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O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que a responsabilidade por contratar a empresa é da prefeitura e que o fato de apenas uma emenda sua ter sido destinada à Demop Participações Ltda. "desmoraliza tudo o que foi inventado" contra ele. O nome do deputado aparece na contabilidade da Máfia do Asfalto. "O ideal seria não encontrar nenhuma emenda minha, mas das centenas de emendas que apresentei só uma ter sido destinada já desmoraliza tudo o que foi investigado contra mim", afirmou.

Dos outros envolvidos, quatro negaram qualquer irregularidade e o quinto não atendeu as ligações do Estado.

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Arlindo Chinaglia pediu ao jornal que fosse incluído no texto que "essa é uma reportagem requentada". "Escreve isso aí", insistiu. Ele acusou os investigadores de fazerem um "vazamento seletivo" das investigações. Disse ter solicitado, ele mesmo, à Procuradoria-Geral da República para investigar a citação ao seu nome.

O deputado João Dado (SDD-SP) afirmou que conhece os sócios do grupo Demop, mas negou ter direcionados suas emendas a prefeituras que contratassem empresas do grupo. "Eu destino emendas a centenas de municípios do noroeste paulista. Não seria possível ter qualquer tipo de conduta indevida que não fosse identificada." Dado afirmou que conhece os pais dos sócios da Demop. "Eles são da minha cidade. Não tem jeito de eu não conhecê-los." O grupo Scamatti tem como sócios Pedro Scamatti Filho, Dorival Remedi Scamatti, Edson Scamatti, Mauro Andre Scamatti e Olívio Scamatti.

O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) disse que ele só apresenta a emenda: "Os municípios é que se viram para fazer a licitação". Garantiu que não conhece "o pessoal da empresa" e que o único valor que recebeu do grupo foi para sua campanha. "Foi doação oficial. Está tudo registrado." A assessoria do deputado Jefferson Campos (PSD) disse que "ele já falou tudo o que tinha para falar" e não ligou de volta para o Estado.

Em nota, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que suas emendas foram fiscalizadas pela Caixa Econômica Federal (CEF). "Não recebi qualquer contribuição das empresas envolvidas, como atesta a Justiça Eleitoral. Nunca fiz qualquer tipo de negociação com Olívio Scamatti ou com qualquer outro empresário." O deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) não foi localizado. Ninguém atendeu as ligações no gabinete dele ontem (11).

Procurada, a Caixa Econômica Federal afirmou, por meio da assessoria, que não tem a relação das empresas contratadas com recursos do Orçamento federal. "Esclarecemos que, para as operações com recursos do Orçamento-Geral da União, a responsabilidade por licitar, contratar e pagar as empreiteiras/fornecedores é do ente tomador/beneficiário, de forma que esses dados não estão disponíveis nos sistemas da Caixa."

A nota do banco afirma, ainda: "Nessas operações não nos relacionamos com empreiteiros ou fornecedores". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nome da deputada estadual Beth Sahão (PT) aparece ao lado do valor de R$ 149,5 mil na contabilidade secreta do empreiteiro Olívio Scamatti, apontado pelo Ministério Público como chefe da Máfia do Asfalto - organização que teria se infiltrado nas administrações de pelo menos 78 municípios da região noroeste de São Paulo para fraudar licitações com recursos de emendas parlamentares.

Beth Sahão é citada no documento junto com outros 14 parlamentares, estaduais e federais, cujos nomes também aparecem ao lado de valores e o período entre 2011 e 2013. O nome dela aparece grafado com um erro: Bete Saao.

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A citação à deputada não é prova de corrupção, mas para o Ministério Público os registros na planilha do empreiteiro indicam "pagamento de propinas a alguns parlamentares".

Uma outra planilha, com nomes de deputados, foi apreendida na residência do contador do Grupo Demop, controlado por Scamatti.

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Núcleo São José do Rio Preto, não fazem nenhuma acusação formal aos deputados, mas encaminharam cópias das duas planilhas para a Procuradoria Geral de Justiça e para a Procuradoria Geral da República, instâncias que detêm competência para propor eventual abertura de investigação sobre deputados estaduais e federais.

Olívio Scamatti é apontado pelo Ministério Público como "chefe da quadrilha, grande articulador e mentor da absoluta maioria das fraudes". Ele foi preso em abril pela Operação Fratelli, missão integrada da Polícia Federal e do Ministério Público que desarticulou a organização que teria provocado rombo de R$ 1 bilhão nos cofres públicos. Na última terça feira, 5, o Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) acolheu habeas corpus da defesa e mandou soltar Scamatti.

Questionada pela reportagem, a deputada Bete Sahão repudiou enfaticamente o que classificou de "tentativa de associá-la ao escândalo da Máfia do Asfalto".

