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O valor da cesta básica diminuiu em 15 capitais em 2023. As principais reduções acumuladas no período de 12 meses, entre dezembro de 2022 e no mesmo mês do ano passado, foram registradas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%). Já as taxas positivas acumuladas ocorreram em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).

Os dados são Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais.

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“A tendência, para o conjunto dos itens, foi de redução, movimento que, junto com a revalorização do salário mínimo e a ampliação da política de transferência de renda, trouxe alívio para as famílias brasileiras, que sofreram, nos últimos anos, com aumentos de preços dos alimentos, em geral, acima da média da inflação”, concluiu o Dieese, em nota.

A entidade aponta que a questão climática, os conflitos externos, o câmbio desvalorizado que estimula a exportação, e o forte impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities acarretaram preocupação em 2023 e podem ser importantes desafios para 2024.

Comparação mensal

Entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As diminuições ocorreram em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).

Em dezembro de 2023, o maior custo da cesta foi em Porto Alegre (R$ 766,53), depois em São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e no Rio de Janeiro (R$ 738,61). Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.

Com base na cesta mais cara, que em dezembro foi a de Porto Alegre, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.439,62 ou 4,88 vezes o valor atual do salário mínimo, de R$ 1.320,00. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2022, ficou em R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.212,00.

A estimativa do Dieese leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em dezembro de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi 109 horas e três minutos, considerando o trabalhador remunerado pelo salário mínimo. Em novembro, a jornada necessária era de 107 horas e 29 minutos. Em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido – descontado o valor referente à Previdência Social – o levantamento mostra que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2023, 53,59% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 52,82%. Em dezembro de 2022, o comprometimento era de 60,22%.

O fim de ano é um momento muito favorável para o comércio, em especial para os empreendimentos sazonais. Pensando nisso, o Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) Recife promove três minicursos gratuitos com formas criativas de empreender no fim de ano e conseguir uma renda extra.

Os cursos envolvem arranjos natalinos, como guirlandas, biscoitos natalinos e design de sobrancelhas. As aulas são abertas ao público e acontecem nos dias 6 e 7 de dezembro no Campus Graças da universidade. Os interessados devem realizar sua inscrição pela página do Ser Educacional.

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“Estas oficinas foram preparadas para oferecer ao público conhecimentos práticos e apresentar oportunidades simples e criativas para quem busca a renda extra”, explica Mary Rached, organizadora do evento.

O minicurso de arranjos natalinos – guirlandas acontece no dia 6 de dezembro, às 13h30, no laboratório de projetos, bloco C. A oficina de biscoitos natalinos acontece no dia 7 do mesmo mês, com início às 13h30, no laboratório de gastronomia, bloco C. Já o minicurso de design de sobrancelhas acontece no dia 7 de dezembro, às 09h, no laboratório de estética, no 6º andar do bloco D.

Os dados que fazem parte de ampla pesquisa realizada pelo Insper, em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e Instituto Unibanco revela que a cada R$1 investido na Educação Profissional e Tecnológica de Nível Médio (EPTNM), o egresso da formação profissional tem um retorno na própria remuneração superior a R$3, mostrando que a educação técnica está entre os investimentos públicos mais rentáveis no país. 

O estudo estimou os impactos da Educação Profissional e Tecnológica de Nível Médio (EPTNM) na empregabilidade e rentabilidade dos egressos dessa modalidade de ensino.

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No total, foram analisadas 76 estimativas do impacto da educação técnica, presentes em 16 estudos criteriosamente selecionados, corroborando a relevância da formação técnica de nível médio para a inserção no mercado de trabalho e a ampliação dos rendimentos dos trabalhadores.


Outro ponto a se destacar é o que mostra que os egressos da EPTNM têm 5,5% mais chances de estarem no mercado de trabalho formal em comparação com os trabalhadores sem formação. Já as chances de emprego formal para egressos da formação técnica de nível médio são 6,2% maiores quando comparados com os que não concluíram o ensino superior.


“Os profissionais egressos da EPTNM recebem remuneração até 12% maior em comparação com aqueles que concluíram somente o ensino médio. O que deveria ser aperfeiçoado é a complementaridade curricular. O curso técnico precisa ser valorizado e melhor aproveitado pela educação superior”, comenta o professor Ricardo Paes de Barros.


Por fim, os dados do estudo revelam que a conclusão de cursos técnicos não apenas aprimora as habilidades individuais, mas também reduz significativamente as chances de os egressos atuarem no segmento informal da economia. 

A análise foi realizada pelo Insper, com o apoio do Instituto Unibanco e do Itaú Educação e Trabalho e é parte do livro “Impacto da educação técnica sobre a empregabilidade e a remuneração”, que será lançado dia 29/11 às 18h.

O Instituto Êxito de Empreendedorismo e a Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná firmaram convênio com objetivo de estimular e promover a educação empreendedora para os jovens e adultos do estado e aumentar as oportunidades, a empregabilidade e a renda da população paranaense. Por meio da plataforma on-line do Instituto Êxito, os alunos terão disponíveis cerca de mil conteúdos totalmente gratuitos.

Os cursos, palestras, mentorias e vídeos inspiracionais já estão disponíveis para todos os usuários e abordam áreas como empreendedorismo, desenvolvimento pessoal, carreira, marketing, negócios, comércio, entre outras. “A parceria firmada com a Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda proporcionará um leque de oportunidades aos jovens e adultos do estado. Estamos muito felizes de fazer parte desse acordo e poder contribuir para o desenvolvimento humano e profissional”, afirma o presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo, Janguiê Diniz. “Vamos promover a transformação de vidas e, principalmente, auxiliar aqueles que estão em busca de oportunidades de aperfeiçoamento profissional. Com a educação empreendedora, iremos investir no futuro mais próspero”, completa.

