Tópicos | geleira

Quase 200 pessoas estavam desaparecidas no norte da Índia neste domingo (7) depois que um enorme fragmento de uma geleira do Himalaia caiu em um rio, o que provocou uma forte torrente que inundou duas centrais elétricas e destruiu pontes e estradas.

Até o momento sete corpos foram encontrados e uma operação de emergência teve início para tentar resgatar 17 pessoas que estão retidas em um túnel, informou o chefe de polícia do estado de Uttarakhand.

A grande correnteza atravessou o vale do rio Dhauliganga, destruindo tudo o que encontrou em seu caminho, de acordo com vídeos feitos por moradores da região aterrorizados.

"Subia uma nuvem de poeira à medida que a água avançava. O chão sacudia como em um terremoto", afirmou Om Agarwal, morador da região, a um canal de televisão.

A maioria dos desaparecidos são funcionários de duas centrais de energia elétrica devastadas pela correnteza, provocada pela queda de um fragmento gigantesco de geleira da encosta de uma montanha, informou o chefe de polícia, Ashok Kumar.

"Havia 50 trabalhadores na central de Rishi Ganga e não temos nenhuma informação sobre eles. Outros 150 trabalhadores estavam em Tapovan", completou.

"Quase 20 estão retidos em um túnel. Estamos tentando chegar até eles", disse.

Com a estrada principal completamente arrasada, o túnel ficou tomado por lama e pedras, o que obrigou as equipes de emergência a descer por uma ladeira com cordas para ter acesso ao local.

Centenas de funcionários das equipes de resgate, com o apoio de helicópteros e aviões, foram enviados à região.

As autoridades foram obrigadas a esvaziar as represas para deter a inundação, cujas águas chegaram ao Ganges. Os moradores foram proibidos de se aproximar das margens do rio sagrado.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, informou que está monitorando a operação de resgate.

"A Índia apoia a população de Uttarakhand e a nação inteira reza pela segurança de todos nesta região", escreveu no no Twitter.

Quatorze geleiras estão sobre o rio no Parque Nacional Nanda Devi, objeto de estudos científicos por causa dos crescentes temores a respeito da mudança climática e do desmatamento.

"As avalanches são fenômenos comuns na bacia hidrográfica", afirmou à AFP M.P.S. Bisht, diretor do Uttarakhand Space Application Centre.

As inundações devastadoras provocadas pelas monções em Uttarakhand em 2013 deixaram mais de 6.000 mortos, o que provocou uma revisão dos planos de desenvolvimento no estado, em particular em áreas isoladas como as próximas à represa Rishi Ganga.

Uma Bharti, ex-ministra de Recursos Hídricos, afirmou que quando integrava o governo havia solicitado a paralisação dos projetos hidrelétricos em zonas "sensíveis" do Himalaia, como o Ganges e seus afluentes.

Vimlendhu Jha, fundador da ONG ecologista Swechha, afirmou que o desastre é uma "recordação sombria" dos efeitos da mudança climática e do "desenvolvimento aleatório de estradas, ferrovias e centrais elétricas em zonas ecologicamente sensíveis".

"Os ativistas e os habitantes são constantemente contrários aos grandes projetos no vale do rio", disse.

Ao menos três pessoas morreram e 150 estão desaparecidas após o rompimento de uma geleira no Himalaia que provocou a cheia repentina de um rio na região norte da Índia, informou a polícia.

"Localizamos ao menos três corpos no leito do rio. O balanço atualizado registra 150 desaparecidos. Além disso, 16 ou 17 pessoas estão bloqueadas em um túnel", declarou à AFP o porta-voz da polícia do estado de Uttarakhand.

Um setor da geleira se rompeu e deslizou para o rio Dhauliganga. O aumento repentino das águas arrasou tudo o que encontrou em seu caminho neste vale estreito, incluindo uma barragem, pontes e estradas, de acordo com imagens feitas por moradores da região aterrorizados.

A maioria dos 150 desaparecidos é funcionários da hidrelétrica de Tapovan, perto de uma barragem que foi atingida pela inundação.

As equipes de resgate trabalhavam contra o tempo para evacuar dezenas de vilarejos da região e chegar ao túnel com pelo menos 16 pessoas retidas.

Uttarakhand é um estado indiano localizado no Himalaia e onde nasce o rio Ganges. Muitos vilarejos que estão sendo evacuados ficam nas colinas com vista para o rio, que é um afluente do Ganges.

As autoridades esvaziaram duas represas como medida de precaução para evitar que as águas turbulentas provocassem a cheia do Ganges nas cidades de Rishikesh e Haridwar. Também proibiram que os moradores das duas cidades se aproximem das margens do rio sagrado.

"A Índia apoia a população de Uttarakhand e a nação reza pela segurança de todos nesta região", afirmou o primeiro-ministro Narendra Modi no Twitter.

Um campo de gelo com 12 mil quilômetros quadrados rompeu-se em dois pedaços na região da Patagônia, no Chile. Novas fraturas na geleira devem se tornar mais frequentes como consequência de mudanças climática, segundo um time de cientistas chilenos.

