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A Polícia Federal, em trabalho conjunto com o Ministério Público do Trabalho e o BPFROn, prendeu em flagrante, nessa terça-feira (23), dois homens envolvidos com aliciamento e prática de trabalho análogo à escravidão, na região de Icaraíma, no Paraná.

Equipes da PF, do MPT e do BPFROn localizaram uma fazenda onde encontraram aproximadamente 15 trabalhadores rurais, de nacionalidade paraguaia, sendo quatro adolescentes, trabalhando em condições degradantes e análogas à de escravos em lavoura de mandioca. Também foi constatado o fornecimento de moradia precária aos trabalhadores.

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Os envolvidos responderão pelo crime de submeter indivíduos a condição análoga à de escravo, sujeitando-os a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, submetendo-os a condições degradantes de trabalho, restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador, além da pena correspondente à violência.

Depois de passar pelo Paraguai e chegar na Argentina, uma nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil e pode colocar as plantações do país em risco. Projeções apontam que a praga pode chegar ao oeste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

O governo da Argentina confirma que esses enxames de gafanhotos chegaram no país no fim da semana passada. As províncias de Santa Fé, Formosa e Chaco, onde existe produção de cana-de-açúcar e mandioca foram as mais atingidas.

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À Reuters, o agrônomo Argentino Héctor Medina informou que em aproximadamente um quilômetro quadrado podem ter até 40 milhões de insetos, que consomem em um dia pastagens equivalentes ao que 2 mil vacas ou 350 mil pessoas comem.

Confira imagens compartilhadas pelo governo argentino:

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Uma parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) e empresas privadas está gerando emprego para indígenas naquele Estado. O MPT é responsável pela formalização e fiscalização do processo de contratação, a Funtrab cuidará da seleção de mão de obra e elaboração dos contratos e as empresas fornecerão os postos de trabalho. A previsão é de que duas mil pessoas das tribos Terena e Guarani sejam contratadas para o trabalho em lavouras, especialmente na colheita de frutas.

O procurador do Trabalho Jeferson Pereira participou do processo de formalização da parceria e acredita que milhares de indígenas serão favorecidos pela iniciativa. “A participação da Funtrab é fundamental, uma vez que garante que os trabalhadores saiam do Estado protegidos pelos contratos e sabendo quanto irão receber pelo serviço”, disse o procurador, que também enfatiza que “a estratégia é fruto dos entendimentos realizados junto a empresas como a Rasip, Agrícola Fraiburgo e Fischer, que concordaram com essa forma de contratação e elevaram a quantidade de trabalhadores indígenas empregados anualmente”.

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Benefícios e remuneração

Além do pagamento de salários, a parceria também determina que as empresas forneçam alimentação, transporte e hospedagem aos trabalhadores indígenas. Nilson Bossardi, funcionário da empresa responsável pelo recrutamento, explica que cada funcionário tem um papel estabelecido na empresa e que a remuneração pode aumentar de acordo com a carga de trabalho “Cada um tem uma meta. Atingindo-a e com as horas extras, alguns chegaram a dobrar o salário”.

Crescimento da renda familiar

Ivanilson Machado Peixoto, da Aldeia Limão Verde, em Aquidauana, afirma que as famílias precisam muito de iniciativas de empregabilidade. “A gente precisa muito desse apoio para as nossas famílias”, conta ele, que é pai de três filhos e vai trabalhar na lavoura junto com outras 46 pessoas de sua aldeia. Ivanilson explica que durante o ano os moradores de Limão Verde se dedicam à própria lavoura e aproveitam o período de safra para obter uma renda extra, que é aplicada na compra de roupas para os filhos, melhorias na habitação, compra de animais e insumos para a lavoura.

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Um estudo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pode ser a solução para os estragos causados pela estiagem nas lavouras. Pesquisadores descobriram no café o gene CAHB12, com tolerância à seca.

