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Centenas de pessoas em Londres desafiaram neste domingo as restrições de saúde da pandemia e manifestaram-se perto da embaixada dos Estados Unidos para protestar contra a morte de um cidadão americano negro nas mãos da polícia.

Os manifestantes cantaram "sem justiça, sem paz" e exibiam cartazes com a inscrição "Black Lives Matter", uma das frases mais ouvidas em protestos nos Estados Unidos após a morte de George Floyd na segunda-feira durante sua prisão em Minneapolis.

Centenas de pessoas haviam se reunido anteriormente na Trafalgar Square, no centro de Londres, em memória dos afro-americanos mortos.

Os presentes se ajoelharam por nove minutos, tempo que um policial pressionou o pescoço de Floyd com o joelho.

Embora muitos manifestantes usassem máscaras, era difícil respeitar a distância social imposta para conter a pandemia do novo coronavírus.

Um dos advogados de Kellie Chauvin, esposa do policial Derek Chauvin, abriu um processo de divórcio, de acordo com um comunicado do escritório de direito da família, informou a CNN americana. Na sexta-feira (29), o agente foi preso e acusado de homicídio culposo pela morte de George Floyd, em Minneapolis, nos Estados Unidos.

"Hoje à noite conversei com Kellie Chauvin e sua família. Ela está arrasada com a morte de Floyd e sua maior consternação está com sua família, com seus entes queridos e com todos que estão sofrendo com essa tragédia. Ela pediu a dissolução de seu casamento com Derek Chauvin", afirmou o comunicado.

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Ainda segundo o advogado, embora Chauvin não tenha filhos de seu casamento atual, Kellie pediu respeitosamente que os filhos dela, seus pais idosos e sua família recebam segurança e privacidade "durante esse período difícil".

Derek Chauvin foi preso na sexta-feira e acusado de assassinato em terceiro grau de morte imprudente pela morte de George Floyd. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A pena para o crime é de até 25 anos de prisão.

O policial aparece em um vídeo ajoelhando sobre o pescoço de Floyd, que está algemado e morre após a abordagem.

Foto: DARNELLA FRAZIER/FACEBOOK/DARNELLA FRAZIER/AFP

George Floyd, o americano negro que morreu esta semana asfixiado após um policial branco colocar o joelho em seu pescoço enquanto estava imobilizado deitado no chão, era uma alma generosa que havia deixado Houston para começar uma nova vida em Minnesota, onde perdeu o emprego durante a crise do coronavírus.

"Todo mundo amava meu irmão", disse Philonese Floyd na quinta-feira, um dia após a morte de George Floyd, que provocou protestos em massa e novas alegações de racismo nos Estados Unidos. "Ele era um bom gigante", disse Philonese à CNN. "Não maltratava ninguém".

Depois de se mudar para o norte em busca de um emprego como caminhoneiro, trabalhava como segurança no restaurante Conga Latin Bistro, que fechou durante a ordem de confinamento em Minnesota. 

"Ele nos mantinha seguros lá, sabia?", declarou Luz María González, frequentadora daquele restaurante, à Rádio Pública Nacional. "No fim da noite, ele dizia: 'Ei Luz, vou esperar contigo até que você pegue seu táxi.'"

Outras pessoas próximas a Floyd alegam que ele estava tentando ter uma vida melhor. "Queria fazer algo de impacto global", disse à emissora de televisão KPRC em Houston, Jonathan Veal, amigo de Floyd desde a sexta série no Instituto Jack Yates.

Floyd, imponente em seus dois metros de altura, foi jogador de destaque de basquete e futebol americano e artista de hip-hop. Mas decidiu sair de Houston porque estava tendo problemas para encontrar trabalho.

Veal disse que falou com Floyd pela última vez em janeiro, numa troca de mensagens de texto. "Há algumas coisas que preciso esclarecer para meus meninos", escreveu Floyd a Veal. "Minha fé está voltando para onde deveria estar."

Mas em 25 de maio, depois de nove minutos de agonia gravada em vídeo, ele morreu sob a pressão do joelho de um policial no pescoço, e ficou jogado na rua, desarmado e algemado.

"Por favor, por favor, não consigo respirar", implora Floyd ao policial, num apelo que é possível ouvir no vídeo que viralizou. A polícia o identificou como suspeito em um caso de falsificação em um supermercado. Um funcionário ligou para o 911 na segunda-feira depois que Floyd supostamente comprou cigarros com dinheiro falso.

- 'Mudando sua vida' -

Bridgett Floyd disse que seu irmão não era perfeito, embora seja "de partir o coração" que ele tenha sido morto pela polícia. "Foi exatamente o que eles fizeram", disse à NBC News. "Eles mataram meu irmão. Ele estava gritando por socorro."

Quatro policiais foram demitidos por este incidente. Um deles, Derek Chauvin, foi preso na sexta-feira (29) e acusado de assassinato em terceiro grau. A namorada de Floyd, Courtney Ross, afirmou que ele era uma luz brilhante na comunidade.