Temperaturas crescentes ao longo da Cordilheira dos Andes resultaram em menor quantidade de neve e gelo para manter as geleiras da região, segundo Gino Casassa, chefe da Divisão de Neve e Geleiras na Direção Geral de Águas, órgão do governo chileno. "O que ocorreu foi uma fratura pois o gelo retraiu", disse Casassa.

##RECOMENDA##

O pedaço de gelo que se soltou da geleira principal é de aproximadamente 208 quilômetros quadrados. Segundo Casassa, que foi com a equipe de cientistas à região em março deste ano, isso pode ser um sinal do que virá pela frente.

O campo de gelo, afirmou, está agora "partido em dois e, provavelmente, descobriremos novas rachaduras ao sul".

Dois icebergs se soltaram da Geleira Cinza, no sul do Parque Nacional Torres del Paine no Chile. Os cientistas temem que essas rupturas possam se tornar mais frequentes.

Os corpos de um casal que passou 75 anos desaparecido foram encontrados congelados em uma geleira. Segundo nota da polícia de Valais, a descoberta dos corpos de Marcelin e Francine Dumoulin foi realizada na última semana, na geleira de Diablerets, no sudoeste da Suíça. 

Eles teriam sido encontrados por um trabalhador, a uma altitude de 2.165 metros, com os documentos de identidade e demais pertences intactos. Ambos estavam vestidos com roupas típicas do período da Segunda Grande Guerra quando foram encontrados.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

O casal desapareceu em 1942, quando Marcelin Dumoulin tinha 40 anos e sua esposa, Francine, 37. Eles tiveram sete filhos, os quais, de acordo com a mídia local, se separaram após o sumiço dos pais. A filha mais nova, Marceline Udry-Dumoulin, agora com 79 anos, afirmou sentir uma "calma profunda" depois de tantos anos sem ter notícias e sabendo que agora pode proporcionar o funeral que ambos merecem. 

Cientistas verificaram que um dos maiores icebergs do mundo, localizado na Antártida, pode se desprender a qualquer momento. Uma rachadura na plataforma de gelo Larsen C cresceu e agora apenas 20 km de gelo seguram o bloco de 5 mil km².

As plataformas de gelo da Antártida são as porções que flutuam sobre a água, de acordo com a Nasa. A Larsen C é a maior plataforma de gelo no norte da Antártida. 

##RECOMENDA##

Segundo a BBC, os cientistas já acompanham a rachadura por muitos anos. Ela começou a ser observada mais atentamente após colapsos das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002. Já em 2016, os pesquisadores alertaram que a rachadura em Larsen C aumentava rapidamente.

No final do ano, entretanto, o ritmo da rachadura cresceu e avançou 18 km em duas semanas. "Se o iceberg não se desprender nos próximos meses, ficarei espantado", disse à reportagem da BBC Adria Luckman, responsável pela pesquisa.

Para os estudiosos, a causa do fenômeno não é climático, mas geográfico. Acredita-se que o aquecimento global tenha acelerado a provável ruptura do iceberg. 

Conforme a Nasa, como o iceberg vai flutuar, não contribuirá diretamente com o aumento do nível do mar. Novas rupturas podem ocorrer, entretanto, e geleiras que forem ao mar e derreter aumentarão diretamente o nível do mar.

A geleira Totten, que derrete rapidamente no lado leste da Antártica, poderá elevar os oceanos em até dois metros e é possível que ultrapasse, em breve, um "ponto crítico" sem retorno - alertaram pesquisadores nesta quarta-feira (18).

Até agora, os cientistas se preocupavam, principalmente, com as plataformas de gelo da Groenlândia e do oeste da Antártica como perigosos gatilhos da elevação do nível dos oceanos. Esse novo estudo, que se segue a outro já feito pela mesma equipe, identificou uma terceira grande ameaça a centenas de milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras ao redor do mundo.

##RECOMENDA##

"Eu prevejo que, antes do final do século, as grandes cidades globais do nosso planeta perto do mar terão proteção contra o mar de 2 a 3 metros de altura a seu redor", afirmou o codiretor do Grantham Institute e do Departamento de Engenharia e Ciências da Terra na Imperial College London, Martin Siegert, autor sênior do estudo.

No último ano, Siegert e seus colegas revelaram que uma parte da geleira Totten está sendo erodida pela aquecida água do mar, que chega ao local após percorrer centenas de quilômetros.

Publicado na Nature, esse novo estudo usou dados de satélite para mapear contornos geológicos escondidos da região. Os especialistas encontraram evidências de que a Totten também derreteu em um outro período de aquecimento global natural há alguns milhões de anos - um possível teste para o que está acontecendo hoje.

"No Plioceno, as temperaturas eram 2ºC mais altas do que são agora, e os níveis de CO2 na atmosfera eram de 400 ppm (partes por milhão)", lembrou Siegert. Nesse período, os níveis do mar atingiram picos de mais de 20 metros de elevação, em relação aos dias atuais.

"Estamos em 400 ppm agora e, se não fizermos nada sobre a mudança climática, também vamos ter um aquecimento de mais 2ºC também", acrescentou. "Essas são questões que temos de resolver na nossa sociedade hoje", declarou Siegert por telefone, insistindo em que "elas são urgentes agora".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando