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A Procuradoria da República no Distrito Federal montou uma força-tarefa para apurar suspeita de corrupção em aportes financeiros feitos por entidades e ex-agentes públicos em 52 grandes empresas e fundos de investimentos privados. O objetivo é descobrir se a liberação dos recursos foi feita em troca de pagamentos de propinas a um mesmo grupo criminoso, cuja atuação foi descoberta em três frentes de investigações - as operações Sépsis, Cui Bono? e Greenfield.

Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seria o elo entre os agentes públicos e os empresários que figuram nos inquéritos das operações. A suspeita é de que o grupo político ligado a Funaro atuava em vários setores da administração publica e próximo das fontes de liberação de dinheiro público. São investigados os crimes de corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência.

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Coordenada por Anselmo Cordeiro Lopes, a força-tarefa conta com outros seis procuradores para mapear se investimentos provenientes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - cujos recursos são geridos pela Caixa -, da Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco, de fundos de pensão e de instituições previdenciárias municipais e estaduais foram liberados mediante pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos.

São alvo da investigação Cunha, Funaro, e os ex-vice-presidentes da Caixa Fábio Cleto, delator da Lava Jato, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Mesmo com a união das investigações no MPF, os inquéritos continuam separados na Polícia Federal.

O compartilhamento de informações foi possível após os principais investigados perderem o foro privilegiado. Cunha foi cassado e Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa e alvo da Cui Bono?, perdeu o foro ao deixar a Secretaria de Governo.

Por sua vez, Funaro teve seus processos enviados para 1.ª instância na esteira da remessa dos casos do deputado cassado. Ele é apontado como o operador financeiro e lobista do grupo político de Cunha e Geddel em vários setores da administração pública.

Sobre Funaro, os investigadores contam com o material coletado na Sépsis, um desdobramento da Operação Lava Jato, com base nas delações de Nelson Mello, da Hypermarcas, e do seu apadrinhado político Fabio Cleto. Mello indicou Funaro como intermediador de cerca de R$ 3 milhões destinados a Cunha. O ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa apontou Cunha e Funaro como destinatários de propina para liberação de aportes do FGTS. O deputado cassado seria beneficiário de 80% do suborno pago pelas empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sérgio Ricardo da Silva Rosa, ex-presidente da Previ, fundo de pensão dos trabalhadores do Banco do Brasil prestou depoimento na manhã desta terça-feira, 6, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O depoimento do executivo durou quase quatro horas, mas ele não quis comentar o teor das perguntas.

Rosa chegou à PF por volta das 10h da manhã e saiu às 13h45. Questionado sobre o depoimento, o executivo indicou que não poderia comentar pois as investigações correm sob segredo de Justiça. Ele indicou também que não há uma nova data para depoimento.

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Sérgio Rosa foi alvo de condução coercitiva dentro da Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira (5), com o objetivo de combater fraudes e corrupção em investimentos dos quatro maiores fundos de pensão federal do País: Previ, Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Postalis (Correios).

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decretou sete medidas cautelares a 40 investigados na Operação Greenfield. A ordem judicial mais contundente impõe aos alvos afastamento imediato dos Fundos de Pensão, de empresas e dos mercados financeiros e de capitais.

A Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira, 5, investiga desvios de R$ 8 bilhões no Funcef, Postalis, Petros e Previ.

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"Essas medidas alternativas à prisão me parecem que, por ora, são suficientes para minimizar ou fazer cessar as atividades ilícitas e salvaguardar a ordem pública e econômica e em benefício de eventual aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal (investigação)", decretou o juiz.

O juiz proibiu o ingresso dos investigados em todos os edifícios da Funcef, Petros, Postalis e Previ, salvo com prévia autorização judicial, proibiu o contato e a comunicação, inclusive por telefone, e-mail, rede social ou qualquer outra forma de comunicação, com investigados da Greendfield e proibiu que eles se ausentem de suas cidades de seus respectivos domicílios.

O magistrado determinou ainda: "Suspensão do exercício de toda e qualquer função pública ou de direção ou gerência, inclusive em Conselhos, desempenhadas em entidades fechadas de previdência complementar; suspensão do exercício de toda e qualquer atividade no mercado financeiro e no mercado de capitais, bem como suspensão do exercício de qualquer cargo ou função de direção em empresa ou grupo empresarial; apreensão de passaporte e condução coercitiva simultânea dos investigados para fins de prestarem depoimentos e assinarem o respectivo termo de compromisso sobre estas medidas restritivas alternativas à prisão cautelar (com ressalva de que tais medidas ordenadas terão efeito independente da assinatura de termo de compromisso)."

