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Para os que procuram uma agenda nessas férias para crianças, o Tulasi Bistrô e Mercado preparou uma programação especial neste mês. A partir do dia 16 de janeiro, serão realizadas oficinas educativas para ensinar a importância de cuidar da saúde individual e ambiental de uma forma leve e divertida.

As oficinas serão realizadas ao ar livre, na sede do Tulasi,  no quintal da Christal Galeria, no Pina, e serão ministradas por Juliana Watts, nutricionista, e pelo botânico Bruno Rodrigues, da consultoria VerdiEra Sustentabilidade, especialista em compostagem e resíduos orgânicos. 

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A programação contará com cinco oficinas, sendo elas de compostagem, mini chef, hortinha em casa, tintas naturais e mel nativo, no período da tarde. 

Para inscrever e saber mais informações os números disponibilizados são (81) 9 8888-8000 ou (81) 9  9257-7558. 

 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que o Brasil deve considerar a imposição de um limite à produção de petróleo, uma posição que a coloca em divergência com setores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Financial Times, publicada nesta terça-feira, 26, Marina argumentou que o País será incapaz de alcançar objetivos como o de triplicar a energia renovável sem limitar a exploração da commodity. "É um debate que não é fácil, mas que os países produtores de petróleo terão de enfrentar", disse.

Ela acrescentou ainda que o foco na transição para uma economia verde precisa ser mantido. "A segurança energética é necessária, mas também devemos pensar na transição. Ambas as coisas devem acontecer", ressaltou.

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A reportagem do FT enfatiza que os planos de Marina enfrentam obstáculos no governo Lula, em uma oposição liderada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Petrobras.

Segundo o diário britânico, a insistência brasileira nos combustíveis fósseis gerou "ceticismo" internacionalmente, diante do apelo de Lula para que países ricos banquem a maior parte do combate às mudanças climáticas.

Cinco alunos da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Paulo Freire, no município de Carnaíba, no sertão pernambucano, desenvolveram um projeto sustentável com o protótipo de fraldas infantis biodegradáveis com baixo custo, por apenas R$ 1,40. A ideia foi chamada de “EKOfraldas”.

O protótipo é composto por um “short de algodão reutilizável com cartuchos absorventes feitos com casca e fibra de coco e plástico biodegradável, revestidos por um tecido de algodão”, explica a Secretária de Educação e Esportes (SEE). 

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“Esses cartuchos são capazes de absorver os líquidos e dejetos sólidos liberados pela criança. Dessa forma, quando ela utilizasse a nossa fralda, seria necessário apenas trocar os cartuchos,”, detalha o professor Gustavo Bezerra, orientador do projeto. 

O custo médio estimado das matérias primas soma R$1,40, com exceção do plástico biodegradável e a fibra do coco que são produzidos no laboratório da própria escola. O projeto foi um dos 10 finalistas do Prêmio Solve for Tomorrow, voltado para produção científica e tecnológica de estudantes de escolas públicas.

A ideia veio de uma aula focada na implementação das abordagens STEAM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes  e Matemática), em que os alunos devem procurar soluções para problemas a partir de conhecimentos integrados dessas áreas do conhecimento.

Os cinco estudantes do 2º ano do curso de Redes de Computadores, Rafaella Queiroz, Raissa Oliveira, Shayane Gomes, Jhonnata Diogo Lopes e José Henrique Rocha procuraram resolver de forma prática e viável um problema social da fraldas descartáveis com as EKOfraldas.

“O grupo chegou ao problema causado pelas fraldas descartáveis. Não apenas no aspecto econômico, devido ao preço cada vez maior desse produto, mas também no aspecto ambiental, devido ao problema gerado pelo descarte desses produtos após a sua utilização, que ficam na superfície terrestre por cerca de 450 anos até sua decomposição”, conta o docente Bezerra.

"Tanto eu quanto a Rafaella temos primos pequenos e, a partir daí, a gente pensou em como fazer com que essa fralda fosse produzida de forma barata, para que fosse acessível à população e não prejudicasse o meio ambiente tanto quanto as outras”, conta José Henrique Rocha, um dos desenvolvedores do projeto.

Após testes feitos, a fralda biodegradável feita pelos discentes já começa a se decompor após sete dias em contato com o solo e a água, que leva cerca de um ano para se decompor totalmente. Os alunos já foram para diferentes eventos científicos escolares, tanto regionais, como o Ciência Jovem, como nacionais, que contam com o Solve for Tomorrow, que acontece em São Paulo. Lá, o projeto pode passar por um aprimoramento com dicas e conselhos dos avaliadores do evento.

“Participar do Solve for Tomorrow foi muito importante, não apenas por ter a experiência de ir a São Paulo apresentar o nosso projeto, mas por toda a mentoria, que contribuiu para o aprimoramento da nossa pesquisa”, avalia o professor Gustavo.

Com o resultado positivo, o grupo ficou entre os 10 finalistas do "Solve for Tomorrow" e foi premiado com tablets e notebooks. O projeto agora está em um período de testes microbiológicos e testes de alergia do produto. Parcerias com empresas e centros universitários, também estão sendo procuradas para aumentar a força da pesquisa.

Cada vez mais os estados e municípios estão desenvolvendo projetos que visam a preservação do meio ambiente. Seja por preocupações socioambientais, questões referentes as relações entre turismo e biodiversidade, cobrança da população ou até mesmo pelo desejo de alcançarem o reconhecimento de famosas premiações, as gestões públicas têm trabalhado para se tornarem referências no assunto. Sendo assim, o LeiaJá conversou com uma engenheira ambiental para saber quais os impactos dessas iniciativas, além disso, listou medidas que governos estaduais e municipais estão promovendo sobre a temática.

Desafios

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“Ao mesmo tempo que fico esperançosa sobre os avanços dos projetos que são dedicados à proteção ambiental, fico triste em presenciar a falta de ações que conscientizem todos os membros da sociedade sobre a manutenção desses projetos. Não adianta criar um plano e esquecer que ele precisa de continuidade”. Foram com essas palavras que a engenheira Pollyana França respondeu a reportagem do LeiaJá ao ser questionada sobre os impactos das medidas que visam a preservação do meio ambiente.

Em entrevista, a estudiosa afirmou que “os dados divulgados por organizações ambientais sobre os índices do desmatamento no país e poluição de solos e rios, devem servir como um alerta para os seres humanos” em suas ações.

“Remoção da vegetação, queimadas, destruição dos manguezais, poluição dos rios, entre tantas outras ações humanas que contribuem diretamente com o desequilíbrio climático e vários desastres ambientais. Porém, esse problema deve ser visto por dois pontos de vistas. O primeiro é o que culpabiliza o governo pela permanência dessas ações dos cidadãos. O outro é o que pede que o cidadão cobre um posicionamento da prefeitura da sua cidade ou do governo do estado”, explicou.

De acordo com dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, divulgado pela MapBiomas no ano passado, a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga são os biomas com as maiores perdas no país. Juntos, responderam por 96,2% das perdas em 2021, seguidos pela Mata Atlântica que registrou 30.155 hectares desmatados no mesmo ano. Já quando o assunto é poluição hídrica, o país tem apenas 6,5% dos seus rios com uma boa qualidade da água, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica.

