. Engraçado que quando você passa muito tempo trabalhando no longa tem uma hora que você espera a ultima etapa: a relação que terá com as pessoas para quem você fez o filme. Até agora a resposta tem sido muito boa”, avaliou o diretor pernambucano.

Quem estava na Fundaj, bastante surpreso com a repercussão de Tatuagem, foi Kleber Mendonça Filho, que dirigiu recentemente O Som ao Redor, pré-indicado ao Oscar. “Hoje teve a segunda sessão e foi uma loucura. Mais de 500 pessoas apareceram por aqui e o espaço só comporta 200 lugares. Me parece que esse filme vai chegar aos cinemas forte e isso é muito bom para a produção local”, comemorou Kleber.

Presente na trilha sonora de Tatuagem, a cantora Isaar também foi prestigiar o longa. “Fiquei maravilhada com o filme e estou muito feliz por ter participado com a minha voz”, disse a cantora recifense. Além dela, Deco, Jr Black, Ylana Queiroga, André Julião, Lucas Dos Prazeres, Leonardo Domingues, Yuri Queiroga e Parrô Mello também colaboraram na trilha, que teve direção de Hélder Aragão, o DJ Dolores.

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O longa-metragem pernambucano O som ao redor, dirigido por Hléber Mendonça Filho, foi o escolhido pelo governo brasileiro para representar o país na disputa pelo Oscar. O anúncio foi feito nesta sexta (20).

Dono de uma trajetória vitoriosa em vários festivais brasileiros e internacionais, o filme dá mais um passo em direção à sua consagração como um dos mais representativos da produção recente do cinema brasileiro. O longa foi também recentemente incluído em uma lista dos dez melhores filmes do ano pelo crítico de cinema A.O. Scott., do jornal The New York Times, reforçando sua repercussão internacional.

No início do próximo ano, O som ao redor estreia no décimo país, quando entrar em cartaz na França. Kléber Mendonça Filho é crítico de cinema, programador do cinema da Fundação, no Recife, e do Festival Janela De Cinema, também na capital pernambucana. Antes de lançar O som ao redor - seu primeiro longa -, já tinha dirigido curtas-metragens muito elogiados como Recife Frio (2009) e Eletrodoméstica (2005).
Kléber Mendonça Filho
"Não poderia dizer que não foi uma surpresa", afirmou Kléber em conversa com o LeiaJá. "Tudo o que aconteceu pra esse filme foi uma surpresa". Ao comentar sobre o que teria levado seu primeiro longa-metragem a uma carreira tão vitoriosa, o cineasta afirma: "Pelo que entendi, o filme é universal e parece fazer sentido sentido não só no brasil, mas também fora. Eu achei que tinha feito um filme muito local, muito brasileiro, mas pelas reações do público e crítica em festivais, é um filme que se compunica com as pessoas".

A indicação do governo brasileiro leva o filme a uma pré-lista dos indicados ao Oscar de Melhor filme estrangeiro. Cabe à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos incluir a película ou não na lista final, que concorre ao prêmio de maior repercussão na indústria cinematográfica.

Não é a primeira vez que um filme pernambucano é indicado. Cinema, aspirinas e urubus, de Marcelo Gomes, foi o escolhido pelo Brasil em 2006, mas não entrou na lista final. A última vez que isso aconteceu foi em 1999, com Central do Brasil. Quem levou o Oscar de Melhor filme estrangeiro naquele ano foi o italiano A vida é bela.

Cinema pernambucano

Por ser uma produção bastante autoral, fora dos padrões hollywoodianos e, na maioria das indicações, dos escolhidos para representar o Brasil no Oscar, a indicação e O som ao redor foi até certo ponto surpreendente, apesar da carreira internacional vitoriosa que o filme teve. E Kléber Mendonça filho acredita que a escolha pode ter um impacto positivo para a produção cinematográfica pernambucana, já que o langa foi feito no Estado.

"O cinema pernambucano tem  tido uma série de coisas boas acontecendo com ele e O som ao redor é só uma parte dessa 'sopa'. Essa informação de hoje (a indicação de representante brasileiro ao Oscar) é mais um tijolo na construção de uma autoestima e de um interesse que está acontecendo, do público se interessar pelo cinema pernambucano", avalia o  cineasta. Nos últimos anos, o cinema feito em Pernambuco tem conquistado cada vez mais prêmios, repercussão e respeito.