A Greenfield investiga a "gestão temerária e fraudulenta" de quatro dos maiores fundos de pensão do país: Funcef, Petros, Previ e Postalis. A ação é conjunta da Polícia Federal com o Ministério Público Federal, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC e a Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

A casa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi alvo de busca e apreensão. O empresário Walter Torre e o ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky foram conduzidos coercitivamente - quando o investigado é levado a depor e liberado.

Alexej Predtechensky foi denunciado, em julho deste ano, pela Procuradoria da República, em São Paulo. O ex-presidente do Postalis e mais sete investigados são acusados de fraude R$ 465 milhões no fundo de pensão dos Correios.

A Justiça Federal mandou cumprir 127 mandados - sete de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.

A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões.

Defesas

Em nota, a Petros informa que "está colaborando com a Polícia Federal, com o Ministério Público e demais órgãos responsáveis por investigações que envolvem a Fundação. A decisão judicial que determinou a busca e apreensão nesta segunda-feira (5/9), na sede da Petros, refere-se a documentos de investimentos cujo processo de decisão ocorreu até 2011. A Petros reforça o comprometimento da gestão com a transparência, as boas práticas de governança e a responsabilidade na administração dos recursos."

A Previ afirma que possui um "modelo de governança maduro e transparente" e que reforçou seu "compromisso com o aprimoramento do sistema de Previdência Complementar Fechado". Após a operação realizada pela PF, a Previ frisou que "toda a documentação requerida foi disponibilizada".

"A Previ possui um modelo de governança maduro e transparente, um corpo técnico qualificado e as decisões de investimento são pautadas por políticas e diretrizes bem definidas, que sempre buscam a remuneração adequada do capital no longo prazo. É importante lembrar que todas as decisões são colegiadas, pautadas em análises técnicas", diz, em nota.

No mesmo documento, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil destaca que no âmbito da CPI dos fundos de pensão, concluída recentemente, "o relatório final da investigação confirmou a boa governança". E completa que "nenhum dirigente ou executivo da Entidade estava entre as pessoas indiciadas pela comissão, assim como qualquer constatação de irregularidades do fundo."

Por fim, a Previ se colocou à disposição da Justiça e das instituições brasileiras para prestar esclarecimentos. "A Entidade segue confiante na solvência e liquidez de seus planos e firme na sua missão de pagar benefícios aos seus mais de 200 mil associados."

Já o Postalis informou que se colocou à disposição das autoridades e "tem todo interesse que os fatos investigados sejam esclarecidos com celeridade".

"Devido à operação, alguns serviços poderão estar indisponíveis ao longo do dia. Os Núcleos Regionais Postalis - NRP estão funcionando normalmente", destaca o Postalis. A fundação disse ainda que, após tomar ciência dos detalhes da investigação, fará novo pronunciamento.

Em nota, a FUNCEF "reitera que possui rigorosos padrões éticos em todos os investimentos e na relação com seus participantes e assistidos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados".

O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende Vaccari, declarou: "No que diz respeito à busca e apreensão realizada na residência do sr. Vaccari quero dizer que trata-se de uma providência absolutamente desnecessária. Em todos os casos nos quais é citado, o sr. Vaccari já foi objeto de todo tipo de investigação e de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Não há nenhum elemento que traga prova contra ele."

Em nota, a WTorre esclareceu que "não tem negócios na esfera do Poder Público". A empresa informou que "sempre que solicitados, seus executivos estão à disposição da Justiça e demais autoridades".

A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede do Grupo Bolognesi na capital gaúcha, nesta segunda-feira, 5, como parte da Operação Greenfield, que apura desvios nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis.

Os agentes permaneceram pouco mais de uma hora no local e levaram documentos e um computador. A assessoria de imprensa esclareceu que na sede em Porto Alegre onde a PF esteve funcionam dois braços do grupo, a Bolognesi Empreendimentos e a Bolognesi Infraestrutura, e que estas empresas não possuem "qualquer relação com fundos de pensão".

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O Grupo Bolognesi nasceu na década de 1970 no Rio Grande do Sul, com origem na construção civil. Ao longo dos anos expandiu os negócios para áreas como obras públicas, tratamento de água e geração de energia.

Em 2012, o Grupo Bolognesi comprou o controle acionário da Multiner Energia - empresa que atua na geração de energia elétrica -, ficando com pouco mais de 50% do capital total. O restante estava com um Fundo de Investimentos em Participações (FIP) formado por fundos de pensão entre os quais estão Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras) e Postalis (Correios) - que são alvo da operação deflagrada hoje pela Polícia Federal.

