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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta quinta-feira (24) a visita de Kailash Satyarthi, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2014.

Ativista pelos direitos das crianças, o indiano já se encontrou com Lula outras vezes, em 2013 e 2016, no Instituto. É o segundo Nobel da Paz a visitar Lula na prisão. O primeiro foi o argentino Adolfo Perez Esquivel. "Condenam Lula porque ele tirou 36 milhões de brasileiros da miséria extrema, da fome, da marginalidade, da grave situação que vive o povo do Brasil. Ele dedicou sua vida a seu povo, e não se serviu do povo. Logicamente, esperamos que o comitê do Nobel o considere”, declarou Esquivel após a visita em janeiro deste ano.

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Mais tarde, às 16h, também visitam Lula o vice-presidente do PT, Márcio Macedo, e o deputado federal José Guimarães.

No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado na segunda-feira (12), o indiano Kailash Satyarthi, prêmio Nobel da Paz de 2014, lançou em Brasília a campanha 100 Milhões por 100 Milhões, contra o trabalho infantil e toda forma de exclusão de crianças e adolescentes. O objetivo é mobilizar 100 milhões de pessoas, estimulando especialmente os jovens, a lutar pelos direitos de crianças em situação de vulnerabilidade.

“O aspecto mais importante é que a campanha seja dirigida pelos jovens. Queremos engajar no mínimo 100 milhões de crianças e adolescentes que possam ser a voz das que são desfavorecidas. Então, a partir de internet, os jovens podem pedir aos governantes que invistam em educação e no desenvolvimento social. E, também, usar as mídias sociais para desafiar as empresas que usam o trabalho infantil na sua cadeia de produção”, disse, defendendo que é preciso investir em proteção e desenvolvimento social para as famílias, em saúde e educação.

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Em todo o mundo, cerca de 168 milhões de crianças são obrigadas a trabalhar, sendo que 85 milhões delas estão envolvidas em trabalhos considerados perigosos.

A campanha foi lançada há cinco meses na Índia e em Bangladesh e, agora, no Brasil. Neste ano, mais sete países irão se engajar e, no próximo ano, mais 40. No total, em três anos, o movimento estará lançado em 100 países. “As pessoas estão descontentes com seus políticos e, por isso, há um engajamento muito grande”, disse Satyarthi, explicando que a campanha também ocorre em parceria com uniões de professores e universidade, como Harvard, Oxford e London School of Economics.

Para a estudante Ana Júlia Ribeiro, umas das ativistas, a melhor mobilização contra a exploração infantil deve ser por meio das redes sociais. “Temos o problema da mídia hegemônica, das informações que a mídia tradicional não quer que cheguem à população. Teremos que furar esse bloqueio através das redes sociais, do boca a boca, levando a questão para a escola, usando outros meios para expandir a mobilização”, disse.

A estudante de 16 anos ficou conhecida após um vídeo viralizar nas redes sociais com seu discurso sobre a ocupação das escolas na Assembleia Legislativa do Paraná.

A iniciativa de Satyarthi é coordenada no Brasil pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, com parceria temática do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti). A agenda de lançamento contará com audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. e com a exposição fotográfica #ChegaDeTrabalhoInfantil, organizada pelo Ministério Público do Trabalho. Haverá ainda roda de conversa com a participação do Nobel da Paz, estudantes e a comunidade escolar.

Tendência

No Brasil, 2,7 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão em situação de trabalho, com crescimento na população de 5 a 9 anos. Para o coordenador nacional da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a faixa etária demostra uma tendência para o trabalho infantil, o que significa que, nos próximos anos, pode haver crescimento em outras faixas etárias.

Segundo Cara, para enfrentar o trabalho infantil é preciso garantir uma política de assistência social que que traga renda às famílias, aliada a políticas adequadas de saúde e educação. “Para enfrentar o trabalho infantil de maneira estrutural é preciso enfrentar a crise econômica, garantindo politicas sociais, e não simplesmente cortar recursos da área social”, disse.

Coordenador da campanha 100 Milhões por 100 Milhões no Brasil, Cara disse que é preciso chamar a atenção da sociedade para o fato de que existe trabalho infantil. “É preciso informar sobre crianças que trabalham no semáforo, em casa, na zona rural, para dar visibilidade ao tema. Porque isso não é tratado na sociedade, não é debatido na imprensa. O segundo desafio é discutir alternativas ao programa econômico brasileiro e às políticas sociais que precisam ser expandidas”, ressaltou.

Para o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Peter Poschen, o Brasil tem uma crise estrutural há muito tempo. “Ele se manifesta nas favelas, no fato de que, a cada ano, 60 mil jovens morrem por mortes violentas. O dado comparativo é que, no Japão, morrem 6 por ano. Então, tem um problema claramente estrutural e outro que se chama recessão, o que leva à volta da incidência do trabalho infantil, do trabalho escravo e do trabalho informal”, disse.

Formado em engenharia elétrica, o indiano Kailash Satyarthi abandonou a carreira aos 26 anos para lutar contra o trabalho infantil. Para isso, fundou a ONG Bachpan Bachao Andolan (Movimento para Salvar a Infância) em 1980. Desde que foi criada, a instituição já libertou mais de 80 mil crianças de diversas formas de escravidão e ajudou na reintegração, reabilitação e educação delas. Por essa iniciativa, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014, ao lado da ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que na época tinha 17 anos. As informações sobre a campanha estão disponíveis na página www.100milhoes.org.br

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O indiano Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz de 2014, afirmou nesta quinta-feira, 4, que a presidente Dilma Rousseff relatou algumas iniciativas do governo brasileiro no combate ao trabalho infantil e à escravidão, como o programa Bolsa Família. "Eu fiquei muito interessado no sucesso do programa Bolsa Família, particularmente no que se refere a melhoria da situação das crianças nos últimos dez, doze anos", afirmou.