"Não há qualquer menção real a seu nome. Há apenas ilações e suposições feitas por pessoas maldosas que buscam esconder os próprios erros e pecados", declarou a deputada petista em nota. Beth Sahão afirmou que, em 2011, ano ao lado do qual seu nome aparece na planilha do empreiteiro, ela ainda não era deputada, mas primeira suplente do PT.

Os parlamentares citados são de partidos diversos. O nome de Cândido Vaccarezza (PT/SP) e de uma ex-secretária, Denise, aparecem ao lado de 16 lançamentos de valores que somam R$ 355 mil. Geraldo Vinholi (PSDB), estadual, aparece ao lado de 4 supostos repasses, somando R$ 105 mil. Jéfferson Campos federal pelo PSD: R$ 97 mil.

João Antonio (atual secretário de Relações Governamentais da gestão Fernando Haddad, na Prefeitura de São Paulo, também teria sido contemplado com R$ 100 mil. Otoniel Lima (PRB) e Itamar Borges (PMDB) aparecem com assiduidade nas anotações do empreiteiro e do contador, somando, respectivamente R$ 150 mil e R$ 247 mil. Gilmaci Santos, do PRB, aparece ao lado de quantias que totalizaram R$ 120 mil. Todos negam ter recebido propinas do Grupo Demop.

A Justiça decidiu soltar o empreiteiro Olívio Scamatti, apontado como o líder da Máfia do Asfalto - segundo o Ministério Público, organização criminosa que teria se infiltrado nas administrações de pelo menos 78 municípios da região noroeste de São Paulo para fraudar licitações com recursos de emendas parlamentares.

A decisão, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), foi tomada, em votação unânime, na tarde desta terça feira, 5.

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Os desembargadores federais da 1.ª Turma do TRF3 acolheram habeas corpus impetrado pela defesa de Scamatti, controlador do Grupo Demop. Votaram pela liberdade de Scamatti os desembargadores Márcio Mesquita, José Lunardelli e Toru Yamamoto.

O Grupo Demop agrega outras pessoas jurídicas e teria sido o principal beneficiário de licitações que teriam somado R$ 1 bilhão. Scamatti estava preso desde abril, quando foi desencadeada a Operação Fratelli - força tarefa da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual.

O empreiteiro era o único integrante da organização que continuava preso. Todos os outros acusados, inclusive lobistas e agentes públicos, respondem ao processo em liberdade.

A prisão de Scamatti havia sido decretada pela Justiça Federal em Jales (SP), onde está em curso ação penal contra o empreiteiro, acusado pelo Ministério Público Federal.

A citação do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), como suposto beneficiário de propina da Máfia do Asfalto, causou incômodo no Palácio do Planalto. A expectativa é de que o líder dê explicações convincentes sobre suas relações com os personagens citados e desfaça qualquer suspeita. Apesar do clima de cobrança, Chinaglia só corre o risco de ser demitido do cargo se no decorrer das investigações sua atuação ficar comprovada. O parlamentar nega ter recebido qualquer quantia.

Ex-presidente da Câmara e ex-líder também do governo Lula, Chinaglia tem no seu passado um motivo para a permanência dentro do governo. Suas respostas, porém, foram vistas como tímidas até agora e incapazes de desvinculá-lo do caso. O governo espera que ele apresente elementos para descaracterizar a denúncia. "Ele tem a confiança do governo, mas é claro que ninguém gosta de ver um líder do governo numa situação dessas. Esperamos uma reação dele", diz um assessor palaciano.

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Uma planilha do empreiteiro Olívio Scamatti, controlador do grupo Demop, sugere pagamentos a uma série de parlamentares. O nome de Chinaglia é citado como beneficiário de R$ 40 mil pagos em dezembro de 2011. A reportagem tentou contato nesta sexta-feira, 01, mas não houve retorno. Antes, o deputado tinha classificado a acusação como "vigorosa mentira" e cobrado do Ministério Público uma apuração rigorosa.

Assim como Chinaglia, o ex-líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP) aparece na lista. Ele é tido como o maior beneficiário, tendo supostamente recebido R$ 355 mil entre janeiro de 2011 e junho de 2012 em 16 repasses. Ele nega ter recebido qualquer quantia.

"Nunca recebi um tostão do Olívio", afirmou Vaccarezza. "Eu nunca na minha vida negociei nenhuma emenda, nem com Olívio, nem com ninguém", continuou. "Não sou amigo dele. Encontrei com o Olívio em toda a minha vida umas cinco vezes no máximo", complementou.