A Bolognesi Energia, braço do grupo que fica em São Paulo, não se manifestou sobre a operação da PF. No site, constam os nomes de diversas empresas nas quais a Bolognesi Energia detém participação, entre elas a Multiner, onde a PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na sede, no Rio de Janeiro, com foco em informações da administração destituída em 2012. "A companhia e sua atual administração continuarão a cooperar com as autoridades competentes, e prestará quaisquer informações adicionais que vierem a ser solicitados, para que tudo seja devidamente esclarecido com a maior brevidade possível", disse a Multiner em fato relevante.

O presidente da empresa de operação de sondas Sete Brasil, Luiz Eduardo Carneiro, recebeu pela manhã agentes da Polícia Federal e, segundo sua assessoria de imprensa, colaborou na entrega de documentos para a Operação Greenfield, que investiga desvios de recursos de fundos de pensão de estatais. Na sede da Sete Brasil, na zona sul do Rio de Janeiro, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão. Não houve condução coercitiva ou prisão temporária, informou a empresa.

A Sete Brasil é controlada pelo Fundo de Investimento em Participações (FIP) Sondas, dono de 95% do negócio. Entre os sócios do fundo estão as principais fundações de estatais - Petros, da Petrobras; Funcef, da Caixa Econômica; e Previ, do Banco do Brasil. Além desses, participa o Valia, da mineradora Vale.

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A empresa foi criada para construir sondas que seriam usadas no pré-sal pela Petrobras. Em crise financeira, porém, a estatal suspendeu as contratações. Agora, com uma dívida bilionária, a Sete Brasil tenta chegar a um acordo com credores e com a Petrobras para reduzir o rombo dos investidores, que colocaram bilhões no projeto. Considerada um negócio de risco, a Sete Brasil foi incluída na lista de investimentos temerários nos quais os fundos estatais se envolveram nos últimos anos, alvo de investigação da Polícia Federal.

Um dos sócios da Engevix, Gérson Almada, deixou no início da tarde desta segunda-feira, 5, a sede da Polícia Federal em São Paulo. Ele foi trazido para depor no âmbito da Operação Greenfield, deflagrada pela PF, que investiga investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão por meio dos chamados Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).

A PF confirmou, ainda, que Renata Marotta, ex-conselheira da Funcef, o fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, também esteve em sua sede em São Paulo. Nesta segunda, a Polícia Federal realiza busca e apreensão na sede da Funcef, em Brasília.

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Além deste, os fundos Petros, dos funcionários da Petrobras, Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, e Postalis, dos Correios, também são alvos da investigação.

Medidas judiciais foram autorizadas pela 10ª Vara Federal, em Brasília, e estão sendo cumpridas no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio de Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas. Ao todo, são sete mandados de prisão temporária, 33 de condução coercitiva e 110 de busca e apreensão.

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil que é um dos alvos da operação Greenfield deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (5) afirma que possui um "modelo de governança maduro e transparente" e que reforçou seu "compromisso com o aprimoramento do sistema de Previdência Complementar Fechado". Após a operação realizada pela PF, a Previ frisou que "toda a documentação requerida foi disponibilizada".

"A Previ possui um modelo de governança maduro e transparente, um corpo técnico qualificado e as decisões de investimento são pautadas por políticas e diretrizes bem definidas, que sempre buscam a remuneração adequada do capital no longo prazo. É importante lembrar que todas as decisões são colegiadas, pautadas em análises técnicas", diz o fundo por meio de nota.

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No mesmo documento, o fundo destaca que no âmbito da CPI dos fundos de pensão, concluída recentemente, "o relatório final da investigação confirmou a boa governança" do fundo. E completa que "nenhum dirigente ou executivo da entidade estava entre as pessoas indiciadas pela comissão, assim como qualquer constatação de irregularidades do fundo."

Por fim, a Previ se colocou à disposição da Justiça e das instituições brasileiras para prestar esclarecimentos. "A entidade segue confiante na solvência e liquidez de seus planos e firme na sua missão de pagar benefícios aos seus mais de 200 mil associados."

A operação desta segunda-feira é uma ação conjunta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

O objetivo do trabalho é apurar crimes de gestão temerária e fraudulenta cometidos contra Funcef, Petros, Previ e Postalis. O trabalho conta com a colaboração do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Caixa.

O Santander Brasil informou que as investigações da Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira, 5, pela Polícia Federal, não têm relação com o banco, mas com fundos de investimentos envolvidos, além da Sete Brasil. A PF solicitou, segundo o banco espanhol, alguns documentos relacionados aos fundos Funcef, Global, Petros, Previ e à Sete Brasil.

O Postalis informou nesta segunda-feira, 5, que se colocou à disposição das autoridades e "tem todo interesse que os fatos investigados sejam esclarecidos com celeridade". O fundo de pensão dos funcionários dos Correios, juntamente com Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (da Petrobras) e Funcef (da Caixa Econômica Federal) são alvo da Operação Greenfield, comandada pela PF.