Pensando nas ações que podem reverter dados como esses, selecionamos seis exemplos de gestões, entre elas municipais e estaduais, que adotam políticas de sustentabilidade. Confira:

1- Poço de Caldas, em Minas Gerais

A Prefeitura do município mineiro de Poço de Caldas sancionou, em julho deste ano, a Lei do Zoneamento Ecológico que viabiliza a implantação de planos e obras para qualidade ambiental. Isso inclui a regulação do uso de recursos hídricos e do solo, bem como a conservação da biodiversidade, garantindo um desenvolvimento sustentável para a cidade.

O projeto é de autoria da vereadora Regina Cioffi (PP-MG), que em sua justificativa na elaboração do texto, colocou como foco a proteção ambiental pautada na organização territorial, de modo a conciliar com o avanço econômico e atender as expectativas da sociedade.

2- Manaus, no Amazonas

Em outubro deste ano, a Prefeitura da capital amazonense deu início aos trabalhos de arborização do parque Amazonino Mendes, localizado na zona leste da cidade. A novidade da ação é que o local vem recebendo mudas de espécies nativas da região. Além disso, também estão sendo plantadas espécies frutíferas, consideradas atrativas para a fauna da região.

Foto: Clóvis Miranda/Secom

3- Sobral, no Ceará

Acostumada a ser reconhecida como um bom exemplo quando o assunto é meio ambiente, a cidade de Sobral, no estado do Ceará, vem recebendo alguns prêmios de organizações ambientais nos últimos meses. Como por exemplo, o certificado recebido em dezembro do ano passado, quando o município conquistou o 1° lugar no 9° Prêmio Melhores Práticas de Sustentabilidade, na categoria “Combate à poluição nas águas”, com o projeto “Soluções baseadas na natureza: tratamento de águas servidas por jardins biofiltrantes”.

Esses jardins, situados no Riacho Pajeú e no Parque da Cidade, tratam as águas servidas utilizando o Sistemas de Alagados Construídos (SACs) e Sistemas de Alagados Naturais (SANs). Por meio de tanques de areias, os sistemas são preenchidos com plantas aquáticas específicas para retirar a matéria orgânica e os poluentes pela filtração da água e aplicação da biofitorremediação, que propiciam o tratamento dos efluentes proveniente de pias e chuveiros na despoluição dos corpos hídricos.

A operação dos jardins é feita pela Agência Municipal do Meio Ambiente (AMA) de forma sistemática, juntamente com os serviços de poda, plantios, limpeza e manutenção mensalmente, além de coletas e amostras de água, que, respectivamente, são realizadas e submetidas para análise laboratorial.

4- João Pessoa, na Paraíba

Desde 2021, a Prefeitura de João Pessoa, na Paraíba, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), vem plantando centenas de mudas de coqueiros nos 24 quilômetros da sua orla. Todo o processo é monitorado pelos engenheiros agrônomos da Divisão de Arborização e Reflorestamento da Semam.

A plantação tem uma função que vai além das palhas que são utilizadas no artesanato local. A gestão municipal defende que o plantio na orla é uma ação da política ambiental. Os coqueiros têm a função de agirem como fixadores de duna, impedindo que a areia se espalhe pelas ruas e avenidas da orla.

5- Governo do Pará

Na última segunda-feira (30), a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) realizou um encontro com representantes do Unicef, Unesco, Porticus, Instituto Iungo, Banco Mundial, BNDES e TCM-PA para apresentar o plano de ação da Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima, lançada no primeiro semestre deste ano.

Idealizada pela Seduc, a política de sustentabilidade promove a preservação e a coexistência ambiental por meio da educação. A iniciativa integra as ações da gestão estadual desenvolvidas para a proteção da Floresta Amazônica, que inclusive servirá de referência para o mundo em 2025 ao sediar a COP 30. Com o Encontro Global de Jovens e Meio Ambiente, em 2024, o Pará amplia sua atuação e reforça a importância dos jovens e da educação na preservação da flora da região.

A Seduc oferecerá o componente de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima para toda a educação básica, de forma obrigatória na rede estadual e, por adesão, pelas redes municipais. Um total de 1,5 milhão de estudantes da rede pública poderão ser beneficiados, sendo 550 mil, obrigatórios, na rede estadual e, por adesão das redes municipais, 618 mil estudantes dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e mais 461 mil dos anos finais (6º ao 9º ano).

6- Governo da Bahia

Com o apoio de braços da Organização das Nações Unidas (ONU), o Governo da Bahia lançou, em junho, o programa Bahia + Verde. O objetivo do governador Jerônimo Rodrigues (PT-BA) é de impulsionar a economia através da sustentabilidade e de criar modelos de gestão e governança participativa, com avanços das políticas de sustentabilidade.

São previstas ações de proteção e recuperação do patrimônio natural e ecoturismo, uso de tecnologia no combate ao desmatamento ilegal, e modernização de sistemas para ampliar o acesso a água encanada. Além disso, o programa prevê a criação de projetos de energia limpa, ampliação do uso de diesel e hidrogênio verde e redução da emissão de gases do efeito estufa.

Foto: Joá Souza/GOVBA

A área ocupada por florestas naturais no Brasil caiu 15%, em 38 anos, com uma aceleração entre 2018 e 2022. O total passou de 581,6 milhões de hectares, em 1985, para 494,1 milhões de hectares, no ano passado, de acordo com dados do MapBiomas, plataforma que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia, obtidos a partir do monitoramento por satélites.

Dos 87,5 milhões de hectares suprimidos nesse período, 11% foram registrados nos últimos cinco anos (2018-2022) - o equivalente a pouco mais do que o tamanho do Estado de Santa Catarina (9,54 milhões de hectares ou 95,4 mil km²).

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As florestas naturais são formadas por diversos tipos de cobertura, como restingas, savanas e mangues, além das formações florestais encontradas na Amazônia e Mata Atlântica. Esses ecossistemas ocupam 58% do território brasileiro.

A área que essas florestas ocupavam foi quase totalmente (95%) convertida para a ocupação das atividades agropecuárias, pastagens ou cultivos. O governo federal lançou neste ano duas ações com foco para diminuir a destruição da Amazônia e do Cerrado.

A floresta amazônica passa por uma das maiores secas de sua história. E, como o Estadão mostrou, a estiagem em grande escala é a quarta deste século na região e deve causar um efeito dominó que aumentará os estragos.

Os biomas que mais perderam florestas naturais entre 1985 e 2022 foram o Cerrado (27%) e a Amazônia (13%), que ainda tem a maior proporção desse tipo de vegetação (78%), seguido pela Caatinga (54%).

As chamadas formações florestais - áreas de vegetação com predomínio de espécies arbóreas e dossel contínuo - correspondem a dois terços do total desmatado entre 1985 e 2022 (58 milhões de hectares), uma redução de 14% em 38 anos.

A área que essas florestas ocupavam foi quase totalmente (95%) convertida para a ocupação das atividades agropecuárias, pastagens ou cultivos.

De acordo com o levantamento do MapBiomas, nas décadas de 1980 e 1990, observa-se um aumento da perda florestal. A partir de 2006, houve um período de redução da área desmatada. Entre 2018 e 2022, porém, houve um aumento da perda de florestas, chegando a quase 10 milhões de hectares.

De acordo com a coordenadora científica do MapBiomas, Julia Shimbo, as florestas são importantes para manter o equilíbrio climático e protegem os serviços ecossistêmicos vitais. "A perda contínua das florestas representa uma ameaça direta para a biodiversidade, a qualidade da água, a segurança alimentar e a regulação climática", afirma.

