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O mercado internacional adverso e as incertezas no cenário político complexo voltaram a retrair os negócios na renda fixa nesta terça-feira (8). Sem saber quais os rumos que o País irá tomar, o investidor tem evitado assumir posições, o que os leva a se concentrarem em operações de curtíssimo prazo.

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram em baixa com uma primeira leitura positiva da carta do vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff, mas passaram a subir acompanhando o dólar, que refletia o mau humor no cenário internacional. A pressão foi reduzida à tarde e as taxas acabaram por fechar perto dos ajustes da véspera, com leve alta nos vencimentos mais curtos, até 2017.

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Segundo profissionais da renda fixa, a carta de Temer a Dilma foi recebida como o sinal de rompimento do vice com o governo, o que fortalece a corrente que aposta na saída da presidente. Apesar da grande repercussão do assunto, inclusive com troca de acusações sobre quem vazou o teor da carta, nada de muito concreto aconteceu como desdobramento do caso. Nem Temer nem Dilma se manifestaram publicamente sobre a missiva.

O Conselho de Ética da Câmara retomou a discussão sobre o parecer que pede a continuidade do processo disciplinar contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Este, por sua vez, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a permanência do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) na relatoria do processo disciplinar. A expectativa é de que não haja tempo para votação do relatório ainda nesta terça.

Já a comissão da Câmara que analisará o pedido de impeachment da presidente ainda está em fase de formação de chapas. Com as chapas definidas, haverá votação secreta para escolha dos integrantes.

No que diz respeito à política monetária, as apostas dos investidores se mantiveram firmes no início de um novo ciclo de altas da taxa Selic. Na quarta-feira, 9, será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, para o qual se espera um resultado entre 0,85% e 1,05%, segundo pesquisa do AE Projeções com 55 instituições do mercado financeiro. A mediana ficou em 0,95%.

Nos negócios na BM&F, o contrato de DI com vencimento em abril de 2016 fechou com taxa de 14,595%, ante 14,584% do ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2017, o mais negociado, terminou a sessão regular com taxa de 15,78%, contra 15,74% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2019 ficou com taxa de 16,06%, de 16,07%. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 fechou com taxa de 15,77%, a mesma do ajuste anterior.

O ouro fechou em leve alta nesta segunda-feira (16) influenciado pela queda do dólar e as expectativas quanto à reunião de dois dias do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), que começa amanhã. O contrato para abril, o mais negociado no momento, fechou a US$ 1.153,30 por onça-troy, com leve avanço de 0,09% na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

O metal chegou a tocar a máxima de US$ 1.163,30 durante o dia, influenciado pela depreciação da moeda norte-americana. Por ser negociado em dólar, o ouro se torna mais atrativo para investidores internacionais quando a moeda norte-americana se enfraquece ante outras divisas.

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O metal, entretanto, não conseguiu segurar a cotação porque muitos dos investidores acreditam que o Fed pode retirar a expressão "paciente" de seu comunicado, o que prenuncia uma alta dos juros.

"Acreditamos que as perspectivas cada vez maiores de alta dos juros nos EUA estão tirando mercado do ouro", escreveu Suki Cooper, analista de metais preciosos da Barclays, em nota a clientes. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os contratos futuros de ouro negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex) fecharam o pregão em leve alta influenciados por um movimento de aversão ao risco, que causa um forte recuo dos mercados de ações, por conta da crise na Ucrânia e de notícias negativas da economia da China.

O ouro para abril fechou em alta de US$ 1,90 (0,14%), a US$ 1.372,40 a onça-troy. Esse é o maior valor de fechamento em seis meses. Para analistas, o declínio do mercado de ações está causando uma fuga para ativos de maior segurança. "O ouro tende a ter melhor desempenho em momentos de maior volatilidade e conflitos nos mercados de ações", disse o presidente da Libertas Wealth Management Group, Adam Koos.

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A crise política no leste europeu continua a pressionar os mercados de ações, o que é bom para ativos de maior segurança. Hoje, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a União Europeia estava pronta para impor sanções à Rússia, cujo governo apoia o referendo na península ucraniana.

"A Ucrânia é um grande fator que está sustentando a alta nos preços do ouro", disse o analista-chefe da Insignia Consultants, Chintan Karnani. Dados decepcionantes da China também influenciaram a alta. A produção industrial do país teve alta de 8,6% no período de janeiro e fevereiro ante os mesmos meses de 2013, abaixo da expectativa de analistas. O resultado aumentou o temor com uma possível desaceleração da economia chinesa e impulsionou a fuga para ativos mais seguros. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Em meio a alguns estímulos divergentes, o dólar terminou o dia com alta diante do real, influenciado pela aversão ao risco global e, consequentemente, pela saída do investidor estrangeiro da Bovespa. Por outro lado, a moeda passou toda a manhã em baixa, diante dos leilões de swap (tradicional e de rolagem) do Banco Central e também pela perspectiva de entrada de recursos com a captação externa de US$ 8,5 bilhões da Petrobras.

Nesse ambiente, o dólar à vista no balcão encerrou com valorização de 0,13%, a R$ 2,3520. O movimento financeiro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa era de US$ 982,454 milhões perto das 16h30. No mercado futuro, o avanço da divisa dos EUA era um pouco mais consistente, com o dólar para abril cotado a R$ 2,3665 (+0,45%) e giro financeiro de US$ 14,3 bilhões.

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O clima ruim no exterior desde o começo da sessão, diante do déficit comercial da China de US$ 22,98 bilhões e que contrariou a expectativa de um superávit, foi amenizado, no Brasil, pelas operações de swap do BC, que colocou 4 mil contratos no leilão tradicional e outros 10 mil na rolagem dos vencimentos de abril, e também pela Petrobras. A empresa captou US$ 8,5 bilhões em seis tranches, criando a perspectiva de entrada de recursos. Não obstante, a estatal petrolífera também teria internalizado cerca de US$ 400 milhões, através de duas tranches durante a manhã.

Mas com o passar do dia, o exterior foi prevalecendo. Entre outras coisas porque o presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser, falou nesta manhã em um evento em Paris e argumentou que o ritmo de redução de compras mensais de ativos do Fed talvez precise ser acelerado. Plosser é membro votante este ano dos encontros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que se reúne na semana que vem para definir os rumos da política monetária dos EUA na primeira reunião sob o comando da nova presidente, Janet Yellen. Há ainda a crise na Ucrânia trazendo tensão aos mercados.

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