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Juninho Pernambucano, em entrevista ao jornal inglês The Guardian, teceu críticas ao governo Bolsonaro, a Neymar e disse que não fala com cerca de 80% a 90% de sua família por divergências políticas. "Bolsonaro é um filho do WhatsApp e fake news", disse.

O ex-atleta criticou as medidas de combate ao novo coronavírus tomadas pelo governo federal. "Eu sinto uma profunda tristeza. Desespero. Estamos fazendo tudo errado, indo contra tudo que o resto do mundo está fazendo. sou brasileiro, eu sei que somos um país pobre e nosso povo precisa trabalhar, mas isso é uma questão de vida. Se tivéssemos um lockdown, poderíamos estar perto do fim disso, mas não, é desesperador ver nosso país agora", afirmou.

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Atual dirigente do Lyon e residindo na França, Juninho  declarou que não está mais em contato com 80% a 90% de sua família por causa de desentendimentos sobre a política de Bolsonaro. "As pessoas que apoiavam Bolsonaro eram maioria e foi minha decisão me afastar delas. Eu sei que alguns estão se arrependendo de suas decisões agora. Eles acreditavam que Bolsonaro era a única opção."

"Bolsonaro é o resultado de um juiz orgulhoso como Moro no caso de Lula, uma cultura de ódio contra o Partido dos Trabalhadores e notícias falsas", completou.

Juninho disse que o Twitter, Facebook e WhatsApp decidiram a eleição no Brasil. O ex-jogador relatou que denuncia fake news constantemente. "Observe quantos canais de extrema-direita existem no YouTube. Eles ganham muito dinheiro para espalhar fake news, mas eles são autorizados pelo YouTube. Eu denuncio quase todo dia, mas eu raramente recebo uma resposta."

Na entrevista, Juninho também falou sobre a violência contra jovens negros na periferia no país. "Há milhares de George Floyds no Brasil e milhares de outros que têm sofrido em silêncio e nós não sabemos". A frase foi uma referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que disse não haver casos no Brasil como o de George Floyd, homem negro que morreu em abordagem policial nos Estados Unidos. "É desumano dizer que nós não temos George Floyds no Brasil. Os tiroteios acontecem todo dia. Gays são perseguidos também e essa é uma das coisas que mais fazem eu me irritar com apoiadores de Bolsonaro. No entanto, ninguém pode vencer o tempo. Algum dia todos descobrirão quem você realmente é."

O ex-atleta criticou Neymar e fez um paralelo entre o jogador e a sociedade brasileira, que seria gananciosa. "Ele foi para o PSG apenas por causa de dinheiro. O PSG deu tudo a ele, tudo que ele queria, e agora ele quer sair antes do fim do contrato. Mas agora é hora de devolver, de demonstrar gratidão. É uma troca. Neymar precisa dar tudo que ele pode no campo, mostrar dedicação total, responsabilidade e liderança. O problema é que o establishment no Brasil tem a cultura de ganância e sempre quer mais dinheiro. Isso é o que nos foi ensinado e o que nós aprendemos."

Ele continuou: "Eu preciso diferenciar entre Neymar como um jogador e Neymar como pessoa. Como jogador, ele está no top 3 do mundo, no mesmo nível de Cristiano Ronaldo e Leo Messi. Ele é rápido, forte, pode fazer gol e assistência como um verdadeiro número 10. Mas como pessoa, eu penso que ele é culpado porque precisa se questionar e crescer. No momento, porém, ele está fazendo o que a vida ensinou ele a fazer."

Manifestantes demoliram no último sábado (4) uma estátua de Cristóvão Colombo, considerado o descobridor do continente americano, na cidade de Baltimore, na costa leste dos Estados Unidos, em um novo episódio da onda de ataques a monumentos ou estátuas de figuras históricas ligadas à escravidão e ao colonialismo.

A estátua de Colombo localizada no bairro de Litte, em Baltimore, foi derrubada com a ajuda de cordas, de acordo com imagens divulgadas no site do jornal Baltimore Sun. A imagem é o mais recente monumento nos EUA a cair este ano durante o acerto de contas nacional sobre racismo e violência policial que também derrubou estátuas de figuras e escravos confederados em todo o país.

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Desde 25 de maio, quando começaram os protestos pela morte do afro-americano George Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, os manifestantes demoliram inúmeras estátuas de personagens ligados à história colonial ou à discriminação.

Estátuas entraram na mira após protestos antirracistas

Em manifestações antirracistas que acontecem em diferentes países desde o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, esses marcos não têm passado ilesos pelas multidões que caminham nas ruas onde estão instalados, como a escultura do traficante de escravos Edward Colston, derrubada, arrastada e jogada em um rio por manifestantes de Bristol, na Inglaterra.

Outro exemplo foi a estátua de Cristóvão Colombo decapitada em um protesto em Boston, nos EUA; em Londres, onde o nome entalhado em um pedestal de Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido nas décadas de 1940 e 1950, ganhou o complemento 'era racista'.

No dia 22 de junho, um grupo de manifestantes tentou derrubar a estátua de Andrew Jackson, sétimo presidente dos Estados Unidos, perto da Casa Branca.

Mais recentemente, o Museu de História Natural, em Nova York, anunciou que vai retirar a homenagem ao ex-presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, que fica na frente da entrada principal do prédio. A figura do ex-presidente está acompanhada de um homem negro e um homem indígena, o que sinaliza a discriminações estruturais no país.

Eventos semelhantes também ocorreram em outros países, particularmente no Reino Unido

No dia 7 de junho, os manifestantes derrubaram uma estátua de bronze de Edward Colston, um negociante de escravos do século 17, em Bristol, Inglaterra. A imagem de bronze foi jogada no porto de Bristol durante protestos contra o passado colonial e em solidariedade ao movimento dos EUA.

Em 9 de junho, uma estátua de Robert Milligan, outro comerciante de escravos, do século 18, foi removida de seu pedestal, diante do Museu de London Docklands, depois que as autoridades decidiram que não era mais aceitável para a comunidade. Ela estava no centro das atenções depois que os manifestantes derrubaram a de Colston.