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Para o secretário estadual do Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes, a parceria chega num ótimo momento. “As ações adotadas pelo Governo do Paraná para a promoção de emprego e renda possuem um vínculo muito importante com a qualificação profissional”, ressalta. “Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e com os avanços da tecnologia, é preciso oferecer aos trabalhadores meios gratuitos e eficazes de acompanhar essas mudanças, garantindo a inserção do maior número possível de pessoas em vagas que exigem formação qualificada e igualmente fornecendo ferramentas sólidas para o avanço do empreendedorismo.  A parceria com o Instituto Êxito de Empreendedorismo, portanto, é fundamental para a formação de profissionais qualificados e empreendedores”, finaliza.

A partir do Termo de Convênio e Cooperação Educacional, cerca de mil conteúdos gratuitos da plataforma virtual estarão disponíveis aos beneficiários. Basta acessar o site da Instituição (exito.app.toolzz.com.br/setr), realizar o cadastro e, a partir daí, navegar em todo o conteúdo disponível.

Os usuários também terão acesso às mentorias on-line, realizadas pelo aplicativo Toolzz Mentor, por grandes nomes do empreendedorismo e sócios do Instituto, como: José Roberto Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC); Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional; Guilherme Benchimol, fundador da IP Inc.; Antônio Carbonari Netto, fundador do grupo Anhanguera Educacional; Carol Paiffer, presidente da Atom;  João Appolinário, fundador e CEO da Polishop; Ricardo Bellino, empreendedor serial; Geraldo Rufino, presidente da JR Diesel; Gustavo Caetano, CEO da Samba Tech; João Kepler, fundador e presidente do Fundo de Investimentos Bossa Nova; Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, entre outros.

Sobre o Instituto Êxito de Empreendedorismo

O Instituto Êxito de Empreendedorismo é o resultado de um sonho que envolve empreendedores visionários dos mais variados segmentos do Brasil. Hoje, já conta mais com mais de 900 associados que compactuam de um mesmo propósito: fazer do empreendedorismo a turbina para impulsionar vidas e histórias.

O Êxito tem a filosofia de que, independentemente da classe social e econômica, qualquer pessoa pode transformar suas ideias em ações que mudem e melhorem a realidade e a comunidade na qual vive. Por isso, nasceu com o objetivo de estimular o dom empreendedor dos jovens, especialmente os de escolas públicas, onde há muitos talentos escondidos e boas ideias a serem impulsionadas.

Constituído como uma instituição sem fins lucrativos, seu principal objetivo - plano de ação está em oferecer uma plataforma de cursos online e gratuitos, além de realizar diversas ações voltadas para o fomento ao empreendedorismo.

Da assessoria

Após um empobrecimento recorde dos brasileiros no segundo ano da pandemia de Covid-19, a metade mais pobre da população teve um aumento de renda em 2022, tanto pela recuperação na geração de vagas do mercado de trabalho quanto pela expansão de programas de transferência de renda em meio à corrida eleitoral.

A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira subiu 18,0% em 2022 ante 2021, para R$ 537 mensais. Ou seja, apesar da melhora, cerca de 107,077 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 17,90 por dia no ano passado.

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Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022 - Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se considerados os 5% mais pobres no País, havia 10,7 milhões de pessoas que contavam com somente R$ 2,90 por dia em 2022, ou R$ 87 por mês por pessoa da família. Apesar de baixo, o resultado significou um salto de 102,3% em relação a 2021.

Segundo Alessandra Brito, analista do IBGE, as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela covid-19 deram um alívio à população mais vulnerável em 2020. No entanto, em 2021, com o enxugamento do Auxílio Emergencial, a renda per capita desceu ao pior resultado da série histórica iniciada em 2012. Em meio à corrida eleitoral à Presidência em 2022, a mudança do programa Bolsa Família para Auxílio Brasil, com valor maior e ampliação no número de beneficiários, ajudou a turbinar a renda da população mais pobre.

"A gente tem que lembrar que ano passado foi um ano eleitoral. O mercado de trabalho para ele se recuperar é uma coisa mais orgânica, tem a ver com o movimento da economia como um todo. Para aumentar o valor de um programa social, você pode fazer isso com um projeto de lei, ou com uma medida provisória", explicou Alessandra Brito, analista do IBGE. "Mas você ainda tem o mercado de trabalho contribuindo com mais de 70% da renda do domicílio", ponderou.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita cresceu de R$ 1.555 em 2012 para R$ 1.668 em 2019, quando atingiu o maior valor histórico. Com a pandemia de covid-19, o rendimento domiciliar per capita caiu 4,3% em 2020, seguido por um tombo de 7,0% em 2021, quando foi estimado em R$ 1.484, o piso da série histórica. Em 2022, a renda média domiciliar per capita voltou a crescer, 6,9%, para R$ 1.586.

A região Nordeste se manteve com o menor rendimento médio mensal domiciliar per capita no País, R$ 1.011, enquanto o da região Sul permaneceu o maior, R$ 1.927.

Os 50% mais pobres do Nordeste sobreviviam com R$ 348 mensais, ou R$ 11,60 diários por pessoa da família no ano passado. No Norte, a renda média da metade mais vulnerável foi de R$ 384 mensais em 2022, R$ 12,80 diários. Apesar dos valores modestos, o resultado representou um aumento de 26,7% na renda per capita da metade mais pobre no Norte, e 26,1% na do Nordeste.

O salto na renda dos mais pobres reduziu a desigualdade no País. O índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza - recuou de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022, menor resultado da série histórica iniciada em 2012.

Na passagem de 2021 para 2022, o índice de Gini caiu em todas as regiões brasileiras, o que mostra um alívio na desigualdade disseminado pelo País, embora permaneça elevada.

"Houve uma redução importante, mas ainda é um valor bem alto comparado a outros países", explicou Alessandra Brito.

Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 17.447 em 2022, queda de 0,3% ante 2021. Ainda assim, esse pequeno grupo ganhava uma renda média real mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população. Houve evolução em relação a 2021, quando essa distância era de 38,4 vezes.

"A desigualdade, por mais que você tenha tido uma melhora, ela é muito estrutural. Você tem um componente muito grande da desigualdade no País", concluiu Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Estudo divulgado nesta segunda-feira (6) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre a mão de obra feminina na indústria mostra que o caminho para sanar a disparidade de gênero no setor ainda é longo. De acordo com o levantamento, mulheres da indústria recebem 14,7% a menos do que os homens e, com um avanço paulatino registrado, a paridade salarial só deve ocorrer em 2035.

O estudo aponta que as trabalhadoras na indústria recebem, em média, R$ 3.294,75 por mês, enquanto a média dos homens no setor é de R$ 3.863,68 por mês, uma diferença de 14,7%. Apesar de uma diminuição gradativa que vendo sendo observada desde o início da série, em 2006 (quando a diferença era de 30,5%), a entidade afirma que a paridade salarial no Estado deve ocorrer apenas na próxima década.

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O período para declarar o Imposto de Renda (IR) 2023 começa em 15 de março e vai até 31 de maio, informou a Receita Federal na última quarta-feira (15). Devem fazer a declaração todos aqueles que obtiveram renda acima de R $28.559,70 no ano de 2022, ou que receberam mais de R $40 mil em rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados na fonte. Para prestar contas com o leão, o contribuinte vai precisar reunir alguns documentos e informações.

A recomendação é que se faça essa seleção com antecedência e evitar cometer erros ou omissões na declaração, evitando a não cair na malha fina ou ter problemas com a restituição. Segundo Valdir Amorim, coordenador técnico jurídico e tributário da companhia da área contábil IOB, em uma entrevista, “quanto antes a declaração acontecer, maiores as chances de receber bem antes a restituição do Imposto de Renda, caso tenha direito a ela”. Confira a seguir, os documentos necessários para cada área: 

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Dados pessoais - Número do RG; CPF; Comprovante de residência; Comprovante de atividade profissional; Título de eleitor; Dados bancários para o recebimento da restituição; Número do celular para contato; Informações de dependentes e companheiro (a), caso haja: nome completo, CPF e data de nascimento. Caso o contribuinte tenha feito a declaração do IR em 2022, também é preciso informar o número do documento e ter uma cópia completa. 

Comprovantes de renda – Informe de rendimentos, fornecidos pela empresa até o final de fevereiro; Informe de rendimento de aposentadoria ou pensão, obtido pelo site da Previdência Social; Informe de rendimentos de instituições financeiras, como bancos e corretoras de valores; Informe de rendimentos recebidos por aluguel de bens móveis ou imóveis. Informações e documentos de outras rendas. Informe de rendimentos de distribuição de lucros; Pró-labore; Dados do Carnê-Leão; Informes de rendimentos de programas fiscais. 

Bens e direitos – Documentos que provem a compra e venda de bens e direitos em 2022; Cópia da matrícula do imóvel ou escritura de compra e venda; Boleto do IPTU de 2022; Documentos que provem a posição acionária em uma empresa, se aplicável. 

Comprovantes de pagamentos – Recibo ou informes de rendimentos de planos de seguro e de saúde. Despesas médicas e odontológicas em geral; Comprovantes de despesas com educação; Comprovante de pagamento da Previdência Social ou privada; Comprovantes de pagamentos de pensão alimentícia; Recibos de doações feitas.  

Durante o ano de 2022 foi discutida a possibilidade de novas regras no Imposto de Renda 2023, como a mudança na tabela usada na apuração da tributação. Uma das promessas da campanha do presidente Lula (PT) foi uma possível reforma no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) com a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R $5.000. Mas, em novembro, o senador Wellington Dias (PT), responsável pela revisão do orçamento, disse que o tema será tratado ao longo do ano. O detalhamento das mudanças a serem implementadas ainda não foi divulgado, sendo que, atualmente, já existe um projeto de reforma no IR em tramitação no Congresso e que já foi aprovado na Câmara, mas espera a votação no Senado. A última correção na tabela do Imposto de Renda foi feita em 2015, o que faz com que, atualmente, ela esteja defasada.  

O Índice de Gini é um instrumento que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. A medida do índice vai de 1 a 0, sendo que quanto mais próximo o número for de 1, maior é a desigualdade de renda, e quanto mais próximo de 0, menor a desigualdade.

Em uma análise dos últimos 10 anos, é possível perceber que de 2019 para 2020 ocorreu uma queda significativa no nível de desigualdade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso aconteceu devido aos benefícios dos programas emergenciais de transferência de renda. Já de 2020 a 2021 houve um aumento significativo na desigualdade no país, segundo o índice, refletindo a redução dos efeitos do Auxílio Emergencial e ausência de recuperação efetiva no mercado de trabalho.

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A Agência Tatu analisou os dados recém divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que apontam estados do Nordeste entre os que tiveram a maior alta do índice de Gini nos últimos 10 anos (de 2012 a 2021): Rio Grande do Norte teve um aumento de 15,6% e Paraíba de 8,6%. Em seguida, aparece Roraima, com aumento de 8,6% no mesmo período e que possui atualmente a maior desigualdade do país, quando o índice de cada estado é analisado isoladamente.

Contudo, não se pode dizer que um grupo é mais rico ou mais pobre que outro com base unicamente nos números do Índice de Gini, pois os dados medem apenas a distribuição de renda no território entre as pessoas que alí residem, conforme explica Luciana Caetano, economista, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).   

“O estado de Alagoas, por exemplo, que tem um Índice [de Gini] relativamente baixo, hoje concentra um dos maiores percentuais de pessoas em condição de pobreza e extrema pobreza. Então, quanto maior a desigualdade de renda e desigualdade social é em um país, mais você tem um percentual muito grande da população que passou sobreviver e depender da intervenção do estado, através de programas sociais e consequentemente de transferência de renda, para compensar exatamente a renda que não foi alcançada via inserção no mercado de trabalho”, diz Luciana Caetano.   

Outro dado importante apresentado na pesquisa é que os estados da região Sul e Centro-Oeste, exceto Distrito Federal, foram alguns dos que apresentaram os melhores números do Índice em 2021. A economista observa que a média desses estados têm se mantido baixa nos últimos 10 anos.

“Muito provavelmente isso está relacionado com o nível de renda que é gerado naquela economia. Existem, por exemplo, regiões em que grande parte dos salários está concentrada no setor público. E isso é possível, pois quanto mais próxima estiver a renda obtida pelas pessoas, menor tende a ser esse Índice de Gini. Isso é independente de a renda ser muito alta ou muito baixa, então o que significa para a gente é que a renda gerada nesses estados, em que se tem um índice de Gini mais baixo, está melhor distribuída”, afirma Caetano. 

“A renda não é o único elemento que influencia na desigualdade social, mas ela é um importante indicador, considerando que é através da renda que as pessoas têm acesso a bens e serviços essenciais, como habitação, saúde e educação. Então, a renda talvez seja o mais importante entre os indicadores que definem a desigualdade social no país”, completa a especialista.

*Da assessoria 

Um motorista de ônibus teve toda a renda do transporte público furtada na tarde desta quarta-feira (26), enquanto ajudava um cadeirante a descer do coletivo na Avenida Guararapes, área central da capital pernambucana. 

Um vendedor de canecas que estava dentro do coletivo que fazia a linha Avenida Norte Macaxeira disse que três mulheres aproveitaram o momento em que o motorista desceu para ajudar o cadeirante e deixou o caixa onde são colocadas as passagens arrecadas. Isso porque, com a dupla função, o motorista é responsável por guiar o ônibus e cobrar a taxa dos passageiros.

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Além disso, é o motorista que, de forma manual, aciona o elevador para que as pessoas com alguma deficiência física consigam embarcar e desembarcar dos coletivos na Região Metropolitana do Recife.

De acordo com o Consórcio Recife ao LeiaJá, as câmeras de segurança do coletivo e outras informações relevantes para a investigação policial serão enviadas às autoridades competentes. “A empresa esclarece, ainda, que enviou uma equipe de supervisão para dar o suporte necessário ao motorista e auxiliá-lo no registro da ocorrência”.

Uma suspeita foi localizada pela polícia e levada para a delegacia. O LeiaJá aguarda da Polícia Militar mais informações do ocorrido.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, lidera a pesquisa de intenção de votos entre os eleitores que ganham de dois a cinco salários mínimos, com 43%.

É o que mostra a quinta rodada de pesquisas do Datafolha e da TV Globo divulgada nesta quinta-feira (22) pelo jornal Folha de S.Paulo.

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Já o ex-presidente Lula lidera com 57% entre os que ganham até dois salários mínimos contra a 24% do presidente Jair Bolsonaro.

O instituto ouviu 6.754 pessoas em 343 cidades, e a pesquisa encomendada pela Folha e pela TV Globo está registrada sob o número BR-04180/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

O segundo ano da pandemia foi marcado por um empobrecimento recorde dos brasileiros, após as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela Covid-19 darem um alívio em 2020. Com o enxugamento do Auxílio Emergencial e uma recuperação do mercado de trabalho marcada pela geração de empregos precários, a metade mais pobre da população sobreviveu com apenas R$ 415 mensais por pessoa em 2021, pior resultado histórico, um tombo de 15,1% em relação aos R$ 489 recebidos em 2020, em valores já atualizados pela inflação.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021 - Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Com o rendimento médio de R$ 415 por mês para a metade mais pobre, são 106,35 milhões subsistindo com apenas R$ 13,83 por dia por pessoa. O empobrecimento é histórico mesmo quando se compara com quase dez anos atrás: em 2012, a metade mais pobre da população ganhava R$ 448 por mês por pessoa. O valor de 2021 é 7,4% menor do que o registrado em 2012.

Com a diminuição do Auxílio Emergencial - tanto no valor quanto no número de pessoas beneficiadas -, as perdas foram mais dramáticas nas regiões Norte e Nordeste, onde a transferência de renda desempenha um papel fundamental para a subsistência de grande parte da população na pandemia.

Os 50% mais pobres do Nordeste sobreviviam com R$ 251 mensais, ou R$ 8,37 diários por pessoa da família no ano passado, um recuo de 23% ante 2020. No Norte, a renda média da metade mais vulnerável foi de R$ 281 mensais em 2021, R$ 9,37 diários, 19,9% a menos que no ano anterior.

O quadro é ainda mais drástico entre os mais pobres de todos. Em 2021, o País tinha 10,635 milhões de pessoas sobrevivendo com apenas R$ 39 mensais por pessoa, ou seja, os 5% mais miseráveis da população tinham, em média, somente R$ 1,30 por pessoa por dia, considerando todas as fontes de renda disponíveis. A renda desses miseráveis despencou 33,9% em relação a 2020. Na comparação com 2012, o tombo no poder aquisitivo desses brasileiros foi de 48%.

"Teve menos gente ganhando (o Auxílio Emergencial), e quem ganhava teve menos parcelas, com valor menor", lembrou Alessandra Brito, analista do IBGE. "O auxílio foi um colchão para a renda não cair tanto em 2020. Com a melhora da pandemia e o retorno do mercado de trabalho, as regras do auxílio foram alteradas."

O tombo na renda dos mais pobres em 2021 aumentou a desigualdade, embora todas as faixas tenham registrado perdas. Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 15.940, queda de 6,4% ante 2020. Em relação ao primeiro ano da série, 2012, a perda foi de 6,9%.

"Todo mundo perdeu (renda). Não é só o auxílio, porque não afetou só os mais pobres", apontou a analista do IBGE.

Como o rendimento dos mais pobres caiu em ritmo mais acelerado, o índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração - aumentou de 0,524 em 2020 para 0,544 em 2021. Na passagem de 2020 para 2021, o índice de Gini cresceu em todas as regiões brasileiras, o que mostra um aumento na desigualdade disseminado pelo País.

Considerando a renda auferida por toda a população, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.353 em 2021. Assim como no caso da metade mais pobre da população, é o valor mais baixo já visto na pesquisa iniciada em 2012, 6,9% menor que os R$ 1.454 estimados em 2020. Houve redução em todas as regiões, sendo os valores mais baixos os auferidos no Norte (R$ 871) e Nordeste (R$ 843). A Região Sul registrou o maior rendimento domiciliar per capita médio, R$ 1.656.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda até cinco salários mínimos, registrou taxa de 1,04% em abril deste ano, a maior variação para um mês de abril desde 2003 (1,38%). Em março deste ano, a taxa havia ficado em 1,71%.

Segundo os dados divulgados hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de abril, o INPC ficou abaixo da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou taxa de 1,06%.

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No acumulado de 12 meses, no entanto, o INPC chegou a 12,47%, acima dos 12,13% apurados pelo IPCA.

Em abril, os produtos alimentícios tiveram inflação de 2,26%, enquanto os não alimentícios registraram taxa de 0,66%.

Pesquisa inédita realizada pela Serasa em parceria com a Opinion Box revela que 34% da população brasileira teve perda de renda em consequência dos dois anos da pandemia da Covid-19. No entanto, segundo o mesmo trabalho, 63% do universo de 2.032 pessoas ouvidas disse ter aumentado seus gastos. Estas mesmas pessoas afirmaram também ter observados as maiores altas de preços nos supermercados.

"Esse contexto não impediu que 51% dos brasileiros mantivessem o pagamento das contas em dia, adotando como principal medida o corte das despesas desnecessárias", afirmam os responsáveis pelo estudo.

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Os moradores do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo foram os que menos recorreram a essa saída e também os que menos precisaram de uma atividade extra para complementar a renda.

Muitas lições de como lidar com o dinheiro foram assimiladas no confinamento. Segundo as consultas da Serasa e da Opinion Box, 67% dos entrevistados de todo o País disseram que agora dão mais importância em ter dinheiro guardado, 62% admitiram ter aprendido a cuidar melhor do dinheiro, 54% perceberam que gastavam muito com o que não precisava, 42% passaram a fazer um planejamento financeiro e 48% declararam ter uma reserva guardada.

As contas prioritárias

A pesquisa constatou que, ao pagar contas, os brasileiros deram prioridade para planos de saúde (88%), seguros (87%), serviços de assinatura como plataformas de streamings (84%), escolas ou faculdades (82%) e aluguel (81%). Os pagamentos em dia das contas da área de saúde revelam que a população se preocupa com o próprio bem-estar.

"Com maior tempo de permanência em casa, era esperado que as formas de entretenimento também migrassem para dentro dos lares, colocando as plataformas de streamings como uma das prioridades no ranking de pagamentos. Como as instituições de ensino encontraram no modelo digital uma forma de dar continuidade aos cursos, aumentou o pagamento pontual das mensalidades. E o pagamento da moradia, mesmo com o desafio da redução de renda para muitos, também segue como uma das prioridades.

Meios de pagamentos

Com a chegada do PIX e de outras soluções digitais, o dinheiro em espécie não figura mais entre as três principais opções de pagamento do brasileiro, apurou a pesquisa da Serasa e da Opinion Box. Antes da pandemia os pagamentos eram realizados com cartão de crédito, cartão de débito, dinheiro vivo, aplicativo do banco e carteiras digitais, nesta ordem. Dois anos depois, o cenário mostra a liderança do PIX e do cartão de crédito. Entre todas as regiões, a Sudeste é a que menos utiliza o PIX para os pagamentos.

Cortes e Empréstimos

Ainda de acordo com a pesquisa da Serasa e Opinion Box, 31% dos entrevistados declararam não gastar dinheiro com lazer durante a pandemia, enquanto 58% disseram ter reduzido esses gastos. Os moradores do Sudeste e do Sul foram os que mais cortaram as despesas com passeios.

Para pagar as dívidas, 32% dos brasileiros entrevistados fizeram um acordo durante a pandemia e 37% recorreram a empréstimo no banco, com amigos ou familiares. A quantia solicitada foi de até R$ 3.500,00 e a maior parte optou pelo parcelamento em até 24 meses. A Região Sudeste apresentou o maior número de pessoas que pediram dinheiro aos familiares.

A pesquisa da Serasa em parceria com Opinion Box foi a campo entre 20 de janeiro e 2 de fevereiro. Foram ouvidas 2.032 pessoas em todo o País. A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos porcentuais para cima e para baixo e o intervalo de confiança, de 95%.

A sétima edição do Boletim de Desigualdade nas Metrópoles foi divulgada nesta quinta-feira (07) e mostrou que a renda média dos brasileiros atingiu o valor de RS$1,378, menor valor registrado desde o início das medições em 2012. O boletim apontou a diminuição na renda das famílias, ainda que o número absoluto de pessoas ocupadas tenha aumentado.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo Boletim, a diminuição na renda é resultado do impacto direto da inflação no bolso da população. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo 15), considerado como a prévia oficial da inflação, registrou a maior alta desde 2015, subindo 0,95%. Dentre os itens mais afetados pela inflação, o custo dos alimentos foi o que mais pesou.

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A pesquisa aponta que os mais pobres estão recuperando uma parcela da renda perdida em decorrência da pandemia, porém, os números absolutos ainda são 8,9% menores em relação ao mesmo período pré-pandemia. Segundo os idealizadores do estudo, a retomada na renda das famílias mais pobres está relacionada ao crescimento no número de ocupações informais, principal fonte de renda destas famílias.

A pesquisa foi realizada em parceria entre os pesquisadores da PUC-RS, do Observatório das Metrópoles e da Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), a partir de dados do PNAD Contínua trimestral, do IBGE.

Por Matheus de Maio

 

 

 

Aos 67 anos de idade, Rita Cadillac continua trabalhando muito para conseguir pagar as contas. Impossibilitada de fazer seus shows em virtude da pandemia, ela recorreu às redes sociais para fazer uma renda. A ex-chacrete criou perfis em plataformas como ‘OnlyFans’ e 'Privacy’ e tem vendido fotos sensuais e nudes a uma mensalidade de R$ 60. 

Desde o início de sua carreira como chacrete, Rita usou e abusou da sensualidade em diversos trabalhos. Ele chegou a fazer filmes pornô mas a experiência, apesar do retorno financeiro, também acabou lhe causando depressão. Passado esse momento ruim, a ‘Lady do Povo’ precisou adaptar-se aos novos tempos e aderiu às plataformas de conteúdo explícito para manter uma renda. "Estou pagando minhas contas (com o que ganha no site). Foi (ideia) da Aritana Maroni, filha do Oscar... Com esse negócio de pandemia, sem shows, ela sugeriu. Ela me mostrou, porque ela fez também. Falei 'ah, é só isso?!'. Eu já fiz todas as revistas (sensuais) do Brasil", explicou ela em entrevista a Danilo Gentili no final de 2021.

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Já em outras redes sociais, como no Instagram, Rita pública apenas algumas prévias do conteúdo que vai por seus perfis pagos. Na descrição do OnlyFans - que conta com planos que vão de R$ 60 a R$ 500 -, ela convida o público a conhecê-la de uma outra forma. “Após inúmeros pedidos, finalmente vocês irão ver a Lady do Povo de uma forma diferente, uma forma mais ousada”.

A renda média do trabalho desceu ao menor nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 4,6% no trimestre até outubro em relação ao trimestre até julho, R$ 117 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em outubro do ano passado, a renda média encolheu 11,1%, R$ 307 a menos, para o piso histórico de R$ 2.449 mensais.

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"As pessoas trabalham mais, há mais trabalho na economia, mas com rendimento em processo de queda", justificou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. "A gente tem uma expansão significativa da ocupação que não é acompanhada por crescimento do rendimento", completou.

A população ocupada somou 93,958 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro, 3,292 milhões trabalhadores a mais em apenas um trimestre. Em relação a um ano antes, 8,674 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

Adriana lembra que, na passagem do trimestre encerrado em julho para o trimestre terminado em outubro, 40% da expansão da ocupação foi gerada pela criação de vagas com carteira de trabalho assinada no setor privado, que geralmente pagam salários mais elevados que na informalidade.

No entanto, a renda média do emprego com carteira assinada também encolheu no período, queda de 3,6%, R$ 88 a menos, para uma média de R$ 2.345 mensais. Em relação ao trimestre terminado em outubro de 2020, a renda média do trabalho com carteira caiu 8,0%, R$ 205 a menos. "Embora o trabalho com carteira esteja aumentando, esse emprego com carteira de trabalho assinada ele também está com rendimento monetário menor, seja no trimestre, seja no ano. Então é um trabalho com carteira, com menores rendimentos, seja no trimestre, seja no ano", apontou.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado subiu a 33,876 milhões no trimestre terminado em outubro. Embora tenha havido recuperação em relação ao piso de 30,679 milhões registrado no trimestre encerrado em julho de 2020, essa população ainda está 3,718 milhões aquém do pico alcançado no trimestre até julho de 2014, quando somava 37,594 milhões de pessoas.

Segundo Adriana Beringuy, o mercado de trabalho como um todo mostra continuidade do processo de recuperação, que já vinha ocorrendo especialmente a partir de julho, impulsionado pelo avanço da vacinação da população contra a covid-19 e pela maior movimentação da economia, com reabertura de estabelecimentos que foram fechados pela crise sanitária e a volta às ruas de trabalhadores informais.

"A gente começa a perceber uma espécie de generalização do processo de recuperação dos contingentes populacionais de ocupados (formais e informais). A gente sabe que o trabalho informal tem menos prerrogativas, menos salvaguardas para se manter fora do mercado, então essas pessoas, embora tenham sido as mais afetadas logo no impacto de 2020, foram aquelas que foram retornando mais rapidamente. Enquanto que o emprego com carteira não foi tão atingido inicialmente, mas teve o impacto negativo, e só agora vem recuperando", afirmou Adriana Beringuy.

A pesquisadora acrescenta que há recuperação "concreta" da ocupação tanto na informalidade quanto em ocupações formais, mas a retomada do mercado de trabalho ainda é mais quantitativa do que qualitativa.

"O que a gente tem nesse momento é uma recomposição da população ocupada, mas, do ponto de vista do rendimento, da massa de rendimento gerada por essa expansão, a gente ainda não observa efeitos positivos", disse Adriana. "Há muitas pessoas oferecendo trabalho ou encontrando trabalho, só que com rendimentos menores", acrescentou.

A massa de salários em circulação na economia encolheu R$ 4,357 bilhões no período de um ano, para R$ 225,047 bilhões, uma queda de 1,9% no trimestre encerrado em outubro em relação ao mesmo período de 2020. Na comparação com o trimestre terminado em julho, a massa de renda real caiu 1,1%, com R$ 2,393 bilhões a menos.

"Tem tanto o efeito provocado pela dinâmica do mercado de trabalho, o processo de oferta e demanda por trabalhadores. Pode ter mais oferta de trabalhadores do que demanda, portanto, ele acaba recebendo menos. E também tem o processo inflacionário", explicou Adriana. "A perda do poder aquisitivo do rendimento está associado à inflação", concluiu.

Mais lares brasileiros obtiveram alguma renda através do trabalho no segundo trimestre deste ano, mas a recuperação permanece lenta e os indicadores continuam piores do que antes da pandemia, mostra estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, a proporção de domicílios sem nenhuma renda de trabalho saltou de 25,1% no primeiro trimestre de 2020 para 31,6% no segundo trimestre do ano passado.

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O indicador mostrou melhora para 29% no quarto trimestre do ano passado, nível semelhante ao registrado no primeiro trimestre de 2021 (29,3%). Neste segundo trimestre, porém, o indicador voltou a melhorar, ao recuar para 28,5%.

Para o Ipea, o resultado mostra "como tem sido lenta a recuperação do nível de ocupação aos patamares anteriores à pandemia para as famílias de renda mais baixa".

O documento, assinado pelo pesquisador Sandro Sacchet de Carvalho, mostra aumento na proporção de domicílios na faixa mais baixa dos rendimentos, sinalizando uma qualidade ruim das ocupações que vêm absorvendo os trabalhadores desses domicílios.

A proporção de famílias brasileiras na faixa 1, com rendimento médio habitual de R$ 886,34 por mês (inferior ao salário mínimo), aumentou de 25,9% no primeiro trimestre de 2021 para 27,9% neste segundo trimestre.

"Houve um aumento da proporção de domicílios na faixa de renda mais baixa e uma diminuição da proporção nas demais faixas, reforçando como tem sido lenta a recuperação do nível de ocupação", avaliou o Ipea.

O Brasil é a nação que tem a maior despesa parlamentar quando comparado à renda média do país. É o que aponta um estudo feito pelos pesquisadores Luciano Irineu de Castro, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Odilon Câmara, da Universidade do Sul da Califórnia e Sebastião Oliveira, da Universidade de Brasília (UNB). O trabalho será apresentado nesta segunda-feira (5), durante o Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro.

Para embasar os dados, os pesquisadores analisaram os gastos do Congresso e os compararam com os de outros 33 Estados democráticos, a exemplo de países europeus, das Américas e também do continente africano. De acordo com o Jornal O Globo, a equipe calculou o Orçamento total alocado ao Poder Legislativo federal de cada país da amostra e, a partir disso, dividiu pelo número de parlamentares nos respectivos países. Seguindo a mesma lógica, a metodologia de pesquisa dividiu o resultado pela renda média do país.

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Como conclusão, o estudo constatou que o Brasil aparece em primeiro lugar da lista, com um orçamento anual por parlamentar de US$ 5 milhões (o equivalente a R$ 24,7 milhões na cotação atual). O valor contrastante é 528 vezes maior que a renda média da população, de US$ 9.500 (R$ 46.943), de acordo com o estudo.

A Argentina vem em seguida, com a proporção menor que a metade da brasileira. Nos demais países, a proporção média equivale a 40 vezes a renda média das populações.

Financiamento partidário

Também no estudo, o financiamento público de campanhas e de partidos foi analisado, com o objetivo de questionar se o número excessivo de legendas políticas pressiona por mais recursos para atividades ligadas à população ou incentiva o surgimento de novas legendas.

Juntos, os políticos brasileiros recebem, em média, US$ 446 milhões por ano (R$ 2,2 bilhões). O México figura em segundo lugar, com US$ 307 milhões (R$ 1,5 bilhão). Excluindo o Brasil, a média da amostra é de US$ 65,4 milhões (R$ 323 milhões). 

 

 O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo federal implemente a Renda Básica de Cidadania para brasileiros em situação de pobreza e extrema pobreza- ou seja, com renda per capita inferior a R$ 89 e R$ 178- a partir de 2022. A decisão foi tomada em sessão virtual realizada na última segunda (26), quando o plenário julgou parcialmente procedente o Mandado de Injunção (MI) 7.300, reconhecendo que houve omissão na regulamentação do benefício, previsto pela Lei 10.835/2004.

A deliberação determina que o Poder Executivo federal adote todas as medidas legais cabíveis para a implementação do programa de renda básica. Ela se aplicará mesmo que haja alteração do Plano Plurianual (PPA), da previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) do ano que vem.

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“Não é necessário grande esforço argumentativo para demonstrar a imprescindibilidade de programas assistenciais em uma economia pujante, porém extremamente desigual, como a do Brasil”, declarou o ministro Gilmar Mendes.

Mandado de injunção

O mandado de injunção avaliado foi ajuizado pela Defensoria Pública da União (DPU), em defesa de um cidadão que alegou não dispor de recursos básicos para arcar com uma existência digna. O homem vive em situação de rua, está desempregado e convive com deficiência intelectual moderada, sobrevivendo de um valor de R$ 81 do programa Bolsa Família. Ele chegou a requerer, sem sucesso, o benefício de prestação continuada oferecido às pessoas com deficiência.

A DPU acusou o governo federal de omissão na regulamentação do programa, previsto em lei há mais de 17 anos. O órgão solicitou que o valor da renda básica seja fixado em um salário mínimo mensal, até que haja regulamentação do benefício previsto na lei de 2004.

A cobrança de impostos sobre patrimônio (IPTU e IPVA) e de contribuições previdenciária tende a consumir uma fatia maior da renda de famílias mais pobres do que no caso dos mais ricos, segundo estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) obtido pelo Estadão/Broadcast.

O Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), embora tenha alíquotas que aumentam quanto maior é o salário, acaba perdendo o caráter progressivo nos estratos mais elevados da população, que têm isenção sobre lucros e dividendos.

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A chamada "regressividade" tributária (ou seja, quando o imposto pesa mais sobre os mais pobres) é analisada pelo pesquisador do Ipea Pedro Humberto Carvalho com base em dados de 57 mil domicílios obtidos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), levada a campo pelo IBGE em 2008/2009 e 2017/2018.

Foram analisados quatro tributos: IPTU (municipal), IPVA (estadual), contribuição previdenciária e IRPF (ambos federais). Desse grupo, o mais regressivo, ou seja, que pesa muito mais no bolso dos mais pobres, é o IPVA.

Para saber se a estrutura do tributo é regressiva ou não, o pesquisador efetuou um recorte apenas dos domicílios que eram contribuintes efetivos de cada um dos tributos.

No estudo, Carvalho também traz sugestões de como atacar os problemas. O diagnóstico vem a poucos dias de a proposta de reforma tributária em tramitação no Congresso finalmente ganhar um parecer, após mais de um ano de trabalho da comissão mista e de discussões sobre incluir ou não Estados e municípios no alcance das mudanças. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), prometeu a divulgação do relatório na próxima segunda-feira, dia 3 de maio.

Regressividade

Entre os que recolhiam IPVA, o imposto consumiu 2,2% da renda de quem ganhava até três salários mínimos, porcentual que foi caindo até atingir apenas 0,7% de quem tinha ganhos superiores a 36 salários mínimos. Segundo Carvalho, a regressividade do IPVA já existia na POF de 2008/2009, mas se acentuou no período mais recente com o aumento da aquisição de motocicletas pelas famílias de classe mais baixa. Nos 43% domicílios mais pobres, 19% tinham motocicleta ou automóvel em 2008-2009, porcentual que saltou a 38% na década seguinte.

O maior problema, diz o pesquisador, é que o Supremo Tribunal Federal (STF) entende como inconstitucional a cobrança de alíquotas conforme a capacidade contributiva ou valor do veículo, o que tornaria o imposto mais progressivo (ou seja, pesaria menos para os mais pobres). Hoje, a diferenciação é permitida apenas de acordo com a classe do automóvel.

"Hoje tem seletividade, não progressividade. E não se tributa embarcações nem jatos ou aeronaves particulares. Os ricos acabam não pagando. Então, numa reforma tributária, seria possível ampliar a base de cálculo do IPVA", afirma. Uma iniciativa ao alcance de governadores para tentar amenizar a incidência sobre famílias de menor renda seria elevar as alíquotas e conceder descontos fixos a todos.

Imóveis

No caso do IPTU, os domicílios com renda de até três salários mínimos destinam 1,1% de sua renda ao pagamento do imposto, ante 0,7% entre quem ganha 12 salários mínimos ou mais.

Segundo Carvalho, muitas famílias não recolhem IPTU porque moram de aluguel, estão em área rural, são isentas ou podem estar inadimplentes. Mas o desenho do tributo acaba favorecendo de forma desproporcional aquelas que vivem em regiões valorizadas e, consequentemente, detêm patrimônio de maior valor.

"Para atualizar uma planta genérica de valores, o município precisa de aprovação da câmara, um processo político que ainda passa pelo crivo do judiciário. é muito difícil politicamente. Além de uma cobrança defasada, acaba sendo injusta", afirma. Para ele, uma solução seria prever na constituição reajustes periódicos na planta genérica de valores, a cada quatro anos, por exemplo.

A contribuição previdenciária também se mostrou regressiva, segundo o estudo. Famílias com renda de até três salário destinavam 4,5% à previdência, mais que os domicílios com renda superior a 36 salários (3,4%).

O IRPF é o único imposto que não mostrou estrutura regressiva. Até três salários mínimos, não há sequer incidência do tributo. Acima disso, o porcentual da renda destinada ao pagamento é de 2,9% até 12 salários mínimos, chegando a 9,1% acima de 36 pisos.

No entanto, há uma estagnação nessa progressividade quando se atinge o 1% mais rico da população. as principais causas, segundo o pesquisador, são a pejotização (profissionais liberais com ganhos elevados e que pagam imposto como pessoa jurídica), isenção de lucros e dividendos, prevalência de rendimentos que não vêm do trabalho (aluguéis, ganhos de capital, investimentos financeiros) e maior facilidade em sonegar.

Carvalho ainda chama a atenção que o 1,2% mais rico do Brasil tem uma alíquota efetiva de 7,2% no IRPF, enquanto nos estados unidos esse porcentual é de 26,8%. Para ele, a correção das distorções passa pela tributação de lucros e dividendos e pela regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, que poderia ser cobrado em alíquotas pequenas (1% a 2,5%) com a declaração anual de ajuste.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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