"Devido à operação, alguns serviços poderão estar indisponíveis ao longo do dia. Os Núcleos Regionais Postalis - NRP estão funcionando normalmente", destaca o Postalis. A fundação disse ainda, em nota ao Broadcast, que após tomar ciência dos detalhes da investigação, fará novo pronunciamento.

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A Wtorre publicou nota sobre a Operação Greenfield, da PF, que apura desvios em fundos de pensão. A empresa é alvo da ação e o empresário Walter Torre Junior, fundador e CEO da companhia, teria sido conduzido coercitivamente à sede da Polícia Federal em São Paulo nesta segunda-feira (5), segundo fontes.

"O Grupo WTorre vem novamente à público esclarecer que não tem negócios na esfera do Poder Público. A companhia não teve e não tem nenhuma relação direta com nenhum dos fundos de pensão citados na Operação Greenfield. A companhia e seus executivos estão, sempre que solicitados, à disposição da Justiça e demais autoridades", diz a nota.

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Os quatro fundos de pensão patrocinados por empresas estatais sob alvo da Operação Greenfield da Polícia Federal respondem por 62,6% do rombo acumulado de todo o sistema em 2015. Juntos, Funcef (fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios) registraram déficit de R$ 48,7 bilhões, diante dos R$ 77,8 bilhões de resultado negativo de todo o sistema de fundos de pensão do País. Em 2015, a Petros registrou déficit de R$ 22,6 bilhões; a Previ, R$ 16,1 bilhões; a Funcef, R$ 8,8 bilhões; e o Postalis, R$ 1,2 bilhão.

Os dados são da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão regulador do setor. O déficit acumulado de 2015 mais que dobrou em relação a 2014, o crescimento foi de 151%. De acordo com o órgão, 241 planos ficaram no vermelho em 2015. Dez planos concentram 80% do déficit de todo o sistema, sendo nove patrocinados por empresas estatais, das quais oito são federais (incluindo as entidades patrocinadas por Caixa, BB, Correios e Petrobras).

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Um plano de aposentadoria registra déficit quando os ativos não são suficientes para pagar os benefícios previstos até o último participante vivo do plano. A nova regulação não exige o equacionamento de todo o déficit. A norma em vigor permite que planos com população mais jovem tenham mais tempo para administrar os desequilíbrios.

A Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira, 5, é baseada na análise desses déficits dos fundos de pensão. A PF informou que em 8 de dez casos analisados foram realizados investimentos de forma temerária ou fraudulenta.

A Justiça bloqueou bens e ativos de pessoas físicas e jurídicas investigadas no valor de aproximadamente R$ 8 bilhões. O nome da operação, Greenfield, remete a investimentos que envolvem projetos incipientes, ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios.

A indústria dos fundos de pensão é composta por mais de 300 entidades, que administram 1.122 planos de benefício. Juntas, elas detêm mais de R$ 700 bilhões em investimentos. Do total dos planos, 393 fecharam 2015 no azul, com saldo positivo de R$ 13,8 bilhões. Outros 488 terminaram o ano em "equilíbrio técnico".

A Previc calcula em R$ 39 bilhões o valor que deve ser equacionado pelos planos a partir de 2017, o que deve exigir contribuições extras de patrocinadores, participantes e assistidos. Em relação ao déficit acumulado de 2014, as novas regras diminuíram de R$ 23 bilhões para R$ 16 bilhões o valor que tem de ser coberto pelos fundos neste ano, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.

Contexto

O resultado de 2015, segundo a Previc, reflete o "contexto econômico adverso", sobretudo para os investimentos em ações e crédito privado, relacionados ao desempenho da economia e do mercado financeiro.

O principal índice de mercado de ações de São Paulo, o Ibovespa, caiu mais de 10% em 2015. A Previc também destaca outros dois pontos: o impacto negativo da alta inflação (o índice oficial fechou 2015 em 10,67%), que corrige as reservas matemáticas e aumenta as metas nominais de rentabilidade das carteiras, e o aumento da longevidade da população.

"Sob a óptica de supervisão prudencial, a apuração dos resultados exige atenção, mas não indica comprometimento da solvência agregada do sistema, que segue sob rígido acompanhamento da Previc", diz a superintendência. No entanto, casos de fraude e má gestão motivaram a criação de uma CPI na Câmara dos Deputados, para apurar irregularidades dos fundos ligados às estatais.

Exemplo de investimento sob suspeita que reúne os maiores fundos de pensão do País é a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para a Petrobras. Previ, Petros e Funcef são sócios da companhia, que está à beira de pedir recuperação judicial. ()

Funcef

A Funcef confirmou na manhã desta segunda-feira, por meio de nota, a operação da Polícia Federal em sua sede, em Brasília, para o cumprimento de mandados judiciais. "A Fundação reitera que possui rigorosos padrões éticos em todos os investimentos e na relação com seus participantes e assistidos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados", afirma a entidade na nota.

O empreiteiro José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, foi preso nesta segunda-feira (5) na Operação Greenfield. O ex-presidente da companhia foi conduzido coercitivamente na ação que investiga desvios de R$ 8 bilhões nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis, mas ficou preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato.

Léo Pinheiro tenta uma delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. No fim de agosto, a Procuradoria-Geral da República suspendeu as negociações de delação premiada do ex-presidente da OAS.

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A determinação veio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após vazamento de informações sobre as tratativas entre o empresário e os investigadores da Lava Jato.

A revista "Veja" revelou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli é citado na proposta de delação de Pinheiro. Segundo investigadores com acesso ao caso, a informação não consta em nenhum anexo - como são chamados os documentos prévios à celebração do acordo de colaboração, nos quais o delator informa o que vai contar.

O vazamento da informação deixou Janot muito incomodado, segundo fontes ligadas à PGR. O vazamento é interpretado pela procuradoria como uma forma de pressão para concluir o acordo, que pode beneficiar Pinheiro.

A delação do empreiteiro era uma das mais complicadas desde o início da investigação, mas havia avançado após a assinatura de um acordo de confidencialidade entre as partes. As tratativas foram rompidas após a decisão de Janot.

De acordo com a reportagem da "Veja", Toffoli recorreu a uma empresa indicada por Léo Pinheiro para realizar uma obra em sua casa em Brasília. Ainda segundo a reportagem, o executivo da OAS informou que o próprio ministro teria custeado as despesas. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Toffoli disse que não possui relação de intimidade com Léo Pinheiro e que pagou pelas reformas realizadas em sua residência.

A Operação Greenfield, deflagrada nesta segunda-feira (5) contra desvios de R$ 8 bilhões no fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis, determinou o sequestro e o bloqueio de 90 imóveis, 139 automóveis, uma aeronave, além de valores em contas bancárias, cotas e ações de empresas e títulos mobiliários.

A ordem judicial, da 10ª Vara Federal, de Brasília, também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 investigados.

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A Operação Greenfield é um dos desdobramentos da investigação iniciada há um ano e meio e tem como base dez casos descobertos a partir da análise das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão.

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (5) a Operação Greenfield que investiga a "gestão temerária e fraudulenta" de quatro dos maiores fundos de pensão do país: Funcef, Petros, Previ e Postalis. A ação é conjunta da PF com o Ministério Público Federal, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc e a Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

O ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky foi conduzido de forma coercitiva - quando o investigado é levado a depor e liberado. Predtechensky foi denunciado, em julho deste ano, pela Procuradoria da República, em São Paulo. O ex-presidente do Postalis e mais sete investigados são acusados de fraude $ 465 milhões no fundo de pensão dos Correios.

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Estão sendo cumpridos mandados judiciais expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília/DF: sete de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.

A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões.

A PF aponta que a ação é ancorada em dez casos revelados a partir do exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão. Entre os casos, oito são relacionados a investimentos realizados de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações).

"Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs", informa a Federal em nota.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, previstos na lei nº 7.492/86.

Participam da operação cerca de 560 policiais federais, além de 12 inspetores da CVM, quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da Previc e sete procuradores da República.

O nome da operação faz alusão a investimentos que envolvem projetos incipientes (iniciantes, em construção), ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios. O contrário de investimentos Greenfield é o Brownfield, no qual os recursos são aportados em um empreendimento/empresa já em operação.

Com quase cinco anos de trabalho, a ONG Ação Solidária, que atua no combate à pobreza em cidades do Sertão de Pernambuco, promoverá o “Brechó Sertanejo”. O ato tem como objetivo arrecadar fundos para a construção de uma escola para crianças pobres da zona rural de Inajá.

De acordo com a vice-presidente da ONG, Lau Gomes, o brechó será realizado no Parque Dona Lindu, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, nos dias 20 e 21 deste mês. Cerca de 5 mil peças de roupa, entre novas e seminovas, poderão ser adquiridas pelo público a preços a partir de R$ 3, no horário das 9h às 17h.

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“Além de construir uma escola para os pequenos do Sertão, queremos alfabetizar os adultos. Estamos nesta luta com muita expectativa para que sejam muito positivas as vendas”, destacou Lau Gomes. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (81) 9-8826-8567 ou 9-9840-5454.