Cerrado puxa alta do desmatamento

As chamadas formações savânicas cobrem 12% do território brasileiro (104,5 milhões de hectares), o que equivale a três vezes o Estado de Goiás. Elas se caracterizam pela distribuição esparsa de espécies arbóreas em meio à vegetação herbácea-arbustiva contínua. Essa formação é a segunda classe de floresta natural mais representativa em área no País e proporcionalmente a que teve o maior desmatamento.

Entre 1985 e 2022, a perda de formação savânica foi de 29 milhões de hectares, redução de 22% na formação. Segundo o levantamento, de cada cinco hectares desmatados, mais de quatro (83%) foram suprimidos no Cerrado. Na Caatinga, a perda foi de 10% (4,7 milhões de hectares).

"Em biomas como no Cerrado e na Caatinga, que já perderam parte significativa de sua vegetação nativa, o ritmo do desmatamento das savanas é alarmante, principalmente na região do Matopiba, que ainda apresenta grandes remanescentes deste ecossistema, mas que estão sendo convertidos para a expansão da agropecuária", diz a pesquisadora da equipe do Cerrado no MapBiomas, Barbara Costa.

O estudo permite identificar as florestas secundárias, aquelas que voltaram a crescer em áreas desmatadas. Em 2021, elas ocupavam 41 milhões de hectares, o equivalente a 8% das florestas naturais do País.

Os biomas com maior proporção de florestas secundárias são a Mata Atlântica e a Caatinga, com 27% cada (8,1 milhões de hectares e 12,5 milhões de hectares, respectivamente), seguidos pelo Cerrado (12% do bioma, ou 10 milhões de hectares), Pantanal (8% do bioma, ou 100 mil hectares), Amazônia (3% do bioma, ou 9,8 milhões de hectares) e Pampa (2% do bioma, ou 300 mil hectares).

Amazônia sofre com a seca

A seca que castiga os Estados amazônicos fez com que a superfície da cobertura de água no Estado do Amazonas atingisse sua menor extensão desde 2018. De acordo com uma nota técnica do MapBiomas, em setembro foram registrados 3,56 milhões de hectares, uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões de hectares de setembro de 2022.

Ao todo, 25 municípios do Estado tiveram redução na superfície de água superior a 10 mil hectares. Barcelos, no centro do Amazonas, teve a maior perda: 69 mil hectares entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Na sequência estão Codajás (47 mil hectares), Beruri (43 mil hectares) e Coari (40 mil hectares) - todos com perdas superiores a 40 mil hectares de água.

Imagens de satélite mostram que lagos inteiros secaram. Além do Lago Tefé, onde morreram mais de 100 botos, a seca também atinge o Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o funcionamento das escolas. Entre Tefé e Alvarães, a seca forma bancos de areia extensos, mostra a nota técnica do MapBiomas.

Os efeitos da atual falta de chuva, impulsionados pelo fenômeno El Niño, ainda vão permanecer na Floresta Amazônica por muito tempo. Em Manaus, o Rio Negro, um dos principais rios amazônicos, continua baixando e atingiu seu nível mais baixo em 121 anos, desde que o monitoramento começou a ser feito.

O ar de Manaus, na semana passada, foi considerado um dos piores lugares do mundo para se respirar devido à fumaça das queimadas. Segundo o monitoramento de qualidade internacional World's Air Polution, a classificação atingiu o nível de "perigo" antes de melhorar nesta semana.

O desmatamento na Amazônia registrou queda de 7,4% de agosto de 2022 a julho deste ano, firmando a tendência de queda no desmate da floresta. Enquanto no período anterior, de 2021 a 2022, foram 8.590 km² desmatados, no período mais recente foram 7.592 km².

Por outro lado, a destruição no Cerrado bateu recorde no período histórico registrado. De agosto do ano passado a julho de 2023, a destruição do bioma alcançou 6.359 km², a maior área desde o biênio 2016-2017, o mais antigo da série histórica. Em relação ao período anterior (2021-2022), a alta foi de 16,5%.

Governo lança planos para o Cerrado e a Amazônia

Compromisso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo federal lançou neste ano duas ações com foco para diminuir a destruição da Amazônia e do Cerrado. Em junho foi lançada a nova versão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDam), e em setembro a reedição, atualizada, do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PPCerrado).

O plano para a Amazônia chegou a sua quinta edição. Lançado em 2004, o PPCDam foi um dos principais instrumentos para a queda do desmatamento. O plano para o Cerrado foi levado à consulta pública. A proposta traz quatro eixos de atuação que incluem medidas como criação de unidades de conservação, incentivos para bioeconomia, regulamentação do mercado de carbono, monitoramento da degradação das terras, entre outros pontos.

As contribuições foram até o dia 12 de outubro. Somente na versão final serão incluídas metas e prazos para a redução da destruição no bioma.

O papa Francisco poderá participar da conferência climática COP-28 que ocorre em Dubai entre 30 e novembro e 12 de dezembro deste ano. De acordo com a agência Reuters, desta forma, ele poderia fazer valer seu recente apelo por ações que ajudem a conter o avanço do aquecimento global.

Conforme agências internacionais, esta seria a primeira vez que um pontífice participaria de uma conferência da ONU sobre mudanças climáticas desde o seu início em 1995.

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O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, afirmou à Reuters, em meio a um evento católico-judaico em Roma, na quarta-feira, 18, que Francisco quer ir a Dubai, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada até o momento.

Outras fontes do Vaticano estimam em 90% a probabilidade de o papa participar da COP-28. Embora tenha mantido sua agenda preenchida com compromissos, o pontífice tem usado uma bengala e uma cadeira de rodas devido a um problema no joelho.

Francisco fez da proteção ao meio ambiente uma das marcas de seu papado. Recentemente, em 4 de outubro deste ano, em um importante documento publicado, ele fez um apelo aos políticos hesitantes e aos negacionistas das alterações climáticas para que mudem de posição, afirmando que não podem ignorar as causas humanas ou ridicularizar a ciência enquanto o planeta "pode estar se aproximando de um ponto de ruptura".

Trata-se do Laudate Deum (Louvado Seja Deus), a sua Exortação Apostólica que contém o seu apelo para enfrentar a crise climática, uma continuação da encíclica de 2015 de Francisco sobre o meio ambiente Laudato Si (Louvado seja).

Posteriormente em 11 de outubro, o papa recebeu em audiência Sultan Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos e presidente designado da COP-28. Segundo o Vaticano, o papa considera crucial o evento para promover uma ação partilhada antes que seja tarde demais.

Sobre o lançamento da Exortação Apostólica Laudate Deum, Jaber disse, na ocasião, que saudava o apelo urgente do papa para uma maior ação climática. "Partilhamos a sua esperança de que a COP-28 permita uma aceleração decisiva da transição energética. A COP-28 será uma COP de ação. Precisa ser. A nossa presidência está totalmente empenhada em fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para unir as partes, garantir a inclusão, impulsionar compromissos e medidas claras e realizar ações climáticas ambiciosas para as pessoas em todo o mundo", afirmou o presidente designado do evento em encontro com o papa. (Com agências internacionais).

Um ciclone extratropical devastou parte do Rio Grande do Sul, deixando mais de 50 mortos. Na Líbia, uma tempestade deixou mais de 11 mil mortos e 10 mil desaparecidos. Constantemente, somos impactados com notícias de desastres naturais, que parecem escalar em magnitude e reflexos. Não me sai da cabeça que tudo isso origem parcial – se não principal – na atividade humana, sempre tão predatória. Uma hora, a conta chega.