Vaccarezza afirma que dois assessores que aparecem na investigação como próximos do empreiteiro foram demitidos em 2010 e 2011, mas por razões administrativas. Diz não saber se o grupo Demop fez a execução de alguma de suas emendas porque faz a destinação de recursos para prefeituras, que são as responsáveis por fazer a licitação e tocar as obras.

A chamada Máfia do Asfalto foi desmontada pela Operação Fratelli, deflagrada em abril. Scamatti, preso desde então, é apontado como líder do grupo que agia na intenção de direcionar licitações de prefeituras para realizar obras de pavimentação e recapeamento asfáltico. Parte dos recursos aplicados decorriam de emendas parlamentares.

A Justiça decretou o bloqueio de R$ 1,82 milhão em bens móveis e imóveis da Máfia do Asfalto - organização acusada de se infiltrar em prefeituras do interior de São Paulo para fraudar licitações. Em decisão de 25 páginas, acolhendo pedido do Ministério Público Estadual, o juiz da Comarca de Votuporanga, Luiz Henrique Lorey, também proibiu empresas do Grupo Demop, apontado como carro-chefe das fraudes, de fecharem contratos com o poder público.

A ordem judicial acolhe ação civil por improbidade movida pelo Ministério Público Estadual contra 18 empresários, lobistas e servidores públicos supostamente envolvidos com licitações marcadas. Também são alvos da ação 7 empresas ligadas ao empresário Olívio Scamatti, acusado de chefiar a organização.

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A ação aponta especificamente contratos firmados pelo Grupo Demop com a Prefeitura de Parisi, pequeno município com menos de 3 mil habitantes na região de Votuporanga. O ex-prefeito de Parisi, Ivair Gonçalves dos Santos, é réu na ação.

A Máfia do Asfalto foi desmantelada em abril deste ano pela Operação Fratelli, força tarefa do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Polícia Federal.

A ação do Ministério Público Estadual afirma em 122 páginas que o grupo desviou recursos de emendas parlamentares, estadual e federal, destinadas a municípios para serviços de recapeamento asfáltico.

"O esquema desmantelado envolvia parlamentares estaduais, prefeitos, empresários, membros de comissão de licitação e servidores públicos", assinalam os promotores de Justiça André Luís de Souza, Cleber Rogério Masson e Ernani de Menezes V. Junior, que integram o Projeto Especial Tutela Coletiva, braço do Ministério Público Estadual.

Ao requererem liminarmente a proibição das empresas de firmarem novos contratos com a administração pública, os promotores invocaram as sanções previstas nos artigos 10 e 11 da Lei 8.429/92 (Lei da Improbidade).

Eles destacam que as empresas "constituem mera fachada para a prática de ilícitos". Alegam "fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação" em caso de as empresas Demop Participações, Scamatti & Seller Infraestrutura (antiga Scamvias Construções e Empreendimentos) e Mirapav Mirassol Pavimentação firmarem novos contratos com a administração pública.

"Poderia ocorrer a impossibilidade de cumprimento dos contratos, após a indisponibilidade liminar dos bens ou a condenação de todos, redundando em prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação para toda a sociedade."

"Além disso, seria um absurdo permitir que as empresas mencionadas, cujos bens estarão à disposição da Justiça, por motivos de envolvimento em atos de improbidade, continuem a operar através de novos contratos com a administração pública, seriamente lesada pela conduta inidônea daquelas requeridas em passado recente", alertam os promotores André Luís de Souza, Cleber Rogério Masson e Ernani de Menezes V. Junior.

O Ministério Público Estadual abriu dois inquéritos civis para investigar o deputado Carlão Pignatari (PSDB) e o prefeito de Votuporanga (SP), Júnior Marão (PSDB), por suposto ato de improbidade administrativa em um processo de desapropriação de área pública que foi doada para a empreiteira Demop Participações. A empresa é apontada como carro-chefe da Máfia do Asfalto, organização criminosa que teria fraudado licitações de R$ 1 bilhão com emendas parlamentares em 78 municípios.

Segundo a investigação, em 31 de outubro de 2008, a gestão Pignatari na Prefeitura de Votuporanga comprou por de R$ 500 mil imóvel da empresa Comercial Agrícola Converd e Prestação de Serviços, às margens da Rodovia Péricles Belini. A operação foi realizada por meio de desapropriação. Em 16 de julho de 2009, a administração de Marão, sucessor e aliado de Pignatari, entregou a área, por doação, à Demop, que no local instalou sua sede.

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A transação reforça suspeita de elo entre o deputado e o empresário Olívio Scamatti, controlador da Demop - que está preso desde abril, quando a Polícia Federal, a Procuradoria da República e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram a Operação Fratelli - força-tarefa que desmontou esquema de propinas envolvendo empresários e prefeitos. Interceptações telefônicas mostram ligações dos investigados com deputados federais e estaduais.