O empresário Ricardo Magro, dono da refinaria de Manguinhos, se tornou réu em processo que investiga desvio de recursos dos fundos de pensão dos Correios, o Postalis, e da Petrobras, o Petros. A Justiça acatou a denúncia contra outras 15 pessoas envolvidas no esquema, entre eles o ex-presidente do Postalis, Alexej Predtechensky, e o ex-diretor de investimentos do fundo, Adilson Florêncio da Costa, acusados de associação criminosa e crimes financeiros. A Justiça determinou a apreensão dos passaportes de dez envolvidos e estipulou fiança em valores superiores a R$ 4 milhões.

Dos 16 réus, sete já estavam detidos em prisão temporária desde o último dia 24. O ex-presidente do Postalis, Alexej Predtechensky, o ex-diretor Adilson Florencio, Márcio André Costa e Ronald Levinshohn tiveram a fiança estipulada em R$ 8,8 milhões. Já Paulo Cesar da Gama e Luiz Alfredo da Gama, sócios e fundadores da Universidade Gama Filho, administrada pelo grupo Galileo, tiveram a fiança estipulada em R$ 4,4 milhões.

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De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) do Rio, os envolvidos teriam desviado cerca de R$ 90 milhões em recursos arrecadados nos fundos de pensão para recuperar o Grupo Galileo, administrador de duas universidades particulares no Estado. A oferta de emissão de títulos da dívida, em 2011, foi feita por uma sociedade entre Márcio André Costa, proprietário do Grupo e o empresário Ricardo Magro. O negócio teria levantado R$ 81 milhões pagos pelo fundo Postalis e R$ 23 milhões pagos pela Petros.

Na avaliação dos procuradores do caso, a aquisição dos títulos pelos fundos de pensão caracteriza gestão fraudulenta. "Fica evidente que havia, um concerto de ações entre Márcio André e Adilson Florêncio, no sentido de se destinar ao Grupo Galileo recursos do Postalis, pouco importando se o investimento era seguro ou não", afirma a denúncia, assinada pelos procuradores Márcio Barra Lima e Paulo Gomes.

Também foram denunciados pela gestão fraudulenta do Postalis, o ex-presidente do fundo, Alexej Predtechensky, o ex-diretor financeiro, Ricardo Azevedo, o ex-gerente de aplicações, José Carlos Rodrigues, e a gerente de ativos, Mônica Christina Caldeira. A investigação sobre gestão fraudulenta no Petros foi desmembrada do processo pela Juíza da 5ª Vara Federal do Rio, Adriana Alves dos Santos Cruz.

De acordo com os procuradores, o investimento não tinha sido aprovado no Comitê de Investimento da Petros, mas foi executado pela diretoria executiva. "Na época, saltava aos olhos a evidente impropriedade das garantias oferecidas pelo Grupo Galileo - os recebíveis do curso de medicina. Ademais, já havia divulgação na mídia dos graves problemas financeiros pelos quais passava a Gama Filho e isso sequer é mencionado na análise realizada na Petros ou na deliberação tomada pelos denunciados", afirma a denúncia.

Nos depoimentos já colhidos, os acusados indicam que o esquema era articulado por Márcio Costa, proprietário do Grupo Galileo. Ricardo Magro disse, em depoimento, que se desfez da sociedade em março de 2011, antes da operação de venda de títulos das dívidas. Um dos principais acionistas da Refinaria de Manguinhos, Magro tem relações próximas a políticos do PMDB, como o deputado afastado Eduardo Cunha, e do PT, com sociedade com Marcelo Sereno, chefe de gabinete do ex-ministro da casa civil, José Dirceu.

Os procuradores seguem investigando o destino final dos recursos - via transferências ao exterior, doações e contratação irregular de consultorias - e avaliam possíveis relações políticas entre os acusados. Foram encontradas agendas com contatos e informações sobre os negócios, além de documentos e indícios de encontros entre os envolvidos. Entre os documentos, há indícios de que o ex-diretor de investimentos da Postalis, Adilson Florêncio, tinha conhecimento sobre a delicada situação financeira das universidades.

A operação também pediu o bloqueio de bens de 46 envolvidos, no valor total de R$ 1,3 bilhão. O levantamento dos recursos bloqueados ainda não foi concluída, mas foram apreendidos mais de 71 veículos, entre carros de luxo BMW e Mercedes Benz, e três embarcações pertencentes aos acusados. Mesmo com a falência das universidades, os fundadores mantinham extenso patrimônio de imóveis e gastos com restaurantes de luxo em viagens no exterior.