Chuvas, terremotos, ciclones, ondas de calor extremo. Cada vez mais constantes, cada vez mais devastadores. Por que motivos essas ocorrências estariam se intensificando? A exploração desenfreada dos recursos naturais, a poluição do ar e a devastação das florestas ajudam a entender. O modelo de desenvolvimento da humanidade, em geral, ainda é baseado na exploração. Com a evolução tecnológica, ao passo que se desenvolvem soluções de preservação, aumenta-se o ritmo exploratório. Nessa balança, a degradação do meio-ambiente ainda prevalece. É preciso rever a forma como os países investem no desenvolvimento, de forma que este seja amis sustentável. Muito se fala em ESG, preservação, mas a prática ainda está muito aquém do desejado.

Nós brasileiros temos a “sorte” de não sofrermos com terremotos ou furacões como outras nações, por exemplo. No entanto, outros eventos naturais vêm se manifestando com força. Nossa diversidade ambiental, com ricas fauna e flora, ainda é explorada além do devido. Carecemos de legislações e códigos de proteção dos recursos naturais mais claros e efetivos, além de uma boa fiscalização e aplicação das devidas sanções a quem transgredir a regra. O agronegócio, por exemplo é uma grande força da economia nacional e deve ser sempre impulsionado e incentivado. No entanto, deve estar alinhado a metas ambientais que promovam o desenvolvimento sustentável. Que bom que já temos muitas companhias no setor preocupadas com isso, por terem consciência de que também dependem de um meio-ambiente saudável. Afinal, no longo prazo, a depredação da natureza será prejudicial para a agricultura, a pecuária e outros setores.

Estamos em uma corrida contra o tempo. Diversos são os alertas para a necessidade de redirecionar a exploração de recursos, a fim de promover a “saúde” do planeta. Caso contrário, os impactos podem ser irreversíveis. Resta salvar o que ainda pode ser preservado. Um futuro mais verde e saudável é possível, mas precisa de um forte esforço coletivo para acontecer. Sempre importante ressaltar que não adianta “brigar” com a natureza: nesse duelo, não seremos vencedores. O clima está dando sinais de que precisamos agir.

As novas autorizações para caça ao javali, animal exótico considerado praga ambiental, estão suspensas em todo o País. A suspensão vale até que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proceda à adequação das normas atuais ao Decreto 11.615, baixado pelo governo federal em 21 de julho. A norma restringe a liberação de armas para a população civil. Segundo o Ibama, as autorizações emitidas antes de 21 de julho continuam valendo até a data de vencimento do documento. Em 2022, foram abatidos por caçadores 465 mil javalis no Brasil.

O decreto governamental limita a quantidade de armas e munições, além dos calibres das armas que podem ser liberadas para os caçadores. No caso de autorizações para caça ativa (perseguição ao animal) ou ceva (atrair o javali para armadilhas), a autorização deve ser emitida pelo Comando do Exército. Em três anos, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o número de autorizações para caça ao javali triplicou, subindo de 76,4 mil em 2020 para 239,5 mil em 2022, segundo o Ibama.

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A expansão da atividade causou um risco adicional. Só no Estado de São Paulo três pessoas morreram este ano, atingidas por disparos feitos acidentalmente por colegas. Como o Estadão mostrou, a caçada de javalis tem até safári em fazendas e já teve ao menos 11 mortes acidentais em cinco anos.

Antes, autorizações para caçar javalis eram pouco burocráticas, realidade que, segundo as entidades do agronegócio, muda a partir do decreto. Bastava cadastrar as propriedades rurais que concordavam com a caça em seu território no Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf) do Ibama e obter o documento por meio digital.

As licenças eram renovadas a cada seis meses, com a apresentação de relatórios com o número de javalis abatidos em cada propriedade. Para fazer o manejo com armas de fogo, o interessado precisa também do Certificado de Registro de Caçador do Exército. O Ibama não estabeleceu prazo para adequação das normas ao novo decreto.

Liberado em 2013

A caça de animais silvestres é proibida por lei no Brasil, mas o controle de espécies invasoras é autorizado sob condições especiais pelos órgãos ambientais. A caça ao javali foi autorizada pelo Ibama em 2013. Trazido ao Brasil a partir da década de 1960 para criação e consumo da carne, e presente em 18 Estados, o animal se transformou em praga, passando a atacar lavouras, assorear cursos d'água e destruir a vegetação nativa.

Entidade rural vê risco ao status sanitário do Brasil

Para a Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das principais entidades representativas do agronegócio, a suspensão de emissões para abater javalis, o que é autorizado em caráter excepcional, pode pôr em risco o status sanitário do País. "Os javalis e os javaporcos (cruzamento do animal selvagem com o porco doméstico) são reservatórios de várias doenças", afirma. Conforme a SRB, a questão precisa ser resolvida rapidamente. "A burocracia e a inoperância não podem colocar em risco o status sanitário do País." A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) diz ter enviado ofícios aos ministros da Casa Civil, Agricultura e Meio Ambiente e ao Comando do Exército manifestando preocupação. Presidente da Associação Brasileira de Caçadores, Rafael Salerno diz que a medida favorece a multiplicação do javali, que é rápida - 6 a 10 filhotes por gestação.

Nas redes sociais, Salerno pede a produtores e sindicatos rurais que mobilizem autoridades. "Precisamos nos mexer, pois as licenças estão vencendo e daqui a pouco vamos ficar sem armas, sem autorização para fazer o controle." Segundo ele, hoje o animal avança pelo Centro-Oeste, "justamente a região com menor número de caçadores".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo da Dinamarca anunciou nesta terça-feira (29) a intenção de doar 150 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 110 milhões) para o Fundo Amazônia, no período entre 2024 e 2026.

Criado pelo governo federal em 2008, paralisado em 2019 e retomado neste ano, o Fundo Amazônia reúne dinheiro doado por governos estrangeiros a ser investido em projetos de prevenção e combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável da floresta.

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Anunciada após reunião realizada em Brasília entre a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro de Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global da Dinamarca, Dan Jørgensen, a doação dinamarquesa ainda depende de aprovação pelo parlamento daquele país. A Dinamarca era um dos países que já estudavam ingressar na lista de doadores do fundo e vinha em negociações com autoridades brasileiras.

Uma declaração conjunta dos governos do Brasil e da Dinamarca, divulgada no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente, informa que "a ministra Marina Silva agradeceu ao ministro Dan Jørgensen e ao governo dinamarquês pela oportuna e significativa proposta de contribuição ao Fundo Amazônia, que apoiará os esforços do governo brasileiro para acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030 e contribuirá para promover o desenvolvimento sustentável na Região Amazônica".

A Dinamarca é o quinto país ou entidade de países a demonstrar interesse em colaborar com o Fundo Amazônia desde que foi recriado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no primeiro dia da atual gestão.

Em abril, os Estados Unidos anunciaram doação de R$ 2,5 bilhões; em maio, o Reino Unido se comprometeu a doar R$ 500 milhões; em junho, a União Europeia anunciou aporte de R$ 100 milhões; e, em julho, a Suíça também divulgou que fará doação de R$ 30 milhões..

O Fundo Amazônia é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as doações só são depositadas mediante a confirmação de efetiva redução de desmatamento alcançada pelo Brasil. Desde que começou, com adesões pioneiras de Noruega e Alemanha, o mecanismo já recebeu R$ 3,3 bilhões, que se converteram em R$ 5,5 bilhões devido aos rendimentos financeiros.

A Amazônia Legal engloba nove Estados brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Estado do Maranhão) e corresponde a 59% do território nacional.