A suspeita é que Carlão seria o verdadeiro proprietário da Demop. Ele nega, mas reconhece antigos laços de amizade com Scamatti. A Demop era uma empresa pequena quando Carlão se elegeu prefeito pela primeira vez, há 12 anos. Seu capital social saltou de R$ 100 mil, em 1999, quando foi fundada, para R$ 10 milhões em fevereiro de 2009. O tucano foi prefeito entre 2001 e 2008.

O promotor Cleber Takashi Murakawa abriu dois inquéritos civis - investigação que pode resultar em ação com amparo na Lei de Improbidade. Um inquérito tem a gestão Carlão Pignatari como alvo. O promotor deu prazo de 30 dias para o município enviar ao Ministério Público cópia integral do eventual processo de licitação da doação da área.

O outro inquérito mira a gestão "do investigado Nasser Marão Filho (Júnior Marão)". O promotor quer a lista dos imóveis doados a partir de 2009.

Outro lado

A assessoria de imprensa do deputado Carlão Pignatari (PSDB) afirmou que ele não recebeu nenhuma notificação e, portanto, não tinha conhecimento do assunto. A Prefeitura de Votuporanga afirmou, em nota, não haver "nenhuma irregularidade com a doação da área às margens da Rodovia Péricles Belini para a instalação da empresa Demop Participações em 2008". "Este processo cumpriu todos os procedimentos legais, inclusive atendendo às exigências da Lei 8.666, de 1993, que institui normas para licitações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça poderá devolver aos investigados da Operação Fratelli todos os objetos apreendidos, inclusive computadores, arquivos e milhares de documentos contábeis. Em despacho de quatro páginas, o juiz Evandro Pelarin, do Fórum de Fernandópolis, interior paulista, fixou 9 de setembro como data limite para a devolução dos bens sob argumento de que ainda não foi apresentada denúncia criminal nem pedido de arquivamento dos autos pelo Ministério Público Estadual.

A Fratelli foi desencadeada em 9 de abril e desmontou a chamada Máfia do Asfalto - suposto esquema de propinas infiltrado em 78 prefeituras da região noroeste do Estado. Fraudes em licitações com recursos de emendas parlamentares teriam provocado prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Dezenas de prefeitos e ex-prefeitos, além de deputados estaduais e federais, são citados na investigação.

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O principal alvo da missão é o empreiteiro Olívio Scamatti, preso em caráter preventivo. A operação teve duas frentes, uma sobre desvios de verbas federais, liberadas por convênio com ministérios, e outra de âmbito estadual, por envolvimento de servidores municipais.

O Ministério Público Federal denunciou 19 suspeitos perante a 1ª Vara Federal em Jales, também no interior paulista, referentes a acusações de desvios do dinheiro saído da União.

Uma eventual denúncia perante a Justiça estadual, referentes às verbas dos cofres paulistas, é de responsabilidade dos promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo São José do Rio Preto. Passados quase 100 dias, isso ainda não ocorreu. O prazo considerado "razoável" para manter sob custódia para perícia computadores e documentos contábeis é 120 dias. Se nesse prazo não for proposta denúncia criminal os bens podem ser devolvidos.

O juiz Pelarin, da Justiça estadual, anotou: "Considerando a data da operação de busca e apreensão, dia 9 de abril, a quantidade de bens apreendidos e a necessidade de perícia em computadores, telefones e documentos em geral, e, por outro lado, o transcurso do tempo até aqui e a necessidade da posse dos bens por quem foi afetado (com as buscas), por razoabilidade, não tendo sido oferecida a denúncia nem apresentado pedido de arquivamento, fixo o dia 9 de setembro como data limite para devolução de todos os objetos apreendidos pelo Gaeco, MPF e Polícia Federal."

Os promotores do Gaeco João Santa Terra Júnior e Evandro Ornelas Leal consideram "natural a fixação de prazo pelo juiz para devolução dos bens". Eles destacam que a retenção dos itens recolhidos pelo MP estadual "ocorre apenas pela necessidade de se extrair os elementos de prova necessários para subsidiar futura ação penal". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região voltou a negar nesta sexta-feirao pedido de habeas corpus feito pela defesa do empresário Olívio Scamatti, suspeito de liderar a chamada Máfia do Asfalto. O esquema teria fraudado licitações em serviços de pavimentação e recapeamento asfáltico em 78 municípios da região noroeste do Estado de São Paulo com recursos de emendas parlamentares. As investigações são um desdobramento da Operação Fratelli, deflagrada há um mês pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

O recurso foi analisado pelo juiz Marcio Mesquita, o mesmo que negou o primeiro pedido feito pela defesa em abril. Da primeira vez, ele afirmou que, se solto, empresário tentaria dificultar o andamento do processo.