Estátua do rei Leopoldo II foi vandalizada na Bélgica

Na Bélgica, a cidade de Antuérpia (norte) retirou uma estátua vandalizada do rei Leopoldo II, polêmico personagem do passado colonial do país. "A estátua foi severamente vandalizada na semana passada e será restaurada pelo Museu de Escultura ao Ar Livre de Middelheim", anunciou o porta-voz do burgomestre da Antuérpia, Johan Vermant.

Um grupo chamado "Vamos reparar a história" exige a retirada do espaço público, em Bruxelas, de todas as estátuas de Leopoldo II. Os signatários dessa petição acusam o ex-monarca de ter "exterminado" milhões de congoleses.

EUA criam 'força especial' para proteger monumentos de protestos antirracismo

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou na última quarta-feira, 1º, a criação de uma nova força especial para proteger monumentos históricos no país. A medida foi tomada depois da depredação e vandalização de estátuas ligadas ao passado escravagista.

Em um comunicado, o secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, disse estar destacando "equipes de mobilização rápida" em todo país para proteger monumentos e estátuas durante o 4 de Julho, feriado nacional pelo Dia da Independência.

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O conselho da cidade de Los Angeles aprovou nesta quarta-feira (1°) um corte orçamentário da polícia de 150 milhões de dólares, acatando demandas dos protestos antirracistas após a morte do afro-americano George Floyd por um policial branco em maio.

A medida foi aprovada por 12 votos a 2 e grande parte do dinheiro economizado será destinado a investimentos em áreas desfavorecidas e programas sociais para minorias étnicas.

"Este é um passo adiante que apoiará as minorias e lhes dará respeito, dignidade e a igualdade de oportunidades que merecem", disse Curren Price, o único membro negro do comitê de orçamento da cidade.

Com este orçamento, a polícia de Los Angeles, cidade de 4 milhões de habitantes, terá seu efetivo reduzido a menos de 10.000 agentes no próximo verão, seu menor nível desde 2008, reportou o jornal Los Angeles Times.

No total, o orçamento do departamento de polícia (LAPD) era de 1,86 bilhão de dólares antes do corte, de um orçamento municipal de 10,5 bilhões de dólares.

A medida foi uma resposta aos apelos por reforma e redução do financiamento das forças de ordem, feitos nos protestos do movimento #BlackLivesMatter (vidas negras importam), que se seguiram à morte de Floyd, um homem negro que morreu asfixiado por um policial branco em Minneapolis em 25 de maio.

"Quero saudar os organizadores do Black Lives Matter em Los Angeles e outros por manterem a pressão e exigirem mais das nossas instituições", disse Price, sustentando que a reforma "não teria ocorrido sem os seus esforços".

Em todo o país, as demandas por transferência de fundos atribuídos à polícia para programas para os mais desfavorecidos foram uma das principais demandas das manifestações.

A cidade de Nova York, a maior dos Estados Unidos, também reduziu o orçamento da sua polícia, que tem 36.000 agentes, em mais de um bilhão de dólares.

Um juiz de Minneapolis marcou nesta segunda-feira (29) para 8 de março de 2021 a data possível para o início do julgamento dos quatro envolvidos no homicídio de George Floyd, mas ameaçou alterá-la se as partes continuarem falando à imprensa sobre o caso que reabriu feridas raciais nos Estados Unidos.

Portanto, a data pode ser revista à medida que avançarem os procedimentos e a apresentação de evidências.

"Gostaria de pedir que a publicidade prévia ao julgamento não inclua declarações das famílias das partes, seus amigos ou funcionários eleitos", disse o juiz Peter Cahill, durante audiência em Minneapolis, norte dos Estados Unidos.

Vestindo macacão laranja dos presidiários americanos e com o rosto coberto por uma máscara, o ex-policial Derek Chauvin se apresentou por vídeo da prisão de segurança máxima onde esteve detido no mês passado.

Este homem branco, de 44 anos, é acusado de homicídio por asfixiar Floyd, um homem negro de 46 anos, pressionando o joelho sobre seu pescoço durante vários minutos.

Seus três ex-colegas, Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, acusados de cumplicidade no homicídio, compareceram pessoalmente perante o juiz. Os dois primeiros foram libertados sob fiança de 750.000 dólares e o último permanece preso, mas foi transferido à corte para esta audiência.

Os quatro, todos demitidos da polícia, podem ser condenados a penas de até 40 anos de prisão.

Em um documento enviado depois da audiência, o advogado de Alexander Kueng disse que seu cliente tinha a intenção de se declarar inocente e argumentar em sua defesa que fez "uso razoável da força".

Os quatro participaram da detenção, em 25 de maio, de Floyd, suspeito de ter tentado comprar um maço de cigarros com uma nota falsa de 20 dólares em uma loja pequena de Minneapolis.

Floyd, um homem corpulento, foi algemado e deitado no chão, onde Chauvin pressionou o joelho sobre seu pescoço para mantê-lo imóvel.

"Não consigo respirar", disse Floyd várias vezes antes de perder a consciência. Mas apesar de suas súplicas e das intervenções dos pedestres, Chauvin continuou pressionando o pescoço de Floyd por quase 8 minutos, segundo a ata da acusação.

- Grande interesse público -

A tragédia, cujas imagens capturadas por um pedestre viralizaram, provocou uma onda de protestos sem precedentes desde as marchas maciças pelos direitos civis na década de 1960, que inclusive transcenderam as fronteiras americanas.

Na audiência, o advogado de Chauvin se queixou de que muitos funcionários, inclusive o prefeito de Minneapolis e inclusive o presidente Donald Trump comentaram o caso. "Este é um caso de grande interesse público, mas se estas declarações continuarem, pedirei aos tribunais que as proíbam", ameaçou Eric Nelson.

O juiz Cahill, que tinha proibido câmeras em sua sala, também demonstrou interesse de que o caso fosse julgado no tribunal e não pelos meios de comunicação. Caso contrário, o julgamento terá que ser transferido para fora do condado de Hennepin, disse.

O promotor Matthew Frank disse que se unia ao pedido por um "julgamento justo" e se comprometeu a recomendar à família, aos funcionários eleitos e aos investigadores envolvidos que se abstenham de fazer comentários públicos sobre o mesmo no futuro. Mas "não posso obrigá-los a fazê-lo", admitiu.