"Ele não passava de um anjo que foi enviado à Terra", declarou à CBS News. "E nós o demonizamos e o matamos." Floyd tinha dois filhos. Roxie Washington, mãe de sua filha de seis anos, que vive em Houston, o descreveu como um pai dedicado.

"As pessoas estavam erradas sobre ele porque ele era tão grande que sempre pensavam que ele era um lutador", afirmou Washington, de acordo com o Houston Chronicle. "Mas ele era uma pessoa adorável ... E ele amava a filha."

Stephen Jackson, um dos velhos amigos de Floyd, tornou-se uma estrela do basquete da NBA, mas Floyd nunca deixou isso mudar sua amizade. "Nos considerávamos gêmeos", afirmou emocionado Jackson em um vídeo publicado no Instagram.

"Ele estava mudando sua vida", ela se mudou para Minnesota para trabalhar e sustentar seus filhos, acrescentou Jackson. "Meu amigo estava fazendo o que deveria fazer, cara, e todos vocês chegam e matam meu irmão."

A morte do americano George Floyd, asfixiado pelo agora ex-policial de Mineápolis Derek Chauvin, repercutiu nas ruas da cidade e também entre os mais famosos. Atletas de todo o mundo repudiaram e criticaram o ato considerado racista que tirou a vida de um homem afro-americano. Ex-jogador da NFL conhecido pela seu ativismo pela luta racial, Colin Kaepernick, garantiu nesta sexta-feira (29) que pagará advogados dos manifestantes. 

“Na luta pela libertação, sempre há retaliação. Nós devemos proteger nossos combatentes da liberdade. Iniciamos uma iniciativa de defesa legal para dar representação legal aos Freedom Fighters em Minneapolis, pagos por Know Your Rights Cam”. O movimento criado pelo ex jogador luta pela "libertação do povo negro", como diz a descrição.

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Giovanna Ewbank fez uma postagem emocionada sobre a morte do americano George Floyd - asfixiado por um policial durante uma abordagem, em Minneapolis (EUA) - e se posicionou contra o racismo. Com fotos dos protestos motivados pelo crime, a apresentadora se mostrou chocada com os efeitos que o preconceito contra a população negra ainda causa em todo o mundo. 

A apresentadora publicou, em seu perfil no Instagram, um longo texto demonstrando sua revolta pelo acontecido. Ela também relacionou o caso do americano à morte do adolescente brasileiro João Pedro, baleado em uma comunidade do Rio de Janeiro também durante abordagem policial. “Não tem como engolir, não tem como digerir, NÃO TEM COMO ACEITAR! E o mais triste é que a história só se repete. Todos os dias e em todo o mundo”.

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Ewbank também mencionou os protestos que estão acontecendo em Minneapolis por conta da morte de Floyd e se posicionou absolutamente contra o racismo. “A reação da população negra em Minneapolis é fruto de décadas e mais décadas de abusos e opressão. E É ISSO, NÃO PODEMOS MAIS ACEITAR! Que toda essa dor sirva para criar uma nova consciência. Façamos NÓS! LUTEMOS NÓS! RACISTAS NÃO PASSARÃO”. 

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Desde a morte de um homem negro em Minneapolis até um incidente racista no Central Park, as câmeras de celular são cada vez mais usadas como armas contra o racismo, mesmo que a justiça nem sempre ocorra depois.

Aconteceu com George Floyd, asfixiado na segunda-feira (25) durante sua prisão em Minneapolis, e com Christian Cooper, falsamente acusado no mesmo dia de ameaçar a vida de uma mulher branca no Central Park, em Nova York.

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Ambos eram negros, como Ahmaud Arbery, que morreu em fevereiro após ser baleado por moradores brancos no bairro onde havia apenas saído para correr, na Geórgia.

Desde o espancamento de Rodney King pela polícia de Los Angeles, filmado por um cinegrafista amador em 1991, o racismo cotidiano nos Estados Unidos é documentado regularmente em vídeos.

Mas, há alguns anos, a gravação desses incidentes se tornou mais sistemática.

"A triste realidade é que o que aconteceu com George Floyd, Ahmaud Arbery e Christian Cooper acontece com os negros americanos há gerações", tuitou a senadora Kamala Harris, que é negra e foi candidata às primárias democratas.

"Os celulares só tornaram mais visível", completou.

Os vídeos "lembram que, onde quer que estejam, as pessoas de cor são vulneráveis", afirmou a diretora do Centro de Estudos de Relações Raciais da Universidade da Flórida, Katheryn Russell-Brown.

A generalização das minicâmeras carregadas pelos próprios policiais em serviço durante a última década deu origem à esperança de uma grande mudança.