O presidente da República em exercício, vice-presidente Geraldo Alckmin, autorizou, por meio de decreto, a nomeação de 257 candidatos aprovados e não classificados dentro das vagas originalmente previstas em concurso público de 2021 para o quadro de pessoal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com o ato publicado no Diário Oficial da União (DOU), o provimento dos cargos ficará condicionado à existência do quantitativo de vagas na data da nomeação e à declaração do ordenador de despesa sobre a adequação orçamentária e financeira da nova despesa com a Lei Orçamentária Anual e a sua compatibilidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, demonstrada a origem dos recursos a serem utilizados.

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"O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis deverá verificar previamente as condições para a nomeação dos candidatos e editar os atos necessários ao cumprimento do disposto neste decreto", estabelece a norma.

Do total de 257, poderão ser nomeados 24 analistas administrativos, 100 analistas ambientais e 133 técnicos ambientais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre nesta terça-feira, 11. Na conversa, Støre reforçou o interesse em aumentar o investimento no Brasil, em especial com foco em sustentabilidade. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, no telefonema, ambos combinaram de se encontrar pessoalmente assim que possível.

Lula convidou o primeiro-ministro para visitar o Brasil e agradeceu a contribuição do país nórdico ao Fundo Amazônia. Na conversa, Lula também citou a Cúpula da Amazônia, marcada para agosto, em Belém, no Pará.

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"O primeiro-ministro parabenizou Lula por sua reeleição, salientou o aumento dos investimentos noruegueses no Brasil, em particular na área da sustentabilidade, e exaltou a relevância da Cúpula da Amazônia. Expressou interesse em colaborar mais com o Brasil em temas como segurança alimentar e combate à fome e o manejo dos oceanos, além da tradicional agenda climática", diz a nota.

De acordo com o Palácio do Planalto, Lula comentou sobre a intenção de estruturar um projeto de desenvolvimento a partir da biodiversidade amazônica. "Salientou, ainda, a abertura prevista de oportunidades de investimentos em energias renováveis, reforçando a limpeza da matriz energética brasileira e preparando o caminho para propostas concretas a serem apresentadas na COP 30, em Belém", finaliza a nota.

A partir desta semana, o FAB LAB LIVRE SP realizará uma série de oficinas gratuitas de fabricação com foco na sustentabilidade. O objetivo é estimular a cultura maker e o conhecimento em tecnologias como impressoras 3D, corte a laser e robótica. Além de buscar inovações com técnicas de economia circular e responsabilidade ambiental.

As inscrições podem ser feitas no site ou presencialmente em uma das unidades da Fab Lab Livre:

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Confira a programação:

11 de julho, terça-feira

"Costura: Bolsa Plástica Reciclada" - 14h30 às 18h30: Apresentar técnicas de costura através da criação de uma bolsa pelo método de fusão de plástico, inspirado na iniciativa "plástico precioso".

Local: FAB LAB Centro Cultural da Penha

Endereço: Largo do Rosário, número 20 - Penha;

"Plástico Precioso: Introdução à Reciclagem de Sacolas Plásticas" - 9h às 13h

Local: FAB LAB Casa da Memória de Itaquera |

Endereço: Rua Antônio Carlos de Oliveira César, número 97 - Itaquera;

12 de julho, quarta-feira - 14h às 18h

"Arduino: Irrigação Inteligente com Válvula Solenóide" - Introdução ao Arduino, contextualizando sua história, detalhes e possibilidades criativas.

Local: FAB LAB Centro Cultural da Juventude

Endereço: Avenida Deputado Emílio Carlos, número 3641 - Limão;

15 de julho, sábado - 9h às 13h

"Plástico Precioso: Introdução à Reciclagem de Sacolas Plásticas"

Local: FAB LAB CFC Cidade Tiradentes

Endereço: Avenida Inácio Monteiro, número 6900 - Cidade Tiradentes.

O Fab Lab Livre SP é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT) de São Paulo. Ao calcular o impacto ambiental de cada ação e promover a reavaliação da cultura do consumo, o FAB LAB LIVRE SP e a SMIT demonstram seu compromisso com a sustentabilidade.

Diante de uma população crescente, preservar os recursos naturais, como água, ar, terra e biodiversidade, torna-se essencial para a sobrevivência a longo prazo da sociedade. Com isso, cada workshop adota esse hábito e calcula a redução ativa do impacto ambiental.

Técnicos do Ibama, do Zoológico de Goiânia e uma equipe do Corpo de Bombeiros capturaram na manhã desta terça-feira, 27, uma onça parda de aproximadamente 2 anos de idade dentro de uma casa no Aldeia do Vale, condomínio de luxo em Goiânia onde moram o cantor Leonardo, Zé Felipe e a influenciadora Virgínia Fonseca e a dupla sertaneja Maiara e Maraísa.

O animal foi visto pelos seguranças do condomínio rondando a casa e entrando na varanda do imóvel, onde os bombeiros a contiveram usando uma tela de segurança. "Exatamente para isolar o local e, caso ela tentasse sair, se embaraçaria na rede", explicou o tenente do Corpo de Bombeiros João Pedro Luczinski da Rocha.

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A captura foi feita depois que um médico do zoológico fez a sedação da onça, que não tinha ferimentos e pesava cerca de 40 quilos, segundo o tenente Rocha. De acordo com ele, a invasão de imóveis por felinos de grande porte é rara em Goiânia.

A onça foi encaminhada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por triagem e será encaminhada a uma área segura.

Veja imagens da ação de captura do animal:

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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou nesta segunda-feira, 19, que apreendeu a quantidade recorde de 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão, em Santa Catarina e em São Paulo, que seriam exportadas de forma ilegal para a Ásia. De acordo com o órgão, a quantidade de material confiscado, tratado como iguaria de alto valor no mercado internacional, é a maior registrada em todo mundo.

Pelos cálculos do Ibama, cerca de 10 mil tubarões morreram em razão desta pesca irregular, sendo 4.400 da espécie Azul (Prionace glauca) e 5.600 da espécie Anequim (Isurus oxyrinchus) - também conhecida como Mako (foto abaixo). Esta segunda entrou recentemente na lista nacional de animais ameaçados de extinção.

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Do total de barbatanas apreendidas, 27,6 toneladas foram confiscadas em uma empresa de exportação localizadas em Santa Catarina, e 1,1 tonelada no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde outra companhia tentava exportar as iguarias para o continente asiático. As apreensões foram realizadas por meio da operação Makaira.

"Essas apreensões de forma integrada representam a maior registrada no mundo, principalmente considerando se tratar de uma apreensão na origem, onde os tubarões são capturados", informou o Ibama em nota.

A pesca direcionada para tubarões não é permitida no Brasil. Para driblar a fiscalização, as embarcações usavam licenças de captura de outras espécies de peixe. De acordo com o instituto, os caçadores ainda atuavam com índices acima de 80% da carga permitida, e não apresentavam a documentação necessária para praticar a pesca do animal.

"A partir de minuciosas análises das origens destas barbatanas, em especial de sua captura, constatou-se várias irregularidades cometidas pelas embarcações, que vão desde a captura com ausência de licença para àquela modalidade de pesca, captura direcionada para tubarões em desacordo com a licença de pesca e pesca proibida com o uso de equipamentos de pesca em desacordo com a legislação", disse o Ibama.