Ao mesmo tempo, fora do tribunal, um tio de Floyd desejou que o julgamento fosse celebrado em Minnesota. "Não estou irritado com ninguém", disse à imprensa Selwyn Jones, que viajou da Dakota do sul para assistir a audiência.

Mas para o tio da vítima, o julgamento "não será justo" se ocorrer neste estado onde a população negra é minoritária. A próxima audiência foi marcada para 11 de setembro.

Apesar da previsão para a volta dos jogos na NBA, o movimento de atletas contrários ao retorno tem marcado presença. Fred Vanvleet, armador do atual campeão da liga Toronto Raptors, afirmou que é uma "merda" ter que voltar às atividades em meio à pandemia do Covid-19. 

Fred deve se reunir com sua equipe, no que está sendo chamado de "bolha" pela imprensa norte americana. Com a realização dos jogos em sede única, a arena da Disney se transformou no QG da NBA. 

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"O timing é terrível, mas esse é o 2020 para nós. Todos sabemos que o certo é não jogar, é esperar um pouco mais", afirmou durante uma coletiva de imprensa. VanVleet se une a Dwight Howard, parceiro de time de Lebron nos Lakers e a Kyrie Irving, armador do Brooklyn Nets, para demonstrar publicamente o seu descontentamento com a decisão da NBA em retornar aos jogos. 

O motivo da negativa não é apenas a pandemia da Covid-19, mas também a questão racial que ganhou força após o assassinato de George Floyd. Segundo o jogador se mais atletas se unissem ele garante que ficaria de fora da liga nesta temporada. "Acho que a maioria de nós decidiu tocar. É algo que teremos que conviver. Confio que meu coração está no lugar certo e estou fazendo o suficiente para realmente mudar", disse.

No comunicado feito pela liga pra divulgar o protocolo de retomada, a NBA afirmou que atletas que decidirem não voltar não sofrerão punições.

Uma viatura da polícia de Detroit, nos Estados Unidos, foi filmada acelerando com manifestantes em cima do capô e em frente ao veículo. Os policiais foram acusados de mais uma vez abusar da força e agredir manifestantes. 

O episódio foi filmado durante outro protesto antirracista nos Estados Unidos. No domingo (28), os participantes fizeram uma caminhada no sudoeste de Detroit.

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Houve um tumulto entre a polícia e os manifestantes. Imagens mostram pessoas ao redor do veículo. Instantes depois, a viatura acelera, mesmo com uma pessoa em cima do capô e pelo menos outra em frente ao automóvel. Ao menos dez pessoas precisaram de atendimento médico após o ocorrido.

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Os policiais envolvidos na morte do afro-americano George Floyd comparecerão nesta segunda-feira (29) no tribunal de Minneapolis para a primeira audiência do assassinato que reabriu as profundas feridas raciais nos Estados Unidos.

O ex-agente branco Derek Chauvin, de 44 anos, vai se apresentar a partir das 17h15 GMT (14h15 de Brasília) por videoconferência da prisão de segurança máxima onde está detido. 

Chauvin é acusado de homicídio por asfixiar Floyd, um negro de 46 anos, ajoelhando-se em seu pescoço por mais de oito minutos. Acusados de cumplicidade, Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao devem comparecer pessoalmente na audiência. Os dois primeiros foram libertados sob fiança de US$ 750.000.

Os quatro, que podem pegar até 40 anos de prisão, poderiam aproveitar a audiência para se declarar culpado ou não. Resta saber se serão julgados juntos ou separadamente.

Os quatro participaram na detenção em 25 de maio de Floyd, suspeito de tentar comprar um maço de cigarros com uma nota falsa de US$ 20 em uma pequena loja em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos.

Floyd, um homem corpulento, foi algemado e deitado no chão, onde Chauvin colocou o joelho sobre seu pescoço para mantê-lo imóvel.

"Não consigo respirar", disse Floyd várias vezes antes de desmaiar. Mas, apesar dos pedidos e das intervenções dos transeuntes, Chauvin continuou a pressionar o pescoço de Floyd.

A tragédia, cujas imagens capturadas por um transeunte viralizaram, provocou uma onda de protestos sem precedentes desde as grandes marchas pelos direitos civis da década de 1960, que até transcenderam as fronteiras dos EUA.

- Desmantelar a polícia -

A raiva nas ruas aumentou rapidamente porque, a princípio, o sistema de justiça demorou a reagir.

A polícia imediatamente demitiu os quatro homens, mas o promotor local responsável pelo caso só prendeu Chauvin quatro dias após os eventos e o acusou apenas de "homicídio involuntário", sem processar seus colegas.

O caso foi retirado da promotoria local e passou diretamente ao procurador do estado de Minnesota. Mais tarde, a necrópsia confirmou que Floyd havia morrido devido à "pressão no pescoço" e as acusações contra Chauvin foram reclassificadas como "homicídio".

Os outros três policiais envolvidos foram presos e acusados de "cumplicidade".

Mas, embora isso tenha sido um alívio para a família de Floyd, os protestos continuaram nos Estados Unidos.

As marchas passaram a exigir a reforma da polícia, o fim da desigualdade entre cidadãos negros e brancos e uma reflexão do passado racista e escravista do país.

Essa pressão deu seus primeiros frutos: vários departamentos de polícia do país renunciaram ao "mata-leão", outros se comprometeram a tornar públicas as responsabilidades de seus agentes ou a excluir os poderosos sindicatos dos processos disciplinares.

A prefeitura de Minneapolis decidiu desmantelar sua polícia para reinventar a maneira como a lei é aplicada.

Mas no nível federal, o progresso tem sido mais tímido. O presidente republicano Donald Trump, que está em campanha pela reeleição em novembro, concentrou-se nos excessos cometidos às margens dos protestos, apresentando-se como garantidor da "lei e da ordem".

Um policial de Nova York foi detido e acusado nesta quinta-feira (25) depois de ter realizado uma abordagem com estrangulamento durante uma prisão, prática recentemente considerada ilegal no estado de Nova York após o caso George Floyd.

David Afanador enfrenta uma pena de até sete anos de prisão por estrangulamento e tentativa de estrangulamento agravado, segundo informou o escritório da promotora do Queens, Melinda Katz, em comunicado.

Um cidadão que estava de passagem filmou com seu celular a prisão no último domingo, antes que a polícia publicasse as imagens gravadas pelas minicâmeras carregadas pelos policiais.