A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira, 24, sete mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão na Operação Recomeço, que investiga desvio de R$ 90 milhões dos fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, e Postalis, dos Correios. A investigação está concentrada em investimentos feitos pelos dois fundos na empresa Galileo Educacional, que teve falência decretada pela Justiça do Rio de Janeiro em maio passado.

A Galileo era controladora da Universidade Gama Filho, que encerrou as atividades em 2014. Segundo a PF, os fundos de pensão teriam adquirido cerca de R$ 100 milhões em debêntures emitidas pela Galileo para a recuperação da Gama Filho, mas os recursos não foram aplicados na universidade.

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"Quando a instituição de ensino 'quebrou', (os fundos) perderam quase todo o dinheiro aplicado, totalizando R$ 90 milhões", informou a Polícia Federal em nota distribuída nesta sexta-feira.

A suspeita, diz a PF, é de que a Galileo "teria apresentado garantias insuficientes, além de ter desviado grande parte dos recursos aportados pelos fundos, em favor de seus sócios e pessoas jurídicas, ao invés de contribuir para a manutenção e recuperação do estabelecimento de ensino".

A Polícia Federal informa que são investigados os crimes de gestão fraudulenta, desvio de recursos de instituição financeira, associação criminosa e negociação de títulos sem garantia suficiente. A Operação Recomeço envolve 60 policiais federais e foi deflagrada com o Ministério Público Federal (MPF).

Quase um ano após o conselho curador do FGTS ter autorizado a transferência de R$ 10 bilhões do fundo que aplica recursos do trabalhador em infraestrutura - e que acumula patrimônio bilionário -, o banco de fomento deve perder o direito de usar a verba. O Ministério do Trabalho e Previdência Social já avisou que, se o banco e o fundo não entrarem em acordo, o dinheiro deve ser realocado para financiar a casa própria.

Neste momento, oficialmente, o BNDES diz estar impedido de sacar os recursos porque responde a uma ação trabalhista movida pela associação dos servidores da instituição, que pede, entre outras coisas, a incorporação de cargos. Pelas regras do FI-FGTS, as empresas sócias ou financiadas pelo fundo não podem responder a ações trabalhistas vinculadas ao trabalho escravo ou terceirização ilegal - não é o caso do processo contra o BNDES.

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O banco informou, em nota, que junto com a Caixa está trabalhando na estruturação da operação, "visando chegar ao formato mais adequado".

Fontes a par das negociações para a transferência dos recursos disseram que a "desculpa da vez" do BNDES é "bem frágil" e os motivos para não ter sacado o dinheiro são outros. Antes da questão do processo trabalhista, o banco vinha colocando outros entraves técnicos para não sacar os R$ 10 bilhões. O dinheiro continua no caixa do FGTS e é aplicado em títulos públicos.

No primeiro semestre de 2015, o banco pressionou o governo a fazer a transferência porque não tinha caixa suficiente para arcar com os desembolsos de financiamento que já tinham sido acertados com concessionárias de rodovias, portos, ferrovias, aeroportos e energia. O pagamento das pedaladas fiscais, porém, reforçou os cofres do banco na passagem de 2015 para 2016 em R$ 38 bilhões.

O comitê de investimento do FI-FGTS escolheu as obras que deveriam receber os financiamentos em julho de 2015. A aprovação do colegiado vale por nove meses, período que se encerrou nesse sábado. A operação será novamente discutida entre os membros do comitê - formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores - na reunião marcada para o fim deste mês.

Para injetar esses recursos no BNDES foi preciso que o conselho curador do FGTS abrisse uma brecha na regra que impede o fundo de ter mais de 20% de todo o capital desembolsado em um mesmo grupo ou instituição. O banco ainda deve ao FI-FGTS R$ 4 bilhões dos R$ 7 bilhões dos títulos de dívida (debêntures) emitidos em 2008.

Somado o que deve com o que pegaria, a exposição do FI-FGTS ao BNDES seria de quase 27% do capital comprometido.

Logo depois que a operação foi aprovada pelo conselho curador do FGTS, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) apresentou projeto para suspender a transferência. O argumento é que o regulamento do fundo veda o repasse de recursos a instituições financeiras e bancos de desenvolvimento.

Retorno baixo

O deputado diz que a operação "tem o poder de erodir o resultado do FGTS" pelo baixo retorno estipulado - 7% ao ano mais TR (Taxa Referencial). Segundo ele, normas prudenciais importantes foram deixadas de lado, "de forma a viabilizar os anseios do governo federal, ainda que em detrimento do interesse dos trabalhadores, detentores do patrimônio do FGTS".