"As embarcações também deixaram de utilizar medidas obrigatórias para evitar a captura e morte de aves marinhas, o que causou milhares de mortes de aves, sendo algumas de espécies consideradas ameaçadas de extinção", completou a autarquia, que enfatizou que a pesca irregular tem provocado a diminuição das populações de tubarões em todo mundo.

De acordo com um estudo publicado na última quinta-feira, 15, na revista Science, que coletou mais de 20 mil horas de imagens de vídeo de recifes em 67 países da África, Oriente Médio, Ásia, Australásia e América, cinco espécies de tubarões de recifes mais comuns (cinzento-dos-recifes, lixa, caribenho, pontas-negras-do-recife e galha-branca-oceânico) tiveram uma queda de população de 60% a 70% nos três anos de imagens coletadas - o que se traduz em alto risco de extinção.

A preservação dessas espécies é importante, uma vez que, por estarem no topo da cadeia alimentar, atuam como administradoras de seus ecossistemas marinhos e ajudam a manter as redes alimentares equilibradas das quais dependem centenas de milhões de pessoas.

Da assessoria do Ibama

Meteorologistas preveem um El Niño forte este ano, o que, combinado com a aceleração do aquecimento global, deve levar a um recorde de temperaturas máximas já registradas no planeta Terra. O fenômeno, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, impacta o clima mundial, podendo causar furacões no Atlântico e ciclones no Pacífico. Ele teve início no último dia 8 e deve ir até agosto.

Um alerta da Organização Meteorológica Mundial, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), chama atenção para uma pesquisa publicada na revista Science que mostra danos econômicos de US$ 84 trilhões neste século, o equivalente a R$ 413 trilhões, mesmo que as promessas de corte de emissões de gases do efeito estufa sejam cumpridas.

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Esses prejuízos seriam oriundos da perda de safras motivada por secas extraordinárias e pela escalada de doenças tropicais, logo, a perspectiva ainda é pior pra países tropicais, como o Brasil.

Em entrevista à Rádio Eldorado nesta segunda-feira, 12, o professor do Instituto de Economia da UFRJ Cadu Yang comentou os impactos esperados para o El Niño de 2023. Confira:

Como você avalia o estudo publicado na Science sobre os impactos econômicos do El Niño? Eles podem chegar a essa proporção, de fato?

Infelizmente, nós já estamos prevendo situações extremas para os próximos anos, em função da perspectiva de que, depois de anos de La Niña, que no caso brasileiro representaram chuva em abundância, nós vamos viver o fenômeno do El Niño, que esse caracteriza por um aquecimento de águas extraordinário no Pacífico. Isso traz consequências sobre o clima em toda América do Sul - aliás, em todo o planeta -, o que significa, no nosso caso, uma probabilidade maior de eventos extremos de seca nas partes mais continentais.

Nós teremos um agravamento dos períodos de estiagem, mas também uma maior instabilidade, ou seja, uma maior possibilidade de eventos como inundações e alagamentos e, associado a isso, deslizamentos de terra, entre outros problemas dessa natureza. Além disso, teremos uma alteração na propagação de vetores de doenças tropicais, o que também está associado essa alteração no que podemos chamar de "normalidade climática".

O que esse valor, de mais de R$ 400 trilhões, representa para um País ou continente?

Eu trabalho bastante produzindo estatísticas como essa e quando a gente fala em um número dessa magnitude, estamos falando de uma ordem de grandeza. A leitura que se deve fazer é: preparem-se para grandes desastres, grandes eventos extremos que terão grandes consequências econômicas.

Nós temos hoje uma ocupação agrícola, em grande parte do território nacional, que depende muito de um regime adequado de chuvas. Por isso, uma alteração desse regime de chuvas trará consequências sobre essa produção. Mas é claro que, quando o evento ocorrer, a capacidade de adaptação ao evento é diferenciada e por isso eu acho que, mais importante do que o tamanho dessa magnitude, é a distribuição desse efeito, que tende a ser bastante assimétrica e concentrada nos indivíduos de maior fragilidade social.

Nós fizemos, há um tempo atrás, um estudo sobre o semiárido do nordestino em que pegamos os grandes eventos de seca na região e verificamos qual foi o impacto disso na produção agrícola, medindo pela perda de área que foi plantada e não foi colhida. O que identificamos é que, além dessa perda ser grande nos anos de escassez hídrica, ela se concentrou muito em culturas como milho e feijão, que são típicas do agricultor familiar de subsistência, enquanto a produção comercial irrigada sofreu muito menos. Ou seja, além do problema do tamanho, que vai ser grande, temos o problema da distribuição desigual.

Olhando para outra área, como a área dos desastres, os nossos estudos - apenas com eventos de chuva, sem considerar seca - feitos há dez anos atrás estimavam que as perdas no Brasil já estavam chegando a 2% do PIB. Só que essas perdas estão muito mais concentradas em comunidades que moram próximas a rios ou em áreas de encosta, que sofrem o risco de deslizamento. São pessoas que sabem do risco, mas não têm capacidade financeira de se deslocar e isso vai criando um efeito "bola de neve", trazendo consequências, por exemplo, para a prefeitura, já que ela vai ter que dar uma solução para esse desabrigado, vai ter que arcar com a reconstrução e com o próprio trabalho de resgate das vítimas.

Tudo isso tem um custo fiscal. Então, quando você imagina sistemicamente esses eventos extremos acontecendo com uma frequência maior e com mais intensidade, há impacto em diversas frentes. A princípio, o El Niño e as mudanças climáticas são tratados como elementos separados, mas um reforça o outro. Num contexto de aquecimento global, os efeitos de um El Niño serão amplificados e é por isso que a gente espera impactos sobre toda a sociedade brasileira.

Ainda que diretamente os afetados estejam numa determinada condição, a necessidade de lidar com o desastre vai trazer consequências, para a questão fiscal, para os preços - porque uma quebra de safra vai resultar na elevação do nível de preço - e por aí vai.

O que podemos fazer para nos prevenir, do ponto de vista econômico e social?

A gente precisa tratar com muito mais seriedade e urgência as questões ambientais e climáticas. A gente não pode se dar o luxo de o Congresso Nacional decretar que não existe mudança climática e que não existe é El Niño. As áreas protegidas, naturais, são áreas que garantem resiliência ao sistema. Se eu vou ter uma alteração no regime hídrico, eu preciso proteger a calha do rio. Como faço isso? Aumentando a área de floresta. Eu preciso proteger as encostas. Como? Aumentando a vegetação nativa e impedindo que as vegetações nativas existentes sejam removidas.

É preciso aumentar a nossa capacidade de lidar com eventos extremos por meio de soluções baseadas na natureza. É fundamental entender que a política ambiental é uma política de defesa para a nossa sociedade e para a nossa economia. E o que nós estamos vendo de ataque, de desmonte ambiental, que ocorreu com intensidade no governo anterior, mas que persiste em grupos hoje, em particular ligados ao Congresso Nacional, de pressionar ainda mais para remover essa proteção natural, é claramente uma política que vai trazer resultados ruins.

Por exemplo, a questão de água: como você impede novas grandes secas, lembrando, por exemplo, que São Paulo sofreu muito recentemente e teve que captar no volume morto? Você protege a água através do sistema de corpos hídricos que vão até o ponto de captação por meio da proteção da floresta. O imperador Dom Pedro II, por exemplo, sabia que no Rio de Janeiro - à época, capital - faltava água e o que ele fez? Ele mandou reflorestar a floresta da Tijuca para proteger o manancial que abastecia a cidade. Esse é um conhecimento antigo, não precisamos de grande ciência para saber que a proteção ambiental é a melhor maneira para prevenir desse tipo de desastre.