Na gravação da polícia, três pessoas, visivelmente bêbadas, enfrentam os policiais. Depois de alguns minutos, um deles parece estar pegando uma lata de lixo.

Quatro oficiais então partem para cima dessa pessoa, e David Afanador faz uma abordagem com estrangulamento, isso que dura mais de 10 segundos. A pessoa estrangulada em questão é um cidadão negro, que brevemente parece perder a consciência.

Além dessa técnica já ter sido proibida pelo Departamento de Polícia de Nova York, nas últimas semanas o Parlamento desse estado e a prefeitura já aprovaram regulamentos que tornam essa prática um crime.

A decisão foi tomada após a morte de Floyd, que foi sufocado por um policial branco de Minneapolis durante sua prisão, no final de maio.

"Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, essa prática é exatamente o tipo de conduta que a polícia de Nova York proibiu e que o Parlamento (Nova York) considera como crime", ressalta a promotora Katz no comunicado.

Afanador, que compareceu à audiência com um juiz do Queens, responde em liberdade.

Um grupo de manifestantes tentou derrubar a estátua de um presidente dos Estados Unidos perto da Casa Branca na noite de segunda-feira (22), enquanto a polícia de Washington tentava dispersar o protesto com spray de pimenta.

Desde a morte de George Floyd, um afro-americano que foi sufocado por um policial branco em Minnesota em 25 de maio, uma onda de protestos antirracistas e contra a brutalidade policial se espalhou por todo o país.

Na segunda-feira, várias centenas de manifestantes foram repelidos por pelo menos 100 policiais depois de colocarem cordas em torno da estátua de Andrew Jackson, o sétimo presidente dos Estados Unidos, que fica na Praça Lafayette, a poucos metros da Casa Branca.

"A polícia nos atacou. Eles tomaram a justiça em suas próprias mãos", disse à AFP Raymond Spaine, um afro-americano de 52 anos que limpou os olhos com uma solução de água e sal.

Em 1º de junho, a polícia dispersou uma manifestação pacífica com bombas de gás lacrimogêneo naquela mesma praça, minutos antes de o presidente Donald Trump atravessar a sede do governo para tirar uma foto de si mesmo em frente a uma igreja que havia sido incendiada na noite anterior.

Em resposta aos tumultos derivados dos protestos em algumas cidades, Trump ordenou que as autoridades "dominassem as ruas".

O presidente também ameaçou tirar proveito da Lei da Insurreição, que foi usada excepcionalmente e permite o destacamento das forças armadas nos Estados Unidos.

As negociações continuam nesta quinta-feira (18) nas Nações Unidas sobre um projeto de resolução histórico, visando às práticas raciais da polícia nos Estados Unidos e em todo mundo, após o vibrante pedido de ajuda do irmão de George Floyd.

O debate no âmbito do Conselho de Direitos Humanos, um órgão da ONU com sede em Genebra e do qual Washington se retirou em 2018, acontece no dia seguinte à acusação por "homicídio" de um policial branco que matou um jovem afro-americano em Atlanta.

Esse novo drama reacendeu os apelos para reformar a polícia nos Estados Unidos, extremamente urgente desde que Floyd, um afro-americano de 40 anos, foi morto por asfixia durante sua detenção em 25 de maio, em Minneapolis.

Na sede europeia da ONU, onde os debates terminaram na parte da tarde, os países-membros deveriam votar um projeto de resolução do grupo africano. Mas as negociações sobre o texto final ainda estão em andamento, e a votação deve finalmente ocorrer nesta sexta, ou na próxima segunda-feira, conforme a ONU.

Em sua versão inicial, o texto pedia o estabelecimento de uma comissão internacional independente de inquérito, uma estrutura de alto nível geralmente reservada para grandes crises como o conflito sírio.

Uma nova versão do texto, que ainda pode evoluir, limita-se a pedir à alta comissária dos Direitos Humanos, Michelle Bachelet, "que estabeleça os fatos e as circunstâncias relacionadas ao racismo sistêmico, às supostas violações do direito internacional em questões de direitos humanos e maus-tratos contra africanos e pessoas de ascendência africana".

Também condena "as práticas raciais discriminatórias e violentas da polícia contra africanos e pessoas de origem africana e o racismo estrutural endêmico do sistema penal, nos Estados Unidos e em outras partes do mundo".

Enquanto a maioria dos representantes dos Estados falou perante o Conselho no dia anterior, as ONGs puderam se pronunciar nesta quinta-feira. Muitas pediram uma comissão internacional de inquérito sobre as práticas raciais da polícia americana.

A ideia recebeu o apoio, em uma declaração por escrito, de Martin Luther King III, filho do ícone da luta pelos direitos civis da minoria negra nos Estados Unidos.

"Embora reconheça a natureza mundial do racismo e da violência policial (...), este Conselho deve garantir que o resultado desse debate de emergência se concentre nos esforços para responsabilizar os Estados Unidos", disse um representante da poderosa organização americana de direitos civis ACLU.

Em Washington, as iniciativas se multiplicam no nível local para combater a violência policial que atinge desproporcionalmente a população afro-americana.

Após um tímido decreto do presidente Donald Trump, os senadores republicanos apresentaram na quarta-feira um projeto de lei que ataca o "mata-leão" e o treinamento policial, sem afetar a ampla imunidade de que essas forças desfrutam há anos.

Antes do início da reunião na quarta-feira, cerca de 20 altos funcionários da ONU de ascendência africana, incluindo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, assinaram uma declaração pessoal, afirmando que "a mera condenação de expressões e de atos de racismo não é suficiente".

A cantora e atriz, Barbra Streisand decidiu ajudar a família de George Floyd doando ações da Disney para a filha do ex-segurança, Gianna Floyd, 6 anos.

Floyd foi morto em 25 de maio, pela polícia de Minneapolis, nos Estados Unidos, dando início a uma série de protestos no país e no mundo contra o racismo.

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 A ação da cantora foi revelada por Gigi em sua conta do Instagram, no último domingo (14). "Graças à você, agora sou uma investidora da Disney", escreveu ela em agradecimento.