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"O paciente já demonstrou concretamente que atuará tentando prejudicar a instrução processual. Não há por que presumir que, pelo simples fato de que as apreensões determinadas já foram cumpridas, ele irá se conduzir de outra maneira", disse Mesquita.

Scamatti está preso preventivamente há um mês a pedido do Ministério Público Federal (MPF), junto com outros 12 suspeitos no caso. Todos foram soltos, com exceção de Scamatti. Dentre os libertos, estavam os quatro irmãos do empresário: Dorival Remedi Scamatti, Edson Scamatti, Mauro André Scamatti e Pedro Scamatti Filho. O grupo investigado pelo MPF é constituído por 19 pessoas.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal descobriram que o núcleo empresarial Scamatti, liderado por Olívio, se desdobrava em pelo menos 31 empresas, algumas de fachada.

Fraudes em licitações

A Máfia do Asfalto é acusada de corromper agentes públicos e fraudar licitações para a contratação de serviços, especialmente de pavimentação e recapeamento asfáltico em 78 prefeituras da região noroeste do Estado. O valor dos desvios pode ter alcançado a cifra de R$ 1 bilhão.

No dia 16 de abril, o Ministério Público Federal em Jales denunciou 19 investigados. Foi a primeira de uma série de denúncias a serem apresentadas ao longo dos próximos meses, informa a Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal em São Paulo.

O procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia criminal e do pedido de sequestro de bens, explicou que o valor dos convênios federais sob suspeita chega a R$ 36,4 milhões somente na região de Jales. "O pedido de sequestro dos bens tem como objetivo garantir que, em caso de condenação, esse dinheiro efetivamente retorne aos cofres públicos", ressalta.

Em seu pedido, o procurador sustenta que, diante do enorme prejuízo causado pela organização criminosa, o ressarcimento "só poderá ocorrer por meio da decretação judicial do sequestro dos bens móveis e imóveis em nome dos envolvidos e de todas as pessoas jurídicas a eles vinculadas".

A Justiça Federal em Jales, interior de São Paulo, ainda não decidiu sobre pedido de sequestro de bens de suspeitos de envolvimento com a Máfia do Asfalto - grupo acusado de fraudar licitações em 78 municípios da região noroeste do Estado de São Paulo com recursos de emendas parlamentares. Há duas semanas o bloqueio foi requerido pela Procuradoria da República, que pede o sequestro de R$ 36,4 milhões, "montante apto a satisfazer a lesão causada aos cofres públicos", segundo o Ministério Público Federal em Jales.

Investigadores do caso temem que os alvos da Operação Fratelli, deflagrada há quase um mês, se desfaçam de seu patrimônio. Foram captadas correspondências por mensagens de texto de celular entre alguns integrantes da Máfia do Asfalto nesse sentido. O Grupo Scamatti & Seller, controlado pelos réus, estaria orientando clientes que adquiriram imóveis no Residencial Campo Bello a suspender os pagamentos das prestações.

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O sequestro de bens visa garantir ressarcimento do prejuízo aos cofres públicos.

Os autos da Operação Fratelli revelam ligações próximas dos acusados com um núcleo extenso de políticos. São citados pelo menos dez deputados federais - como José Mentor (PT) e Edson Aparecido (PSDB) - e quatro estaduais de São Paulo, como Roque Barbiere (PTB), que, em 2011, denunciou esquema de venda de emendas parlamentares envolvendo "entre 25% a 30%" dos deputados paulistas.

O Ministério Público Federal em Jales pediu que a Justiça Federal determine o sequestro dos bens de 13 dos 19 denunciados. O pedido, classificado como urgente pelo Ministério Público Federal, foi protocolado dia 19 de abril. Passadas duas semanas, entretanto, a Justiça Federal em Jales ainda não se manifestou sobre a solicitação. Os réus respondem pela prática dos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude em licitação.

Fraudes em licitações

 

A Máfia do Asfalto é acusada de corromper agentes públicos e fraudar licitações para a contratação de serviços, especialmente de pavimentação e recapeamento asfáltico em 78 prefeituras da região noroeste do Estado. O valor dos desvios pode ter alcançado a cifra de R$ 1 bilhão. No dia 16 de abril, o Ministério Público Federal em Jales denunciou 19 investigados.

O procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia criminal e do pedido de sequestro de bens, explicou que o valor dos convênios federais sob suspeita chega a R$ 36,4 milhões somente na região de Jales. "O pedido de sequestro dos bens tem como objetivo garantir que, em caso de condenação, esse dinheiro efetivamente retorne aos cofres públicos", ressalta.