O questionamento da operação por órgãos de controle é o principal temor da equipe técnica do BNDES, que apresentou vários entraves para a operação. Em documento confidencial, obtido pelo Estado, a equipe técnica da Caixa Econômica Federal, administradora do FI-FGTS, também apontou fatores de risco à operação.

O primeiro é político. Como é controlado integralmente pelo governo federal, as estratégias do banco podem ser influenciadas por fatores políticos, diz a análise. O governo, porém, não atua como garantidor do endividamento assumido pelo BNDES.

"Caso o BNDES torne-se insolvente ou não tenha capacidade de honrar os seus compromissos assumidos, o FI-FGTS não poderá recorrer ao governo federal no que tange a garantias", alerta o documento. A questão é que o risco de calotes das empresas que receberiam esses R$ 10 bilhões do FI-FGTS é do BNDES, mas não há quem garanta a operação caso essas companhias não cumpram suas obrigações e o banco não tenha como cobrir o rombo.

A Caixa afirmou que não há definição de que o banco terá "recurso suficiente em caixa" para pagar as debêntures na hipótese de eventual vencimento antecipado. De acordo com o documento, a decisão do governo de não fazer mais aportes no BNDES e a obrigação de transferir os dividendos para o Tesouro podem reduzir a "disponibilidade de recursos" para cumprir suas obrigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o juro básico em 14,25% ao ano, o maior patamar em uma década, a atratividade da renda fixa permanece em alta. No mercado de fundos, porém, o que vem se destacando são carteiras que aplicam no exterior. Enquanto os de renda fixa simples tiveram retorno de 13,66% nos últimos 12 meses, os de renda fixa no exterior subiram 21,51%.

Com ações não é diferente: fundos indexados subiram 1,20% em 12 meses, enquanto os de ações no exterior ganharam 6,23%.

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"Boa parte da variação positiva até fevereiro se deveu à variação do dólar", comenta o gestor de fundos da Guide Investimentos, Erick Scott Hood. Ao investir em fundos que aplicam no exterior, pode-se optar por um gestor que faça o chamado "hedge" (protege a carteira dessas variações), ou escolher algum sem proteção. Este segundo grupo teve alto retorno, porque o dólar se valorizou 12,66% no último ano. Porém, da mesma maneira, o fundo pode perder caso a moeda caia. "Quem não quer correr o risco cambial deve ficar num fundo com hedge", diz Hood.

Além da alta da divisa americana, o desempenho das companhias lá fora ajudou. "Entre 2012 e 2015, o S&P500 (índice da Bolsa americana) quase dobrou", diz Ricardo Almeida, superintendente da Bradesco Asset Management. Quem fugiu das commodities também teve bom retorno. "A queda dos preços afetou moedas de países emergentes e ações de empresas ligadas a esses itens", diz Eduardo Levy, gestor da Rio Bravo Investimentos.

Acesso

Além do retorno elevado, a diminuição da aplicação inicial atraiu investidores. A captação da categoria "Ações Investimento no Exterior" está em R$ 1 bilhão em 12 meses.

A instrução 555 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) extinguiu a exigência de aplicação inicial de R$ 1 milhão. Ainda é preciso ser qualificado (ter R$ 1 milhão ou mais em ativos), mas há fundos com aplicação inicial de R$ 10 mil. A percepção, porém, é de que tais produtos ainda não são tão acessíveis ao público de varejo.

Se tiver pouco dinheiro, o investidor pode optar por multimercados macro. A regra da CVM aumentou de 10% para 20% o limite que esses fundos podem alocar em ativos do exterior ou em fundos que sigam esta estratégia. Para analistas, a volatilidade tende a ser maior, já que fundos macro estão sujeitos tanto à oscilação dos ativos no exterior quanto no Brasil, uma vez que 80% da carteira está em ativos nacionais.

"Antes de investir, deve-se ter em mente o quanto é suportável perder dinheiro", diz Hudson Bessa, gerente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ação da Equatorial Energia chegaram a entrar em leilão na quarta-feira, 2, às 17 horas, na BM&FBovespa. A corretora do BTG Pactual foi a responsável pela movimentação (tanto de compra quanto de venda). Segundo operadores consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o leilão pode estar relacionado aos saques que os fundos de investimentos do BTG vêm enfrentando.

O fundo BTG Pactual Absoluto Master tinha, em agosto, 6,7% de seu patrimônio líquido alocado em ações da Equatorial, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Outro papel que pode ter sido afetado ontem pela movimentação dos fundos do BTG é o da Lojas Renner, considerada um dos poucos negócios resilientes no setor de varejo. Quase 11% do patrimônio do mesmo fundo estaria em ações da companhia.

Na quarta, as ações da Renner caíram quase 3%, enquanto as da Equatorial cederam 0,75%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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