Não se tem informações de quantas ações foram doadas a Gigi, mas de acordo com o TMZ, cada ação vale 115 dólares (cerca de R$ 580) e estão entre as mais seguras e valiosas do mercado.

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A morte de um negro nas mãos de um policial branco em Atlanta aumentou o debate acalorado nos Estados Unidos sobre o racismo sistêmico, provocando novos protestos nas ruas e a renúncia da chefe da polícia da cidade.

Nesta segunda-feira (15), o Conselho de Direitos Humanos da ONU aceitou a proposta dos países africanos de organizar um debate urgente na quarta-feira (17) sobre racismo e violência policial.

A morte na sexta-feira (12) de Rayshard Brooks, de 27 anos, por um tiro da polícia, ocorreu em meio a uma onda de protestos e distúrbios nos Estados Unidos e em várias partes do mundo após a morte do afro-americano George Floyd, em 25 de maio, vítima da brutalidade policial.

O serviço médico legal de Atlanta considerou a morte de Brooks como homicídio. O restaurante da rede Wendy's, onde ocorreu o incidente, foi incendiado no sábado (13), enquanto centenas de pessoas se manifestaram na capital do estado do sul da Geórgia, bloqueando uma rodovia.

A prefeita Keisha Lance Bottoms, cujo nome aparece como possível candidata de chapa com o democrata Joe Biden, anunciou no sábado a renúncia imediata de Erika Shields, que lidera a polícia de Atlanta desde dezembro de 2016.

"Não acredito que a ação tenha sido um uso justificado da força", disse Bottoms.

Segundo um relatório oficial, Brooks dormia em seu carro do lado de fora do restaurante quando funcionários ligaram para a polícia para reclamar que ele estava obstruindo a passagem de clientes.

Brooks estava bêbado e resistiu quando dois policiais brancos tentaram prendê-lo, informou o Gabinete de Investigação da Geórgia (GBI).

Imagens do incidente, divulgadas pela polícia no domingo, mostram uma briga entre os policiais e o suspeito, que consegue pegar a pistola taser (arma imobilizadora) de um agente e escapa.

Embora o GBI sustente que "Brooks virou e apontou o taser para o policial, que usou sua arma", as imagens mostram que o suspeito vira as costas para o policial quando este atira e o fere.

Brooks foi levado para um hospital, mas morreu após uma cirurgia. Um oficial ficou ferido.

O policial que atirou em Brooks foi demitido no sábado e identificado pelas autoridades locais como Garret Rolfe, enquanto o segundo agente foi enviado para funções administrativas, segundo a ABC News.

O procurador do condado de Fulton, Paul Howard, afirmou que seu escritório decidirá se apresentará acusações criminais contra Rolfe, informou o "Atlanta Journal-Constitution".

Brooks tinha quatro filhos e havia comemorado o aniversário da filha de oito anos na sexta-feira, segundo o advogado da família.

A ex-legisladora afro-americana Stacey Abrams, outra potencial candidata de chapa de Biden, disse no domingo que a raiva dos manifestantes "é legítima".

"Um homem foi morto, porque dormia no meio do caminho de outras pessoas, e sabemos que não é um incidente isolado", afirmou.

Um advogado representando a família do falecido, Chris Stewart, denunciou um uso desproporcional da força.

"Na Geórgia, o taser não é uma arma letal. Os reforços chegaram dois minutos depois. Eles poderiam tê-lo encurralado. Por que tiveram que matá-lo? (O policial) tinha outras opções além de atirar nas costas", disse ele a jornalistas.

Este é o 48º caso de tiroteio, envolvendo policiais, investigado pelo GBI desde o início do ano, disse o "Atlanta Journal-Constitution". Em 15 desses tiroteios, houve mortes.

Os protestos após a morte de Floyd, que se espalharam primeiro pelos Estados Unidos e depois pelo mundo, destacaram os legados da escravidão, do colonialismo e da violência branca contra a comunidade negra e contra outras minorias, bem como a brutalidade da polícia no país norte-americano.

Na Europa, onde os protestos contra o racismo continuaram na Alemanha, França, Suíça e Reino Unido no fim de semana, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira a criação de uma comissão sobre desigualdades raciais.

Johnson argumentou que era necessário agir sobre a "substância" do problema, em vez atuar sobre os "símbolos", em oposição às reivindicações pela remoção de monumentos representando figuras históricas controversas.

A demolição de monumentos confederados e das estátuas de Cristóvão Colombo é uma expressão da força com a qual os americanos estão enfrentando seu passado racista após a morte de George Floyd.

"Parece que chegamos a um ponto de virada no relato de quem somos como povo americano", disse David Farber, professor de história da Universidade do Kansas.

"Estamos vendo dezenas de milhões, senão centenas de milhões, de americanos fazendo perguntas fundamentais sobre o que fazemos com os aspectos desagradáveis e, sejamos francos, até imorais, do nosso passado".

O assassinato em 25 de maio do afro-americano George Floyd por um policial branco em Minneapolis provocou uma onda de protestos exigindo justiça e uma reforma da polícia.

Mas a morte desse homem de 46 anos também levou a um questionamento do passado.

Em várias cidades dos Estados Unidos, os manifestantes concentraram sua raiva nos monumentos erguidos em memória de generais e políticos pró-escravidão do sul durante a Guerra Civil.

Em Richmond, por exemplo, derrubaram uma estátua de Jefferson Davis, o presidente confederado durante o conflito que ocorreu entre 1861 e 1865.

"Os símbolos da Confederação são, acredito, os mais polarizadores desses monumentos. Mas o fenômeno está se espalhando pelos Estados Unidos", disse Farber.

"Em Nova York, as estátuas de Colombo foram derrubadas. No Novo México, uma do conquistador considerado um genocida dos povos indígenas foi retirada", apontou o historiador.

"Há escolas do ensino médio em todo o país com o nome de John Calhoun", um ex-vice-presidente que foi um defensor declarado da escravidão.

"Protesto público"

Farber observou que o debate sobre os memoriais confederados não é exatamente novo.

Os manifestantes pelos direitos civis das décadas de 1950 e 1960 denunciaram o fato de estarem "marchando por ruas com os nomes de racistas e supremacistas brancos".

Os esforços para remover os monumentos confederados ganharam força depois que um supremacista branco matou nove afro-americanos em uma igreja em Charleston, Carolina do Sul, em 2015.