"Notadamente quanto a eventual saldo em contas bancárias e aplicações financeiras, o risco é ainda maior, o dinheiro pode ser transferido, sacado ou utilizado para outros fins a qualquer momento", adverte o procurador.

O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende Olívio Scamatti, afirma que o empreiteiro não cometeu fraudes e que não existem provas contra ele.

O criminalista Fábio Tofic Simantob, que defende o lobista Osvaldo Ferreira Filho, o Osvaldin, ex-assessor na Câmara e na Assembleia do deputado Edson Aparecido - atual chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB) - disse que seu cliente leva "uma vida modesta" na cidade onde reside, Uchôa (SP).

A Polícia Federal de São José do Rio Preto (SP) confirmou que os quatro irmãos Scamatti, que eram considerados foragidos pela Justiça, se entregaram à polícia. Eles foram removidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto, onde estão presos preventivamente. Dorival, Edson, Mauro e Pedro Scamatti se entregaram ao mesmo tempo em que outros seis detidos recebiam a liberdade provisória do Tribunal Regional Federal (TRF).

Eles vão se juntar a outro irmão, Olívio, considerado o principal líder de um grupo criminoso, denominado pelo Ministério Público como Máfia do Asfalto, que teria fraudado licitações de R$ 1 bilhão em cerca de 80 prefeituras do interior de São Paulo. Olívio e a mulher, Maria Augusta Seller Scamatti, não tiveram seus pedidos de habeas corpus aceitos pela Justiça, e continuam presos.

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Os irmãos eram procurados pela PF desde 17 de abril, quando a Justiça Federal acatou denúncia do Ministério Público Federal e expediu mandado de busca e prisão para um total de 13 pessoas. No mesmo dia, quatro delas foram presas e outras cinco entregaram no dia seguinte, ficando apenas os quatro irmãos soltos.

As inicias dos cinco irmãos, com as letras D, E, M, O e P, formam o nome da empresa Demop Participações Ltda, empresa que venceu a maioria das licitações públicas e apontada pelos promotores como líder do esquema, que envolveria ainda mais 40 empresas coligadas e terceirizadas.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) rejeitou pedido de habeas corpus para o empresário, Olívio Scamatti, preso há uma semana sob suspeita de chefiar organização criminosa que fraudou licitações em 78 municípios do interior de São Paulo com verbas de emendas parlamentares. A decisão que mantém Scamatti preso é do desembargador, Márcio Mesquita. Ele também indeferiu habeas corpus para a mulher de Scamatti, Maria Augusta, e para um irmão dela, Luis Carlos Seller.

Em sua decisão, Márcio Mesquita, por outro lado, concedeu habeas corpus para outros cinco envolvidos com a "máfia do asfalto", que se instalou em administrações municipais na região noroeste do Estado. Entre os investigados que foram soltos está Oswaldo Ferreira Filho, o Oswaldin, apontado como lobista da quadrilha - ele foi assessor na Assembleia Legislativa e na Câmara do deputado Edson Aparecido (PSDB), atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

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Continuam foragidos quatro irmãos de Olívio Scamatti. A Polícia Federal já incluiu o nome de todos no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos para que não deixem o País. O criminalista, Alberto Zacharias Toron, que defende Scamatti, disse que vai pedir ao TRF3 reconsideração da decisão que mantém o empresário preso.

A defesa de Osvaldo Ferreira Filho, o Osvaldin - ex-assessor na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados de Edson Aparecido, atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB) - entrou com habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3).

Osvaldin está preso desde o dia 18 sob acusação de integrar a "Máfia do Asfalto" como lobista de organização criminosa que teria fraudado licitações em 78 municípios do interior de São Paulo com recursos de emendas parlamentares. Seus defensores pedem ao TRF3 imediata concessão de liminar ao habeas corpus. O pedido é subscrito pelos criminalistas Fábio Tofic Simantob e Carolina de Queiroz Franco Oliveira.

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Um argumento dos advogados é que Osvaldin não tem intenção de fugir, tanto que, mesmo alertado sobre a ordem de prisão expedida contra ele pela Justiça Federal de Jales (SP), permaneceu em sua residência, no município de Uchôa (SP), onde foi localizado pela Polícia Federal. "É evidente que se quisesse se evadir para se furtar à aplicação da lei penal, já o teria feito", destacam os advogados.

Simantob e Carolina argumentam ainda que a ordem de prisão contra Osvaldin não invoca qualquer elemento concreto sobre o risco de o investigado esconder provas, constranger testemunhas ou obstruir de alguma forma a instrução.