Acho que a principal mensagem é dar maior prioridade às questões ambientais, porque elas se referem essencialmente à defesa do ser humano, das nossas comunidades e das nossas atividades produtivas.

O que o governo tem feito de errado neste sentido?

Além do afrouxamento na Lei que trata do desmatamento da Mata Atlântica, que veio do Congresso e teve apenas um trecho vetado pelo presidente Lula, um outro mau exemplo de política que tá acontecendo é com relação às terras indígenas. As terras indígenas não pertencem aos indígenas, elas pertencem ao governo, são terras públicas, de todos nós e que têm uma característica muito importante: são terras com elevada taxa de conservação.

O porcentual de remanescente florestal em terras indígenas é mais alto até do que das unidades de conservação. Então, esse ataque que está sendo feito às terras indígenas é também um ataque aos serviços ecossistêmico que essas florestas estão protegendo. As populações indígenas, pela relação tradicional que têm com esses espaços, garantem essas áreas protegidas.

Se mantivermos essa visão de crescimento a qualquer custo, de que qualquer área que possamos transformar em pasto, transformar em área de cultivo, fazer uma hidrelétrica, será convertida, não sobrará resiliência para lidar com os eventos pelos quais a natureza já está cobrando a conta. E nós viveremos situações que cada vez mais dramáticas por causa das mudanças climáticas.

Uma elevação do nível da temperatura global acentua ainda mais os fenômenos de natureza cíclica, como El Niño e a La Niña, com consequências para as sociedades humanas que, como mostra o número, são de imensa magnitude. Isso vai afetar a todos nós e principalmente aqueles que são mais frágeis.

 

Você vê uma ação coordenada globalmente com possível protagonismo do Brasil?

Eu acho que, globalmente, nós temos sim que recuperar esse protagonismo. Teremos uma grande oportunidade com a COP, o principal evento do clima, que vai ocorrer em Belém do Pará. Isso vai trazer uma visibilidade importante, mas é importante lembrar que o nosso meio ambiente não é apenas na Amazônia. É importante a gente perceber que Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa, todos os biomas estão sofrendo. O Pantanal já teve uma redução de cerca de um terço na área alagada, ou seja, secou em um terço e a gente perdeu uma riqueza extraordinária com isso.

As ações precisam vir de todos, inclusive do setor privado. A gente tem uma série de possibilidades através do pagamento do serviço ambiental, com a possibilidade de criação de mercados regulados de crédito de carbono, que criam possibilidades de negócios a partir da conservação. Mas para isso é fundamental que a gente interrompa o ciclo da destruição e pare com essa ideia de que se tem petróleo, ele tem que ser extraído, não importa onde ele está, de que se tem um potencial hidrelétrico, tem que ser alterado a cara do rio, não importa o que eu vou fazer com essa energia. Essa visão de que não há uma finitude da nossa capacidade de ação tem trazido consequências muito ruins e a gente está percebendo isso já no dia a dia.

O estudo diz que o prejuízo calculado virá mesmo com o cumprimento das promessas de cortes de emissão de gases do efeito estufa. Isso significa que o problema pode ser ainda maior se elas não forem cumpridas?

Uma grande tragédia das questões climáticas é que o tempo em que o planeta responde é muito diferente do tempo das nossas ações. É mais ou menos como o processo de degelar uma geladeira: você abre a porta e ela não vai ter degelar imediatamente, ela vai perdendo temperatura aos poucos e isso vai ganhando um elemento gradativo.

Com o aumento da concentração de gás de efeito estufa que nós já colocamos na atmosfera, a temperatura vai aumentar de qualquer jeito. O que a gente está tentando fazer é reduzir o tamanho desse crescimento, que será percebido muito mais pela geração que ainda nem nasceu. A gente não está pensando aqui nem nos nossos filhos, mas sim nos netos que virão.

Tudo isso trará consequências para essas sociedades do futuro, em uma dimensão muito maior. Então, o que a gente tem que ter é o princípio da precaução. O problema é que a gente é muito focado no curto prazo e quando o efeito demora a ser percebido, nós o entendemos como inexistente e continuamos nesse frenesi de mudança climática.

No caso brasileiro, a principal fonte de mudança climática é o desmatamento, mas a segunda é a emissão de metano pela pecuária e a gente continua expandindo o setor como se isso não trouxesse consequências para o planeta. O mesmo vale para o consumo de combustível fóssil, em que a gente ainda acha que a exploração de petróleo vai ser a solução, mesmo na Amazônia.

A gente precisa deixar de ser contraditório e pensar no que será melhor no cenário de 50, 100, 150 anos. Nesse sentido, é fundamental que a gente tenha a participação de uma sociedade mais engajada, mais interessada e mais a par do que tá dizendo a ciência. A gente viveu um período no qual a ciência foi questionada, mas ela respondeu - se a gente não tivesse a ciência, a pandemia de covid-19 teria sido muito pior do que ela foi.

Estamos alertando que essas questões climáticas vão continuar no futuro se a gente não tomar uma presidência. E isso requer uma ação coordenada que envolve todos nós: os governos estaduais, federais, internacionais etc. As prefeituras, por exemplo, vão ser cada vez mais castigadas por esses fenômenos de natureza climática, porque o problema é essencialmente local, onde tem um deslizamento, uma inundação etc. Também como sociedade, tanto como sociedade civil, como sociedade empresarial, a gente tem que pensar que tipo de comprometimento a gente pode ter para que os problemas não sejam tão graves, pensando, principalmente, no futuro.

Voltando à questão das soluções baseadas na natureza, existem soluções que são simultaneamente de redução da concentração de gás de efeito estufa e de adaptação ao que a gente vai ver daqui para frente. A gente precisa introduzir essa palavra, adaptação, às mudanças climáticas. Como já está dito, a temperatura vai subir e os eventos climáticos acontecerão com mais frequência e o que a gente precisa fazer é se adaptar, se preparar para isso com um espaço adequado e soluções baseadas na natureza.

O desmatamento no Cerrado atingiu cerca de 659 mil hectares em 2022, representando aumento de 32,4% em comparação com o ano anterior, quando foram desmatados 498 mil hectares. Os dados são do MapBiomas Alerta, publicados no Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD) e divulgados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Essa é a maior área desmatada registrada pelo MapBiomas Alerta no Cerrado, desde o início do monitoramento pelo projeto, em 2019, segundo o Ipam. A área total desmatada em 2022 no bioma representa quase um terço da supressão da vegetação nativa no país (32,1%).

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No Cerrado, a Bahia foi o Estado que mais desmatou no ano passado, com mais de 157 mil hectares derrubados, um aumento de 67,8% em relação a 2021. O Maranhão, que liderou a lista em 2020 e 2021, desmatou cerca de 152 mil hectares e ficou em segundo lugar. No Piauí, o desmatamento aumentou 137% em relação a 2021, o maior aumento entre todos os Estados, totalizando cerca de 136 mil hectares desmatados.

O levantamento também mostra que é na região do Matopiba - composta por áreas dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - que se concentra a maior parte do desmatamento no Cerrado, cerca de 77,7%. Foram mais de 512 mil hectares desmatados no ano passado, relatou o Ipam.

Cerca de 708 municípios do Cerrado registraram pelo menos um evento de desmatamento em 2022 e a lista dos 10 maiores desmatadores é dominada por cidades do oeste baiano, sul do Maranhão e no sudoeste do Piauí, localizados na região do Matopiba.