Apesar de reconhecer os avanços no Brasil e no mundo, Satyarthi disse que os países estão "no sentido certo, mas a velocidade ainda é lenta". "Não se trata unicamente de números contabilizados, mas são seres humanos", ponderou.

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Kailash Satyarthi recebeu o prêmio junto com a paquistanesa Malala Yousafzai por arriscar sua vida no trabalho de proteger crianças da escravidão, do extremismo e do trabalho infantil. O indiano participou nesta semana da abertura dos trabalhos da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Ele esteve na terça-feira, 2, na audiência pública sobre trabalho escravo.

Antes da fala do indiano, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirmou que o Brasil tem contado com o apoio de Satyarthi na luta contra o trabalho infantil. Na última década, de acordo com o governo, o número de crianças em situação de trabalho infantil caiu 43%, de 5 milhões para 2,8 milhões.

Segundo o prêmio Nobel, ele e a presidente Dilma conversaram sobre o papel e a importância dos países emergentes para que mantenham uma agenda de combate ao trabalho infantil. Satyarthi disse ainda que propôs que o Brasil elabore uma conferência mundial para discutir um tema. "A presidente foi muito receptiva a essa ideia", afirmou.

Zika

Satyarthi comentou ainda que Dilma externou sua preocupação com o zika vírus e disse que os dois discutiram formas de "mobilizar as vozes globais" no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, do chikungunya e do zika vírus.

Após participar da inauguração de uma fábrica da Ambev em Uberlândia (MG) nesta quinta-feira, 4, a presidente Dilma Rousseff chegou no início da tarde em Brasília e fez uma alteração na agenda para receber logo mais, às 15h, o indiano Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz 2014. O encontro será no Palácio do Planalto.

Kailash Satyarthi recebeu o prêmio junto com a paquistanesa Malala Yousafzai por arriscar sua vida no trabalho de proteger crianças da escravidão, do extremismo e do trabalho infantil. O indiano participou nesta semana da abertura dos trabalhos da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Ele esteve na terça-feira, 2, na audiência pública sobre trabalho escravo.

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Após receber o vencedor do prêmio Nobel, Dilma vai ser reunir, as 16h30, com Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O ex-presidente Lula (PT) foi convidado, pelo indiano Kailash Satyarthi, para integrar um conselho formado por ganhadores do Prêmio Nobel da Paz e líderes mundiais. O grupo pretende colocar em pauta questões como trabalho infantil, tráfico de pessoas e o trabalho escravo. O ativista afirmou a Lula que está em busca de pessoas que sejam uma “voz moral” no mundo. Os dois se reuniram, em São Paulo, nessa quarta-feira (27). 

Satyarthi, que é vencedor do Nobel da Paz de 2014, está no Brasil para proferir palestras em alguns estados do país, inclusive Pernambuco. Durante o encontro com Lula, o ativista chamou o ex-presidente de “economista dos pobres” e enalteceu as articulações dele ligadas à redução da pobreza. 

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Lula aceitou participar do conselho mundial e pontuou a necessidade de não permitir que o país retroceda no combate ao trabalho infantil. “As mulheres e crianças subiram um degrau em termos de direitos humanos, mas ainda pode subir outros mais. Não podemos retroceder”, frisou. 

Vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2014, por lutar pelos direitos das crianças e contra a exploração do trabalho infantil, o ativista indiano Kailash Satyarthi estará no Recife, nesta sexta-feira (29). Ele vem à capital pernambucana a convite do juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), Hugo Cavalcanti Melo Filho, para proferir a palestra “Trabalho Infantil no Mundo”, às 15h, na sede do TRT.

Antes disso, às 10h45, o indiano encontra com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE), Ronnie Duarte, e almoça, ao meio-dia, com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas. 

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Além da passagem pelo estado, Satyarthi cumpre outras agendas no Brasil. Já passou por São Paulo (SP) e irá no próximo dia 1º de fevereiro a Brasília (DF), participar da instalação do Fórum Nacional do Poder Judiciário para Monitoramento e Efetividade das Demandas Relacionadas à Exploração do Trabalho em Condições Análogas à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas.

O indiano tornou-se uma referência mundial no combate à exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Nascido em 1954, no interior da Índia, Satyarthi abandonou sua carreira como engenheiro elétrico para lutar contra o trabalho infantil naquele país. Em 1983, fundou a Organização Não Governamental (ONG) Bachpan Bachao Andolan (Movimento para Salvar a Infância). Estima-se que em mais de três décadas de atuação, a Organização já libertou mais de 80 mil menores de diversas formas de servidão, ajudando-os no processo de reabilitação.

O trabalho de Satyarthi já havia sido destacado com várias premiações, como o Prêmio Internacional de Direitos Humanos do Centro Robert F. Kennedy, dos Estados Unidos; o Prêmio Internacional Direitos Humanos Fredric Ebert, da Alemanha; e o Prêmio Internacional Alfonso Comin, da Espanha. O reconhecimento mundial de sua luta foi coroado, em 2014, ano que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, honraria dividida com a jovem paquistanesa Malala Yousafzai.

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