O gene pode ser introduzido em outras culturas que não a do grão e seu desempenho já se mostrou bem sucedido em uma planta de testes. O próximo passo será aplicá-lo à cana, ao arroz, ao trigo, à soja e ao algodão e observar o comportamento do CAHB12. Se tudo sair como esperado, a tecnologia pode estar no mercado em um período de cinco a seis anos.

O CAHB12 foi descoberto durante um projeto para traçar o genoma da café. Dentre cerca 30 mil genes foram encontrados alguns com tolerância ao estresse hídrico. Um grupo começou a estudá-los e detectou um que, quando submetido à seca, aumentava sua expressão e se adaptava.

“Nós retiramos do café e introduzimos em outra espécie, a Arabidopsis thaliana, uma planta modelo de testes. A planta que recebeu o gene ficou muito mais resistente à seca. As que não tinham recebido após aproximadamente 15 dias sem água, morriam. As que recebiam sobreviviam até 40 dias. Além disso, suas sementes ficaram resistentes à seca até a terceira geração”, explica o pesquisador da Embrapa Eduardo Romano, doutor em biologia molecular.

Se os resultados observados na planta de testes se repetirem nas culturas comerciais como arroz, trigo e afins, ainda será necessária uma série de estudos de biossegurança ambiental e alimentar antes de disponibilizar o CAHB12 para comercialização. “Há um caminho longo pela frente, mas a perspectiva é interessante”, diz Eduardo Romano.

Segundo Romano, a probabilidade é que, caso a tecnologia chegue ao mercado, seja oferecida a custos baixos a pequenos produtores afetados pelo problema da seca. “Pensamos sempre em desenvolver tecnologias que promovam a inclusão e ajudem a minimizar problemas sociais”, diz.

O pesquisador explica que o gene pode ser benéfico em muitos sentidos. Além de alternativa para combater os efeitos da seca que tendem a ser potencializados em um cenário de mudanças climáticas, a tecnologia pode contribuir para a economia de água. “Um total de 70% da água doce do mundo é utilizada na agricultura. Com o aumento da população, é preciso produzir mais alimentos usando menos água [pois não é um recurso renovável]. Gasta-se água e energia. A tecnologia pode resultar em uma redução direta do consumo de água”, disse. Romano prevê ainda alimentos mais baratos. “Em um país como o Brasil, com vários processos de perda de produtividade por causa da seca, tenderia a evitar a flutuação de preços”.

Para produtores rurais da Região Nordeste, que em 2012 e 2013 estão enfrentando níveis de chuva abaixo do normal e sofrendo perdas na safra e nas criações, uma tecnologia do tipo representaria uma margem de segurança para plantar. De acordo com Noel Loureiro, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (Faeal) e membro do Comitê da Seca daquele estado, os produtores do sertão alagoano colheram menos de um décimo da safra de milho e feijão no ano passado e a perspectiva para 2013 é semelhante. O período de chuvas na área costuma ser de março a julho, mas as precipitações foram escassas em 2012 e a previsão é a mesma para este ano.

“A maioria [dos agricultores] não chegou nem a plantar. Foi o aconselhamento do Comitê da Seca. Mas não dá para evitar o prejuízo com o gado, que tem que ser alimentado. O pessoal está usando bagaço de cana e comprando milho pela metade do preço do governo”, diz. Na avaliação dele,  uma tecnologia que tornasse a lavoura mais resistente seria “muito importante”.

“Nós temos uma geografia de catástrofe. Como [o clima] é muito volátil, se tem qualquer oscilação perdemos a safra. Hoje só não se vê mais aquelas cenas de gente se retirando, com fome, porque o governo tem muitos programas sociais”, avalia. 

A descoberta dos pesquisadores da Embrapa e UFRJ já foi registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O próximo passo será solicitar a patente internacional, por meio do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT), gerido pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), com sede em Genebra, na Suíça.

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