O município de São Desidério, no oeste baiano, um dos principais produtores de soja e algodão do Brasil, lidera o ranking, tendo desmatado mais de 36 mil hectares no ano passado. Formosa do Rio Preto (33.416 ha), Balsas (27.854 ha), Uruçuí (23.745 ha) e Jaborandi (20.665 ha), completam as cinco primeiras posições do ranking.

A pesquisadora do Ipam Roberta Rocha disse no comunicado que "essa região abriga grandes produtores de soja, milho e algodão. Este cenário, em conjunto com a expansão de novas áreas para agricultura e pastagem, e a deficiência de ações de fiscalização por parte dos órgãos ambientais, contribui para a concentração do desmatamento nesta região. Essa destruição da vegetação nativa tem impactos na biodiversidade, no abastecimento dos corpos hídricos e nas comunidades tradicionais, que necessitam de um ambiente equilibrado".

O relatório também aponta que quase 99% do desmatamento detectado no Cerrado apresenta algum indício de irregularidades. A observação foi feita cruzando dados das autorizações de desmatamento com as coordenadas de reservas legais, áreas de proteção permanente, nascentes e áreas protegidas. Apenas 1,2% dos alertas não apresentaram irregularidades.

O pesquisador do Ipam, Dhemerson Conciani, explicou na nota que "para reduzir o desmatamento no Cerrado, precisamos de ações integradas por meio do fortalecimento dos órgãos de comando e controle, além da ampliação da fiscalização e da implementação de punições severas contra grileiros e desmatadores ilegais, levando a autuações e ao embargo dessas área". O pesquisador também ressaltou a necessidade de uma atuação mais eficiente na proteção do Cerrado e de seus habitantes, assim como a necessidade de posicionamentos claros do setor privado.

Pelo menos 80 espécies de aves previamente mapeadas em unidades de conservação paulistas podem já ter desaparecido pelo desmatamento intenso registrado nas últimas décadas na região. É o que conclui um estudo publicado na Revista do Instituto Florestal. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que a Mata Atlântica é o bioma que reúne o maior número de espécies ameaçadas do País, o equivalente a 24% do total.

O mapeamento foi feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, entre setembro de 2021 e janeiro de 2022, em quatro unidades de conservação no interior do Estado. De um total de 358 espécies mapeadas, os cientistas identificaram apenas 278 na pesquisa de campo.

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O levantamento visa a oferecer dados para ações de gestão, ecoturismo, educação ambiental e conservação, já que há muito pouco conhecimento disponível e atualizado das aves remanescentes nessas regiões. Entre as não encontradas estão arara-vermelha (ara chloropterus), juruva (baryphthengus ruficapillus), pica-pau-de-cabeça-amarela (celeus flavescens), mutum-de-penacho (crax fasciolata) e surucuá-variado (trogon surrucura).

INFORMAÇÃO ANTIGA

"A gente tinha a informação antiga, que embasou toda a nossa pesquisa e, agora, trouxemos informação recente. Entre a antiga e a mais recente, não havia nada", afirmou um dos autores do estudo, Vagner Cavarzere. Nesse período, a região sofreu intenso processo de desmatamento e degradação da vegetação. As poucas áreas preservadas ficam nas unidades de conservação integral.

Segundo Cavarze, registros anteriores indicavam que algumas áreas perto de unidades tinham mais espécies, muitas não encontradas desta vez. Para ele, as poucas áreas de mata nativa remanescentes fora das unidades de conservação devem ser preservadas antes que sumam junto com espécies que as habitam.

Dados mais recentes do IBGE apontam que o País abriga 50 mil espécies de plantas e mais de 122 mil espécies de animais em seus seis biomas. Entre animais e plantas, o Brasil teria 1.042 espécies em situação crítica, grande parte na Mata Atlântica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Pernambuco irá promover, nos dias 22 a 25 de maio, o brechó sustentável voltado ao consumo da moda consciente e economia circular. O ‘Reciclô, brechó e moda sustentável' acontecerá das 9h às 18h, na sede do Sebrae Pernambuco. 

Serão expostas 1,8 mil peças de roupas e acessórios em bom estado que foram doados pelos funcionários do Sebrae. Os preços são acessíveis a todo o público e variam de R$ 3,00 até R$ 100,00.

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Os doadores das roupas receberão um valor das vendas e um percentual ficará para a associação de funcionários do Sebrae-PE que realizam ações sociais ao longo do ano.

A iniciativa visa conscientizar as pessoas sobre o impacto ambiental da produção e consumo de roupas, além de promover a prática da moda sustentável e incentivar o empreendedorismo nos negócios do brechó, que é um mercado em ascensão com mais de 118 mil empreendimentos em atividade.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira, 20, que solicitará US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia "e atividades relacionadas", no contexto do "renovado compromisso do Brasil de acabar com o desmatamento até 2030". A declaração foi dada durante reunião virtual com líderes globais do Major Economies Forum on Energy and Climate (MEF), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Biden ainda recomendou que outros líderes sigam os EUA nesse compromisso. A Casa Branca também emitiu comunicado mais cedo, com alguns pontos de destaque na iniciativa do país. A U.S. Development Finance Corporation anuncia hoje que trabalha em um investimento de US$ 60 milhões na estratégia do BTG Pactual de buscar US$ 1 bilhão para a restauração de quase 300 mil hectares de terras degradadas no Brasil, no Uruguai e no Chile, diz a nota. A iniciativa pode gerar um sequestro estimado de carbono de 35 milhões de toneladas, ao longo de 15 anos, aponta.

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O presidente americano pediu que os países do grupo reunidos "reforcem suas ambições" para combater as mudanças climáticas. Ele enfatizou a importância de acabar com o desmatamento, e também anunciou US$ 1 bilhão para o Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund), da Organização das Nações Unidas. E advertiu para o fato de que os mais afetados pelas mudanças do clima serão os "menos responsáveis" por ela, como as nações em desenvolvimento.

Biden considera que o momento é de "grande perigo, mas também de grandes possibilidades". Os EUA pretendem avançar em medidas para reduzir emissões de carbono nos setores de energia e transportes, inclusive com maior uso de energia limpa, com metas "ambiciosas" de emissão zero por veículos até 2030, e também de "descarbonizar" o comércio internacional de cargas marítimas. O país também busca reduzir emissões de metano e acelerar o fim do uso dos hidrofluorocarbonetos.

Em breve declaração no início do encontro, o assessor especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, advertiu que a janela para conter o aquecimento global "está se fechando", e também enfatizou a importância dada ao governo americano para tratar a ameaça das mudanças climáticas como um risco à existência.

O Google anunciou a atualização da ferramenta de geolocalização Google Earth, nesta terça-feira (4), no evento Sustentabilidade com o Google, realizado em Belém (PA). O upgrade permite a visualização do avanço do desmatamento da Amazônia ocorrido até 2022. O recurso permite a comparação de áreas ocupadas pelo garimpo, por exemplo, que foram destruídas por queimadas ou pelo desmatamento. 

O levantamento permite o acompanhamento com imagens de satélite se estenda até o ano de 1984. Entre os demais anúncios feitos, estão uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para detectar, de forma precoce, incêndios florestais. A plataforma também disponibiliza ao público alerta de inundações, disponíveis na plataforma desde o ano passado no Brasil, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

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A diretora responsável pelos projetos geoespaciais do Google Rebeca Morre afirmou que a aplicação do Google Earth pode ser utilizada para auxiliar populações tradicionais. 

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