Os advogados alertam sobre "a ilegalidade da decretação da prisão preventiva (de Osvaldin)", medida que, em sua avaliação, "atenta contra os princípios da individualização da pena e do devido processo legal".

A defesa assinala que Osvaldin "não ostenta alto poder econômico, pelo contrário, leva uma vida modesta na pacata cidade do interior e reside há quinze anos na mesma residência". Para os advogados "é sintomático o fato de o magistrado que mandou prender Osvaldin não apontar de onde concluiu que o investigado teria alto poder econômico".

Os defensores de Osvaldin rechaçam a versão de que o ex-assessor de Edson Aparecido colocaria em risco a garantia da ordem econômica porque, conforme decidiu o juiz no decreto de prisão, em liberdade, Osvaldin e outros suspeitos "continuariam, em tese, a levar vantagens econômicas frente a outras empresas não integrantes do suposto esquema criminoso".

O Ministério Público Federal em Jales enviou nesta quinta-feira à Procuradoria-Geral da República cópia integral dos autos da Operação Fratelli. Os documentos contêm transcrições de interceptações telefônicas que citam pelo menos oito deputados federais.

A Procuradoria-Geral vai examinar a menção aos políticos para decidir sobre eventual abertura de investigação. Seis deputados são citados em conversas telefônicas de terceiros, empresários e lobistas, gravadas pela Polícia Federal: Arlindo Chinaglia, José Mentor e Cândido Vaccarezza, todos do PT, Aldo Rebelo (PC do B), hoje ministro do Esporte, Marco Feliciano (PSC) e Otoniel Lima (PMDB).

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Outros dois parlamentares caíram no grampo indiretamente, demonstrando proximidade com o empresário Olívio Scamatti, apontado pela Procuradoria da República como chefe de quadrilha: Vander Loubet (PT-MS) e Edson Aparecido (PSDB-SP), hoje chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin. Eles não estavam sob monitoramento, nem sob investigação, mas seus contatos com Scamatti fazem parte dos autos da Operação Fratelli.

Dois deputados estaduais, Roque Barbiere (PTB) e Gilmaci dos Santos (PRB), estão na lista de parlamentares citados. O primeiro caiu no grampo dizendo que poderia arrumar emenda de R$ 250 mil para um lobista. O outro empregou o filho de Osvaldin na Assembleia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Olívio Scamatti, apontado como líder da "máfia do asfalto", esquema de fraudes em 78 municípios do interior de São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal. A ordem de prisão contra Scamatti e outros 12 suspeitos de integrarem a quadrilha foi decretada pela Justiça Federal a pedido da Procuradoria da República. Ele já havia sido preso no último dia 9, por decisão da Justiça Estadual, mas no início desta semana o Tribunal de Justiça revogou aquela ordem de prisão.

O Ministério Público Federal também investiga o caso porque identificou desvios de verbas federais, direcionadas para prefeituras da região noroeste do Estado. No dia 9, promotores de Justiça de São Paulo e procuradores da República haviam deflagrado a Operação Fratelli, para desmontar um esquema de fraudes em licitações de contratos para pavimentação pública. Nesta terça, 16, o procurador da República Thiago Lacerda Nobre requereu a prisão preventiva do grupo.

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O Ministério Público Federal em Jales denunciou nesta terça-feira, 16, um grupo de 19 integrantes de uma organização criminosa que corrompia agentes públicos e fraudava licitações para a contratação de serviços, especialmente de pavimentação e recapeamento asfáltico, para a prefeitura de Auriflama, no noroeste do Estado. Essa é a primeira de uma série de denúncias a serem apresentadas ao longo dos próximos meses pelo Ministério Público Federal, a partir das provas obtidas ao longo das investigações da Operação Fratelli, deflagrada no último dia 9.

Fraudes semelhantes ocorreram em cerca de 80 municípios da região, e o valor dos desvios pode ter alcançado a cifra de R$ 1 bilhão. Os denunciados nesta ação penal vão responder pela prática dos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude em licitação.

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O núcleo empresarial Scamatti, liderado por Olívio Scamatti, dono da empreiteira Demop, de Votuporanga, se desdobrava em pelo menos 31 empresas distintas, algumas delas apenas de fachada, segundo a denúncia da Procuradoria. Os quadros societários variavam, mas eram compostos sempre por membros da família Scamatti.

A existência dessas diversas empresas foi um dos principais instrumentos utilizados para facilitar a prática dos crimes, segundo a denúncia da Procuradoria. Na verdade, tratava-se de um único grupo empresarial pertencente aos Scamatti, subdividido em várias empresas apenas com o objetivo de praticar crimes. As empresas participavam dos processos licitatórios, mas não havia uma concorrência real, já que pertenciam todas ao Grupo Scamatti. "Eram simulacros de licitações", define o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia.