"O ritmo agora está aumentando por causa dos protestos", disse Andra Gillespie, professora associada de ciências políticas da Universidade de Emory.

"Acho que muitas de nossas suposições estão sendo reexaminadas e as várias maneiras pelas quais a história afetou os afro-americanos estão sendo questionadas", disse Gillespie.

"Este é um momento em que o foco está no racismo anti-negro, mas não exclui outras formas de opressão racial".

Laura Edwards, professora de história da Universidade Duke, disse que há uma percepção maior de que "esses símbolos têm significado político e são problemáticos".

"Hoje é mais complicado falar de herança, por exemplo", disse Edwards, referindo-se a um argumento frequentemente usado pelos opositores à eliminação dos símbolos confederados, para quem demolir esses monumentos seria apagar parte da orgulhosa história do sul.

Edwards disse que ficou "impressionado" com o fato de a franquia de carros de corrida NASCAR ter proibido a exibição da bandeira confederada em seus eventos.

"Os símbolos associados à supremacia branca e à Confederação faziam parte dessa marca".

"Amplo ajuste de contas"

A derrubada de estátuas de confederados e de Colombo está "intimamente relacionada", disse Edwards, já que ambos representam a "colonização violenta dos Estados Unidos".

"Os europeus que vieram para cá reivindicaram um lugar que pertencia aos povos indígenas e depois se envolveram em um genocídio para eliminá-los".

Isso foi seguido pela importação de escravos da África, o que Alan Kraut, professor de história da Universidade Americana, chamou de "o pecado original que o país nunca foi capaz de superar".

"Agora estamos testemunhando uma revisão da história em resposta a um momento político", embora "essa reavaliação tenha levado tempo", disse ele.

"As estátuas já estavam sendo criticadas e removidas", mas "a morte de George Floyd serviu como catalisador" para acelerar esse processo.

Steven White, professor assistente de ciências políticas da Universidade de Syracuse, disse que as pessoas estão "vendo o racismo ao longo da história americana de maneira mais ampla".

"Um número crescente de americanos brancos está prestando mais atenção às razões de longo prazo da persistência da desigualdade racial" no país, apontou.

"Acho que a pergunta é se essas mudanças continuarão. É o começo de uma evolução realmente substancial?", concluiu.

Minneapolis aprovou nesta sexta-feira (12) a transformação de sua polícia para criar "um novo modelo" de segurança pública, uma medida tomada após a morte do afro-americano George Floyd durante sua prisão na cidade do norte dos Estados Unidos no final de maio.

Uma força-tarefa deve apresentar uma série de propostas até 24 de julho para "ajudar Minneapolis a adotar um novo modelo para garantir a segurança pública", disse o conselho da cidade em sua resolução aprovada por unanimidade.

Os responsáveis pela redação dessas propostas incluirão membros da polícia, além de especialistas em direitos civis, igualdade e relações intercomunitárias. A polícia atual não desaparecerá tão cedo, pois o processo está previsto para durar um ano.

Os legisladores municipais anunciaram no domingo sua disposição de desmantelar sua polícia, acusada de ser "estruturalmente racista" após a morte de Floyd, um homem de 46 anos que foi sufocado enquanto era imobilizado por um policial branco que colocou seu joelho no pescoço dele por quase nove minutos, em 25 de maio.

O vídeo de sua agonia, exibido nas redes sociais, causou a maior onda de protestos em décadas nos Estados Unidos. E a raiva contra o racismo e a brutalidade policial se espalhou pelo resto do mundo.

O policial que matou Floyd, Derek Chauvin e os outros três policiais presentes no local da prisão foram acusados.

Para o município, a decisão mostra seu "compromisso compartilhado de promover uma profunda mudança" na segurança pública de Minneapolis", para que cada membro" da comunidade "possa se sentir realmente seguro", disse a presidente do Conselho, Lisa Bender.

Vários legisladores municipais pediram que o desmantelamento da polícia fosse posto em votação em 3 de novembro.

Em sua resolução, o conselho lembrou que Floyd se junta a uma "longa e trágica lista" de vítimas de violência policial em Minneapolis. Sua morte é "uma tragédia que mostra que nenhuma reforma impedirá a violência e o abuso mortais de alguns membros dos serviços policiais contra membros de nossa comunidade, especialmente negros e pessoas não brancas", acrescentou.

O estado de Nova York adotou um pacote de medidas nesta sexta-feira para acabar com a violência policial contra negros, após protestos que abalaram o país desde a morte de George Floyd.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, ratificou em sua entrevista coletiva diária 10 novas leis aprovadas pelo legislativo estadual, com maioria democrata nas duas casas.

Uma das medidas aprovadas proíbe a manobra de asfixia e tem o nome de Eric Garner, um negro que foi sufocado pela polícia de Nova York em 2014.

A mesma manobra, aplicada a Floyd, já foi proibida na Califórnia e em cidades como Minneapolis, Houston, Dallas, Denver e Washington DC.

Outra medida aprovada pelo estado de Nova York, fortemente criticada pelos sindicatos policiais, anula a cláusula 50a, que protegia os policiais acusados de abuso.

Esta cláusula mantinha em sigilo todos os registros profissionais de todos os policiais, incluindo suas sanções disciplinares, e impedia o público de saber se havia cometido abuso no passado. Esses dados podiam ser acessados somente por ordem judicial.

Após a morte de Floyd, a polícia de Minneapolis revelou que o policial que o sufocou até a morte depois de pressionar o pescoço da vítima com o joelho por quase nove minutos em 25 de maio, Derek Chauvin, teve 18 queixas contra ele por abuso nos últimos anos 20 anos. Os detalhes não foram divulgados.

Cuomo também anunciou um decreto que obrigará os 500 departamentos de polícia do estado a adotarem "um plano de reforma" que "reinvente e modernize" a aplicação da lei, elaborada em conjunto com as comunidades que servem. Esses planos devem abordar questões que estão no centro dos protestos contra o racismo e a brutalidade policial, como uso excessivo da força, gestão de multidões, discriminação e tratamento transparente de reclamações públicas.

Os departamentos que não adotarem um plano até 1º de abril de 2021 perderão o financiamento do estado, disse Cuomo na coletiva, que também contou com a presença de líderes democratas negros da legislatura de Nova York e do reverendo Al Sharpton, líder da luta contra racismo por mais de meio século.

Todas essas medidas "representam uma mudança substancial", disse Sharpton. "Precisamos monitorar para garantir que sejam cumpridas", acrescentou.

O lendário cantor americano de música folk Bob Dylan disse que sentiu náusea ao ver George Floyd, um homem negro, "ser torturado até a morte" por um policial branco em Minneapolis, em uma rara entrevista concedida ao "New York Times" e publicada nesta sexta-feira (12).

"Tive náusea ao ver George ser torturado até a morte desta maneira", contou Dylan, 79 anos, no dia seguinte à morte de Floyd, em 25 de maio, na única entrevista concedida fora de seu próprio site desde que ganhou o Nobel de Literatura, em 2016.

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"Foi mais do que desagradável. Esperamos que haja justiça rapidamente para a família Floyd e para a nação", declarou Dylan, que se mudou para Minneapolis aos 18 anos, para estudar na Universidade de Minnesota.

Várias canções de Dylan nas décadas de 60 e 70, como "Hurricane" e "George Jackson", exploravam o ódio racial e a violência policial contra os negros nos Estados Unidos. O músico se prepara para divulgar nesta sexta-feira seu primeiro álbum de músicas originais em oito anos, "Rough and rowdy days".

Dylan disse que não pensa em sua própria morte, mas sim na morte da humanidade como espécie. "Penso na morte da raça humana. A longa e estranha viagem do macaco nu. Não quero tratar isso com leveza, mas a vida de todos é tão efêmera. Cada ser humano, não importa quão forte ou poderoso, é frágil quando se trata da morte. Penso nisso em termos gerais, não de uma maneira pessoal", afirmou.

Nos últimos dias, eclodiu no mundo, com foco nos Estados Unidos, um novo movimento de luta contra o racismo. O lema “Black lives matter” (“Vidas negras importam”) gerou diversos e grandes protestos após a morte de George Floyd, negro estadunidense de 46 anos que morreu após ser sufocado por quase 9 minutos no chão de uma avenida em Minneapolis por um policial. Fica a pergunta: até quando atos como este irão se repetir? Até quando iremos fazer esta irracional distinção de pessoas pela cor da pele?

O caso reacendeu conflitos raciais latentes nos Estados Unidos e motivou atos em diversos países, como o Brasil, em que se lembraram também outras vidas, como a do garoto João Pedro, morto durante uma operação policial no Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos ou no Brasil, fato é que a população negra tem sido historicamente minorizada (apesar de, aqui, representar a maioria dos cidadãos). Assim como outras parcelas também são minorizadas. Estamos em 2020 e ainda se discrimina pretos, pobres, imigrantes, LBGTQIA+, enfim, qualquer pessoa que não se “encaixe” nos padrões estabelecidos há muito tempo. Essa situação não pode perdurar.

George Floyd foi mais um exemplo de como as vidas negras ainda são menosprezadas. Por quase 9 minutos com a cara no asfalto e o joelho do policial em seu pescoço, ele gritava: “Não consigo respirar!”. Uma cena lamentável. Trazendo esse caso e o que ele revela para a realidade do empreendedorismo, minha seara, basta pensarmos em quantos donos de empresas ou profissionais em altos cargos de gestão conhecemos que são negros. Em alguns casos, é possível contar nos dedos. Se compararmos com a ocupação branca, a balança não se equilibra. E nem sempre o preconceito está nos processos seletivos de contratação de pessoal, mas vem de muito antes, da formação básica do cidadão. No Brasil, o negro, geralmente pobre, tem menos oportunidade de estudo e inclusão, o que dificulta, mais tarde, acesso a faculdades e universidade e uma consequente barreira ao desenvolvimento pessoal e profissional. É preciso que se invista maciçamente em programas que quebrem esses obstáculos e promovam, desde a base, a ascensão da população negra.

Nessa discussão, também surgem os críticos do movimento negro ou os que pregam que “todas as vidas importam”. Defender essa ideia, embora um conceito correto – afinal, nenhuma vida pode ser menos importante que outra –, retira o mérito do movimento de defesa da população negra. Se todas as vidas importam, é verdade que uma vida negra, atualmente, parece ter menos valor. E é preciso se repetir que “vidas negras importam” até que essa frase se torne realidade. Não é “mimimi”, é realidade. Triste realidade.

Pensando mais racionalmente, nenhum desses movimentos de defesa de “minorias” deveria existir, porque não deveriam ser necessários. Mas, infelizmente, são. É preciso lutar pelos direitos das mulheres, é preciso lutar pelos direitos dos LBGTQIA+, é preciso lutar pelos direitos do ser humano.

Devemos, sempre, buscar a igualdade em todos os espaços. Hoje, jogamos luz sobre o movimento negro e sua luta histórica e necessária. Amanhã, precisamos também voltar os olhos a outras parcelas da população que ainda sofrem discriminação e são preteridas. Nenhuma vida deve ser deixada de lado, nenhum grito deve ser sufocado.

O irmão de George Floyd - o americano negro cuja morte nas mãos da polícia desencadeou uma onda de protestos em todo o mundo - pediu ao Congresso nesta quarta-feira que acabe com o sofrimento dos afro-americanos e avançar com a reforma da polícia.

"Basta", pediu Philonise Floyd ao Comitê Judicial da Câmara dos Deputados, a Câmara dos Deputados controlada pela oposição democrata, como parte de uma audiência após a apresentação de um projeto de lei para uma reforma da Polícia.

"Acabem com o sofrimento", disse ele em seu testemunho um dia após o funeral de seu irmão em Houston. "Façam as alterações necessárias para que a aplicação da lei seja a solução e não o problema", pediu Philonise.

Dois dias depois que os democratas anunciaram um projeto de reforma da "cultura" dentro da polícia para encerrar os casos de brutalidade e racismo, esse comitê da Câmara - também controlado pela oposição - vai analisar a situação.

A polícia tem sido o centro das atenções desde a morte de Floyd, em 25 de maio, depois de ser contido por um agente que o sufocou com o joelho depois de ser acusado de fazer um pagamento usando uma nota falsa em uma loja.