Após os primeiros estudos com resultados satisfatórios, porém, trabalhos mais recentes e aprofundados mostram que "na maioria dos casos, as câmeras não causam o desejável abandono da força", explicou o pesquisador Daniel Lawrence, do Urban Institute.

Muitos serviços policiais autorizam os agentes a apagar esses registros à vontade, e alguns foram acusados de fazer edições antes de divulgar as imagens publicamente.

- "É suficiente?" -

A gravação de um incidente parece ser cada vez mais uma ferramenta decisiva, cujo efeito rapidamente se multiplica pelas redes sociais.

"Se não houvesse um vídeo, teríamos acreditado nas testemunhas que viram o ocorrido e pediram aos policiais que parassem?", questionou o diretor do Centro de Pesquisa Antirracista da American University, Ibram Kendi, à rádio Democracy Now.

Embora seja poderosa, essa forma de justiça não deve ser confundida com aquela aplicada pela lei, alertou Russell-Brown, que lembra que calúnia é crime.

Surpreendida com a rapidez com a qual quatro policiais envolvidos no caso de George Floyd foram demitidos, ele apontou, porém, que a justiça não foi feita.

"Foram demitidos. Isso é o suficiente? Não", disse. "Uma pessoa está morta. Agora queremos que o sistema judicial faça o seu trabalho", frisou.

A situação gerou diversas manifestações e noites de violência em Minneapolis. Investigações locais e federais estão em curso, mas sem acusações até o momento.

O repórter da emissora norte-americana "CNN" Omar Jimenez foi preso enquanto fazia a cobertura ao vivo dos protestos pela morte de George Floyd em Minneapolis nesta sexta-feira (29).

Apesar de se identificar e de não receber nenhuma ordem policial, o jornalista - que é negro - foi algemado e levado pelos agentes.

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Nas imagens disponibilizadas pela emissora, Jimenez aparece parado em frente a um cordão policial. Após uma pessoa tentar invadir a área isolada, é possível ouvir ele falando. "Nós podemos nos mover para trás se vocês quiserem. Nós estamos ao vivo neste momento. O que vocês quiserem, nós vamos fazer. Só nos avise, que nós faremos", diz o repórter.

Quando a câmera volta a enquadrá-lo na imagem, é possível ver um agente segurando o braço do jornalista e que ele está com um crachá de identificação da "CNN" em mãos. Então, Jimenez começa a explicar que eles estão na área para mostrar os estragos dos protestos e, de repente, ele ouve uma ordem do policial.

"Desculpe. O que você disse? Então, ele disse que estou sendo detido. Por que estou sendo preso?", diz o jornalista, mas não é possível ouvir a resposta. Nesse momento, ele é levado pelos policiais. Segundo a "CNN", também o produtor e o cinegrafista foram algemados e levados à delegacia.

Cerca de uma hora após a detenção, a equipe foi liberada pelos policiais. Ao retornar em frente as câmeras, Jimenez afirmou que "vocês viram o que aconteceu. O país viu o que aconteceu. Nós estamos vendo o que está acontecendo nessa semana".

A emissora informou que o presidente da empresa, Jeff Zucker, conversou com o governador de Minnesota, Tim Walz, e o político apresentou um "profundo pedido de desculpas" pelo que aconteceu e disse que estava trabalhando naquele momento para a libertação do grupo. Para Walz, "as prisões são 'inaceitáveis', e que a CNN tinha o direito de estar lá cobrindo" os protestos.

Os apresentadores e especialistas ouvidos pelo canal condenaram a ação e disseram se tratar de uma violação dos direitos constitucionais dos norte-americanos.

A morte de Floyd vem gerando protestos por três dias consecutivos em Minneapolis e também em outras cidades do país.

O homem negro de 46 anos foi morto por policiais brancos que, mesmo após ouvir apelos da vítima de não conseguir mais respirar, não diminuíram a intensidade do ato. Floyd morreu após um policial ficar com o joelho em seu pescoço por cerca de 10 minutos e a morte voltou a elevar o tom sobre o racismo dos agentes contra a comunidade negra do país. 

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Da Ansa

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Na terceira noite de protestos pelo assassinato de George Floyd, na noite desta quinta-feira (28), manifestantes incendiaram uma delegacia. O homem negro, de 46 anos, não resistiu ao ser asfixiado por um policial de Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos.

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Milhares de manifestantes derrubaram as barreiras de proteção do edifício e quebraram janelas. Os policiais em serviço precisaram sair do local, por volta das 22h. Nos atos anteriores, saques a lojas e estabelecimentos incendiados já havia sido registrado.

O governador de Minnesota, Tim Walz, assinou um decreto permitindo a intervenção da Guarda Nacional e o envio de 200 policiais e helicópteros.

Em alerta para novas manifestações, as autoridades garantiram a investigação do caso. "A morte de George Floyd deve trazer justiça e reformas fundamentais, sem mais mortes e destruição", afirma parte do comunicado feito por Walz.

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