Prefeito denunciado

As obras de recapeamento de vias eram realizadas com verbas federais dos Ministérios das Cidades e do Turismo. O dinheiro era destinado à região por meio de emendas de parlamentares ao Orçamento da União, o que era definido no Congresso.

As emendas em si não são alvo da investigação do Ministério Público Federal no momento, mas sim os processos licitatórios realizados para definir as empresas que receberiam essas verbas federais para tocar obras no noroeste do Estado.

Como as licitações eram direcionadas, as obras eram superfaturadas, e os lucros divididos entre os integrantes do esquema, segundo a denúncia, inclusive sendo utilizados para corromper agentes públicos.

Um dos 19 denunciados no caso da Máfia do Asfalto em Auriflama é o ex-prefeito José Jacinto Alves Filho, o Zé Prego. No dia da deflagração da Operação Fratelli, a Polícia Federal apreendeu R$ 160 mil na casa de Zé Prego.

Esquema

Embora o Grupo Scamatti esteja no centro do esquema, a Procuradoria avalia que não é possível ignorar a participação, na fraude, de outras pessoas estranhas ao núcleo familiar, como agentes públicos - o ex-prefeito Zé Prego e os servidores públicos municipais Vanessa Camacho Alves e José Voltair Marques, integrantes da Comissão de Licitação de Auriflama à época dos fatos.

Também contribuíam para o esquema contatos com outros empresários. Para além das empresas "familiares" os Scamatti contavam com o auxílio de empresas parceiras como a Miotto & Piovesan Engenharia e Construções Ltda.

A Miotto & Piovesan participava de diversos procedimentos licitatórios junto das empresas dos Scamatti, mas em muitos casos apenas para estampar um aspecto de legalidade e competição aos certames. A Procuradoria anota que chama a atenção o fato de que a empresa utiliza o mesmo telefone de uma das empresas dos Scamatti, a Mult Ambiental Engenharia Ltda.

Para a Procuradoria, esse fato, por si só, já demonstra que, em vez de concorrer com os Scamatti, a Miotto & Piovesan na verdade agia em conluio com o grupo. Os donos da Miotto & Piovesan, Valdir Miotto e Maria das Dores Piovesan Miotto, também foram denunciados.

Além de Olívio Scamatti, foram denunciados seus quatro irmãos, Dorival Remedi Scamatti, Mauro André Scamatti, Pedro Scamatti Filho e Edson Scamatti; a mulher de Olívio, Maria Augusta Seller Scamatti; e o irmão de Maria Augusta e cunhado de Olívio, Luiz Carlos Seller.

Todos eles figuravam no quadro societário de empresas do grupo e não só tinham conhecimento das fraudes como também atuavam diretamente para que elas pudessem ser efetuadas.

Fora do núcleo familiar, o Grupo Scamatti contava também com o auxílio de Humberto Tonanni Neto, funcionário dos Scamatti e responsável por contatos com prefeitos e assessores. Ele tinha pleno conhecimento, inclusive participação, em negociações para pagamentos de propina.

Outro funcionário do grupo cujo papel é considerado fundamental é Valdovir Gonçalves, o Nenê. Ele atuava diretamente no esquema de corrupção, seja na parte das licitações, entregando propostas e representando empresas ou efetuando pagamento de propina.

Irregularidades em licitações

Também tinha atuação semelhante à de Humberto e Valdoir o funcionário Jair Emerson Silva, o Miudinho ou Jairzão. Ele chegou inclusive a visitar prefeituras para contatos políticos. Por sua vez, outro funcionário dos Scamatti, Osvaldo Ferreira Filho, o Osvaldim, não só tinha conhecimento do esquema como também era bastante próximo de Olívio: sempre acompanhava o chefe em viagens e é extremamente articulado no âmbito político. Conseguiu emplacar o filho, Osvaldo Ferreira Neto, num cargo na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Outros personagens que merecem destaque por sua participação na fraude são Ilso Donizete Dominical, responsável pela contabilidade das empresas do grupo, uma espécie de braço direito e conselheiro contábil de Olívio Scamatti e que chegou a figurar no quadro societário de empresas do grupo, e Gilberto da Silva, o Zé Formiga. Espécie de lobista, ele atuava como um dos interlocutores políticos do grupo, articulando a liberação de verbas junto a políticos para diversos municípios do noroeste paulista.

Notícias de irregularidades em licitações na região já eram objeto de investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo desde 2007. Em dezembro de 2012, ao identificar o possível envolvimento de verbas federais nas fraudes, o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, lotado na Procuradoria da República no Município de Jales, determinou a instauração de inquérito policial, e as investigações passaram a ser feitas pela Polícia Federal.

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