Nesta sexta (20), o Ministério da Cultura vai escolher o longa-metragem que tentará levar o Brasil de volta à disputa pelo Oscar. O filme será pré-indicado à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que receberá sugestões de países de todo o mundo e revelará os cinco finalistas no dia 16 de janeiro de 2014. 

Entre os favoritos estão os longas Colegas, Faroeste Caboclo, Gonzaga - De Pai Para Filho, Uma História de Amor e Fúria, Meu Pé de Laranja Lima e o O Som ao Redor.

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Os cariocas podem conferir, até o dia 1º de setembro, diversos filmes pernambucanos produzidos desde a década de 1920 até os dias atuais que estão em cartaz na É Massa - 1ª Mostra de Cinema de Pernambuco. O evento acontece na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e conta com algumas sessões abertas para o público em que são exibidos diversos curtas e longas metragens.

Além dos sucessos ficcionais como O Som ao Redor e Febre do Rato, a É Massa também dedica sua programação para documentários, especialmente os de Gabriel Mascaro. O longa Doméstica figura na programação, bem como os documentários Avenida Brasília Formosa, O Rap do Pequeno Príncipe Contra As Almas Sebosas e O Rochedo e A Estrela. Confira a programação completa na página oficial da Mostra.

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A cidade de Triunfo, localizada no Sertão do Pajeú, se transforma na capital do cinema nacional a partir desta segunda (5), com a exibição de 40 filmes nas mostras competitivas do evento. A 6ª edição do Festival de Cinema de Triunfo acontece até o sábado (10), com produções de todo o Brasil. Nesta edição, foram inscritos um total de 157 filmes.

A abertura oficial do evento acontece às 20h, no Cineteatro Guarany, um dos cartões postais da cidade. Nesta edição, o festival faz homenagem a Jomard Muniz de Brito, escritor, performer, professor da UFPE e um dos mais representativos cineastas do Ciclo do Super 8 no Recife, com 32 filmes realizados entre 1974 e 1982.

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Produções de todo o país participam das mostras competitivas do festival, sendo cinco longas e 35 curtas nas categorias nacional, pernambucano, infanto-juvenil e dos sertões. Do total, 18 filmes são pernambucanos e os outros 22 são de mais onze Estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Comissões do Festival

A comissão de seleção na categoria longa - metragem contou com André Dib (crítico), Carla Francine (Secult - PE) e Gabriela Saldanha (FEPEC). Já a comissão de seleção de curta-metragem nacional foi composta por Jucélio Matos Araújo (ABD/PE), Milena Evangelista (Secult - PE) e Mozart José de Oliveira (FEPEC). As categorias curta-metragem pernambucano, curta-metragem infanto-juvenil e curta-metragem dos sertões foram selecionadas por Paulo Ricardo da Costa Ferreira (ABD/PE), Saulo Silva de Miranda (FEPEC) e Shirley Hunther (Fundarpe).  

A comissão julgadora de longa-metragem é formada pelo cineasta Cláudio Assis, a diretora de arte e professora do Curso de Cinema da UFPE, Silvia Macedo e pelo ator e produtor André Brasileiro. O melhor longa-metragem receberá o prêmio de R$ 10 mil, pelo júri oficial e júri popular, nos mesmos valores. A seleção de curta-metragem nacional 

A comissão julgadora da categoria curta-metragem nacional, pernambucano e infanto-juvenil será composta pelo crítico de cinema e jornalista André Dib, pela produtora cultural Clara Angélica e pelo curta-metragista Petrônio de Lorena, que concederão prêmios no valor de R$ 4 mil (melhor curta nacional), R$ 4 mil (melhor curta pernambucano), R$ 4 mil (melhor curta infanto-juvenil).

Haverá ainda a comissão julgadora da Mostra Competitiva dos Sertões, composta pelo produtor cultural Alexandre Soares, pela historiadora Diana Rodrigues e pela montadora Camila Valença, que irão conceder o prêmio de R$ 3 mil para o melhor curta dos sertões. O festival é uma realização do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) em parceria com a Prefeitura de Triunfo.

Confira a programção completa aqui.

Serviço

Festival de Cinema de Triunfo

Segunda (5) a sábado (10)

Cineteatro Guarany (Rua Praça Carolino Campos, Triunfo - PE)

Gratuito

As redes sociais estão repercutindo com força uma polêmica entre o diretor-executivo da Globo Filmes, Cadu Rodrigues, e o cineasta e crítico de cinema Kléber Mendonça Filho, diretor do longa-metragem O som ao redor. São muitos os posicionamentos, compartilhamentos e comentários a favor de um lado e outro, inflamando o embate.

Tudo começou com uma declaração de Kléber em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, na qual afirmou: "Se meu vizinho lançar o vídeo do churrasco dele no esquema da Globo Filmes, ele fará 200 mil espectadores no primeiro final de semana", fazendo uma crítica à discrepância entre a megaestrutura e aporte financeiro dos filmes da Globo e as produções ditas independentes, como as dele próprio. Para Kléber, a distribuidora faz mal à cultura cinematográfica brasileira e pasteuriza a fruição de filmes pelo público que muitas vezes "não sabe nem exatamente o porquê de ter ido ver aquilo".

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As declarações do cineata pernambucano causaram uma reação forte do diretor-executivo da Globo Filmes, Cadu Rodrigues. Ele lançou um desafio público a Kléber: "produzir e dirigir um filme e fazer 200 mil espectadores com todo o apoio da Globo Filmes! Se fizer, nada do nosso trabalho será cobrado do filme dele", disparou Rodrigues, completando que "Se não fizer os 200 mil, assume publicamente que, como diretor, ele talvez seja um bom crítico".

As farpas não pararam por aí. Kléber respondeu ao desafio afirmando que "O valor de um filme, ou de um artista, não deveria residir única e exclusivamente nos número$", e foi além nas críticas iniciais, ao escrever no facebook que "O sistema Globo Filmes faz mal à idéia de cultura no Brasil, atrofia o conceito de diversidade no cinema brasileiro e adestra um público cada vez mais dopado para reagir a um cinema institucional e morto". O pernambucano ainda resolveu lançar um desafio em resposta ao representante da Globo: que a disribuidora use seu alcance e poder para investir em cineastas e projetos novos, que não se resumam a bilheterias expressivas.

Todo o debate personificado pelo diretor-executivo e pelo cineasta traz uma discussão mais profunda e, certamente mais importante do que os egos e pessoas envolvidos. A polêmica trouxe à tona um tema exaustivamente citado e debatido entre os envolvidos com o cinema brasileiro, quiçá mundial. O suposto antagonismo entre o "cinema de arte", feito em sua maioria por produtores independentes ou de pequeno e médio porte, e os "blockbusters", focados no retorno financeiro e número de espectadores.

A indústria cinematográfica é a que mais movimenta dinheiro no mundo das artes. A onipresença de Hollywood atesta o poder e a influência que essa indústria tem. Neste embate do cinema brasileiro, explicitam-se os dois lados da produção audiovisual do país e, algo raro, chocam-se as duas vertentes de forma clara, em vez dos muxoxos geralmente proferidos pelos cineastas que não contam com a estrutura de distribuição e propaganda de uma Globo Filmes, bem como da ignorância solene da distribuidora para com produções que não atendem o seu perfil.

Importante ressaltar que ambos têm algo em comum, inescapável nos dias de hoje no Brasil: o aporte de dinheiro público. Sem ele, nem um nem outro estaria onde está. Se cinema é só negócio, o que aconteceu com a "sétima arte"? E se é só arte, como viabilizá-lo financeiramente?

Ao levantar o desafio, o gerente-executivo da Globo Filmes, Cadu Rodrigues, deixou claro qual a régua com que mede os filmes e cinestas. E deu um belo tiro no pé, ao dar uma publicidade gratuita ao filme de Kléber Mendonça Filho, certamente proporcional ao tamanho da própria distribuidora. Já Kléber, em seu contra-desafio, deixou claro que não é a megaestrutura da Globo em si o problema. Afinal, que cineasta não gostaria de ter seu filmes exibidos em centenas de salas em todo o Brasil e com uma intensa campanha publicitária?

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