As imagens nas quais pode-se ouvir Floyd gritar "Não consigo respirar" levaram ao maior movimento de protesto nos Estados Unidos desde o assassinato de Martin Luther King Jr. em 1968.

"Quem sabe, me dirigindo a vocês hoje, eu possa garantir que sua morte não seja em vão, que não se torne outro rosto em uma camiseta e outro nome em uma lista", disse Philonise.

Diante do debate nacional, a polícia de Houston proibirá a imobilização com asfixia e a corporação de Minneapolis será desmontada para ser reformada e refundada.

No nível federal, a Lei de Polícia e Justiça - que conta com o apoio de mais de 200 legisladores democratas - busca criar um registro de agentes que cometem abusos, facilitar seu processo e repensar os processos de seleção e treinamento.

O futuro desse processo, entretanto, é incerto caso os democratas não consigam o apoio dos republicanos, que dominam o Senado, e do presidente Donald Trump, que condenou a morte de Floyd, mas deu seu apoio expresso à Polícia.

O chefe da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, anunciou na terça-feira que instruiria o senador negro Tim Scott a avaliar o projeto.

O enterro de George Floyd, negro morto por um policial branco no dia 25, ganhou nessa terça-feira (9) um forte caráter eleitoral. A cerimônia foi comandada pelo reverendo Al Sharpton, ativista dos direitos civis, e contou com mensagem de vídeo de Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA. "Não podemos ignorar o racismo que está impregnado na nossa alma, o abuso sistemático que ainda flagela a vida americana", disse Biden.

As imagens que mostram a morte de Floyd, asfixiado pelo joelho do policial Derek Chauvin, em Minneapolis, provocaram uma onda de protestos contra o racismo nos EUA e em várias cidades do mundo. Todos os 50 Estados americanos, incluindo Utah e Virgínia Ocidental, onde a maioria branca é esmagadora, registraram protestos.

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Livros como White Fragility ("Fragilidade Branca"), de Robin DiAngelo, e How to be an Antiracist ("Como Ser um Antirracista"), de Ibram Kendi, subiram ao topo da lista de mais vendidos da Amazon e do New York Times. Uma pesquisa do instituto SSRS, divulgada pela CNN na segunda-feira, mostrou que 42% dos americanos agora consideram a questão racial como importante na hora de votar em novembro - à frente da pandemia (31%), do sistema de saúde (39%) e da economia (40%).

A pesquisa indica que 8 em cada 10 americanos acham os protestos justificáveis. Na mesma sondagem, a aprovação de Trump caiu 7 pontos porcentuais, de 45%, em maio, para 38%, em junho - a reprovação subiu de 51% para 57%, no mesmo período. A entrada da questão racial na campanha explica, em parte, a liderança de Biden, que era de 5 pontos porcentuais (51% a 46%), no mês passado, e subiu para 14 pontos porcentuais (55% a 41%).

Pressionado até por alguns aliados para tentar adotar um tom mais conciliatório, Trump virou alvo no funeral. Uma das críticas mais duras veio da sobrinha de Floyd, Brooke Williams, que questionou se algum dia os EUA foram realmente "grandes" - uma referência ao slogan de campanha de Trump, "Make America Great Again". "Meu nome é Brooke Williams, sou sobrinha de George Floyd e eu consigo respirar", disse a jovem, lembrando as últimas palavras do tio - "Não consigo respirar". "Enquanto eu estiver respirando, haverá justiça."

Trump também foi criticado por Sharpton, que o acusou de estar mais interessado em conter os protestos, colocando vidas em risco, do que em acabar com a violência policial. "Vocês têm o voto", disse o reverendo. Mais cedo, o pastor William Lawson afirmou que a morte de Floyd iniciou um movimento global, mas que antes era necessário "limpar a Casa Branca".

Biden, que permanece recluso em sua casa em Wilmington, no Estado de Delaware, em razão da pandemia, mandou uma mensagem de vídeo. "Sei que você tem muitas perguntas, querida", disse o democrata, se dirigindo a Gianna, filha de 6 anos de Floyd. "Sei que nenhuma criança deveria ter de fazer as perguntas que muitas crianças negras fazem há gerações. Mas não podemos fugir."

O ex-vice-presidente dos EUA teve a vida marcada por tragédias pessoais: sua primeira mulher Neilia e sua filha Naomi morreram em um acidente de carro em 1972, logo após ele ser eleito para seu primeiro mandato de senador. Em 2015, seu filho Beau morreu de câncer no cérebro.

Apesar de a cerimônia ter sido privada, apenas para amigos e parentes, o funeral foi transmitido ao vivo pelo site da Igreja Fountain of Praise, que Floyd frequentava até se mudar para Minneapolis. As mães de Eric Garner e Michael Brown, negros mortos pela polícia em 2014, também estavam presentes.

Pressão

Aconselhado a moderar o tom, Trump ainda não deu sinais de que amenizará o discurso. Ontem, ele defendeu a tese de que um idoso ferido pela polícia de Buffalo, no Estado de Nova York, na semana passada, pode ter encenado o episódio. Martin Gugino, de 75 anos, foi empurrado por policiais e se feriu na queda.

As cenas foram gravadas e causaram uma onda de indignação, pois a versão oficial era de que Gugino havia "tropeçado". Dois policiais foram suspensos e, em represália à punição, 57 agentes pediram demissão, criando uma crise na polícia da cidade. "O manifestante de Buffalo pode ser um provocador da antifa", escreveu Trump no Twitter, referindo-se ao movimento antifascista que ele acusa de fomentar a violência nos EUA. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O atual armador do Portland Trail Blazers, Damian Lillard, além do talento nas quadras, leva a música muito a sério. A última gravação feita pelo jogador da NBA homenageia George Floyd, além de mencionar a onda de protestos iniciada após o assassinato do americano. 

"Blacklist" ou "lista negra". Esse é o nome da musica feita pelo jogador da NBA que traz uma forte mensagem direcionada a luta pela igualdade racial e pelo fim dos assassinatos a homens pretos por parte da polícia norte americana. 

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"Nós achamos que sairíamos mais felizes de uma pandemia e então eu assisti um policial matar George Floyd com o joelho em seu pescoço", diz um trecho da música. Através das redes sociais, o jogador, que participou dos protestos, publicou o link para quem desejar escutar sua nova canção. 

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